História Save Me - The beginning of the end

Já estava em casa. Bonnie ficou responsável por cuidar de Sun Hee até tudo isso ser resolvido. Eu e Namjoon nos sentamos no sofá e colocamos um filme de comédia.

-Por que sempre dou tanta risada com esses filme? – Namjoon perguntou quando conseguiu dar uma pausa na risada.

-Talvez porque você seja idiota que nem eles! – Falei e recebi uma almofada na minha cara.

-Muito engraçadinha você hein. Por que não vira comediante?

-Esse trabalho já tem vaga reservada pra você meu amigo. Agora se me da licença vou tomar banho.

-Isso vai logo. Você ta precisando!

Peguei a almofada que ele jogou em mim e a joguei em seu rosto antes de ir para meu quarto. Tomei um banho rápido e me joguei na cama. Fiquei me revirando na cama, não conseguia dormir sabendo que as pessoas que mataram Jered estavam a solta. Eu precisava fazer algo. O único jeito era destruindo-os, mas eu não conseguiria sozinha. Talvez se... Isso pode dar certo. Me levantei e peguei meu celular, olhei a hora e vi que eram 23:20. Então lá deve estar de manhã. Disquei o numero desejado e levei o celular à orelha esperando a pessoa atender.

-Pai? – Disse assim que a pessoa do outro lado disse o famoso “Alô”.

“-Emily? Está tudo bem?”

-Sim, eu preciso te pedir um favor!

“-Sou todo ouvidos!”

Lhe contei o plano que acabara de bolar e o mesmo concordou dizendo que poderia dar certo. Depois que resolvemos mais alguns detalhes finalizei a ligação e joguei meu celular em qualquer lugar do quarto. Me deitei na cama e fiquei reavaliando meu plano até que cai no sono.

“Sonho On”

Havia algo molhado em minhas mãos, me atrevi a encara-las percebendo que estavam cobertas de sangue, porém aquele sangue não era meu. Olhei em volta me deparando com um mar de sangue com corpos flutuando em seu vermelho vivo. O sangue me cobria até os joelhos e ao olhar o horizonte parecia que não tinha fim. Voltei a olhar em volta, um dos corpos se destacava dos demais. Com certa dificuldade,  por conta dos restos mortais que encontrava pelo cominho, me aproximei e me deparei com o corpo de Jered pálido e sem vida. Senti minha bochechas ficarem umedecidas por conta das lagrimas. De repente o corpo de Jered aos poucos começou a afundar no sangue se perdendo para a eternidade, desaparecendo e sem volta. A luz começou a diminuir e uma silhueta apareceu em minha frente. A analisei tentando descobrir seu dono, mas a pouca luminosidade do local o fazia quase impossível. Pelo formato deduzi ser de um homem. Ele segurava uma arma em sua mão direita. Mesmo não podendo ver seu rosto pude ver sua boca se movendo formando as palavras “sinto muito”. O homem levou a arma até sua própria cabeça e atirou.

“Sonho Off”

Acordei em um salto. Comecei a vasculhar meu corpo em busca de algum vestígio de sangue, mas logo percebi ter sido apenas um sonho. Coloquei a mão em meu peito esquerdo sentindo meus batimentos acelerados. Respirei fundo tentando me acalmar. Me levantei e senti uma leve tontura me fazendo cair na cama de novo. O sonho ainda estava me afetando. Novamente me levantei e fui até a cozinha beber agua. Olhei pela janela e vi que ainda estava escuro. Enquanto bebia a agua ouvi alguém se aproximar.

-O que faz acordada? – Namjoon disse se aproximando.

-Um sonho ruim! – Respondi colocando o copo na pia e virando em sua direção.

-Venha! – Namjoon disse pegando minha mão e me guiando até meu quarto.

Me deitei e Namjoon se sentou ao meu lado fazendo sinal para eu apoiar a cabeça em suas pernas.

-Namjoon não precisa.

-Mas eu quero. Deita logo e não reclama.

Bufei e apoiei a cabeça em suas pernas. Ele começou a fazer carinho em minha cabeça e assim adormeci.

Acordei e vi que Namjoon não estava mais no quarto. Me levantei e fiz minha higiene, coloquei uma roupa confortável e fui para a cozinha fazer o café. Assim que terminei Namjoon se juntou a mim para comermos. Lhe contei meu plano e o mesmo concordou com tudo, até mesmo me ajudando a arrumar algumas coisas. Assim que terminamos de comer arrumamos a cozinha e fui colocar uma roupa para ir ver Sayu, não conseguiria fazer isso sem ela.

Peguei as chaves do carro e sai. Assim que estava prestes a entrar no senti duas mãos agarrar meus braços, sem pensar duas vezes me virei e agarrei o braço do ser e o joguei contra o carro o prensando na porta, coloquei um de meus braços em seu pescoço e usei meu corpo para segura-lo deixando nossos rostos bem próximos, só depois percebi quem era.

-Esqueci que você é forte! – JungKook disse com um semblante assustado, porém sorrindo.

-JungKook, não me assuste assim! – Disse dando uma leve risada. Assim que percebi nossa proximidade o soltei quase que de imediato. – O que faz aqui?

-Estava na academia que é aqui perto e te vi. – Só então me toquei que ele estava completamente suado. Sua roupa marcava cada detalhe de seu corpo, que parecia ter sido esculpido a mão. Percebi que encara de mais seu corpo e voltei meu olhar para seu rosto. – E você, aonde vai?

-Preciso ver uma pessoa importante e resolver algumas coisas.

-Então eu já vou. Não quero te atrapalhar. – Ele disse se afastando do carro. – Nos vemos depois?

-Claro. – Respondi e fui surpreendida com um leve beijo no canto de minha boca. O encarei e o mesmo sorria enquanto caminhava. – Você se acha muito esperto, não é JungKook?! 

Ele continuou a caminhar sem olhar para trás, mas ainda assim pude ouvir sua risada. Entrei no carro e segui para meu destino. Ao chegar bati na porta e em poucos segundos ela foi aberta revelando uma garota com longos cabelos loiros.

-Oi Lee! – Disse para a garota que abriu um sorriso ao me reconhecer.

-Emily entre. Vou chamar a mãe!

Lee deu passagem para eu entrar e assim o fiz. Ela seguiu rumo as escadas e subiu a mesma. Me sentei no sofá e fiquei apreensiva. Como posso pedir isso a ela? Logo Sayu apareceu junto de Lee.

-Olá Say... Mãe! – Falei meio receosa. – Eu preciso falar um assunto sério com você.

Ela se sentou no sofá e ouvia cada palavra minha atentamente com um olhar sério e preocupado. Lee parecia não entender do que falávamos, mas permaneceu ali.

-Emily... Minha filha. O que eu mais quero é te ajudar, mas a facção... – Sayu engoliu em seco. – Não quero mais nenhum tipo de contato com aquela gente.

-Eu sei. Mas eu preciso da sua ajuda, sem você eu não consigo.

Seu olhar desviou do chão e alcançou meus olhos. Ela suspirou pesadamente e se levantou.

-Pode contar comigo.

Me levantei com um sorriso no rosto e a abracei. 

-Obrigada. – Falei e me afastei. – Eu preciso ir. Tenho que terminar de resolver algumas coisas.

-Tudo bem. Nos vemos depois.

Me despedi de Lee e Sayu e fui embora. Entrei no carro e segui para casa. Ao chegar permaneci no carro e peguei meu celular e disquei o numero desejado. 

“-Alo?”

-Harold? 

“-Alison?! Pode falar.”

-Eu... eu sei sobre tudo. – Disse meio apreensiva.

“-Tudo o que?” – Ele perguntou confuso.

-Sobre você, Sayu, eu e Lee.

Ficamos em silencio por um tempo até ele quebra-lo.

“-Então você sabe que eu sou seu... seu...”

-Sim, eu sei. E sei que você sabe meu verdadeiro nome.

“-Sim, eu sei. Mas não é bom que ficar o mencionando. Podem estar me vigiando. Mas imagino que não seja esse o motivo de sua ligação.”

-E não é. Eu quero te pedir um favor.

“-Pode falar.”

Novamente expliquei todo meu plano e ao termina-lo Harold ficou em silencio por alguns segundos antes de começar a rir.

-Por que está rindo?

“-Chega a ser engraçado o quanto você é parecida com a sua mãe. É claro que vou ajudar. Não vejo a hora de me ver livre, pode contar comigo.”

-Obrigada. – Disse um tanto aliviada.

“-Estarei lhe aguardando.”- Ouvi alguém o chamar do outro lado da linha. - “Preciso desligar, nos falamos depois.”

Nem tive tempo de falar mais nada antes que ele desligasse. Agora é só esperar o meu pai, vulgo Sr. Clarke, fazer sua parte. Sai do carro e fui para casa. Ao entrar percebi que Namjoon não estava, estranhei um pouco mas ignorei. Fui para o banheiro e tomei um banho relaxante colocando um shorts, um tanto curto, e uma blusa larga. Ouvi meu celular tocar na sala e corri para atende-lo.

“-Que bom que atendeu. Estou indo ai.” – JungKook disse e antes mesmo que eu dissesse um “oi” ele desligou.

Em alguns minutos ele chegou. Atendi a porta e ele tinha algumas sacolas em frente ao seu rosto.

-Filmes e comida. – Ele disse antes de abaixar as sacolas revelando seu rosto.

Ele analisou meu corpo dos pés a cabeça e pude jurar que o vi mordendo o lábio inferior. Mas não tive tempo de confirmar, pois virei o rosto envergonhada e dei passagem para ele entrar. Caminhamos até a sala e JungKook ligou a TV colocando o filme que trouxera. Sinceramente acho que ele estava fazendo isso para tirar minha cabeça dos problemas e posso dizer que estava funcionando, na verdade só sua presença já ajudava. Meus sentimentos estão meio estranhos referente a ele ultimamente. Nos sentamos no sofá e começamos a ver o filme, em certo momento parei para ver a posição em que nos encontrávamos. JungKook tinha um de seus braços passando por meus ombros e minha cabeça estava apoiada em seu ombro. Me virei para olha-lo o que foi uma péssima ideia, porque ele teve a mesma ideia deixando nossos rostos próximos, com nossas respirações batendo uma no rosto do outro. Me afastei rapidamente e me levantei.

-E-eu vou beber agua! – Disse e fui em direção a cozinha com passos apressados.

Enchi um copo com agua gelada e a bebi rapidamente tentando acalmar meus batimentos. Uma simples aproximação dele me deixava nervosa. Ao colocar o copo na pia senti mãos em minha cintura. JungKook me virou com certa velocidade e me prensou na parede colocando suas mão uma de cada lado de meu corpo e escondeu seu rosto na curvatura de meu pescoço me fazendo sentir sua respiração acelerada e descompensada, o que me causava arrepios. Ele afastou seu rosto o suficiente para olhar em meus olhos. Eu estava estática sem saber o que fazer, meu corpo parecia não querer se mover.

-Você sabe meus sentimentos por você e ainda assim insiste em me provocar. Como quer que eu aguente? – Ele disse desviando o olhar de meus olhos para meus lábios.

Eu continuava a não conseguir me mover. Ele aos poucos começou a se aproximar chegando ao ponto de seus lábios roçarem nos meus. Meu coração parecia que sairia do meu peito a qualquer momento. Ouvi a porta ser aperta e uma voz me despertar.

-Emy, a mamãe chegou!

Ouvi Namjoon o que me acordou de meu transe me fazendo empurrar JungKook o afastando. Dei leves batidinhas em meu rosto tentando me acalmar e sai da cozinha seguida por JungKook.

-Oi Namjoon! – Disse tentando parecer calma.

Namjoon desviava o olhar de mim para JungKook e me lançou um olhar malicioso o que me fez revirar os olhos. Terminamos de ver o bendito filme em meio a risadas das piadas ruins de Namjoon. Quando JungKook estava prestes a ir embora eu o guiei até a porta.

-Até mais Ali!

-Até.

Ele se aproximou e deu um selar demorado em minha bochecha. Ao se afastar me lançou um de seus sorrisos mostrando seus dentinhos de coelho e foi embora. Quando voltei vi Namjoon dormindo todo torto no sofá. Ri com a cena e o ajeitei logo depois indo dormir.

Três dias se passaram e tudo estava pronto para por o plano em pratica. Estávamos Harold, Sayu e eu no carro a caminho da facção. O caminho foi feito todo em um torturante silencio. Ao chegarmos Harold se virou para mim que estava no banco de trás e disse:

-Está na hora!