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História Save me - Cap. 2


Escrita por: synystrona

Notas do Autor


Gente, desculpem a demora...Estou cheia de coisa da faculdade aí tô meio loucaaa!
Enfim, boa leitura!
Ps: por favor, se puderem comente pra eu saber se estão curtindo, bjos!

Capítulo 2 - Cap. 2


 

 

Aprox. 1995 

 

O resto do ano na oitava série fora tranquilo, às vezes eu via aqueles dois meninos e apenas dava 'oi' para eles e nada mais. Via o tal do Brian (o que havia batido em mim) com algumas garotas... é, ele vivia rodeado delas. Às vezes eu me pegava pensando nele, que estranho, eu nem o conhecia direito e pelo pouco que conhecia...  

O típico garoto ''problema''! Esse definitivamente era o Brian! Vivia metido na diretoria com aquele seu amigo, o  Jimmy. Sempre pichando algo na escola ou quebrando coisas, pego com bebida alcóolica na bolsa, cigarro ou com problemas com as garotas. E quando lembro disso, torno a lembrar que ele só tinha 14/15 anos. Eu definitivamente não podia me apaixonar pelo Brian, primeiro porque ele nem me notaria, é nunca me notaria! Eu era o tipo de garota tímida, magricela, do cabelo liso e que andava com caderninho para cima e para baixo. Sem mencionar meu estilo, que não era um dos melhores apesar de eu gostar de moda, eu não tinha muito dinheiro e só tinha 14 anos, dependia de meus pais não podia fazer simplesmente o que quisesse. E em segundo lugar, meu pai me MATARIA se eu aparecesse com um garoto feito o Brian, ele quase não deixou a Val namorar o Matt, que também era uma maravilha de garoto (ironia), eles eram conhecidos por aprontar muito na escola e sim, eles se conheciam e se juntavam pra isto. Naquele ano fora basicamente a mesma coisa, Jack, Val, Matt e eu. A única diferença era que eu reparava e me preocupava muito com esse tal de Brian, e eu não gostava nada disto. Tentava evitar pensar nele o máximo, e assim, se foi mais um ano. 

(...) 

Estávamos no ensino médio, é, eu não estava empolgada, mas não era tão chato quanto eu achei que seria. É, era até legal. Jack, Val, Matt e eu estudávamos agora na mesma sala, e isto sim, era maravilhoso! E se você está se perguntando se o Brian estudava também eu te respondo: - Não! Não estudávamos na mesma sala, não mais. Às vezes eu passava semanas sem vê-lo apesar de estarmos na mesma escola e achava que todo aquele sentimento estranho havia cessado... Até que o via novamente. Certo dia quando menos esperava eu o vi, havia passado duas semanas inteiras perguntando por ele, mentalmente claro. Quando finalmente o 'esqueci', ele apareceu. Estava com uma camisa de banda, recordo bem o nome era Misfits. Eu tinha olhado rápido, mas eu era detalhista. Seu cabelo estava bagunçado (como sempre) e com uma calça cheia de bolsos e uma corrente pendurada ao lado. Eu estava no meu armário pegando um livros e assim que acabara de o fechar lá vem o Brian... 

Ele passou por mim me olhou e deu um leve sorriso, levantou a cabeça meio que num cumprimento tipo: e aí?! E eu levantara uma mão segurando tudo que havia pego na outra, dei um 'tchauzinho' e um sorriso tímido. Nós havíamos nos falado em silêncio. Quando dei por mim ele já havia sumido no corredor e minhas pernas estavam trêmulas. Meu Deus, por quê isto estava acontecendo? Fiquei ali por alguns segundos até que Jack me tirou do transe quase gritando meu nome e batendo palminhas perto do meu rosto. 

 - Michelle! Ô, mulher! Cê tá louca? Foi abduzida?  - falou com o cenho franzido. 

- Oi, Jackie! Tô bem, foi nada demais não. - Falei calma.  

- Que cara é essa mulher? - ela indagou.  

- Nada, nada não, Eu só tava pensativa. - falei arrumando meus livros.  

- Aquele que passou aqui era o Brian? Aquele garoto que estudou com a gente? - perguntou me encarando.  

- Era. - falei depois de alguns segundos com a boca entre aberta. Jack me olhou estranho e fez uma careta. Ficamos em silêncio, até que ela retornou a falar.  

- Mich...  

- O que foi? - tentei disfarçar o máximo que pude.  

- Você tá afim do Brian? - ela me olhava com a sobrancelha levantada.  

- NÃO! Não, quê? Cê tá louca Jackie? Eu não! Ele é estranho, eu nem sei porque falo com ele ainda. Só por educação, óbvio. Cê tá louca, eu gostando do Brian, por favor! - falei tentando disfarçar meu nervosismo, mas claro ela percebeu e abriu um sorrisinho malicioso e disse:  

- Mich, Mich, Mich! VOCÊ TÁ AFIM DO BRIAN! - falou um pouco alto e deu uma risada batendo palmas no meio do corredor.  

- Jackie! Cala a boca! Eu não gosto dele! - falei batendo no seu braço. Ela esfregou o local fazendo uma careta.  

- Michelle, qualé, eu sou sua melhor amiga me fala a verdade. - começamos a nos deslocar para a sala.  

- Não tem nada para falar! - falei aborrecida. 

 - Tá bem! Não precisa se chatear! - falou dando de ombros. Entramos em sala.  

(...) 

Algumas semanas depois... 

 

Aquele ano havia passado rápido, alguns garotos davam em cima de mim e eu não dava muita bola. Agora ficava constantemente pensando no Brian, no dia em que nos 'falamos' e às vezes eu o via e sempre era assim. Nos cumprimentávamos, mas em silêncio. Eu gostava, mas era estranho. Me pegava pensando o porquê de ele ainda falar comigo. Sempre via ele com outras garotas, jamais falaria do meu sentimento por ele, JAMAIS! AI, CALMA, MEU DEUS, EU TÔ ASSUMINDO ISSO MESMO? Eu dizia pra mim em pensamento. Droga! Eu já havia aceitado. Mas torno a repetir, jamais diria pra ele. Eu não tenho chances. Nunca daríamos certo!  

Certo dia estava na fila do refeitório mexendo em minha bolsa, meu celular tocava insistentemente, cassei ele até que finalmente o achei. Uma mensagem. Jackie.  

Mich, como vc deve ter notado (espero que tenha, olha espero mesmo, haha) eu não fui à escola tô um pouco adoentada acho q é um resfriado. Mas, eu passo na sua csa hj se eu melhorar p batermos um papo. Bjs do BRIAN nessa sua boquinha, moreco! HAHAHAHA (n me mata, te amo) 

Bufei e dei um sorriso ao ler a mensagem, essa Jack é uma ridícula. Ela ainda me perturba com esta história do Brian, puta merda! Ela não para de me provocar nem mesmo por sms, imagina pessoalmente. Óbvio que eu nego o sentimento o tempo todo, ela havia dito na frente da Valary e eu fiquei mais vermelha que um tomate maduro e muito irritada, eu diria emputecida. Continuei a negar e as duas riam mais ainda. Quando dei por mim havia um garoto atrás de mim na fila, me virei para olhar, gelei na hora, era ele. Ele olhou para mim e sorriu. MEU DEUS QUE SORRISO LINDO, pensei comigo mesma, tentei disfarçar o máximo. Sorri meio sem jeito de volta. Achei que era só isso, até que:  

- Oi, tudo bem? - ele me olhava falando, e eu já havia virado para frente novamente. Virei para encará-lo bem sem jeito, mas mesmo assim o fiz. 

 - Oi, tudo sim e com você? - baixei a cabeça na tentativa de esconder que estava começando a corar.  

- Estou bem. Seu nome é Michelle, certo?! - MEU DEUS ELE LEMBRA O MEU NOME, fiquei sem reação por alguns segundos, ele me encarava esperando a resposta. 

 - Sim, meu nome é Michelle. E o seu é? - fingir não lembrar seu nome e ele me olhava um tanto confuso.  

- Brian, meu nome é Brian. - o olhei fazendo biquinho e fazendo sinal positivo com a cabeça.  

- Ah, é mesmo! Brian! Cadê aquele seu amigo? - nós estávamos nos servindo, só agora reparei que não havia guardado o celular, que acabara de cair  no chão, ele se abaixou para pegar, dei por mim que no meio do 'efeito Brian' eu não havia fechado a mensagem, pisei em cima dele antes que ele o pegasse, Brian me olhou confuso. Arregalei os olhos sem ter muito o que dizer apenas disse: Desculpa! E ele assentiu com a cabeça, peguei o celular e taquei dentro da bolsa. Virei novamente para a comida, até que de novo:  

- Do que a gente tava falando? - Brian não parava, eu gostava, mas já estava bem nervosa.  

- Na verdade, eu achava que você nem falava. - falei rindo, ele fez uma careta engraçada virando a cabeça um pouco de lado. Ri novamente.  

- Olha, eu acho que não sou mudo. Eu só acho, não tenho muita certeza. - falou gesticulando com uma das mãos fazendo careta novamente, eu ria um pouco mais e ele continuou a falar, agora sério: - Por que você achava isso?  

- Porque não trocávamos palavras - dei uma risadinha e olhei para baixo.  

- Mas agora, estamos falando, certo? - ele me olhava com uma sobrancelha arqueada.  

- Sim, estamos! - continuei a rir.  

- Espero que isto aconteça mais. - falou com um sorriso (LINDO) no rosto.  

- Eu também. - falei tímida sorrindo de canto. Chegamos ao final da fila para nos servir, estávamos cada um com seus devidos pratos já feitos. Fiquei sem saber o que dizer, até que o Brian quebrou novamente o silêncio.  

- Bem, vou indo. Até mais, Michelle! - ele fez uma carinha meio tristonha, mas percebi que era de 'brincadeira'.  

-Até mais, Brian! - eu sorri me despedindo. Fiquei olhando ele ir, eu estava mais que feliz por dentro, mas me mantive séria, me desloquei até a mesa que pretendia me sentar, o perdi de vista. Mal conseguia comer de tão eufórica, mas me forçava a ficar calma por dentro e a continuar comendo. O Brian havia conversado comigo, eu não acredito.  

(...) 

Nas semanas seguintes o vi mais que o comum, ele passava por mim e falava ''oi'', olhava para minha cara, ria e continuava a falar ''E isto é uma palavra!'', eu ria e respondia com um ''oi'' também, tentando esconder minha cara de boba. Ele era incrível, não parecia aquele garoto encrenqueiro que era sua fama na escola e no bairro. Durante o primeiro ano do ensino médio, era só isto que havia mudado.  

(...)  

No segundo ano, falávamos da mesma forma, às vezes rolava um ''tudo bem, contigo?'', mas era só isto. Na metade do ano iríamos a um baile de primavera, sei lá, as meninas que insistiram para eu ir, eu nem queria. Aceitei relutante, mas comprei uma porcaria de vestido, estava eu vestida nele para ir a esta tal festa. Me maquiei e arrumei o cabelo. E algumas semanas antes a Jack estava na minha casa me importunando:  

- Mich!- me virei para encará-la.  

- Oi! - falei olhando para ela.  

- Sabe que nesse tal baile precisamos de um par, né? - ela olhava pra mim.  

- Sim, e eu já disse trezentas vezes que não vou convidar ninguém! - falei fazendo cara de: ''olha o óbvio, fofa''.  

- Por que você não chama o Brian? - ela falou receosa.  

- Porque eu chamaria o Brian? - olhei para ela levantando a sobrancelha, um pouco irritada. 

 - Não tá mais aqui quem falou, heim?! Sei lá, só achei que, sei lá né! Mas já vi que falei merda. - falou levantando as duas mãos. Eu estava sentada na minha cama e ela na da Val, que tinha acabado de entrar no quarto e notou minha carranca.  

- Ih, Mich! Que cara é essa? - me encarrou indagando.  

 - Eu falei merda! - Jack disse fazendo bico e levantando as sobrancelhas.  

- Falou mesmo! - eu disse indignada.  

 - E que tipo de merda foi essa para você estar com essa carranca horrorosa aí? Pelo que te conheço...  

- Nem começa, Valary! Nem começa! - falei me levantando.  

- BRIAN! - as duas falaram em coro.  

- Ih, mano! Nem vem! - falei super p. da vida.  

- Michelle, por quê você não assume logo que gosta dele? - Jack falou me olhando e cruzando os braços.  

- Porque simplesmente não tem o que eu assumir, eu não gosto do Brian. Simples! - falei levantando as sobrancelhas e jogando as mãos para frente.  

- Porra, Mich! Nós somos suas melhores amigas e você continua mentindo. - Valy falava chateada e de braços cruzados também.  

- Caralho, eu não gosto do Brian! Pela milésima vez. Eu. Não. Gosto. Do. Brian. Entenderam? - falei séria.  

- Tudo bem. - responderam juntas e ficaram resmungando.  

- Eu só falei para ela convidar ele pro baile, só isso. - Jack olhava para Val e falava apontando para mim.  

- Eu acho que é uma ótima ideia! - Valy falava olhando para ela.  

- Puta que pariu! Eu não vou convidar o Brian, okay? Mas que merda! Porra! - sai chateada batendo a porta do quarto, elas prenderam a respiração por um segundo e depois começaram a dar risadinhas, conseguiram me irritar. Ouvi pela porta a Valy dizer: ''Ela com certeza gosta dele!'' e a Jack respondeu: ''Óbvio!'', o que me deixou 300 vezes mais irritada. Desci as escadas bufando e me atirei no sofá. Como você puderam perceber, meu vocabulário havia mudado um pouco, mamãe dizia que era influência da Valary, e de fato, acho que era. Eu estava menos paciente e um pouco mais solta, mas nem tanto. Preciso mencionar que a Valy e a Jack não sabia que eu e Brian trocávamos palavras, se soubessem seria pior que este inferno que fazem. Sempre nos falávamos quando não havia ninguém que conhecíamos por perto (...)  

Bem, voltando para o tal baile, chegou o ''grande'' dia. Estávamos arrumados, Valy com o Matt, Jack com alguém que nem sei quem é, e eu sozinha. Meu vestido era azul escuro e vinha até metade da coxa, tinha alguns brilhos, mas não muito. Fiz um penteado em que coloquei o cabelo todo para um lado solto. Minha make era básica, um preto esfumado no olho e um gloss rosado. Fomos ao baile. Chegando lá, estava até divertido, música legal, etc. Fiquei sozinha em um canto e os casais haviam desaparecido de perto de mim, sim, falo de meus amigos. Tinha bebida lá, eu tava tão chateada que resolvi beber. Nunca havia bebido na vida, dei o primeiro gole, é, de fato, esse troço não é ruim, falei a mim mesma. Perguntei a um garoto como era o nome daquilo ele me disse que era ponche. Legal, bebi uns seis copos já estava meio grogue encostada numa pilastra no canto do salão. Alguns meninos chegavam até mim e eu os ignoravam, eles logo iam embora. Uau, eu já estava no meu oitavo copo e jurava estar vendo coisas, pois quando me virei vi o Brian, sorri pra ele e acenei, ele pareceu não ver e quando dei por mim estava com uma garota, parou em uma pilastra em frente à que eu estava e começou a beijá-la. Aquilo foi como uma facada em meu peito, eu sempre via ele com garotas, mas nunca beijando-as. Não sabia descrever o que estava sentindo, senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, mas que droga, eu estava chorando deve ser essa merda de bebida. Esbarrei em uma garota, derrubando o resto do líquido que continha em meu copo, ela esbravejou e o Brian parou de beijar a garota e se virou para ver o que estava acontecendo, nossos olhares se cruzaram rapidamente, abaixei a cabeça em um movimento rápido para ele não perceber que eu estava chorando, nem me desculpei com a garota, apenas segui para fora. Sai dali o mais rápido que pude, pelo visto o Brian havia percebido o meu estado, pois quando eu estava já indo embora, sinto alguém segurar o meu braço e me virar. Era ele. Ele me encarou com o cenho franzido e eu abaixava a cabeça para que ele não notasse que eu estava chorando, ele segurou meu queixo e levantou minha cabeça para eu pudesse encará-lo, a contra gosto, fiz. Ali, havia apenas o silêncio e eu tentando conter minhas lágrimas que não cessavam. Até que ele perguntou:  

- Michelle, o que houve? - ainda segurando meu rosto.  

- Nada. - falei tentando abaixar a cabeça novamente, mas ele não permitia. Segurava meu rosto com delicadeza e ao mesmo tempo firmeza.   

-  Se não é nada, por quê você está chorando? - questionou preocupado.  

- Acho que foi isto aqui. - mostrei o copo vazio à ele.  

- Primeira vez que você bebe? - ele soltou meu rosto.  

- Sim. - falei assentindo com a cabeça.   

- Cuidado, garota! - apesar de ele ter soltado meu rosto a distância entre nós continuava a mesma. Não sei o que houve, se tropecei em meus próprios pés ou se foi o vento, sei lá, chocamos nossas cabeças e ficamos encostados testa com testa por alguns segundos em silêncio, dessa vez fui eu que quebrou o silêncio.  

- Me beija, Brian! - sussurrei. Ele hesitou, ainda colado na minha testa. Quando achei que ele iria me beijar, ele se afastou. Fiquei incrédula. Parada, me sentindo um lixo. Um completo lixo. Até que ele me olhou e disse: 

 - Eu acho melhor não! Vai para casa, Michelle! Toma um banho, come algo, bebe um café... - eu ainda estava parada meio boquiaberta, incrédula. Como eu fui idiota, porque eu falei isto para ele? Apenas assenti com a cabeça. Ele tocou meu braço direito e continuou a falar:  

- Pega um táxi, eu te ajudo! - Não falei nada, apenas tentei sair dali, tombei um pouco, estava bêbada. Ele me segurou com os dois braços. Eu estava sem muito controle sobre meu corpo, minha cabeça rodava, eu não sentia isto quando sai de dentro da sala, deve ter sido a adrenalina. Foram 8 ou 10 copos de ponche, nem me lembrava. Tentei me soltar dele, mas ele não deixava. Eu queria chorar, mas estava me controlando.  

- Brian, pode deixar. Eu tô legal! - falei mais uma vez tentando me livrar de suas mãos. Assim que ele tentou me soltar tombei de novo, achei que fosse cair, mas ele me segurou novamente.  

- Não tá não! - ele disse preocupado, colocando meu braço sobre seu ombro. Até que ouvimos uma voz feminina e ela estava se aproximando.  

- Docinho, o que você tá fazendo aqui fora? Estava procurando por você! - era a menina que ele estava beijando. Assim que ela me viu, fechou a cara. Apontou para mim com desdém e disse: - Quem é ela? Sua irmã? - Ela só podia estar de brincadeira, EU, irmã do Brian, ah vá pra puta que pariu. Olhei com cara feia para ela e ele ficou ali no meio, silêncio novamente, até que ela questionou novamente:  

- Quem é essa louca, Brian?  - cruzou os braços e me encarava, se eu não estivesse tão debilitada a responderia, mas fiquei calada, revirei os olhos algumas vezes e minha cara não estava uma das melhores, e sim, uma das piores. 

 - Uma amiga minha, gata! Vai lá pra dentro, depois eu te encontro. - falou ainda me segurando com cuidado.  

- Ah, de jeito nenhum! Eu espero aqui com você. - ela me olhou fazendo cara de vitoriosa. Que menina imbecil, cara! Eu continuava calada, mas olhava feio pra ela e o Brian com certeza já havia percebido.  

- Trace! Na boa, eu vou colocar ela num táxi, me espera lá dentro, é rapidão, por favor! - ele tentava ter paciência com ela. Ela cedeu.  

- Tá bem, meu amor! (MEU AMOR? AH, fala sério!). Se aproximou dele e deu um selinho nele, ele relutou no inicio meio que indicando que aquilo não era necessário, mas acabou cedendo. Eu virei o rosto para não ver, assim que ela se afastou dele, olhou cínica pra mim, olhei super feio para ela. Pensando comigo mesma: Cadela desgraçada! Vadia de esquina! Ela entrou na festa novamente, e ele não havia me soltado nem quando a beijou. Escutamos outra voz feminina, mas essa eu conhecia, e muito bem. Era a Jackie. Ela se aproximou e viu o Brian comigo. Percebi preocupação em sua voz quando disse:  

- Nossa, o que aconteceu aqui? - ela se aproximou para me segurar.  

- Acho que ela bebeu demais! - ele disse ainda me segurando.  

- Pode deixar, Brian! Eu assumo daqui! - ela falou me segurando e ele foi me colocando nos braços dela, eu ainda não havia dito uma sequer palavra.  

- Certeza que consegue segurá-la? - ele olhou para Jackie para ter certeza e ainda segurava um dos meus braços, mas não estava mais em volta de seu pescoço.  

- Sim, sim! - Jack assentiu.  

- Eu ia colocá-la em um táxi, você toma conta dela? - ele perguntou à Jack, agora segurando minha mão.  

- Consigo sim, Brian!  Eu levo ela para casa. Muito obrigada, valeu mesmo! - Jack o olhou realmente agradecida. Ele soltou minha mão, beijou minha testa olhou nos meus olhos e disse:  

- Se cuida, Michelle! - eu fechei os olhos e fiz sinal de positivo com a cabeça, logo em seguida a segurei, ela doía. Ele se afastou de nós, até que desapareceu. Jack me olhava sem entender nada, eu continuava muda. Ela me sustentava. A ouvir dizer que ia avisar ao garoto que ela estava que ia me levar para casa. Assim fizera. Ficamos esperando o táxi, pegamos e seguimos para minha casa. Assim que entrei no carro lembre-me que havia pedido para ele me beijar e ele havia me rejeitado. Como fui burra. Eu deveria ter ficado calada. Eu sempre soube que ele não me daria bola, óbvio. Lembrei da garota, e ela era bem mais bela do que eu, ele nunca olharia desse jeito para mim. Ela chamando ele de meu amor (...) Não aguentei, comecei a chorar ali mesmo, chorei o caminho inteiro. Eu soluçava, como nunca havia feito na vida.  Ele era super gostosa, peituda, loiraça, bonitona mesmo. Claro que ele NUNCA olharia pra mim, saca o tipo de garota que tava com ele. A Jackie me encarava preocupada, eu tinha esquecido dela ali, e do taxista também. Ela passava as mãos em meu cabelo carinhosamente com uma cara de pena e de interrogação ao mesmo tempo, perguntando: ''O que houve meu amor?'' ''Amoreca, o que aconteceu?'' ''Moreca, me responde por favor!'', ela estava muito preocupada, mas eu só chorava e não conseguia responder. Chegamos, ela pagou o táxi e entramos em casa. Ela me ajudou a subir, eu havia parado mais de chorar. Jack me ajudou a tirar o vestido e eu me joguei na cama de calcinha e sutiã sem nem ao menos tirar a maquiagem, se é que minhas lágrimas já não haviam feito isto. Jack afagava meu cabelo, perguntou-me se queria que ela ficasse comigo, eu pedi para ela ir para casa, que depois falávamos sobre. ''Tem certeza?'' ela me olhou séria. ''Tenho'', eu disse firme. Ela beijou minha testa e saiu do meu quarto, assim que fizera, retornei a chorar lembrando de tudo como um filme repetido que não parava de rodar na minha cabeça. Chorei, chorei e chorei. Até que peguei no sono. (...) 

Acordei pela manhã, me olhei no espelho do quarto. Nossa, eu estava uma bruxa. Maquiagem toda borrada, meus olhos inchados, e o cabelo? Mais bagunçado do que nunca. Eu estava acabada. A Valy ainda dormia. Tropecei na nossa mesinha, batendo meu dedão na quina, falei um pouco alto: - Merda! Falei alto mesmo, pois a Valy acordou. Abriu os olhos e logo os arregalou quando olhou pra mim, dizendo: - Credo, Mich! O que aconteceu com você? Eu disse que não havia sido nada demais e fui ao banheiro tomar banho, assim que comecei o banho percebi que minha cabeça doía, merda! Sai do banho, me vesti e desci para comer algo. Mamãe me olhou e perguntou o que havia acontecido, deve ser os olhos inchados de tanto chorar ontem. Eu disse que nada demais e pedi remédio para dor de cabeça, ela me dera, mas ainda queria fazer perguntas. Eu fiz sinal com a mão para ela parar, graças à Deus, ela parou e eu disse: - Depois eu explico, mãe! Chris descia as escadas quando eu subi, fez algum comentário do tipo: Nossa! Tá bem, heim! Eu apenas ignorei e continuei a subir, deitei na cama e apaguei novamente. E este foi o fato mais marcante do meu segundo ano.  Sobre o Brian, às vezes eu o via. Entretanto, ambos abaixavam a cabeça depois daquela noite e nenhum sorriso era esboçado. Nem em silêncio nos cumprimentávamos mais. Eu estava mal com isso, mas com o tempo comecei a lidar, fora melhor assim, às vezes o peito apertara, mas eu reprimia aquilo e me apegava ao meu caderno ou à algum filme na tv. E assim se fora mais um ano.  

(...)   

 

Aprox. 1997 

 

Estávamos no terceiro ano, sempre a mesma turma. Contudo, o Brian havia sido transferido para nossa sala. Ele e o amigo. O Matt sempre falava com os dois, principalmente com o Jimmy. Eu e o Brian estávamos na mesma, e era melhor assim, às vezes eu me pegava triste, mas fazia de tudo para ignorar isto. Ele continuava com as garotas. O Jimmy falava comigo, ele era legal, riamos bastante. Mas sempre que o Brian se aproximava ou ele tentava incluí-lo na conversa não dava muito certo. Eu me despedia e ia embora. Assim, passou o ano. (... )  

Chegara o nosso baile de formatura. Todos estávamos com par, até eu. E não, não era o Brian. Era um garoto chamado Taylor que era novo na nossa sala. Chegou a grande noite antes da real cerimônia de formatura. Mal podia esperar para me livrar da escola. Sem mais delongas, estava eu em um vestido longo, preto, cabelo em coque, maquiagem básica nos olhos, ou seja, corretivo e rímel, pó no rosto, um pouco de blush e um batom vermelho. Meu sapato era preto também e eu estava me sentindo linda. Usei um brinco prateado grande, uau, havia adorado. Valy e Jack estavam lindonas também, assim que nos vimos nos abraçamos. Valy em um vestido azul marinho e Jack (a discreta) de vestido vermelho, eu disse vermelho, isso mesmo. Estavam lindas, arrasadoras! Ficamos batendo umas nas bundas das outras nos chamando de gostosas e rindo. Chegaram nossos pares. Matt, Taylor e outro garoto que eu novamente não fazia ideia de quem era, não era o mesmo do ano passado, obviamente. Seguimos para o baile, estávamos dançando, nos divertindo. Esqueci de mencionar que os garotos estavam lindos de smolker, lindos mesmo. Até que meu par não era feio, era até bonito. Pele bronzeada, olhos verdes, alto... É, acho que me dei bem! Estava tudo maravilhoso, até que, vi o Brian e 'sua' garota, tentei disfarçar, mas meu acompanhante percebeu e perguntou o que estava havendo, eu disse que era só um mal estar que devia ser o calor daquelas pessoas todas ali e o vestido... Me afastei e disse que precisava tomar um pouco de ar lá fora, assim o fiz, saí e ele ficou lá dentro bebendo algo. Lá fora fiquei sentada em um banco qualquer pensativa. Sinto uma mão me segurando o ombro, viro sem olhar e digo: - Olha, Taylor já já eu entro! Ainda não tô muito bem! - coloco a mão no rosto e baixo a cabeça. Daí ouço: - Ah, então esse é o nome do banana que é seu acompanhante? - aquela voz, meu Deus, era o Brian!  

- Brian, o que você tá fazendo aqui? - falei o encarando.  

- Eu te vi sair e resolvi vir te dar um oi, como nos velhos tempos. - me olhou sorrindo.  

- Olha, eu já vou voltar para lá pra dentro. Oi. Tchau. - Falei me levantando e andando em direção à festa. Fiquei imóvel, pois Brian segurou meu braço.  

- O que cê tá fazendo? - o observei confusa, ele tinha um olhar malicioso e de surpresa. Me puxando ele disse:  

- Vem comigo! - apenas o seguia confusa e sem entender nada, Brian não tirava o sorrisinho do rosto. E eu já estava começando a ficar preocupada. Chegamos a uma praia perto dali que não tinha ninguém, caraca eu deixei meu par lá e segui ele, que droga Michelle!  

- Senta aí! - ele ordenou arqueando as sobrancelhas e sorrindo. Sentei-me ainda bem confusa, ficamos observando o mar em silêncio. Eu não estava entendendo nada, o fitei algumas vezes e tentei até falar, a boca abrira, mas nada saíra. Brian olhava sério para o mar e respirava fundo. Eu estava nervosa. Baixei a cabeça. Apesar de concentrado tenho certeza que ele percebera minhas tentativas de quebra de silêncio, até que ele falou:  

- Não é lindo aqui? - assenti com a cabeça olhando para ele, ele sorriu de canto. 

 - O que estamos fazendo aqui, Brian? - perguntei assustada, ele riu e fez negativa com a cabeça olhando pro chão.  

- Não precisa ter medo, Chelle! Posso te chamar de Chelle, certo? - ele sorria olhando para mim.  

- P-Pode! - gaguejei, ele riu novamente. Nos olhamos por alguns segundos até que ele se aproximou de mim, do meu rosto, não acreditava que aquilo iria acontecer. - O que cê tá fazendo, Brian?  (droga, eu tinha mesmo que falar?) 

 - Aquilo que você me pediu no ano passado. - ele se aproximava mais e mais, parecia sério e um tanto nervoso. Eu estava quase tendo um ataque, achei que meu coração ia pular do peito, até que nossas bocas se selaram. Comecei a beijá-lo, eu não podia acreditar. Nossa, que maravilha. Sua boca era delicada, mas bem precisa, ele pediu passagem com a língua e eu permiti. Agora nosso beijo estava mais quente, eu diria ardente. Começou a ficar feroz. Brian parecia ter um desejo incontrolável, eu estava mais reservada apenas seguindo seu ritmo. Até que ele me puxou pela cintura e me trouxe mais pra perto. Nossos corpos estavam colados, meu Deus como isto era bom! Ele subiu meu vestido e apertou minha coxa direita, gemi contra sua boca, ele sorriu. Não acredito que estava fazendo isto. Sentei-me em seu colo de pernas abertas virada para ele, não parávamos de nos beijar. Brian passava a mão em minhas costas e logo depois segurou firme os meus seios ainda por cima do vestido, eu estava em êxtase. Senti seu membro dar sinal de vida e me sentia muito mais excitada que antes, ele me olhou, parou de me beijar para tirar o fleche da minha roupa, deixei. Olhava para ele mordendo os lábios, agora estava de calcinha e sutiã, ele me olhou com tesão e me puxou pra perto novamente. Sentei-me na mesma posição que estava, nossos sexos se chocavam várias vezes, nos fazia gemer contra a boca um do outro. Ele se levantou e tirou rapidamente seu smolker e sua calça, ficando apenas de cueca, assim que vi o volume quase cheguei lá de tanta excitação, ele havia percebido e me puxou pra mais perto. Beijava e mordia meu pescoço, eu segurava em sua nuca, estávamos na mesma posição inicial, eu passava a mão pelas suas costas, eu estava louca por aquele garoto, e ele parecia sentir o mesmo apertando meus seios ainda no sutiã e minhas coxas na parte interna, ele estava impaciente, retirou meu sutiã e o jogou pro lado. Abocanhou meu seio esquerdo e me fez gemer longamente, mordeu o lábio parecendo estar mais excitado ainda e sorriu malicioso ao olhar pra mim. Me levantou e tirou minha calcinha, me deitou na areia, ficando dominante sobre mim. Ainda nos meus seios, eu gemia. Brian me observou completamente nua e eu via fogo em seu olhos castanhos, tirou sua cueca rapidamente e assim que vi seu membro fechei meus olhos e mordi o lábio inferior. Abri rapidamente os olhos e o vi pegar uma camisinha e a colocando, fiquei quietinha, eu estava nervosa, por um momento quase esqueci que era virgem, quase pirei e sai correndo. Mas, fiquei. Fiquei bem ali, esperando. Ele já havia finalizado o que estava fazendo, deitou em cima de mim me beijando no pescoço e voltando para meus seios, abri minhas pernas para que ele fizesse o que tinha de fazer, eu o queria muito, meu corpo estava ardendo. Ele começou a me penetrar, no começo doía um pouco, mas logo depois foi ficando ótimo. Eu fechei os meus olhos aproveitando ele, alternava entre segurar em suas costas e em sua nuca. Ele fazia as estocadas me beijando e beijando meu pescoço, no inicio era calmo, depois se tornou mais rápido com a necessidade que tínhamos um do outro.  Eu continuava de olhos fechados, extasiada. Até que o ouvi quase gemer em meu ouvido: - Abra os olhos, olhe pra mim! Me sinta, me olhando nos olhos. Assim fiz, abri e nesse momento ele colocou a mão em meus quadris indicando os movimento o qual eu deveria fazer, me guiando, apenas seguia seu ritmo. Eu estava louca e ele também. Ele revirava os olhos num prazer inebriante. Poucos segundos depois eu gemia alto, estava quase chegando lá. Ele gemia rouco, mas havia diminuído um pouco o ritmo, vendo minha cara de protesto, ele sorriu e sussurrou: - Vamos juntos! Juntos, Chelle! Continuamos até que juntos chegamos ao ápice. Ele ficou em cima de mim alguns minutos depois, logo em seguida deitou-se ao meu lado, estávamos ofegantes. Ele me puxou para perto e me abraçou. Não falamos nada. Apenas ficamos ali. Havia sido a melhor noite da minha vida, nem sabia que hora era, mas já estava querendo clarear. Levantamos e vestimos nossas roupas, ele me ajudou a fechar o vestido. Ficamos sentados ali, sorrindo um para o outro, segurando nas  mãos um do outro.  

- Temos que ir! - ele disse chateado.  

-É, infelizmente temos! - eu disse fazendo biquinho. Ele me deu um selinho e seguimos para nossas casa. Assim que cheguei ignorei tudo e todos, estava muito radiante, mas disfarçava. Disse as meninas e meninos que havia saído sozinha para pensar na praia, eles se preocuparam com meu sumiço. Recordei de tudo no banho. Fora maravilhoso.  

(...) 

Alguns meses depois 

 

 O Brian havia sumido desde aquele dia, não acredito que ele só quis me usar. Passei um período super triste com isto. Morávamos perto, mas nunca mais o vi. Chegava a ser ridículo, mas eu não sabia onde era sua casa nem ele a minha, eu acho. Pensei em procurá-lo, mas achei melhor não. Fiquei na minha por um longo tempo, triste, crendo que ele era um imbecil, como ele teve coragem de me usar e sumir assim? Com o passar do tempo fui aceitando isto, saindo com outros garotos, os anos foram passando, namorei alguns caras. Estava bem diferente do que era no ensino médio. Estava mais solta e louca, prometi que não iria mais me apaixonar daquele jeito, hoje, eu brincava com os garotos, não o contrário. Estávamos em 1999, eu tinha cerca de 19 anos. Saia pra beber e curtir, estava namorando um cara recentemente, mas havia terminado o namoro porque ele era um pé no saco. Estava solteira, sempre saindo com os mesmos! (...) E sobre o tal do Brian, revolvi esquecê-lo, de vez. Não mencionei que algumas noites eu tinha pesadelos com ele dizendo que só me usou, que fui mais uma de sua vadias. Acordava trêmula e suada. Mas já estava na hora, fazia dois anos que não o via. Hora de esquecê-lo. Acho que nunca mais o verei novamente. Melhor assim, ele é passado.  

(...) 



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