Eram cinco horas da manhã. Derek acabava de acordar dorido e desconfortável por ter dormido no sofá. Sentou-se e mexeu os músculos do pescoço e depois das costas sentindo um ligeiro desconforto devido àquela noite.
“Tudo por aquele rapaz irritante” – Hale pensou para si mesmo. – “ Nem sei porque estou a fazer isto”.
Olhou para o relógio do telemóvel. Dentro de poucas horas o xerife iria acabar o seu turno e ele certamente não queria estar ali quando o homem chegasse a casa. As perguntas que teria de responder, os olhares e o embaraço eram algo que ele preferia evitar naquele momento. Passou a mão pela cara e depois pelo cabelo ainda tentando acordar totalmente e logo depois levantou-se.
Agarrou no seu casaco e dirigiu-se para a porta. Algo dentro dele o parou, não o deixando dar mais um passo. Virou-se para trás e olhou para o cimo das escadas. Ele sabia muito bem que não ia ver lá ninguém mas pensava se subia ou não. Por motivos desconhecidos (ou assim preferia pensar ele) não conseguia ir-se embora sem ver o rapaz, sem antes confirmar se estava tudo bem com o mais novo. Bufou e subiu as escadas.
Lentamente abriu a porta do quarto começando a ver aos poucos a forma de Stiles coberto pelos lençóis. Aproximou-se da cama e ficou baixo ao pé da mesma. Involuntariamente os seus batimentos cardíacos aceleraram e sentiu um aperto no coração mas este era bom. Naquele momento achou que poderia ficar horas a ver o humano dormir assim tão calmo. Ele sabia que não podia ficar lá muito mais tempo. Deu um beijo na testa do rapaz. Assustou-se vendo-o virar-se na cama achando que iria acordar mas não, o seu sono continuava intocável. Observou-o por mais uns segundos como que querendo guardar aquela imagem na sua memória e depois deixou a casa.
Chegando ao loft rapidamente se dirigiu para tomar um duche, vestiu a roupa que estava mais à mão e foi comer qualquer coisa. Após isto deitou-se na sua cama, queria ver se o seu desconforto muscular passava e assim adormeceu.
Horas depois acordou. A primeira coisa que fez foi consultar as horas. Onze da manhã. O seu pensamento logo fugiu para Stiles. Sentiu-se um pouco culpado por ter ido embora sem dizer nada mas o mais novo iria perceber. Mentalmente repassou a noite. Sentiu um formigueiro nos braços como que sentindo o filho do xerife ainda neles. Pensou em qualquer coisa para fazer para se distrair daqueles pensamentos pelo que saiu para correr. Foi para a floresta de Beacon Hills onde a mansão da sua família se situava (ou o que restava dela). Almoçou e tentou ver um filme na televisão. Tentou mas não conseguia concentrar-se uma vez que a sua mente insistia em voltar a pensar em Stiles. Cedeu aos pensamentos e ficou a divagar.
Voltou à pergunta que não respondeu horas mais cedo. O porquê de estar a fazer tudo aquilo pelo Stiles. Apesar de querer o bem do rapaz e de ele pertencer ao seu pack, ele sabia muito bem que não faria tudo aquilo por outra pessoa.
“Então porquê pelo Stilinski!?” – Pensou. Ele no fundo sabia a resposta àquela pergunta. Todos os olhares, o calor no seu peito, o sentimento de necessidade de ajudar o filho do xerife, o aperto no coração ao ver o sofrimento do mais novo, a sensação reconfortante com a alegria do rapaz, tudo fez sentido. Era tão óbvio mas ao mesmo tempo assustador. Não por Stiles ser um homem mas por ser quem sempre conseguia irritá-lo. Derek riu vendo a ironia naquilo tudo.
- Eu estou apaixonado pelo rapaz irritante. – Sussurou e sorriu. Esta descoberta levou-o a querer ver o humano. Àquela hora já teria saído das aulas pelo que decidiu telefonar-lhe.
O telemóvel tocou algumas vezes e por fim ouviu o outro atender do outro lado.
- Hey, Derek! Tudo bem?
- Hey, Stilinski. Estava a pensar… - Não conseguiu terminar a frase pois ouviu um enorme estrondo vindo do outro lado da linha.
- Stiles, está tudo bem? – Não obteve resposta. – Stiles!? Stiles!? Estás aí? – Gritou. Voltou a não obter resposta começando a ficar preocupado. Insistiu mais e nada. Desligou a chamada com o coração muito acelerado. Ele estava em pânico pensando no que poderia ter acontecido. Saiu de casa e tentou rastrear o humano pelo cheiro acabando finalmente por avistar ao longe o Jeep do mais novo.
Ficou aterrorizado ao ver o estado do veículo contra a árvore. Correu na sua direcção chamando por Stiles. Abriu a porta do lugar do condutor e lá estava ele, debruçado sobre o volante a sangrar do ouvido e inconsciente. Abanou o humano numa tentativa vã de acordá-lo. Como as suas acções em nada resultavam pegou em Stilinski ao colo para levá-lo para o hospital.
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