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História Save Me - It just needs me.


Escrita por: fa1th

Notas do Autor


❖ É IMPORTANTE QUE LEIA AS NOTAS FINAIS ❖
❖ Comentários, sejam de elogios ou críticas, serão sempre o estímulo ❖

Capítulo 5 - It just needs me.


Justin Bieber – Point Of View

Bliss dormia serenamente na cama ao meu lado, o suor brilhava em sua testa e, vez ou outra, se mexia, arrumando-se em uma posição melhor, no final, o seu melhor era deitar de lado, com suas mãos em baixo do travesseiro e seu rosto enfiado no mesmo, era uma cena bonitinha, de fato.

Permaneço com os meus olhos fixos em seu rosto bonito, odiando-a, pois ela, apesar da sua aparência de calmaria, com toda a certeza do mundo, é um vendaval, fazendo-me reviver o meu passado, trazendo com ele os fantasmas, que me arrastam para baixo, assombrando-me agora, após dezessete anos, como forma de punição por ser terrivelmente cruel para com os outros, no entanto, mesmo não querendo, é assim que fui feito.

“Você é mal!”

Ela, a mulher que me dera à vida, não tinha o direito de dizer tamanha ruindade, pois eu só tinha oito anos e tentava agradá-la de todas as formas possíveis, mas todas as minhas tentativas foram falhas, afinal de contas, ela me odiava e culpava pelo fracasso do casamento, o que era, de longe, ridículo, no entanto, o que mais me choca é saber que lá fora, no mundo, há inúmeras mães que odeiam os seus filhos.

Repito, é ridículo, porque se estávamos ali, em carne e osso, fora porque elas, completamente inconsequentes, abriram suas pernas e não se cuidaram, com tudo, nos condenavam, odiando-nos e deixando-nos sozinhos, com esse monte de coisa nenhuma, no entanto, de qualquer forma, eu segui em frente, não que eu tivesse muitas opções, era ir ou ficar com o gosto amargo da rejeição.

De fato, nós não podemos escolher de onde viemos, mas podemos escolher para onde vamos, o que, agora, após o feitiço, me faz repensar a minha vida inteira, um bastardo de merda, penso, um maldito bastardo de merda.

“Você é mal!”

Eu cresci em meio à guerra da família, com uma educação extremamente rígida, enquanto trabalhava arduamente para que a guerra cessasse e minha mãe amasse-me como uma mãe ama o seu filho, mas não havia nada que pudesse fazer para que ela ao menos dissesse o clichê: Não é você, sou eu.

Eu sabia coisas das quais outras crianças não tinham o menor conhecimento, desde palavras a ações, o que não deveria ter sido, mas fora, de longe, muito ruim, pois elas me consideravam excêntrico – assim me parecia constantemente – ainda que crianças inocentes, elas olhavam-me com certa repulsa, mas isto porque eu me olhava desta forma e, com isso, mentalmente transferia aos outros essa maneira de me ver.

–– Justin!

Bliss acorda de modo abrupto, fazendo-me olhá-la de imediato, tentando entender o porquê de o meu nome ter escapado de seus lábios e em forma de suplica, mas isso é jogado para longe ao vê-la chutar os lençóis e levantar-se da cama para em seguida caminhar até a sala e abrir a porta, revelando quem me colocara nesta situação, no entanto, ainda que eu odeie estar na pele de um lobo, se eu pudesse, eu a agradeceria, afinal de contas, só assim pude repensar tudo.

Ela olha para dentro do apartamento com expectativa, me vê e sorri de lado, o que faz com que Bliss saía do apartamento, sendo seguida por mim, feche a porta, cruze os braços e dispare: –– Quem é você e o que quer?

–– Eu queria ver com os meus próprios olhos: A garota que domesticou o lobo. –– Riu pelo nariz antes de sussurrar: –– De fato, era só uma fera esperando o domador.

Bliss bateu o pé no chão, impaciente. –– E você, quem é?

–– Grace Hastings. –– Sorriu, estendo sua mão, que fora completamente ignorada, o que me faria sorrir, mas como estava na pele de um maldito lobo, eu balancei o rabo, o que era, de longe, humilhante. –– Eu salvei-a das humilhações do seu chefe. Bem, felizmente, não mais chefe. Posso entrar?

Bliss riu de escárnio antes de dizer: –– Não, o que você quer?

Grace revirou os olhos. –– Você me deve uma, Bliss.

–– Eu não devo nada a você, Hastings. –– Bliss entrou no apartamento e tentou fechar a porta, mas Grace colocou o pé na mesma, impedindo-a de fechá-la. –– Porra, qual é o seu problema?

–– Justin é o meu problema.

Bliss elevou os seus lábios bem desenhados em um sorriso debochado. –– Justin é o seu problema, eu entendo. Mas o que diabos você esperava encontrar em meu apartamento? Eu não tenho um caso com o bastardo!

Grace soltou um risinho divertido, fazendo-a bufar claramente aborrecida. Parece que alguém fica mal-humorada quando é acordada, penso. –– Por que você acha que eu viria até você se eu não fosse encontrar o que procuro?

Bliss franziu a testa. –– Do que você está falando? Eu disse, eu não tenho um caso com o bastardo, não disse? Por que continua insistindo? Henri me contou tudo o que ele dissera antes de me demitir, com isso, eu quero distância deste bastardo de merda. Agora será que você pode, por favor, ir embora?

Grace revirou os olhos, entediada. –– Eu queria sentar e conversar com você, mas você não está aberta a uma conversa amistosa, portanto, eu serei direta.

Bliss cruzou os braços. –– Estou esperando!

Grace mordeu o lábio inferior antes de dizer: –– Justin é...

Hollie entrou no apartamento dando gritinhos e pulinhos histéricos, fazendo-a calar-se de imediato. –– Eu tive uma excelente ideia, Bliss.

Bliss sorriu de lado, colocando sua mão no ombro de Grace. –– Eu adoraria continuar em minha porta às... –– Bliss olhou para o relógio em seu pulso antes de completar: –– Nove da manhã, para que pudéssemos terminar nossa ótima conversa, mas você vê? Hollie teve uma excelente ideia.

Bliss não esperou a resposta da loira para fechar a porta em sua cara. –– Que merda, Hollie. O que você quer às nove da manhã? Tudo bem, você me livrou de uma conversa estranha e tediosa, então eu agradeço. 

Hollie soltou um risinho travesso. –– De nada. Agora, escute, minha mãe deixou Wendy sob os meus cuidados.

–– Quem é Wendy?

Hollie sorriu de orelha a orelha antes de responder: –– Wendy é uma cadelinha, Bliss.

Bliss jogou-se no sofá, chamando-me com o dedo indicador, o que me fez detestá-la. Mas eu fui até ela antes que pudesse me parar. –– Entendi, mas por que está tão animada?

Hollie sentou-se no outro sofá antes de olhar em minha direção: –– Ele vai adorar conhecê-la, quem sabe não procriam?

O que?

Bliss sentou-se de imediato. –– O que?

–– Wendy é uma Husky Siberiano. –– Hollie soltou gritinhos e bateu palminhas histericamente de novo, o que me fez rosnar baixinho, transtornado. –– Admita, eles ficariam bem juntos.

–– Hollie, você ficou louca? –– Bufou. –– J vai fazer ela em pedacinhos em três segundos. 

Hollie rolou os olhos. – Nós não vamos saber se não tentarmos. Por favor, Bliss.

Bliss assentiu a contragosto. –– Você venceu.

Merda, penso, isso só pode ser uma brincadeira, uma brincadeira de muito mau gosto, de fato.

Hollie saiu do apartamento, com um sorrisinho de merda em seus lábios. Ao menos alguém está feliz, penso, voltando a rosnar baixinho, com a ideia infantil de que, se eu não fizer barulho, então elas não me notariam escondido atrás do sofá.

Infelizmente, ela voltou tão rápido quanto saiu, e em suas mãos estava uma corrente rosa, a qual segurava com firmeza entre seus dedos finos, para que a cadela não entrasse afobada, o que fora um fracasso, pois ela me vira espiando e viera ao meu encontro, no entanto, felizmente, a loira firmou a corrente em sua mão, puxando-a para trás, obrigando-a a ficar no lugar.

–– Hollie, você quer mesmo arriscar?

Hollie estava, com toda a certeza do mundo, tentando fazer-me odiá-la e estava obtendo sucesso ao estar determinada a colocar-me nesta situação extremamente constrangedora, como se eu não tivesse sido humilhado o bastante. O que é um pote de sache para cachorro perto de uma cadela, colocada em minha frente, para que possamos procriar? Não há nada mais humilhante, penso.

Bliss por sua vez, ainda que relutante, não movia sequer um músculo para livrar-me desta situação, o que me deixava cada vez mais transtornado, afinal, ela, como minha suposta dona, deveria se impor.

–– Eu não acho que é uma boa ideia, Hollie.

Hollie bufou. –– Deixa de ser chata, não vai acontecer nada.

–– Eu não estou sendo chata. –– Bliss cruzou os braços antes de continuar: –– Mas Wendy é uma cadela... –– Disse como se fosse motivo suficiente para que ela desista, mas não é. –– J é um lobo!

–– E daí? –– Deu de ombros. –– Você vê como eles são parecidos?

Para o meu desespero, ela soltou a cadela, que correu em minha direção, sentando-se em minha frente, como se não tivesse certeza se era ou não bem vinda e não era, de fato, mas com tudo, ela balançava o rabo, atenta aos meus mínimos movimentos, como se esperasse que eu aproximasse-me, o que não aconteceria, é claro.

Infelizmente, ela tentou uma aproximação, da qual não tive sorte em conseguir me afastar a tempo, fazendo-a encostar-se a mim, o que me fez recuar de imediato. Que saco, penso, enquanto tento inutilmente manter-me em uma distância razoável da mesma, consequentemente, rosnei e lati ferozmente para a cadela, impondo-me.

Hollie colocou a corrente na coleira da cadela, puxando-a para longe de mim. Obrigada, penso, com sarcasmo, afastando-me delas, claramente aborrecido com tamanha humilhação. Ainda que na pele de um lobo, eu deveria ser respeitado.

–– Eu disse que não era uma boa ideia. –– Bliss lamentou, sentando-se em minha frente e tocando o meu focinho com o dedo indicador, em uma caricia um tanto quanto gostosa, da qual tratei de desviar assim que percebera o quão submisso tornei-me diante da mesma, como se o seu toque pudesse me levar do inferno ao paraíso. –– Ele só precisa de mim, não de Wendy.

Eu me tornava completamente submisso diante de seus carinhos, como se, no fundo, eu precisasse deles para sobreviver, o que não era verdade, afinal, eu sequer me importo com ela, mas acho que minha gratidão, a qual não sabia que possuía, é que me faz deixá-la se aproximar tanto de mim, no entanto, de qualquer forma, depois disso, eu terei de ir embora e, no final das contas, ainda que eu odeie admitir, ela estava certa e isso, precisar de alguém, mais do que qualquer coisa, me assustava e fora o motivo de todas as minhas fugas, pois, com toda a certeza do mundo, isso não é uma coisa da qual estou pronto para lidar e, para ser honesto, eu não acho que um dia vá me sentir pronto.

–– Sabe... –– Bliss colocou uma mexa de cabelo atrás de sua orelha antes de continuar: –– Eu queria que você fosse humano.

Eu poderia ter virado o rosto, ignorado ou, melhor ainda, ter me afastado, claramente com o intuito de mostrar não me importar com suas vontades, mas meu coração bateu tão forte que não fui capaz de me mover, completamente sem reação, de fato.

Não deveria ser assim, penso, não foi assim que eu planejei.

–– Por quê? –– Hollie cruza os braços, confusa. –– Por que queria que ele fosse humano? Não faz sentido.

–– Você tem razão, não faz, mas eu sinto. –– Bliss passou as mãos em seu rosto antes de rir baixinho. –– Seria incrível ver um humano com olhos neste tom de castanho como os dele, não seria?

–– Olhos não me atraem. Bem, nada em um homem me atraí, exceto o pênis deles. –– Hollie deu de ombros. –– Homens são desprezíveis.

–– Qual é, você está generalizando. –– Bufou. –– Nem todos os homens são desprezíveis. Você só não deu sorte em conhecer um que não fosse, mas isto não significa que todos os homens do mundo sejam desprezíveis.

Hollie riu como se acabara de escutar uma piada. –– Eu só acredito vendo, Bliss. 

Após uma hora, eu senti a mesma dor de quando estava sendo transformado em lobo, minhas pernas, ou melhor, minhas patas, me traíram, minhas vistas escureceram e senti como se todos os meus ossos estivessem sendo quebrados, resultando em uma bela crise asmática e, de repente, eu tinha pernas de novo.


Notas Finais


❖ SOBRE A CRÍTICA DO CAPÍTULO ANTERIOR ❖
Duas meninas criticaram a minha escrita, o que eu aceitei numa boa, afinal, sempre terá quem critique ou queira criticar, com tudo, não critica por medo da resposta, pois há autores que não aceitam críticas, mesmo que construtivas, mas tudo bem para mim, como eu disse, comentários, sejam de elogios ou críticas, sempre serão bem vindos.
Elas disseram que minha escrita é muito certinha, coisa que não mudará. Na verdade, eu acho que elas só disseram isso porque foi meio chocante ver o ponto de vista de um menininho de oito anos tão sábio e adulto, mas, por favor, é uma coisa tão normal, como por exemplo, minha prima de oito anos aprende inglês e em uma escola pública, então se uma criança é capaz de aprender outro idioma porque não seria capaz de aprender palavras, que como uma delas disse, difíceis?
Justin teve uma educação muito rígida e, além disso, a fanfic não se passa no ano atual, mas ainda não estipulei um ano.
Tudo o que aconteceu foi necessário, inclusive.

❖ DÚVIDAS SOBRE O CAPÍTULO ANTERIOR ❖
Pessoal, em todas as notas finais, eu coloco e explico todas as dúvidas dos leitores. Por quê? Bem, sei o quão ruim é continuar lendo uma fanfic com aquela duvidazinha chata, portanto, não custa nada explicar, não é? Mas, felizmente, todas as dúvidas parecem ter acabado, pois nos comentários anteriores vocês disseram coisas como “agora está tudo muito bem explicado” “entendi tudo” e etc.
Você ainda tem dúvida? Deixe-a nos comentários.

❖ GRUPO NO WHATSAPP ❖
Uma menina me chamou no privado e me deu essa ideia, o que vocês acham? Em minha opinião, um grupo no whats de SV seria ótimo, afinal, nele seriam tiradas todas as suas dúvidas, acima de tudo, nós nos conheceríamos melhor. Mas o que um não quer, dois não faz, né?
Se concordarem com ela, aí pedirei o número de vocês no próximo capítulo, não neste.

❖ COMENTEM ❖
Leitores fantasmas, por favor, apareçam :-(


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