História Save Me - The Picture

Como aquela garota podia se parecer tanto comigo? Eu andava de um lado para o outro no quarto de Namjoon. Cada vez que eu olhava para a foto sentia uma dor aguda em minha cabeça, a dor se intensificava a cada segundo até o momento em que eu não aguentei e apaguei.

“-Meninas cuidado! – Disse uma mulher alegre trazendo uma bandeja com sanduiches e sucos. – Venham comer!

Duas garotinhas loiras que aparentavam ter em torno de 4 anos surgiram aos pulos, pareciam ser gêmeas, eram tão parecidas que se não fosse pelo diferente estilo de roupa seria impossível diferencia-las. Uma usava roupas mais claras e alegres, com muito rosa, já a outra tinha um estilo mais reservado com roupas escuras.

-Obrigada mamãe! – Disseram em uníssono

________x________

-Me responda uma pergunta.

-Tudo bem, qual a pergunta?

-Eu tenho uma irmã? E se tenho qual o seu nome?

-Foram duas perguntas Emily.

-Pai...

-Tudo bem, sim você tem uma irmã, e o nome dela é Lee, mas não direi seu sobrenome.”

-Emy. Acorde Emily!

Abri meus olhos lentamente e percebi que estava deitada no chão com Namjoon ajoelhado ao meu lado.

-Meu Deus Emy, não me assuste desse jeito. Você está bem?

Me sentei e coloquei a mão na minha cabeça, ainda sentido uma leve dor devido a pancada.

-Sim estou. Namjoon preciso que você procure todas as garotas que se chamam Lee e vivem em Seul.

Ele me encarou sem entender nada e me ajudou a levantar.

-Por que isso tão de repente?

-Acho que sei quem é esta garota, só preciso confirmar.

-Você tem o sobrenome? Porque se não tiver isso pode demorar um pouco.

Balancei a cabeça negativamente. Namjoon bufou e me encarou ao se sentar na cadeira.

-Vou começar a pesquisar. Vá para o seu quarto e descanse, não quero você desmaiando de novo. Quando terminar te aviso.

Assenti e fui para o meu quarto. Ao chegar me joguei na cama e adormeci. Algum tempo depois senti algo balançar meus ombros e abri meus olhos. Namjoon me balançava tentando me acordar.

-Emy, venha. Eu descobri o que você queria!

Me levantei com um salto e segui Namjoon até seu quarto. Ao chegarmos ele se sentou de frente para o computador.

-Demorou um pouco, mas descobri algo. – Ele virou o computador pra mim e havia uma foto de uma garota idêntica a mim. – Ela se chama Ryu Lee e tem a sua idade, sua mãe se chama Ryu Sayu. Será que foi ela que eles pegaram?

-Tenho quase certeza que sim. Eles devem ter achado que ela sou eu, ou melhor, que ela é a Alison.

-Mas quem é ela? E por que se parece tanto com você? Não consigo achar respostas para essas perguntas.

Me sentei em sua cama e o encarei.

-Acho que tenho essas respostas. – Namjoon me olhou confuso. Suspirei pesadamente. – Lembra quando meu pai me chamou para conversar?

-Qual das vezes Emy?

-A ultima vez Namjoon, mas isso não é importante. Eu o confrontei e ele me falou que eu tenho uma irmã, e que seu nome é Lee, por isso pedi que pesquisasse este nome.

-Você acha que esta garota é sua irmã? – Balancei a cabeça afirmando. – Por que nunca me disse isso antes?

-Eu não achei importante, sinto muito.

Namjoon bufou e novamente ele analisou a foto.

-Agora ela está com a facção porque eles acham que é você. O que você vai fazer? – Ele disse me encarando.

-O que você acha? Ela está sofrendo por minha culpa, eu vou salva-la! Só preciso descobrir onde ela está.

-Mas isso eu já descobri. – Olhei para ele surpresa. – Eu achei que ela era você, já estava me preparando para ir resgata-la.

-AAAAAAAAH que bonitinho. – Disse me levantando e bagunçando seu cabelo.

-Emily pare! – Ele disse tentando afastar minha mão. Parei de mexer em seu cabelo e voltei a encara-lo. – Ela está naquele prédio.

-Obrigada Namjoon. Vou me arrumar.

Sorri para Namjoon e sai do quarto. Fui em direção ao meu quarto e me troquei, fui até meu arsenal e peguei seis facas, duas pistolas carregas que continham 12 balas cada uma e munição extra, e uma corda caso seja necessário. Sai de meu quarto e quando estava quase saindo de casa Namjoon me chamou.

-Emy, espere. – Olhei para ele. – Pegue, as chaves do carro, e isso aqui é um código. – Ele disse me entregando as chaves e um papel com alguns números. – Quando você chegar lá digite esses números em algum sistema de segurança, pois ai terei acesso aos alarmes e câmeras. Não se machuque e tente voltar para o jantar.

-Pode deixar. – Disse o abraçando.

-Boa sorte pirralha. – Ele disse se afastando e colocando meu capuz.

Me despedi e sai de casa, percebi que já era noite. Ao entrar no carro coloquei minha bandana e óculos, e liguei o carro começando a dirigir. Todo o percurso foi feito em silencio e com uma certa tensão no ar. Ao chegar na rodovia parei um pouco distante do prédio e dei zoom no óculos. Como já era noite só havia dois guardas na entrada, e um em cada andar.

-Monster está conseguindo ver?

“-Estou sim L.”

-Qual a melhor opção para entrar?

“-A melhor opção é não ser vista. Consegue fazer isso?”

-Está de noite, e baseado no que estou vendo é possível, o problema é o que eu irei encontrar lá dentro, não consigo ver.

“-Olhe um pouco para a direita, há uma porta lateral.” – Olhei para onde Namjoon havia informado e realmente havia uma porta lá. – “Há um dispositivo de segurança nela, se você colocar o código que te dei terei acesso as câmeras internas, porém há uma câmera em cima da porta.”

-Toda câmera tem um ponto cego, só preciso descobrir onde é.

Sai do carro e caminhei nas sombras até chegar perto da porta, em um local onde a câmera não me pegasse. Observei a câmera mexer para encontrar seu ponto cego, e encontrei, seu ponto cego era o local onde eu precisava colocar o código, mas eu só tinha 5 segundos para chegar lá, colocar o código e sair. Aguardei e quando chegou o momento eu corri e comecei a digitar o código, que era bem grande por sinal. Só me restavam 3 segundos...2. Terminei. No momento em que a câmera iria me pegar eu corri de volta para as sombras, saindo de sua visão.

-E então Monster?

“-Essa é minha garota. Consegui acessar as câmeras. Você pode andar sem se preocupar em ser pega por elas o gênio aqui cuida disso.”

-Quantas pessoas há no prédio?

“-No hall de entrada somente um. Sua irmã esta no subsolo, você precisa pegar as escadas para chegar lá, e há um cara em frente ao quarto onde ela está!”

Assenti e fui em direção a entrada. Quando tive certeza de que os dois guardas não iriam me ver passei por eles e adentrei o prédio. Na recepção havia um cara sentado atrás de uma mesa lendo uma revista, me aproximei por trás dele e atingi um ponto em sua nuca fazendo-o desmaiar. Antes que sua cabeça batesse na mesa a segurei e a coloquei com cuidado para parecer que estivesse dormindo.

Seguindo as orientações de Namjoon fui até as escadas e as desci. Ao chegar no andar onde minha irmã estaria me deparei com um único homem no corredor. Marquei o local onde ele estava e joguei a bomba de fumaça. Não era mais possível ver, então me aproximei de onde ele estava pelo o que eu me lembrava e o chutei no peito, ele revidou com um soco que por pouco desviei. Tentei lhe dar uma rasteira, mas ele não estava mais no mesmo lugar. Senti uma mão segurar um de meus ombros, a agarrei e torci, ele segurou meu braço com sua mão livre e chutou meu abdômen, me fazendo cambalear para trás. A fumaça já havia se dissipado quase que por completo, agora me permitindo vê-lo.

-Talvez você não se lembre de mim, mas fui em quem acabei com Bon-Wha. – Ele disse caminhando em minha direção.

Então ele é o sniper. Me aproximei e soquei seu peito, mas ele defendeu meu soco e revidou tentando socar minhas costelas, porem me defendi. Tentei chutar sua cabeça, ele se abaixou desviando de meu chute e tentou aplicar uma rasteira em mim, pulei me desviando e continuei de pé.

Ele se levantou e no processo apliquei um soco em suas costelas, ele se curvou um pouco por causa da dor mas logo retornou e me deu um soco no rosto. O impacto fez meu capuz cair, por sorte o óculos e a bandana ainda cobriam meu rosto. O gosto metálico do sangue invadiu minha boca.

-Ou você gosta de deixar o cabelo crescer, ou você é uma garota. Qual dos dois? – Ele disse. Lhe dei uma rasteira fazendo-o cair no chão. – Acho que terei de descobrir sozinho.

Ele se levantou e tentou dar-me um soco no rosto, segurei seu punho e dei-lhe um soco nas costelas, porem ele o defendeu. Dei um chute em sua cabeça, mas ele se abaixou e desviou. Soltou seus braços e ao se levantar foi me empurrar com as mãos, porem acabou pegando em meus seios.

-É, com certeza você é uma mulher!

Quando ele disse isso lhe dei um chute no peito o que o fez voar para trás e bater a cabeça na parede, fazendo-o cair. Antes que ele se levantasse, peguei a corda e o amarrei. Fui em direção a porta do quarto onde mantinham Lee.

-Se eu fosse você, iria embora e não tentaria bancar o herói. – Ele disse.

Me virei em sua direção, ele estava amarrado e sentado no chão, o encarei.

-Só tem um problema, você não é! – Disse e então entrei no quarto.

Lee estava amarrada a uma cadeira, ela estava com a cabeça baixa, mas era possível ver uma mordaça em sua boca, e havia alguns ferimentos em seus braços. Ao me aproximar ela levantou a cabeça e abriu os olhos, seus olhos mostravam que ela estava assustada com a minha presença, ela se debatia na cadeira como se quisesse me manter longe.

-Calma, eu estou aqui para ajudar. – Disse me aproximando e retirando sua mordaça.

-Q-Quem é você? – Ela perguntou enquanto tremia, provavelmente de nervosismo e medo.

-Uma amiga!

Retirei uma faca do bolso o que a fez recuar um pouco, fiz sinal de que estava tudo bem e cortei as cordas que a prendiam. Ela se levantou e veio em minha direção me abraçando.

-Obrigada. Muito obrigada! – Ela disse enquanto me abraçava e chorava.

Eu não sabia o que fazer, então apenas retribui rapidamente o abraço e a afastei.

-Me agradeça quando sairmos daqui. Você consegue andar?

Ela assentiu e saímos da sala. Ao sairmos o cara que eu havia prendido não estava mais lá, apenas as cordas.

-Precisamos nos apressar. Venha! – Disse pegando em sua mão e a guiando até as escadas.

Quando começamos a subir, vi dois caras descerem apressados. Prensei Lee na parede, um deles tentou me dar um soco, porém desviei e chutei seu peito fazendo-o cair em cima do outro e os dois rolarem escada a baixo. Novamente peguei a mão de Lee e começamos a correr. Ao chegarmos no Hall de entrada haviam pelo menos 20 caras bloqueando a saída, e entre eles o cara com quem eu havia lutado momentos antes e que havia fugido das cordas. Me virei para Lee e falei:

-Você sabe dirigir? - Ela assentiu, peguei as chaves do carro e entreguei para ela. – Meu carro está na lateral do prédio, ao meu sinal você corre até lá e vai embora daqui.

-Mas e você?

Olhei para aqueles caras e suspirei.

-Quando você chegar no carro, entre e conte até 10, se eu não chegar neste tempo vá sem mim. Entendeu?

-Mas...

-Você entendeu?

Ela abaixou a cabeça e assentiu. Peguei uma faca e entreguei para ela. Observei aqueles caras e peguei minha arma, fechei os olhos e respirei fundo então os abri novamente.

-Eu disse para não bancar o herói! – Aquele cara de antes disse.

-Pena que não é você quem decide! – Disse e mirei minha arma na perna do cara ao lado dele e atirei. – AGORA!

Lee começou a correr para a saída e eu atirava em todos que a tentavam impedir. Dois caras vieram em minha direção, guardei a arma e peguei duas facas, joguei uma no ombro de um e a outra na perna do segundo. Dei uma cambalhota e peguei a arma novamente, parei de joelhos e atirei na perna de um cara que se aproximava de Lee, fazendo-o cair, e assim Lee saiu do prédio. Um deles segurou meu braço por trás, agarrei sua camiseta com minha mão livre e o lancei pra frente, fazendo-o bater as costas com força no chão. Me levantei e vi meu carro adentrar a rodovia, não precisava mais me preocupar com Lee.

Recebi um soco na costela e me curvei de dor, logo em seguida recebi um soco no rosto e um chute no peito me fazendo cair no chão, novamente o gosto de sangue invadiu minha boca, senti um pouco de sangue escorrer de minha testa passando por minhas bochechas junto de algumas gotas de suor. Um deles segurou meus braços os imobilizando e me colocou de pé.

-Tenho que reconhecer, você é boa. Mas não consegue vencer tantos de nós! Alias, meu nome é Chung-Ho. – Disse o homem com quem eu havia lutado anteriormente.

-Não me lembro de ter lhe perguntado seu nome.

-Aii, essa doeu no coração. – Ele disse e deu uma leve risada. – Agora vamos ver este rosto.

Ele se aproximou e retirou meu óculos e bandana, assim que viu meu rosto ele arregalou os olhos e todos os outros começaram a falar entre si.

-SILÊNCIO! – Chung-Ho disse todos se calaram. – Isso é deveras interessante, você é idêntica a outra garota, o chefe vai querer ver isso.

Comecei a rir o que o fez me olhar confuso.

-Isso é, se ele chegar a me ver!

Dei uma cabeçada na cara do ser que me segurava, fazendo-o me largar, o chutei e o mesmo cambaleou para trás e caiu. Dois deles vieram para cima de mim, dei um mortal para trás me desviando de seus golpes, retirei mais duas facas do bolso e as atirei em suas pernas. Recebi um soco no meio das costas, dei uma cotovelada no rosto do cara que havia me atingido.

“-L, eu perdi a visão das câmeras, estou tentando recupera-las, mas esta meio difícil.”

Um deles veio me dar um soco no rosto, porem desviei e lhe dei uma rasteira. Quando estava me levantando recebi um soco na barriga e outro no rosto. Dois caras seguraram meus braços e os deixaram esticados, impedindo que eu pudesse move-los e me colocaram de joelhos. Eu não tinha mais forças para revidar, estava esgotada.

-Monster, sinto muito. – Disse enquanto Chung-Ho se aproximava.

“-L do que esta falando?”

-Não vou chegar a tempo do jantar.

“-L não, fale comigo. Não desista.” – Podia sentir que Namjoon chorava, eu realmente sinto muito. - “Emy, EMILY!”

Chung-Ho se aproximou e me deu um soco no rosto, após isso vi apenas uma escuridão profunda.