História Save Me - JungKook P.O.V: Where is She?

Sete dias. Sem ligações, sem mensagens. Sete dias sem ela. O que está acontecendo? Ela está bem? Talvez só esteja doente. Prefiro pensar nisso.

Saí de meu quarto e fui em direção ao banheiro. Tomei um banho rápido e me troquei. Logo em seguida desci para a cozinha onde Jin, Jimin e Tae estavam.

-Bom dia. – Falei sem expressão.

-Bom dia! – Disseram todos juntos.

-Sete dias... – Jin se pronunciou depois de um silêncio perturbador.

-Será que ela está bem? – Tae perguntou.

-Claro que está! Só deve estar doente... – Jimin disse com certa preocupação, parecia que ele queria mais se convencer disso do que convencer os outros.

E assim são nossas manhãs desde que Alison sumiu. Suga até tentou se comunicar com Namjoon, porém foi em vão. Ela alegrava as manhãs de todos, principalmente as minhas. Sinto uma dor incontrolável no peito só de pensar que algo pode lhe ter acontecido.

Pouco depois Suga e Hoseok se juntaram a nós e tomaram seu café. Silêncio absoluto. Era mais do que claro que todos queriam saber onde Alison estava. Terminamos de nos arrumar e fomos em direção à escola. Todos ficaram na calçada conversando, exceto eu. Apenas o ato de estar ali já me lembrava ela. Seu carisma, seu sorriso, sua alegria...

Entrei na escola já com vontade de sair. O dia se passou devagar e torturante, meus pensamentos sempre voltados a ela.

Me lembro do primeiro dia de Alison na escola de música. Um sorriso tímido que tomava conta de seu rosto só a deixava mais linda. Naquele instante tive certeza de que ela não seria apenas mais uma garota nova na escola. Os dias se passaram e fui me aproximando, me tornando seu amigo. A cada instante que se passava eu só queria estar perto dela para vê-la sorrir. Pode parecer bobagem, mas somente sua presença já me fazia feliz. Me recordo do dia em que ela dormiu lá em casa. Quando a vi com minha camiseta foi quase que incontrolável não ir em sua direção e beijá-la, ela realmente estava linda. Me lembrei de quando ela teve um pesadelo, de como ficou assustada, ao me lembrar disso a dor em meu peito novamente me invadiu. Eu realmente estava preocupado com essa garota. Sua alegria é tudo o que me importa, não suporto a ideia de que ela esteja com problemas. Me livrei destes pensamentos quando as aulas do dia acabaram.

-Ei, Jungkook, vamos para casa! – Tae me chamou ao sair da sala e eu apenas assenti.

Passei a manhã inteira pensando em Alison, será que isso é o que chamam de paixão? Fui em direção à saída e já estava indo embora a pé mesmo quando Jimin me alcançou.

-Ei cara, vamos almoçar com Jin?

-Vamos! – Disse tentando transmitir animação.

Nos encontramos com Jin e fomos em direção ao restaurante, conversando sobre assuntos aleatórios. Hora ou outra eu me distraia, mas nada que um bom tapa de Jin em meu ombro não me fizesse voltar a realidade. Chegando ao restaurante nos sentamos em uma mesa afastada e logo fizemos nossos pedidos. Ficamos em um silêncio horrível até nossos pratos chegarem.

-Alison não está bem... – Pensei um pouco alto demais, e percebi que Jin e Jimin me encaravam.

-Por que acha isso? – Jin se pronunciou.

-Não sei, mas não tenho um bom pressentimento.

Ficamos em silêncio enquanto comíamos, até que o celular de Jin tocou e o mesmo o atendeu, após terminar a ligação ele se virou para nós.

-Meninos, preciso ir. – Jin disse. – Problemas em casa. Hoseok ta quase tacando fogo na casa.

Eu e Jimin concordamos e começamos a rir enquanto Jin se retirava. Só sobrou eu e Jimin na mesa, o que de certa forma me incomodava.

-Cara... – Jimin quebrou o silêncio. – Eu ouvi o que você disse para a Ali aquele dia.

-Do que está falando? – Tentei me fazer de desentendido, mas era óbvio que eu sabia do que ele estava falando.

-Você está apaixonado e blábláblá. – Ele disse enquanto ria, o que me assustou um pouco. – Por que não me disse antes?

-Porque você estava com ela.

-Nos conhecemos há muito tempo, e sabe que prezo pela sua felicidade. Sei que pode fazê-la muito feliz.

-O que está querendo dizer?

-Estou dizendo que tenho quase certeza que você é correspondido. Esta estava comigo sim, mas eu sabia que não era totalmente recíproco. Era algo mais carnal do que sentimental, entende? Suga falou isso desde o começo, e acredito que ele esteja certo. Deixe vocês se levarem pelo sentimento. Quando ela voltar quero ver vocês dois juntos e felizes. Você é o cara certo para ela.

Eu estava realmente surpreso com tudo o que havia acabado de ouvir.  Há um tempo atrás ele me disse que colocaria a nossa amizade acima de tudo e todos, e acabo de perceber que ele falava sério. Mesmo com toda a minha preocupação, não pude deixar de sorrir.

Ficamos um bom tempo ali e depois nos despedimos. Jimin foi para a academia e eu fui para casa. Coloquei meus fones e no mesmo instante começou a tocar a música que eu e Alison havíamos dançado na aula. Me lembrei de cada movimento, de cada olhar, seu sorriso, isso só fez a saudade e a preocupação aumentarem.

Cheguei em casa um tanto quanto feliz, por mais que a situação não permitisse. Ao que aparentava a casa estava vazia, os meninos deveriam ter saído. Subi as escadas e rumei para meu quarto, percebi que o quarto de Suga se mantinha com a porta fechada e as luzes apagadas, provavelmente ele estava dormindo. Quando estava prestes a entrar em meu quarto e largar a mochila em um lugar qualquer do mesmo, percebi a porta do quarto de Suga sendo aberta, revelando-o. Suas roupas estavam amarrotadas e seus cabelos pareciam um ninho de passarinho.

-Por que a casa está tão quieta? – Ele perguntou enquanto esfregava os olhos.

-Porque casas não falam. – Disse após largar minha mochila e comecei a descer as escadas em direção à sala.

Suga demorou alguns bons segundos até começar a me xingar enquanto me seguia.

-Você está muito engraçadinho Jungkook.

-Muito obrigado, Suga!

-Posso saber o motivo de tanta felicidade?

Acabei por lhe contar tudo o que Jimin havia me dito, e não pude deixar de sorrir a todo momento.

-HAAAAA. EU SABIA – Suga gritou.

-Yoongi, menos.

-Desculpe. – Ele disse se acalmando. – Eu sempre soube, mas ninguém me ouve nessa casa.

-Onde aprendeu a dramatizar tão bem?

-É um dom. Agora falando sério, vocês formam um lindo casal.

-Formaríamos, se estivéssemos juntos e se soubesse onde ela está.

-Ela vai aparecer, fique tranquilo.

Apenas assenti e fiquei ali conversando com Suga sobre a escola e sobre algumas músicas que estávamos criando. Depois de algumas risadas os garotos chegaram e se juntaram a nós na conversa, que consistia em falar mal dos professores.

-Cheguei a conclusão que vocês odeiam os professores! – Tae se pronunciou e todos riram.

-Não odiamos, apenas expressamos o que sentimos em determinados momentos. E os professores não nos tratam como alunos de faculdade e sim do primário. – Hoseok falou.

-Mas nós realmente parecemos um bando de crianças. – Tae e falou, arrancando risos de todos. – Galera, eu preciso sair para resolver algumas coisas. – Quando ele disse isso, seu sorriso desapareceu.

- Há essa hora? – Falei estranhando.

-Cara, está tarde! – Jimin parecia estar compartilhando do mesmo pensamento que eu.

-Eu realmente preciso ir. Até mais! – Ele se levantou e saiu, mas não parecia realmente que queria ir.

Hoseok e Suga foram em direção à cozinha e todos o encararam.

-O que vão fazer? – Falei.

-Vamos fazer o jantar, até porque tá todo mundo com fome! – Suga falou.

-Cuidado pra não colocarem fogo na casa. – Jimin disse rindo.

-Não duvide de nossas capacidades! – Hoseok falou e foi pra cozinha junto de Suga.

Alguns minutos depois os dois voltaram de mãos vazias.

-Vocês não iam fazer o jantar? – Jin perguntou.

-E nós fizemos, ligamos pra pizzaria! – Suga falou fazendo todos revirarem os olhos.

Não muito tempo depois a pizza chegou e todos comemos. Ao terminarmos os garotos foram se arrumar para dormir.

-Jungkook, você não vai dormir? – Jin perguntou ao pé da escada ao perceber que eu não havia me levantado.

-Agora não, estou sem sono. – Falei e Jin percebeu a preocupação em minha voz.

-Ela está bem.

-Então por que não apareceu?

Jin se aproximou ficando a minha frente.

-Admito que é estranho, mas não nos resta escolha a não ser acreditar que ela esta bem.

Assenti e Jin se despediu. Procurei algo na televisão, mas nada de interessante aparecia. Então resolvi fazer alguns exercícios, coisa que não fazia há tempos. Fiz um aquecimento básico, tentando não fazer barulho para não acordar os outros. Fiz algumas flexões e abdominais, subi e desci a escada umas 15 vezes. No meio do caminho precisei tirar a camiseta por conta do suor que havia na mesma. Fiz mais alguns exercícios e quando terminei estava exausto, já fazia um tempo que não treinava, meu corpo já havia se desacostumado. Fui para o banheiro tomar um banho, liguei o chuveiro e enquanto esperava a água esquentar retirei minha roupa. Entrei de baixo da água e a deixei levar todo meu suor embora. Fiquei ali um bom tempo, e como nos últimos sete dias, pensava no que poderia ter acontecido com Alison. Sai do banheiro e fui para meu quarto, como estava calor coloquei apenas minha boxer preta e arrumei o cabelo. Desci para levar minha roupa suja para a lavanderia, assim que pisei no ultimo degrau da escada a porta da frente se abriu revelando Tae.

-Você demorou!

-Fui buscar alguns aparelhos eletrônicos com um amigo e ficamos conversando. Boa noite! – Tae falou subindo as escadas com uma sacola de sei lá o que.

Ignorei e fui levar minha roupa, logo em seguida fui para o meu quarto e me deitei.

“Sonho On”

Eu corria, mas por que eu corria? Minha respiração estava ofegante, mas eu não parava de correr. Por que eu não parava? Do que eu fugia ou onde precisava chegar? Eu estava desesperado, precisava ser rápido, não sabia o porquê, mas eu precisava.

Cheguei a uma sala totalmente branca, nela não havia nada, a não ser uma garota amarrada a uma cadeira. Sua respiração estava ofegante, seu corpo estava coberto de machucados e sangue. A observei bem e ela era...

-Alison?! – A chamei me aproximando rapidamente.

Ela aos pouco levantou a cabeça e me encarou. Comecei a libertá-la das cordas que a prendiam e a ajudei a se levantar, seu corpo não tinha nenhuma força, ela cambaleava e só não caiu porque se apoiava em mim. Ela olhou em meus olhos revelando seus olhos cheios de lágrimas.

-JungKook... Me ajude.

“Sonho Off”

Acordei assustado, minha respiração estava ofegante. O que foi isso? Seria um sinal ou eu só estava paranoico? Não importa, preciso e vou encontrá-la.

Levantei da cama em um pulo e fui em direção à porta. Ao abri-la senti o vento gelado sobre meu corpo, só ai percebi que estava sem roupas. Me vesti rapidamente colocando a primeira coisa que me apareceu e sai de casa sem pensar em pegar mais nada.

Corri o mais rápido possível, pelas ruas um tanto movimentadas da cidade, mesmo aquela hora da noite. A escuridão dominava a cidade de modo que nunca havia visto antes. Corri para o único lugar que rondava minha mente, a casa de Alison. Ao chegar reparei em uma luz acesa, o que não é normal quando o relógio indicava 4 da manhã, não que fosse normal eu estar em frente a casa dela a essa hora. Fiquei em frente a sua porta parado, com receio de bater na mesma. Me aproximei um pouco mais e pude ouvir uma voz, talvez duas. Sim, definitivamente havia duas vozes masculinas, com um ar sério.

-Você está a procurando há dias. – Dizia uma voz grossa, desconhecida. – Me deixe ajudar.

-Como posso confiar em você? – Disse a outra voz, já familiar, Namjoon.

-Não confie. Apenas salve-a. Ela já está lá há sete dias, receio que não aguentará mais muito tempo. Ela é forte, mas não é imortal.

Alison. Eu estava certo. Ela esta em perigo, eu preciso ajudá-la. Meu sangue subiu a cabeça e meu coração acelerou. Sabia que precisava ajudá-la, mas como poderia fazer tal coisa? Por um impulso abri a porta, trazendo o olhar das duas pessoas ali presentes para mim, meus sentimentos tomaram conta de meu corpo.

-Se isso se trata de Alison, eu quero e vou ajudar.