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História Save Me - It is not iron.


Escrita por: fa1th

Notas do Autor


Eu disse que atualizaria todas as sextas-feras, mas decidi postar (ou tentar) postar dois capítulos por semana. Bem, não foram dois em uma semana, afinal, sexta-feira está aí, não é? De qualquer forma, decidi postar um dia antes.
Espero muito que vocês gostem sz
• Eu tentarei atualizar SM nas segundas e sextas.
• Comentários, sejam de elogios ou críticas, serão sempre o estímulo.

Capítulo 2 - It is not iron.


Flashback

Sete anos atrás.

Justin Bieber – Point Of View

Eu sou o único que pode mudar o que acontecerá em menos de vinte minutos, mas sou o que menos quer voltar atrás, mesmo tendo a certeza de que nunca vira olhos tão bonitos quanto os dela; olhos incrivelmente azuis que, apesar de inseguros, me fascinam de tal maneira que sequer posso explicar em palavras.

Ela sorri fácil, penso, enquanto lembro-me que ela conseguira tocar-me sem sequer encostar-se a mim e do quão submisso torno-me diante do sorriso dela, sendo assim, como poderia alguém ter chance diante dele?

No inicio, eu aproximei-me dela com um único objetivo; vencer esta aposta. Mas jamais imaginaria que acabaria me envolvendo tanto ao ponto de acabar fazendo-a meu ponto fraco. Agora, eu penso nas consequências e decido que ficarmos juntos não é uma opção.

Eu estremeço só de pensar em amá-la, pois não estou pronto para sentir este sentimento tão inquietante que vi os meus pais se definharem até meu pai ir embora e minha mãe cometer suicídio, portanto, eu preciso fazer isto para que ela me odeie e se afaste porque, com toda a certeza do mundo, eu sou forte o suficiente para não ir atrás dela, mas fraco o suficiente para aconchegá-la em meus braços, com um sorriso de orelha a orelha em meus lábios, toda vez que ela vier atrás de mim. Consequentemente, eu preciso que ela vá embora e que não volte porque, se ela voltar, eu vou estar aqui para ela de fato.

Ela é a pessoa certa no momento errado, penso, passando minhas mãos em meu rosto antes de virar-me para o lado e observá-la dormir profundamente após entregar-se para mim, fazendo-me fechar os olhos à beira de desistir da aposta, mas era tarde demais.  

Ela acordou assustada devido ao barulho que meus amigos fizeram ao entrar em meu quarto e olhou para mim, sem entender nada do que se passara ao nosso redor.

–– Eu não acredito! –– Ryan aproximou-se de mim e deu dois tapinhas em meu ombro, saudando-me por ter vencido a aposta, com os seus olhos vidrados em Grace, que segurava o lençol sob o seu corpo com tamanha força que os seus dedos esbranquiçaram, fazendo-me querer levantar e expulsar todos da minha casa, mas não movi nenhum músculo.  –– Fala sério, você ganhou a aposta, irmão. Conseguiu fazer a santinha abrir as pernas para você.

–– Justin? –– Grace sussurrou e eu sequer virei-me para encará-la, pois sabia que a mesma estava prendendo o choro e que se o fizesse expulsariam todos dali, portanto, tratei de elevar os meus lábios em um sorriso debochado. –– O que está acontecendo?

Todos aqueles desgraçados apontaram os seus dedos para ela enquanto riam e gravavam a cena.  –– Justin?

Eu não queria mais continuar com isto, na verdade, eu nunca nem quis começar, mas não poderia voltar atrás, consequentemente, acabei dando continuidade ao meu plano para mantê-la afastada de mim: –– Você acha mesmo que eu, Justin Bieber, ficaria com alguém como você, Grace Hastings?

Senti o meu coração apertar ao vê-la chorar, mas continuei: –– Por que eu ficaria com você? Eu posso ter qualquer mulher. –– Forcei um sorriso presunçoso. –– Olhe-se no espelho, Grace!

Ela engoliu em seco. –– Você está mentindo!

Ri, jogando minha cabeça para trás. –– Você sabe que não, Grace. Por que está colocando-se nesta situação? Não seja ridícula!

Ela balançou sua cabeça de um lado para o outro, negando. –– Você me colocou nesta situação.

Limpou suas lágrimas com as costas da sua mão enquanto a outra continuava segurando o lençol com firmeza para cobrir o seu corpo, mas o seu choro desceu interruptamente ao escutar-me dizer: –– Eu não forcei você a abrir suas pernas, amor.

Atualmente.

Infelizmente ou felizmente, eu não me lembro de tudo o que acontecera nesta noite, mas o pouco que lembro faz com que me sinta horrível. Tecnicamente, eu sou uma pessoa horrível, considerando o fato de que trato todos ao meu redor da pior forma possível, no entanto, sempre fora diferente com ela.

Que porcaria, pensei, vendo-a aproximar-se de mim, com os seus malditos olhos bonitos vidrados em mim, como uma verdadeira felina pronta para atacar sua presa: eu. 

Suspirei fundo antes de perguntar: –– O que você quer?

Ela colocou o seu dedo indicador em meus lábios, calando-me. –– Eu vou fazê-lo ser aquilo que você tanto se comparava, amor.

Franzi a testa. –– Do que você está falando?

–– Você dizia ser como um lobo. –– Ela sorriu de modo debochado. –– Que assim seja.

Dei dois passos para trás, sem entender o que ela acabara de dizer, com um sorrisinho vitorioso em seu rosto, como o que eu estava na noite em que, segundo ela, acabei com a sua vida, mas acredito que o que estou sentindo está na mesma altura.

Minhas pernas me traíram e minhas vistas escureceram no mesmo instante em que senti como se todos os meus ossos estivessem sendo quebrados, que resultou em uma bela crise asmática. –– Grace... O que... Você... Fez?

–– Eu fiquei o último ano aperfeiçoando este feitiço. –– Riu baixo. Aparentemente, orgulhosa de si mesma, enquanto via-me arregalar os olhos ao constatar que ela, agora, tornou-se uma bruxa, que aperfeiçoara um feitiço especialmente para mim, com o objetivo de fazer-me pagar por todos os males que fiz para com as mulheres. –– Este é apenas o começo, amor.

Apoiei-me em minha mesa com tamanha força que meus dedos esbranquiçaram. –– Você está me punindo... –– Sussurrei.

–– Sim... – Suspirou fundo antes de continuar: –– Nada e nem ninguém além de você poderá desfazer este feitiço.

Engoli em seco. –– O que?

Ela colocou suas mãos em meu rosto. –– Você só se verá livre deste feitiço quando aprender a ser bom para os outros. Consequentemente, será bom para você também. Mas, acima de tudo, quando você amar uma mulher ao ponto de mudar, largar tudo e lutar por ela. –– Respirei fundo, enquanto colocava minhas mãos em minha cabeça, sentindo que ela explodiria a qualquer momento. –– Com sorte, você será correspondido.

Eu queria clamar o quanto ela tornou-se louca por estar ali, em meu escritório, após sete anos, para um acerto de contas, colocando-me um feitiço, que ficarei preso para sempre, considerando o fato de que nunca me permitirei amar alguém. –– Eu não poderei reverter o feitiço, Grace.

–– Você pode, é claro que pode, afinal, uma vez que você é capaz de odiar, também é capaz de amar. –– Ela colocou as mãos em meu rosto. –– Boa sorte.

Forcei os meus olhos, conseguindo olhá-la nitidamente antes de, mais uma vez, minhas vistas escurecerem. –– Você não é muito diferente de mim.

Ela riu. –– Eu não sou como você!

–– Não? –– Ri fraco antes de apoiar as minhas costas em minha mesa, soltando as minhas mãos da mesma e abrindo os meus braços: –– Vamos, Hastings, olhe para mim.  

De repente, o meu escritório tornou-se pequeno demais para nós dois, como se as paredes do mesmo estivessem se fechando para mim, só para mim, afinal de contas, ela continuara firme e forte, com a sua postura confiante, mas seus olhos incrivelmente azuis não possuíam mais a mesma confiança que ela entrara em meu escritório, mostrando-me o resquício do seu arrependimento, como se tivesse se dado conta de que fora muito além do que deveria, mas não é como se ela fosse e pudesse voltar atrás devido ao fato de que ela fora clara quando disse que nada e nem ninguém além de mim poderá desfazer o feitiço.

Ela empurrou o meu ombro. –– Você não tem o direito de me fazer parecer à vilã!

–– Você acha mesmo que os vilões tornaram-se assim do nada e por nada? Há um motivo que os tornou vilões. –– Mordi o lábio inferior, sentindo-me tão pequeno diante daquela situação, como se ela fosse tudo e eu nada. –– Bem vinda, Hastings.

Pude ouvi-la dar dois passos para trás. –– Eu não sou uma vilã.

–– Você também teve um motivo... –– Disse antes de, em um ato desesperado, sair correndo do meu escritório.

Eu saí como um verdadeiro louco, fazendo com que os meus funcionários olhassem-me claramente assustados, no entanto, não ousaram questionar-me, temendo que eu os pusesse em seus devidos lugares de modo grosseiro, como sempre, de fato.

As chances do seu pressentimento ruim não significar nada são quase nulas, lembrei-me, com amargura, do que me fora dito aos meus dezenove anos enquanto saía da minha empresa e corria o mais rápido que pude, em uma tentativa inútil de livrar-me do que acabara de acontecer, mas o feitiço estava presente, moldando-me, como ela desejara.

Bliss Montgomery – Point Of View

Eu queria ser como a minha vizinha, 206, que é tranquila e muito bem resolvida, com os seus vinte e dois anos; ela nunca releva nada, sabe dizer não tanto quanto sabe dizer sim e, principalmente, possui uma facilidade assustadora em odiar os outros, mas não é tão fácil para mim quanto é para ela porque nunca conheci alguém verdadeiramente mal, apenas pessoas amarguradas, com novas feridas horrivelmente dolorosas e velhas feridas que estão presentes em suas vidas, que deveriam ter sido curadas de fato, mas que, de qualquer forma, estão presentes em suas rotinas, cutucando-as para lembrá-las de onde vieram e que ainda não superaram. Talvez, no final das contas, as velhas feridas as ensinem algo, como o que evitar no futuro.

–– Eu ainda não acredito que ele demitiu você!

–– Fala sério, Henri. –– Revirei os olhos. –– Eu cutuquei a onça com vara curta, você esperava o que?

Henri bufou antes de olhar-me de canto de olho, com os braços cruzados, como uma criancinha que acabara de ser contrariada. –– Você não vai encontrar um motivo plausível, Bliss.

Cruzei os braços, imitando-o. –– Eu não estou procurando um motivo plausível que faça com que você o odeie menos, Henri.

–– Eu não sou o vilão da história, meu bem. –– Disse do modo mais debochado possível para depois colocar-se em minha frente, enfrentando-me. –– Não inverta os papeis!

–– Por que você não aceita que a mulher que você amava escolheu ficar com ele do que com você? –– Sorri de escárnio. –– É melhor do que odiar alguém que sequer lembra-se da sua existência!

Riu sem humor. –– Você está do lado de quem, afinal?

Dei dois passos para trás enquanto o olhava incrédula. –– Por Deus, Henri!

–– Cuidado, Bliss. –– Ele deu dois passos para frente, aproximando-nos de novo. –– Abra os olhos, caso contrário, você acabará acreditando que ele é o mocinho quando na verdade é o vilão.

–– Por que estamos tendo essa conversa? Eu sei que ele não é um mocinho, mas não irei odiá-lo porque você o odeia. –– Passei minhas mãos em meus cabelos, bagunçando-os. –– Se você ainda quer continuar nessa briga, continue, mas essa briga não é minha.

Ele deu dois passos para trás, recuando. –– Eu pensei que você estaria ao meu lado, Bliss!

–– Henri, eu estou do seu lado, mas isso, querer derrubá-lo, é de mais. –– Mordi o lábio inferior antes de sussurrar: –– Por favor, não esqueça que você sempre irá colher o que plantar.

Ele balançou sua cabeça de um lado para o outro, negando. –– Contanto que ele caia, eu não me importo. –– Riu baixinho. –– Ele não é de ferro. Pode demorar, mas ele acabará se apaixonando.

–– Então é isso? –– Suspirei fundo, decepcionada. –– Você fará o mesmo que ele fez com você? Bem, no final das contas, você não é muito diferente dele.

[...]

Flashback.

Onze anos atrás.

Eu tentava continuamente encontrar maneiras eficazes de melhorias para o nosso convívio em família, mas até então, infelizmente, nada é o suficiente para os meus pais e irmãos, fazendo-me acreditar que, com a luta diária para com os problemas, estão exaustos fisicamente e emocionalmente o suficiente para desistirem da nossa família, afinal, é mais fácil desistir do que lutar.

–– Você nunca deu o melhor de si mesma, não é?

Minha mãe limpou suas lágrimas com as costas da sua mão de modo grosseiro antes de elevar os lábios em um sorriso de escárnio. –– Você também não deu o seu melhor, querido!

Bufou. –– Você só pode estar brincando!

–– Eu me recuso a acreditar que isso... –– Ela riu sem humor. –– É o melhor que pode fazer.

–– Bennet, por favor... –– Sussurrei. –– Não vá embora!

Ele fechou os olhos antes de caminhar em minha direção e ajoelhar-se em minha frente e sussurrar: –– Vai ficar tudo bem, Bliss.

–– Não vai... – Rebati, segurando-o pela camisa. –– Você sabe que não vai. Bennet, não faça como o papai, por favor, não me deixe!

Ele se levantou e disse: –– Eu sinto muito!

–– Bennet! Bennet! Bennet!

Ele se virou e abriu os braços. –– Elizabeth, vem cá.

Ela sorria e caminhava em sua direção até ver sua mala em seu lado, fazendo-a parar bruscamente e desmanchar o sorriso. –– O que é isso?

–– Eu vou ir embora!

Arregalou os olhos. –– O que? –– Balançou sua cabeça de um lado para o outro, negando. –– Você não pode!

–– Você foi embora, Liz. –– Ele diz com o claro intuito de lembrá-la que, diferente dele, ela fora embora com dezessete anos. –– Você não tem muita moral.

Assentiu. –– Eu concordo, mas você é melhor do que eu... –– Ela olhou para mim. –– Você não pode deixá-la sozinha!

Ela, nossa mãe, riu como se acabara de escutar uma excelente piada. –– Ela não estará sozinha.

Elizabeth sorriu de lado. –– Spencer, você sabe, estar com você é o mesmo que estar sozinha, não sabe?

Atualmente.

Decidi sair de casa, como os meus irmãos, no meu décimo sétimo aniversário, pois era exaustivo fisicamente e mentalmente continuar na casa em que crescemos; nossa mãe não aceitava o fim do casamento e, consequentemente, nos culpava diariamente, mas eu sempre achei que, apesar dos problemas, poderíamos ter sido uma família verdadeiramente estável e feliz, no entanto, diferente de mim, os meus pais e irmãos achavam que, com os problemas, sempre seriamos instáveis e infelizes.

Em geral, nunca fomos uma família, talvez aparentássemos ser na presença de outrem, mas não éramos como tal, pois sempre fomos muitos distintos e preferíamos não estarmos em um mesmo ambiente, afinal, sabíamos que não medíamos palavras ao brigarmos, o que fazíamos com frequência, fazendo-me acreditar firmemente que o amor é, com toda a certeza do mundo, nossa maior riqueza, mas que, com a mesma intensidade, também é nossa ruína.

Que porcaria, penso, ao estar, finalmente, ciente de que o amor é a cura tanto quanto é a doença, o que é completamente cômico porque é como estar na beira de um precipício, apreciando a vista assustadoramente magnífica, contudo, você fecha os olhos, abre os braços e decide voar, o que o deixa fascinado, mas muitas vezes você acha que está voando quando na verdade já está caindo.

–– Um cachorro... Vamos, pegue uma pedra!

–– Não é um cachorro... –– Rebateu um menininho moreno enquanto mantinha o seus olhos fixos na mesma direção em que seu amigo que, diferente do mesmo, é ruivo e sardento. –– É um lobo.

–– Que seja. –– Deu de ombros. –– Pegue uma pedra!

Os dois sorriram cúmplices antes de cruelmente apedrejar o lobo, aparentemente, assustado, que rosnava na defensiva, fazendo-me levantar de imediato e gritar: –– Ei, vocês, parem com isto!

Bufei, vendo-os correr, deixando-me furiosa enquanto concentrava-me no lobo que, agora, mancava e estava com um corte acima do olho direito.

É normal ver um cachorro entrar em um beco, úmido e imundo, mas um lobo... pensei, passando minhas mãos em meu casaco, desamarrotando-o antes de ir em direção ao beco. Um lobo sequer estaria aqui, concluí. 

Suspirei fundo ao vê-lo encolhido em um canto. Conto até três mentalmente e abaixo-me em sua frente, fazendo-o recuar. –– Está tudo bem, eu não vou machucá-lo.

Só espero que ele não me machuque também, pensei.


Notas Finais


Este capítulo foi, sem sombras de dúvidas, o mais difícil que escrevi até agora, afinal, ele explica muita coisa, então me perdoem se tiver ficado chato, mas ele é essencial, ok?
Mas espero que gostem e que comentem szszszsz


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