História Save Me Boy - Eu não tenho nada a não ser você

Essa semana foi uma junção dos melhores e dos piores momentos da minha vida. Nem sei dizer o quanto foi estranho. Passei os dias evitando Jimin, e ele também estava fazendo o mesmo. Tivemos aquela reconciliação na nossa cama (essa declaração até faz parecer outra coisa, não vá por esse caminho) e em vez de tudo melhorar nós sempre agíamos como estranhos durante o dia, mas quando a noite chegava e eu egoistamente pedia para Jimin me abraçar ele nunca dizia não.

Em certos momentos era impossível não nos encontrarmos em casa, em algumas dessas tensas vezes por alguns descuidos nos tocávamos. Eu estou sempre sendo testado ao máximo. Como agora (Jimin apesar de me evitar fazia isso com menos constância do que eu com ele), o baixinho me deu um ultimato, se não víssemos Slam Dunk juntos o mesmo daria um jeito de me impedir de dormir por dias seguidos. Como realmente prezo meus momentos de descanso resolvi dar essa chance a ele.

Batuco os dedos na perna, Jimin está demorando a vir, o que é bem estranho, considerando que está em casa. Eu o chamaria, mas tenho receio que ele perceba o medo em minha voz, que surge sempre que pronuncio seu nome. Com a voz baixa começo a cantar Save Me:

- Nan sumswigo sipeo, I bami silheo. Ijen kkaego sipeo, kkumsogi silheo. Nae ane gathyeoseo, nan jugeoisseo. Don't wanna be lonely. Just wanna be yours.

- Desculpa ter que dizer, mas você nasceu para o rap, hyung, deixe o vocal pra quem consegue fazer isso. – Fala um certo alguém vindo de trás de mim.

Sinto meu coração pular um pouco.

- Você não reclama quando o Jungkook canta. – Digo.

- Acho que não precisamos discutir isso. – Ele devolve enquanto senta ao meu lado.

Afirmo com a cabeça. Estamos com nossos ombros encostados e posso sentir que ele passou um pouco de perfume, apesar de eu preferir as pessoas apenas com cheiro de sabonete, e do próprio corpo, o aroma que vem de Jimin combina perfeitamente com ele, algo doce com uma pitada de sensualidade. Eu poderia ficar o dia todo cheirando esse garoto.

Merda, o que eu estou pensando? Preciso focar em me desapaixonar de Jimin, é algo bastante difícil para mim considerando que amo até os seus defeitos. Volto minha atenção para a tv, onde o nosso anime preferido está passando, mas me concentrar se torna algo impossível desde que Jimin estende um de seus braços sobre meus ombros e descansando sua mão em meu braço fica correndo os dedos sobre minha pele.

Com um esforço que não é humanamente possível consigo retornar para o desenho. Sakuragi Hanamichi estava em uma loja de calçados e havia oferecido meros 30 yens para o vendedor quando este lhe mostrou seu sapato mais precioso, a expressão do homem é hilária.

Rio enquanto olho para Jimin, querendo compartilhar a piada, porém encontro seu olhar fixo em mim, a mão em meu ombro parou de mexer. Me surpreendo com sua seriedade, mas não tanto quanto com ele me puxando contra si e colando sua boca na minha, que está entreaberta de perplexidade. Ele suga meu lábio superior de modo lento e então subitamente se distância de mim.

- Me desculpe Yoongi hyung, eu-

Talvez eu nunca saiba o final daquela frase, mas que se dane, estava tão chocado no começo que não o beijara de volta, mas agora o estava fazendo. Encostei nossas bocas desajeitadamente, trazendo ele para perto com uma das mãos em sua nuca. E é isso, estamos nos beijando, finalmente sei qual é o gosto dele, menta e Jimin, um sabor único que não pretendo deixar ninguém mais conhecer.

Ele se aproxima mais e o beijo se torna feroz. Trago-o para o meu colo, enquanto Jimin aperta firme meus ombros desço de minhas mãos por suas costas até encontrar a barra da camisa e ele me ajuda a tirá-la. Ambos estamos ofegantes, me olhando com desejo Jimin para por um momento o que estamos fazendo para descansar sua cabeça em meu ombro. É tempo o bastante para que eu perceba o que fazemos de errado.

- Precisamos conversar. – Falo.

Jimin me olha assustado e sai do meu colo, na verdade se levanta e começa a ir embora. Seguro seu pulso a tempo fazendo-o se virar para mim, há lágrimas em seus olhos, céus, tudo que quero é acabar com a dor dele.

- Me solta, eu vou embora. – Ele diz, a voz saindo como a de uma criança sofrendo.

Puxo Jimin para um abraço e o prendo firmemente, ele se debate para se soltar, mas não consegue e por fim desaba em lágrimas, o aperto mais forte. Ficamos assim por muito tempo, quando ele por fim para de soluçar e sua respiração começa a normalizar eu o libero um pouco e digo:

- Desculpa, mas não posso mais te deixar ir, você é a coisa que eu mais amo no mundo.

- O que exatamente você quer dizer com isso? – Jimin pergunta, incerto, e eu não consigo decifrar a mistura de emoções que seus olhos transmitem.

- Eu quero dizer.... quero dizer que eu amo você. Te amo faz muito tempo, e tenho tentado lutar contra isso, mas meus sentimentos apenas aumentam, a cada dia, hora, minuto, segundo que se passa.

Um misto de alívio e de nervosismo me percorrem ao dizer isso. Jimin me encara em silêncio, e eu não sei se isso é bom ou ruim. Aproveito a quietude do mesmo para continuar:

- E eu sequer sei se você gosta de mim, mas eu não aguentava mais guardar isso. Esses estavam sendo os dias mais horríveis da minha vida e eu prefiro me arriscar dizendo tudo pra você e correr o risco de te perder do que continuar fugindo do que sinto e nos matar aos poucos.

Espero ele me empurrar ou me bater, mas não é o que acontece. Jimin abre um lindo sorriso, capaz de acabar com as desgraças do mundo. Bem, acho que o Kook pode ficar com a voz especial de Jimin, porque só eu já vi a sua mais linda expressão facial e se depender mim haverão muitas outras mais interessantes.

- Senti falta do seu sorriso. – Digo.

Minha sentença só faz com que o garoto brilhe mais, ele envolve seus braços em meu pescoço e junta seu corpo ao meu.

- Eu também te amo, hyung. – Jimin diz em meu ouvido, num sussurro brincalhão.

- Diga isso olhando na minha cara, seu moleque. – Falo.

- Não. – Ele diz, enquanto me aperta forte.

- Você sabe o quanto me esforcei para dizer as mesmas palavras olhando em seus olhos? Agora você precisa fazer o mesmo.

Consigo sentir a cabeça de Jimin balançando negativamente contra meu ombro, seu cabelo fazendo cocegas em meu pescoço.

- Ok, então eu vou retirar tudo o que eu disse. – Ameaço.

Com uma velocidade que deixaria o Flash envergonhado, Jimin se separa de mim e olhando em meus olhos, para desviar logo em seguida fala rapidamente:

- Euteamo.

Sorrio e sento satisfeito no sofá. Quando estou prestes a me concentrar no desenho...

- Eu sei que é egoísta da minha parte dizer isso, mas fiquei feliz em saber que eu não estava sofrendo sozinho. – Jimin fala ao sentar, olho para ele. – Ter que esconder o quanto gosto de você era muito ruim, então pra me entreter eu imaginava vários tipos de coisas que poderíamos fazer juntos.

Confuso vejo ele de joelhos no sofá e em um piscar está segurando meu rosto. Estou com a boca aberta (você sabe, aquela minha expressão) sem entender o que ele vai fazer,eu não imaginava esse lado tarado de Jimin.

Ainda com meu rosto em suas mão ele se aproxima e lambe meus lábios, se separando um pouco para comentar:

- Eu sempre quis fazer isso.

- Por isso você está sempre pondo a língua para fora? – pergunto e abraço a mim mesmo daquele jeitinho de coreano quando vê algum devasso. – Seu pervertido!

Acuso ele do mesmo modo que o fiz aquele dia no quarto.

- Tudo bem ser um pervertido, se for para ser com você, hyung. – Jimin diz com um olhar malicioso.

Ele desfaz meu abraço protetor e começa a tirar minha camisa, bem, quem sou eu para impedir? Me empurrando contra o sofá Jimin faz com que eu fique de costas e ele sobre mim.

- Yoongi, desculpa, mas não vou conseguir cumprir minha promessa. Porque essa noite não vou poder te deixar dormir.