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História Save Me - Fascination.


Escrita por: fa1th

Notas do Autor


EU DESISTI DE SAVE ME? EXPLICAREI NAS NOTAS FINAIS.
GENTE, É SÉRIO, LEIAM AS NOTAS FINAIS, SENÃO NÃO VÃO ENTENDER MUITA COISA!
GENTE, É SÉRIO, LEIAM AS NOTAS FINAIS, SENÃO NÃO VÃO ENTENDER MUITA COISA!
GENTE, É SÉRIO, LEIAM AS NOTAS FINAIS, SENÃO NÃO VÃO ENTENDER MUITA COISA!
GENTE, É SÉRIO, LEIAM AS NOTAS FINAIS, SENÃO NÃO VÃO ENTENDER MUITA COISA!
GENTE, É SÉRIO, LEIAM AS NOTAS FINAIS, SENÃO NÃO VÃO ENTENDER MUITA COISA!
GENTE, É SÉRIO, LEIAM AS NOTAS FINAIS, SENÃO NÃO VÃO ENTENDER MUITA COISA!
GENTE, É SÉRIO, LEIAM AS NOTAS FINAIS, SENÃO NÃO VÃO ENTENDER MUITA COISA!
GENTE, É SÉRIO, LEIAM AS NOTAS FINAIS, SENÃO NÃO VÃO ENTENDER MUITA COISA!
GENTE, É SÉRIO, LEIAM AS NOTAS FINAIS, SENÃO NÃO VÃO ENTENDER MUITA COISA!
GENTE, É SÉRIO, LEIAM AS NOTAS FINAIS, SENÃO NÃO VÃO ENTENDER MUITA COISA!
GENTE, É SÉRIO, LEIAM AS NOTAS FINAIS, SENÃO NÃO VÃO ENTENDER MUITA COISA!
GENTE, É SÉRIO, LEIAM AS NOTAS FINAIS, SENÃO NÃO VÃO ENTENDER MUITA COISA!

Capítulo 8 - Fascination.


PREVIOUSLY

Bliss Montgomery – Point Of View

Eu vou dançar. Tudo bem?

Tudo bem? Não, não de verdade, penso, com tudo, balanço minha cabeça para cima e para baixo, confirmando, mas ela é burra demais para perceber que estou quase subindo no palco, tirando o microfone da mulher cantando para perguntar o que há de errado com todo mundo ali, no bar, que dão risada em uma conversa, canto ou dança, como se não possuíssem nenhum problema, o que me deixa completamente indignada, afinal, eles lidam tão facilmente com os seus problemas e eu, definitivamente, não sei – ainda que tente – fazer o mesmo.

Apesar de aborrecida, não é como se eu quisesse vê-los como eu, perdida, longe disso, tudo o que quero é saber como eles lidam tão facilmente com os problemas, mas tudo bem, o barulho deles não me incomoda, pois o barulho maior está dentro de mim.

Batuco os meus dedos na mesa de madeira e fecho os olhos, tentando concentrar-me na melodia da música, mas minha tentativa é falha, pois me sinto terrivelmente ridícula ao lembrar-me de que saí do bar e olhei em volta como quem não quer nada, o que não era verdade, eu queria, é claro, com tudo, o que teria feito se tivesse o encontrado?

–– Bliss? –– Conto até três antes de virar e sorrir para o homem. –– O que está fazendo aqui?

–– Como assim o que estou fazendo aqui, Henri? –– Ri baixo. –– Eu não devo satisfação a você.

–– Você tem razão. –– Ele levantou as mãos em rendição. –– Está sozinha?

–– Não. –– Bufo. –– Sim.

–– Ótimo. – Sorriu. –– Não está mais sozinha.

Sorrio de escárnio. – Eu prefiro ficar sozinha.

Ele revirou os olhos. –– Será que você pode trancar a sua cadela interior, por favor?

–– Você não disse isso!

–– Bem, eu disse. –– Deu de ombros. –– Como você está?

–– Henri!

–– Você quer um pedido de desculpas?

–– Eu quero que você vá embora.

Ele bate na mesa, aborrecido. –– Porra, será que é pedir muito uma conversa civilizada com você?

–– Henri... – Sorri em deboche antes de dizer: –– Tudo bem, sobre o que você quer conversar?

–– Bliss! –– Ele passou as mãos no cabelo, puxando-os. –– Eu só quero minha amiga de volta!

–– Com licença? –– Sorriu. –– Eu sinto muito em interromper, mas é importante. Uh, eu ia esquecendo, meu nome é Amélia, mas pode me chamar de Wendy.

Wendy é nome de cadela, penso. –– Oi?

–– Eu... –– Ela mordeu o lábio inferior antes de dizer: –– Eu vi você com um lobo.

Mordo o lábio inferior, nervosa. –– Não, você não viu.

–– Fique calma, eu não vou tentar tirá-lo de você. Mas ele não está com você... –– Pausou. –– Ele está comigo.

Levantei-me, ficando em sua frente. –– Como é?

–– Você vai mesmo se colocar na minha frente como se fossemos duas adversárias? –– Ela sorriu de escárnio. –– Eu acho melhor sabermos usar o tom de voz para que tenhamos uma boa conversa, você não acha?

–– Certo. Você tem razão. – Suspirei fundo. –– Eu estava desesperada atrás dele, então... Me desculpe.

–– Tudo bem. – Ela deu de ombros. –– Você pode ir buscá-lo? Eu estou atrasada para um compromisso.

–– É claro.

Henri segurou o meu pulso, fazendo-me olhá-lo. –– Você não vai me deixar sozinho, não é?

–– Henri... – Mordi o lábio inferior, soltando-o em seguida. –– Ele é importante para mim!

–– Isso significa que... – Sorriu em deboche antes de continuar: –– Eu não sou importante?

–– Você é. Eu não lembro, mas sinto. –– Pausei. –– Você tem sido um filho da puta, então não me peça para escolher entre os dois porque escolherei ele, não você.

NOW

Justin Bieber – Point Of View

Meu eu, tão frio e cínico, torna-se tão quente e manso diante dela que, sinto uma vontade absurda de sair correndo, temendo ficar e acabar flexibilizando os meus conceitos – ou abandonando-os de uma vez – para tê-la ao meu lado, o que é terrivelmente assustador, pois eu nunca quis ter uma mulher ao meu lado, exceto quando queria transar com elas e, agora, quero apenas tê-la ao meu lado, por incrível que pareça, sem segundas intenções, o que é irônico porque ela tem tudo o que mais odeio em alguém, mas, como é nela, acho aceitável e ridiculamente bonitinho.

Por que diabos estou pensando no quão bonitinho é vê-la fazer o que detesto? Que tolice, penso completamente irritado antes de ver uma mulher aproximar-se de mim, como se possuíssem um segredo, do qual não tenho conhecimento, de fato, mas ela decide compartilhá-lo ao proferir ao dizer em alto e bom som: –– Eu queria que você fosse humano.

Ela merecia um soco no meio da boca, penso e em seguida balanço minha cabeça de um lado para o outro, espantando este pensamento violento, do qual sou totalmente contra – violência contra as mulheres não é minha praia, ainda que as odeie – antes de rosnar baixinho, aborrecido. Afinal, mesmo que eu ame ser humano, não queria ter de passar por isso de novo. Quem em sã consciência iria querer sentir como se todos os ossos estivessem sendo quebrados?

Ela voltou com um sorrisinho divertido em seus lábios e duas sacolas em cada mão, ajeitou as mesmas no chão e sentou-se no caixote de madeira, como se fosse o melhor dia da sua vida, o que era muito improvável.

Finalmente, a transformação acontece.

Coloco minhas mãos em meu pênis, escondendo-o dos olhos ávidos da mulher maluca em minha frente, que tinha conhecimento sobre mim e o feitiço, o que a faz rir como se acabara de escutar uma excelente piada. –– Você é muito bonito.

Bufo. –– Eu sei.

Ela morde o lábio inferior após dizer: –– E convencido.

– Como sabe sobre o feitiço?

Ela assente, como se acabara de lembrar-se do porquê de estar ali, no beco, em minha frente. –– Há muito a falar. Mas não neste beco, bonitão. –– Ela aproxima-se, tira as minhas mãos no meu pênis e coloca as sacolas nas mesmas, analisando-me de cima a baixo. – Comprei roupas para você.

–– Ótimo!

Depois de vestir-me, ela estende sua mão para mim, que seguro, balançando-a para cima e para baixo, em um cumprimento. –– Meu nome é Amélia.

–– Justin.

Ela assente. –– Eu sei.

Franzo a testa. –– Como?

Deu de ombros. –– Não vem ao caso. Há muita coisa que você não sabe sobre o feitiço. Coisas que, mais cedo ou mais tarde, o colocarão em situações constrangedoras e humilhantes.

Encolhi os ombros. –– Não sou acostumado com situações constrangedoras e humilhantes.

Ela riu, assentindo. –– Não se preocupe, eu vou ajudá-lo.

Cruzei os braços. –– Você... Não... Eu... Obrigada.

–– De nada. – Sorriu de lado. –– Mas você ainda me deve um pedido de desculpas.  

–– O que?

–– Como assim o que? Minha dona nos apresentou, mas você não foi muito receptivo. –– Bufou. –– Não era como se eu fosse comer você, ao contrário, quem poderia me comer era você.

–– Do que você está falando?

Ela ficou em silêncio, pensativa. –– Se você tivesse tentado... Eu estaria o odiando. Não que eu não queira transar com você, mas prefiro você humano, não lobo.

Arregalei os olhos. –– Você... Não... Como?

Ela riu, puxando-me. v Vamos, por que está tão surpreso?

–– Você é uma cadela!

Ela olhou-me, ofendida. –– Não me chame assim. Se for se referir à forma que fui condenada a ser, chame-me de Wendy.

Passei as mãos no cabelo, puxando-os. –– Eu prefiro Amélia.

Ela assentiu. –– Se importa de chamar-me de Wendy?

Parei de caminhar, olhando-a, completamente intrigado. –– Por quê?

Assim como eu, ela parou de caminhar, colocando suas mãos em sua cintura. –– Porque tudo o que eu conhecia mudou... –– Ela desviou os olhos dos meus antes de sussurrar: –– E todos que conhecia morreram.

Mordi o lábio inferior. –– Eu não entendo.

Ela forçou um sorriso. –– Quantos anos você acha que eu tenho?

–– Dezenove?

Ela balança sua cabeça de um lado para o outro, negando. –– Tenho quatrocentos anos.

Bufei. –– Você é ridícula!

Assim como eu, ela bufou. –– Eu não estou brincando. No mesmo instante em que somos amaldiçoados, nós paramos de envelhecer, mas o restante do mundo continua envelhecendo, e fora assim que vi todos que conhecia morrer. 

Permaneci em silêncio, o que a fez continuar: – Por que fora amaldiçoado? Se você não conta, conto eu, então. Há quatrocentos anos, como eu disse, eu tinha uma vida excelente, mas eu era uma adolescente burra, sim, uma adolescente. Eu tinha dezoito anos quando perdi o que achei que nunca fosse perder. É uma bosta, não é? Perder o que achávamos que teríamos para sempre. Enfim, eu mexi com as pessoas erradas. Não sabia no que estava me metendo, achei que podia fazer o que quisesse e sairia ilesa, mas desde que mundo é mundo, aqui se faz, aqui se paga. 

–– O que fez para ser amaldiçoada?

–– Me chamavam de sereia... –– Riu, recuperando o humor. –– Eu encantava a todos os homens ao meu redor, com isso, a cidade acabou chamando-me de sereia, como as lendas ridículas de sereias encantando e hipnotizando os pescadores, sabe? Eu achava ridículo, é claro, mas amava ter os homens aos meus pés, contudo, eu não amei nenhum deles, consequentemente, as mulheres odiavam-me.

Suspirou fundo antes de continuar: –– Elas me ameaçavam, diziam coisas horríveis, mas se elas eram ruins, eu era mil vezes pior, mas uma delas, que perdera seu noivo para mim; a famosa sereia... –– Ela piscou. –– Amaldiçoou-me.

–– Você nunca quebrou o feitiço. –– Passei as mãos em meus cabelos, puxando-os. –– Por quê?

–– Eu quebrarei o feitiço quando amar e não ser correspondida. Há quem me ame, mas é como há quatrocentos anos... –– Pausou, colocando uma mexa de cabelo atrás da orelha. –– Eles me amam, entretanto, eu não os amo. –– Bufou. –– Nunca é ao contrário. Que porcaria, não é?

Assenti, ainda em silêncio, o que a fez revirar os olhos. –– Agora, conte-me você, o que fez para ser amaldiçoado?

Contei o que ela queria saber, enquanto continuávamos caminhando até pararmos em um prédio. –– Após sete anos, ela voltou para se vingar. É uma ótima história para dormir, não é?

Ela riu, tirando um molho de chaves do bolso da calça jeans. –– Vamos subir?

Hesitei, mas acabei subindo e entrando em seu apartamento. –– Hollie sabe que você, a cadela dela, tem um apartamento melhor que o dela?

–– Em primeiro lugar, não me chame de cadela. –– Bufou. –– E em segundo lugar, não, ela não sabe, por que saberia?

Dei de ombros. –– Por que eu sei?

Ela passou as mãos no cabelo, bagunçando-os. –– Porque você é como eu, amaldiçoado. –– Ela apoiou-se em mim, com sua mão direita em meu ombro e a outra mão em sua bota, tirando-a e fazendo o mesmo com a outra, enquanto olhava-me com um sorrisinho malicio em seus lábios. –– Quando fora a última vez que transou?

–– Eu pensei que você me ajudaria com o feitiço, não com sexo. –– Segurei seus ombros, afastando-a. –– Eu estou muito bem, obrigada.

Ela riu, batendo palminhas. –– Você está apaixonado pela Bliss.

–– O que? Não! –– Bufou. –– É claro que não!

Ela cruzou os braços. –– Por que está recusando sexo, então?

–– Porra, o que você quer? –– Ela aproxima-se e acaricia o meu pênis, por cima da calça, com sua mão direita, enquanto a sua mão esquerda me puxa pela nuca, fazendo-me apertar os meus dedos em sua cintura fina e sussurrar, com as nossas bocas quase encostadas uma na outra: –– Me diz... O que você quer?

Ela passa a língua em seus lábios ressecados. –– Você.

Bem, agora, eu a queria também, penso antes de sermos interrompidos com alguém batendo na porta, o que a faz bufar e sussurrar: –– Que merda!

Ela espiou no olho mágico e virou-se, com a mão na boca, claramente nervosa. –– Quem é?

–– É Ryan.

–– Ryan? –– Quais as chances de ser o mesmo Ryan? Penso antes de questioná-la: –– Sobrenome?

–– Por que quer saber? –– Ela bufa antes de responder: –– Butler.

–– Merda! –– Passo as mãos no rosto. –– Ryan é meu amigo.

Ela cruza os braços. –– E daí? Nós não fizemos nada e, além disso, Butler e eu não temos nada, a não ser que sexo signifique alguma coisa para você.

–– Não significa nada para mim, mas significa para ele. –– Bufo. –– Eu vou tomar um banho e você... Não fale sobre mim. Se ele questionar sobre o barulho do chuveiro, fale que é para você.

–– Por que você está sussurrando? –– Ryan continua batendo na porta. –– Quem não deve, não teme.

Sorrio de escárnio. –– Porra, eu estou duro. O que você acha que ele vai pensar?

–– Eu adoraria termin...

–– Cale a boca!

Saio em busca do seu banheiro, deixando-a na sala e, uma vez que estou debaixo do chuveiro, aliviando-me, não é em Amélia que penso, é em Bliss.

–– Porcaria!

[...]

40 minutos.

Amélia senta-se no sofá, com um sorrisinho de lado em seus lábios, enquanto eu continuava com uma carranca. –– Qual é, por que não? É uma ótima forma de livrá-lo do risco de ser humilhado.

–– Por que não? –– Sorrio de escárnio. –– Não sei, talvez porque meu amigo está apaixonado por você e você esteja tentando transar comigo desde que coloquei os pés neste apartamento.

–– Eu quase consegui. –– Riu, deitando-se no sofá, com os braços atrás da cabeça. –– Ryan, como sempre, é um estraga prazeres.

Reviro os olhos. –– Eu não quero saber sobre a sua relação conturbada com o meu amigo.

–– Você não quer saber sobre minha relação com ele, mas eu quero saber sobre a sua relação com Bliss. O que sente por ela?

Bufo. –– De novo isso?

Riu baixinho, sentando-se. –– Eu não entendo... Você está a um passo da sua libertação, então por que não admitir e lutar por isso? Não é como se o amor fosse um bicho de sete cabeças!

Ri de escárnio. –– O que você sabe sobre o amor?

Ela ficou em silêncio, pensativa. –– Para ser sincera, nada muito relevante, mas mesmo nunca tendo amado, sei que o amor não é um bicho de sete cabeças e que, se eu fosse você e o amor fosse a minha liberdade, então eu abriria mão de tudo, admitiria e lutaria por ele. Você não sabe o que é viver quatrocentos anos vendo tudo mudar e as pessoas que você conhece morrer. 

Suspirei fundo. –– Você não entende.

Assentiu. –– Mas você, sim, então vença os seus medos ou eles os vencerão.

20 minutos.

Seus olhos cheios de expectativas queimam em minhas costas, mas não estamos em um filme de romance, consequentemente, não há um final feliz, se houvesse, não acho que faria diferente, pois romance nunca fora o meu forte, então continuarei com a minha armadura, mesmo ela sendo – é difícil admitir – uma âncora, tentando arrastar-me para baixo, para o meu passado, o qual eu não quero voltar, ainda que aceitá-lo seja o começo da minha libertação.

Escoro-me na parede, terrivelmente cansado. –– Talvez eu viva quatrocentos anos como você.

Ela riu sem humor. –– Então, é isso? Você desiste porque lutar é assustador e requer esforço? Bem, vivemos em um mundo de merda, onde não há muita esperança.

Sorri de escárnio. –– Belas palavras!

Deu de ombros, levantando-se do sofá. –– Sua transformação acontecerá em quinze minutos, ficará em meu apartamento enquanto ser um homem, ao contrário, ficará com Bliss.

Bufo. –– O que?

Sorriu em deboche. –– Não me leve a mal, eu não sou muito fã de cachorro, quem dirá de um lobo cinzento.

Ela rodeou a mesinha de centro de cabeça baixa, como quem não quer nada, antes de olhar em minha direção e elevar os lábios em um sorriso divertido, o que me faz bufar e meu subconsciente sentar-se de braços cruzados, irritado. –– Quatro transformações são o suficiente, então não ouse me trazer de volta!

Ela riu, recuando, sem tirar o seu maldito sorriso de eu-tenho-um-segredo dos lábios, o que me faz bufar ainda mais irritado – se for possível, é claro, pois creio que estou em meu limite.

Para o meu azar e total descuido, ela saí do apartamento, trancando-me no mesmo. –– Merda!

Fechando duas horas, eu voltara a ser um lobo cinzento.

Sei aonde ela fora, mas estou cansado o suficiente para não protestar, ainda que isto seja o que mais quero fazer, afinal, que direito de merda ela tem para escolher por mim? Nenhum. Mas se uma transformação é dolorosa e cansativa, quem dirá quatro. Contudo, aceito – mesmo não concordando.

Amélia entrara em minha frente em menos de trinta minutos, com um sorriso maldoso em seus lábios antes de chamar, com o dedo, a mulher que não me deixara sozinho, o que era completamente importuno – ainda que me livrasse dos fantasmas do meu passado. Afinal, mesmo na pele de um lobo, eu ainda sou eu; um homem individualista, que preza sua independência porque, em minha opinião, as pessoas são como pássaros; eles pousam e, mais cedo ou mais tarde, voam.

–– Eu não sei nem o que dizer... –– Ela sussurra, mas não me dou ao trabalho de olhá-la. –– Se não fosse você... Bem, eu não acho que teria o encontrado. Então, obrigada.

Meu subconsciente me encarava de braços cruzados, acusando-me de fraco e covarde em alto e bom som, deixando-me acanhado, pois ele – é difícil admitir – estava certo.

Para ser franco, eu tinha um plano, e estava convicto de que daria certo, mesmo todos me diziam o contrário porque na vida, como em uma corda, nós só encontramos o equilíbrio se ela estiver em linha reta, o que é impossível se só você estiver segurando a ponta da mesma, mas mesmo ao me dar conta disso, eu ainda sou eu, cheio de defeitos e com um histórico de erros surpreendentemente grande.

–– Eu... –– Bliss mordeu o lábio inferior e abaixou-se em minha frente antes de acariciar minha cabeça, fazendo-me fechar os olhos, o que faz com que eu odeie a nós dois e, é claro, o destino, pois ele, de vez em quando, decide por nós. –– Eu senti sua falta, companheiro.

Ela continuou me olhando, com um sorrisinho terno em seus lábios bem desenhados, como se visse o que há escondido por trás da maldição e soubesse que eu não retribuiria – pelo menos, não ao seu entusiasmo. Mas eu retribuí da melhor forma possível, que fora a afastando de mim.

–– Vamos para casa.

Eu não tinha outra escolha, a não ser atacá-la como um verdadeiro lobo, o que está fora de cogitação, considerando que, diferente de quando eu não estava sob uma maldição, eu não a machucaria, pois repugno ser como minha mãe fora, sem coração, que morreu antes de morrer. Por fim, aprendi que todos nós fomos machucados e que não devemos, em hipótese alguma, machucar outrem porque a dor de quando fomos machucados ainda continua intacta, nos sufocando até desistirmos, ou até aceitarmos acolhê-la em nossa vida da melhor forma possível; seguindo em frente, pois nada dura para sempre.

[...]

Parte de mim, tão congestionada, não está disposta a mudar os seus costumes, mas ignoro-a, pois o que me liberta é meu pior pesadelo, consequentemente, escolho a outra parte, mais sensata – ainda que me deixe aprisionado–, e que a libertará de mim.

–– Ei, você... –– Bliss caminha até mim e senta-se em minha frente. –– Por que você não está comendo? –– Ela acaricia a minha cabeça, com um sorrisinho terno em seus lábios. –– Eu queria que você fosse hu... –– A campainha toca, interrompendo-a, o que me deixa aliviado, afinal, a última coisa que eu queria era ser transformado, pois escolhi ser um lobo cinzento, a quem eu era; um homem escuro e cheio de marcas. –– Porcaria!

Quando ela volta, ela está com uma carranca em seu rosto e os braços cruzados. –– Henri é mesmo um bosta. É sério, eu não aguento mais! Eu queria que você fosse humano, assim me faria um favor, dando uma surra nele!

Porra!

Porra!

Porra!

Por favor, Seja-lá-quem-tenha-criado-o-feitiço, não é necessário que eu me transforme em uma hora. Ela não estava falando sério!

Meus pensamentos foram interrompidos pelo desespero que crescia dentro de mim. Afinal, ela voltou a sentar-se em minha frente, e não dava nenhum sinal de que sairia de perto de mim antes que a transformação aconteça, o que me dava náuseas, pois, se ela continuasse em minha frente, eu seria descoberto e, agora, eu vejo que a última coisa que quero é que ela me olhe com raiva e que me expulse de sua casa, a qual se tornou o meu lar, não por ter um teto em minha cabeça, mas por ela.

–– Seriamos uma boa dupla. –– Ela tentou tocar em mim, mas recuei, fazendo-a recolher sua mão e franzir a testa. –– O que há de errado?

Ah, se você soubesse, penso.

–– Você acha que não seriamos uma boa dupla, é isso? –– Ela passou as mãos no cabelo antes de continuar: –– Ou você está com fome? Normalmente, eu fico assim quando estou com fome... –– Ela coloca um prato no chão, com uma carne mal passada, que era a melhor comida que tivera desde que me tornei um lobo cinzento. –– Agora, espero que fique de bom humor.

É claro que sinto falta de comer do bom e do melhor, mas vê-la mimar-me, como se eu fosse o seu cãozinho de estimação quando, na verdade, sou um homem amaldiçoado – e odiado por ela – na pele de um lobo cinzento, é cômico e – é difícil admitir – assustador. 

–– Você é um lobo. Tecnicamente, eu deveria ter medo de você. –– Sussurra, acariciando o meu pelo. –– No entanto, ao contrário, você me fascina.

Sinto o meu coração aquecer com suas palavras, e percebo então que, como ela, sinto-me fascinado, também, o que de fato não estava em meus planos.

Não deveria ser assim, penso, vendo-a sair da minha frente, deixando-me sozinho com a minha mente turbulenta – e perturbada.

30 minutos depois, a transformação aconteceu.

–– Eu vou dar uma volta, mas... –– Bliss entra na sala e fica em silêncio, com os olhos arregalados. –– O que... Você... Como...

Merda! Merda! Merda!

–– Você está nu em meu apartamento... –– Ela sussurra incrédula antes de questionar-me: –– Por que diabos você está nu em meu aparta... Ou melhor, como você entrou em meu apartamento?

Engulo em seco. – Eu posso explicar.

–– É mesmo? –– Ela segura minha corrente e a puxa, fazendo-me dar um passo em sua direção. –– Como você conseguiu isso?


Notas Finais


Antes de tudo, não é mais a Danielle que faz a Bliss. Quem faz a Bliss, como viram no banner do capítulo, é a Miranda Kerr e, mais uma coisinha sobre o capítulo, a corrente, que ela perguntou como ele conseguiu, é obviamente, a corrente que falei nos capítulos anteriores, com a inicial do nome do Justin.

❖ AVISO ❖
Eu sei que demorei a atualizar e que vocês não estavam acostumados a isso, afinal, eu atualizava toda semana, mas muita coisa aconteceu na minha vida e, não vou mentir, quase foram o motivo da minha desistência.
Minha última atualização foi na véspera de natal e, então, tudo desandou. Primeiro porque eu e minha família tivemos de aguentar uma morte e uma notícia ainda mais chocante, que foi de que a pessoa seria colocada junto com a minha avó, que até hoje não nos caiu à ficha de que ela morreu, é como se ela ainda fosse voltar, e saber que iriam exumar o corpo nos quebrou de vez.
Segundo porque eu estava me dedicando ao meu curso, que estava muito puxado, e terceiro porque tenho um bebê para cuidar, então, sim, eu pensei e quis desistir da fanfic inúmeras vezes, mas não seria justo com vocês, que me acompanham e comentam.
Enfim, eu voltei, com um baita capítulo, e espero do fundo do coração que gostem e que comentem, demonstrem consideração por mim, tanto quanto eu tenho por vocês sz

❖ DÚVIDAS ❖
Se vocês tiverem uma, duas, três ou mais dúvidas, NÃO TEM PROBLEMA, deixe nos comentários, que no próximo capítulo virei com todas as suas dúvidas explicadinhas, com todo amor e carinho, pois sei que é uma merda não entender uma partezinha de alguma fanfic.

❖ COMENTÁRIOS ❖
Eu li todos os comentários do capítulo anterior e amei todos. É serio, agradeço muito a vocês, que me acompanham, e peço para que os leitores fantasmas apareçam, pois agora, mais do que nunca, isso é muito importante :(


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