História Save me - Cap. 6

Pov. Michelle 

Entrei em casa e meu irmão viu o Brian sair dali após ter me beijado ao me deixar aqui, fechei a porta e nos encaramos. Até que ele começou:  

- Tá namorando esse moleque vagabundo? - me olhava feio e eu tentava ignorar fitando o nada de cabeça erguida. Segui sem falar nada, assim que ia subir as escadas ele me segurou pelo braço, me olhou nos olhos e tornou a falar:  

- Eu tô falando contigo, tá surda?! - me virei para encará-lo.  

- Não se mete onde não é chamado, Chris! - me soltei dele.  

- Depois não diga que não avisei, esse garoto não presta. - falou da ponta da escada e eu continuei o que estava a fazer, subindo as escadas.  

- Não enche, idiota! - falei na metade do percurso.  

- Quando tiver fodida e grávida não diz que eu não avisei. - parei de subir, me virei para encará-lo minha feição não era uma das melhores.  

- Tô nem aí. - disse arqueando as sobrancelhas e voltando a subir, o ouço bufar e sigo ignorando. Chego no quarto e encontro Valy e Jack papeando lá sobre algo que não prestei atenção direito e assim que me viram pararam de conversar e me encararam.  

- Por que pararam? - perguntei as olhando. 

 - Por nada. - Valary rebate e cruza os braços.  

- Onde que cê tava? Me disseram que a senhorita não passou a noite em casa. - Jack pergunta erguendo uma de suas sobrancelhas e por fim cruza os braços me encarrando.  

- Eu tava com o Brian. - disse logo sem fazer mistério, as duas ficaram boquiabertas.  

- Com quem? - Jackie perguntava sem acreditar.  

- B R I A N, Brian! - falei sem paciência. Sabiam que iriam me dar bronca e então, tratei de entrar na retaguarda.  

- Calma lá, criatura! - Valary exclamou.  

- Xiii, já tô vendo que você não deu pra tá nesse estresse todo.  Se tava com a Brianna, pelo menos tinha dado, né?! - Jack ridícula como sempre, ela chamava o Brian de Brianna de vez em quando (sempre) como uma ironia um tanto quanto maldosa, digamos assim, mas nada que me afetasse sobre, pra falar a verdade eu até achava engraçado.  

- Mas eu dei. - Falei séria as olhando.  

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, cachorra! - Jack ria e se aproximou me dando um tapinha na bunda. Valary não conteve o riso, apesar de estar chateada, eu diria.  

- Não acredito que vocês transaram.- Valary falou, Jack a olhou fazendo uma careta engraçada. 

 - Ué, Valary! - Jack falou e  ria.  

- Olha eu sei que vocês não curtem o Brian e tal, mas eu gosto dele desde o colégio. O único garoto que eu gostei, de verdade, naquele dia do baile eu fiquei destruída quando o vi com outra garota, eu não sabia o que sentir direito, me sentia angustiada e tonta ao mesmo tempo... - falei tentando amenizar e fui interrompida pela tagarela.  

- Deve ter sido o tanto que você bebeu! - Jack gargalhou, eu segurei uma risada e Valary continuava séria.  

- Continuando, JACKIE FERLITA! Eu acho que o amo... Ele já aprontou umas comigo, eu sei. Transou e sumiu. Mas, eu não consigo odiá-lo. - falei séria, baixando a cabeça.  

- Olha, se você o ama, tente. O Matt não é nem um santo, mas né, também não é um BRIAN! - Valy disse me surpreendendo e enfatizando o nome Brian em um tom de ironia engraçado, rimos.  

- É, Mich! Se você o ama, tente. Meu medo é que você se machuque novamente, e eu já tinha percebido desde o inicio que você gostava dele. E você: nooon, Jack eu no gostu du Brian, ele é idiota e blá, blá, blá... RIDICULA! E agora quê que cê faz? DÁ PRA ELE. - Jack sempre uma palhaça, gargalhamos. Ela tinha razão, ela notou desde o inicio que eu o sentia algo por ele. 

 - É justamente esse meu medo, que você se machuque novamente. - Valy me olhava séria de uma forma mais maternal do que como irmã.  

- Eu também tenho esse medo. - suspiro fundo, deixando aparentar minha tristeza e medo.  

- Mas, né?! Quem sabe? Se ele não toma jeito e vocês são felizes. - Jack fala me abraçando pelos ombros. E olha para Valary como se dissesse: fala algo, porra! 

- É, Mich!  Quem sabe?! - Valy fala a olhando e depois olha pra mim.  

- Talvez, meus bens! - falo e dou outro suspiro.  

- Ih, Michelle! Não começa! Conta logo como foi essa foda que eu tô querendo saber. - rimos.  

- Porra, Jack! Nem pra ficar depressiva perto de você dá! - rimos mais ainda.  

- Fazer o quê né? Se eu sou maravilhosa! - ela levanta fazendo pose. Agora estouramos na gargalhada.  

- Hmmm, ela se acha! - Valy falava zoeira.  

- Totalmente! Parece até que é gostosa! - falo jogando um travesseiro na Jack.  

- Queridinha, eu sou uma delicia! - ela fala desfilando. Valy e eu quase morremos de rir.  

- Até parece! Ninguém te quer! - falo provocando. 

 - Eita porra, eu não deixava! - Valary fala rindo e agitando.  

- Como que é a história, monamur? QUEM PROVOU NUNCA RECLAMOU, E SEMPRE QUER MAIS! - ela me olha irônica fazendo biquinho, uma completa palhaça. 

 - Olha pra ela, ela não passa o rodo, ELA É ENCERRADEIRA! VADIAAAA! - eu falo entrando na brincadeira e nós três nos estouramos de rir. Assim que paramos, ela tornou a falar.  

- Sim, mas você trate de me contar como que foi a noite, não me enrole não! - fala com as mãos na cintura, fingindo estar brava.  

- Pois é Michelle, não enrola, também quero saber. - Valy fala dando um leve tapa no meu braço. Resmungo.  

- Vocês são curiosas, heim? - falo passando a mão no local.  

- E você muito dramática, essa porra nem doeu. - Fala Valary apontando pro meu braço, rimos. Ficamos um momento em silêncio.  

- Fala logo, caralho! - Jack sutil como sempre.  

- Eu fui na casa dele depois que ele veio aqui, não resisti. Precisava falar com ele, precisava olhar nos olhos dele e saber o que ele realmente queria...  

- Transar? - Jack me interrompeu novamente.  

- Para de me atrapalhar ô caralha, assim eu não conto, né? - olhei para ela irritada, Valary ria. 

. - Continua, senhora fudedora... digo, moça apaixonada, que precisava olha a piroca... digo, os olhos dele. - eu a olhava irritada e Valary ria tanto que parecia imitar um porco.  

- Posso continuar? - olhei para a senhorita gracinhas, Valary não parava de rir.  

- Continue, continue... estou esperando a parte que ele diz: Michelle, mi amor, vamos transar, mas tipo pra sempre! - Valary gritou rindo e eu bufei e logo depois soltei uma risada, que idiota.  

- Não vou falar mais! - falei erguendo os braços fazendo drama de brincadeira.  

- Oh, fazendo doce, agora pro Brian... - me olhou sorrindo maliciosamente.  

- Jack, sua rapariga! - joguei uma almofada em seu rosto.  

-  Eu nem tô falando muito, mas tô adorando, continuem. - Valary falava ofegante de tanto que ria.  

- Eu não sei onde você tá vendo tanta graça! - falei com uma cara azeda olhando pra ela.  

- É, me disseram que faz tempo que você não brinca de ensaio de fazer babys, Valy! - Jack era horrorosa, agora quem gargalhava era eu.  

- Quem disse? - Valary agora falava séria.  

- Ah há, agora acabou a graça?! - eu falava rindo debochadamente.  

- Sua própria irmã te zoando... - Jack atiçava.  

- Você é quase uma irmã e o difícil é você parar de zoar! Sua ridícula! - Valy falava apontando pra Jack.  

- Ah, é mesmo! - a pilantra palhaça ri debochada. Todas caímos na gargalhada. 

(...) 

Contei algumas partes da minha noite para elas, me aconselharam que se eu realmente gosto dele e quero com ele ficar, devo. E que me apoiariam. A noite fora agradável, eu achava que seria péssima a partir do momento que eu mencionasse o nome do Brian, para minha surpresa não. Fui dormir feliz. Me permiti isto. O que não acontecia há tempos.  

(...) 

Alguns meses depois... 

Pov. Brian 

Meus dias tem sido ótimos, eu e Chelle estamos nos dando muito bem, liguei pro gordo, vulgo Zacky, pra que pudéssemos conversar um pouco.  

- Fala aí, porpeta!  

- O que é, projeto de guitarrista?  

- Posso dar uma passada aí pra a gente trocar uma ideia?  

- Não, vai beijar sua namoradinha! Já que agora você me trocou por ela.  

- Ih, qual é gorda? Vai bancar de ciumenta agora?  

- Eu estou falando da sua mulherzinha, o Jimmy!  

- Não se mete pudim de banha, ali é caso antigo, já disse que você é minha number two.  

- Então não tem passada aqui.  

- Vai linda, eu te dou uns beijo, sei que você me quer, eu sou irresistível. 

 - Não vou me render novamente, Brian!  

- Vai gordo safado, vou passar aí ou nem? - falei na risada.  

- Passa otário, não veio logo porque não quis, tem que ter essa viadagem de ligar, parece um lady marcando manicure, aaah mimimi! 

 - Vai se foder, garota!  

- Só se for você que me foda! Gostoso! - Falou com uma voz feminina e eu caí na gargalhada, eu tava na sala fazendo o telefonema, deitado no sofá, Suzy provavelmente ouvia, porque nesse momento eu escutava suas risadas, ela já sabia de quem se tratava, ou seja, de Zacky ou Jimmy, essa putaria só rolava com os dois. Avisei a ela com um 'singelo' grito que iria na casa do gordo, me lembrei que hoje teríamos show, então, catei umas roupas coloquei na bolsa, peguei a guitarra e fui pra casa de Zacky. Não era muito longe, então, chegue rapidão. Bati na porta, a Maria me atendeu, a mãe do porpeta. Era por volta das 13:30.  

- Boa tarde, dona Maria. O Zacky tá por aí? - perguntei tentando usar a educação que meu pai/mãe e minha madrastra me deram.  

- Tá sim, Brian, pode entrar! Ele tá no quarto, pode subir e ir falar com ele. - ela sempre muito simpática, sorri, assenti com a cabeça e subi. Bati na porta e falei baixinho:  

- Gordinha sensual, abre a porta! - bato mais umas duas vezes, nada da gorda aparecer. Quando sinto alguém atrás de mim...  

- Oi, gostoso! - Zacky fala no meu ouvido com aquela maldita voz feminina que ele faz, caio na risada, quando me viro ele está enrolado na tolha.  

- Porra, porpeta! Que visão do inferno! - falando ainda rindo.  

- Visão do inferno nada, eu sou super sensual! - ainda fala com esta maldita voz. Agora nós dois rimos.  

- Abre logo essa porta e veste uma roupa, caralho! 

- Saia da frente pra eu abrir, queridinha! - eu me afasto e ele abre. Entramos no quarto. 

- O quê? - olho incrédulo pra ele.  

- Ham? - me olha confuso.  

- Cê vai trocar de roupa na minha frente? - pergunto apontando pra tolha na cintura dele.  

- Quê que tem? Nunca viu um pau? Cê por acaso não tem um? - olha pra mim fazendo careta fingindo indignação.  

- Vai cacete, troca de roupa em outro lugar! 

 - Vira de costas, ué! Cê tá no MEU quarto! - viro de costas e a gorda se troca. 

 - Pronto mocinha que não pode ver o pipi do coleguinha. - reviro os olhos e ele ri.  

- Que idiota que você é, cara! - deito na cama de Zacky como se fosse a minha.  

- A senhora nem é folgada, né milady? - ele senta em uma cadeira perto de mim.  

- De forma alguma! - falo segurando o riso.  

- Me fala sobre o que você tanto quer conversar. - ele fala olhando fazendo cara de desdém pra mim.  

- É sobre a Michelle. - o fito sério.  

- Ah sim, minha concorrente e do Jimmy. Pode falar. - rio e ele permanece sério.  

- Vai cara, falando sério!  

- Tá me vendo rindo, por acaso? - ele continua sério e eu rindo, claro. 

 - Sério. - fico com a feição séria.  

- Tá, fala. - ele me olha prestando atenção.  

- Eu acho que gosto mesmo dela. - ele me encarra sem nenhuma reação.  

- Tá, agora fala alguma novidade. - eu o olho incrédulo.  

- Como assim, porpeta? - o olho sem entender.  

- Mano, cê fala o tempo todo nela! - e me olha como se o que cabei de dizer fosse óbvio.  

- Mas, eu nunca tinha dito que gostava mesmo dela, nem eu mesmo sabia. Na verdade sabia, mas não sabia do que se tratava. Descobri que tava apaixonado, mas agora...   

- Mas agora o quê, porra? - Zacky arregalou os olhos. Suspirei.  

- Acho que a amo. - falei tenso esperando uma resposta do gordo.  

- CARALHO! - Zacky estava com os olhos mais arregalados ainda, se era possível. 

- Qual foi? - olhei para ele sem entender muito bem, novamente.  

- Mano, isso é muito sério. Você tem certeza? - ele me olha ainda assustado.  

- Tenho. Acho que tenho. - falo sem entender o 'escândalo'.  

- Velho, isso é meio louco. - Zacky se levanta agoniado.  

- Não é, gorda! Quando você sentir vai ser tão natural, que quando você perceber já tá sentindo. E não pode fazer mais nada. - Zacky ainda parece assustado.  

- Tá romântico agora, Brian? - Zacky me olhou fazendo graça. 

 - Não, porra! Quando você sentir vai saber! - bufei querendo morgar o papo.  

- Calma, cara. Não precisa se irritar. Eu tô ficando com uma mina aí... - agora era a vez dele de falar.  

- Quem é? - o olhei questionando.  

- A Gena.  

- Que Gena?  

- A Gena, ué! - deu de ombros.  

- Ah, não! Não é possível! - caio na gargalhada. 

 - Vai se foder, Brian! - ele sabia que eu saquei de quem se tratava.  

- A sua cabelereira! - eu continuava rindo e ele puto.  

- É, Brian! Qual é? - ele tava bem emputecido.  

- Você não perdoa ninguém! - voltei a rir.  

- Como se você perdoasse! - ele não ria de jeito nenhum, se irritou com minha zoeira. 

- Po, Zacky e aí, é sério? - tentei falar sério.  

- Não sei, estamos só ficando. - segurei o riso e encarrei o Zacky.  

- Ah, então, se é assim... - ri e Zacky me olhou reprovando.  

Ficamos a tarde toda conversando, não só sobre mulheres, mas sobre a banda, o show de hoje à noite...  Ele havia me perguntado se a Michelle iria e eu disse que provavelmente não, já que a mesma havia me dito que não poderia estar lá. Deu a hora de nos arrumarmos e assim fizemos, o show seria aqui em HB mesmo, em um local não muito grande. Estávamos animados. Os moleques passaram aqui com a van e os roadies para irmos, subimos e foi aquela bagaça de sempre até chegarmos. Muita gritaria e risadagem, como sempre. Nos preparamos para subir ao palco, fizemos o show e no fim ficamos bebendo por um tempinho lá. Estávamos todos bêbados, o Matt havia saído com a Valary, então éramos Jimmy, Zacky, Johnny e os roadies, fazíamos o que sabíamos fazer: zoar e falar merda bêbados. Quando algumas mulheres se aproximaram, eu não sabia nem como olhar, elas eram gostosas. Mas, só me vinha a Chelle em mente, a minha Chelle. Elas ficaram falando com os caras e bebendo com a gente, uma tava agarrada no Zacky, outra no Johnny, o Jimmy com duas, o Dan (roadie) tava muito bêbado para dar em cima de um cachorro que seja, o Jason (roadie) estava com um até bem bonita, que o beijava e olhava pra mim. Eu heim, mulher louca! Sabia bem o que ela queria, mas a ignorei. Saí andando meio cambaleando para checar minha guitarra que havia ficado lá trás, sem que eu percebesse a moça me seguia, me abaixei para olhar a guitarra mais de perto e sinto uma mão pousada no meu ombro, me viro sem entender. E me levanto a olhando confuso. 

 - Olá! - ela disse passando a mão no meu peitoral, eu retiro a mão e a seguro.  

- Oi. - disse o mais seco que pude.  

- O quê que cê tá fazendo aqui sozinho? - eu havia soltado suas mãos e ela tentava passá-las em mim novamente. Eu as segurei novamente. 

 - Olha garota, eu sei que tô bebaço, mas eu não tô afim, beleza? - falo me preparando pra sair, mas ela me encosta na parede e me beija eu quando ia afastá-la, ouço uma voz conhecida: 

 - Ótimo, Brian! - ouço palmas e me viro para olhar.  

- Michelle! Pelo amor de Deus! - empurro a garota e vou atrás dela, que saía disparada furiosa. A seguro pelo braço.  

- Me solta, otário! - ela se vira me estapeando na cara, eu respiro.  

- Me deixe explicar! - falo calmo.  

- Deixo porra nenhuma! Eu sei o que eu vi! - fala com uma raiva que eu nunca a havia visto.  

- Chelle, por favor! Me escuta! - ela bufa.  

- Eu achava que eu era importante pra você como você era pra mim, ERA! Essa era a sua saudade? Foda-se! - ela enfatiza o era e praticamente 'cuspe' o resto das palavras na minha cara.  

- Michelle, por favor, não acaba comigo! Não quero te perder de novo! - eu falo choroso, ela me olha sem piedade.  

- Acabar o quê, Brian? Não tínhamos compromisso algum, achei que havia sentimento, mas pelo visto só de minha parte, sempre burra. - ela bufa mais puta do que nunca, eu abaixo a cabeça.  

- Michelle não fala isso, por favor! Você sabe...  

- Sei do que vi hoje Brian, a prova de que você nunca mudou, e se tínhamos algo, saiba você, que agora não temos mais nada. - ela saiu andando e eu atrás. 

 - Michelle! - passamos pelos caras e eles ficaram se perguntando o que estava acontecendo, me seguraram e eu puto querendo ir atrás dela, acabei ficando lá, na merda...  

Não acredito que a perdi novamente.  

(...)