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História Save The Day - Três


Escrita por: LikeFawkes

Notas do Autor


Olá, meus amores.
Queria deixar uma satisfação aqui para os meus leitores de The Middle 2.0.
Normalmente, eu escrevo durante meus momentos vagos no serviço. Lá tem o meu café, um computador, meu celular com minhas músicas e solidão. Então, pela manhã eu adianto todo o serviço e quando me vejo desafogada, escrevo. Entretanto, nos últimos dias tenho dividido minha sala com uma outra funcionária (quem eu tento não matar constantemente ¬¬) e não consigo escrever. Então, eu não estou com bloqueio, ou má vontade, ou preguiça, ou sei lá. Eu só não estou tendo tempo sozinha com o computador mesmo, mas o capitulo está andando. Em passos de tartaruga, mas está andando. Como em Save The Day os capitulos são relativamente mais curtos, fica pronto mais rápido. E ah, The middle 2.0 está em fase final, então merece uma atenção extra.
Deixando os avisos de lado, segue foto de nossa produtora abaixo.
Boa leitura.

Capítulo 3 - Três


Fanfic / Fanfiction Save The Day - Três

- Você acha que eu também não estou pirando com isso? - Marissa perguntou, andando de um lado para o outro dentro de meu camarim.

Ela havia pedido licença para Selena e me obrigado a sentar no sofá para que pudesse fazer o monólogo que estava preso em sua garganta. Marissa foi a primeira pessoa com quem fiz amizade naquele meio antes mesmo de fazer parte daquilo. Foi ela quem me arrancou do meu simples Bistrô e me apresentou para Harold que planejava, junto com Joseph, iniciar um programa matinal sobre culinária. O bistrô ainda se mantinha firme, já o programa parecia ir por água abaixo.

- Os executivos querem arrancar nossa cabeça fora! - Ela continuou e eu cobri o rosto com uma almofada, jogando a cabeça contra o encosto do sofá. - Uma programação que só produz gastos não é algo agradável para ninguém! Você sabia que Harold foi ameaçado com uma carta de dispensa? - A pergunta me fez soltar a almofada e a olhar confusa. - Pois é! Ele e Joseph. Sabe o que Joseph fez? Correu! - Gesticulou ainda andando em círculos. - Se você não colaborar, vamos todos para o olho da rua. Selena é o bote salva vida no Titanic, Demetria.

Minha testa ainda estava franzida quando Marissa parou em minha frente com as mãos na cintura.

- Joe não foi transferido, então. - Ela negou com a cabeça. - Aquele desgraçado! - Soquei o estofado. - Como ele pôde? Espera! - Apontei. - Por que você não foi com ele?

- Não conseguiria trabalhar com um covarde. - Marissa deu de ombros e cruzou os braços. - E então, vai cooperar ou não?

Olhei a pilha de roupas no chão e suspirei.

- Por que, justamente, ela?

- Quando eu disse que ela é um bote salva vida, não estava fazendo uma metáfora única para nós. - A morena ergueu os ombros. - A habilidade dela é a inovação. Trabalhou em cerca de seis programas no último ano.

Bufei, soltando os braços e relaxando no estofado.

- Isso não é possível. Quem pegou o currículo dela? Greg?

- Em primeiro lugar. - Marissa ergueu um dedo. - Como ela só trata da inovação, os contratos dela são temporários. Em segundo lugar. - Ela ergueu outro dedo na contagem. - Não fale assim do Greg, Okay? - Arqueei uma sobrancelha e deixei um sorriso brincar no canto de meus lábios. - Tira esse sorrisinho do rosto.

- Eu sabia que estava rolando algo! - Apontei vitoriosa. - Já dormiu com ele?

- Demetria! - Marissa gritou irritada, me fazendo rir. - Foco!

- Ah, claro. Você pode debochar da minha cara, mas eu não posso da sua. - Desdenhei. - Só pra saber, vocês fazem um casal lindo. - Ela rolou os olhos azuis e uma pequena ficha pareceu cair dentro do meu cérebro. - Espera! - Me levantei de supetão, a assustando. - Você disse que os contratos dela são temporários. - Estreitei os olhos para a morena que concordou com a cabeça. - Por quanto tempo ela ficará aqui?

- Dois meses. - Ela descruzou os braços e guardou as mãos nos bolsos traseiros da calça jeans. - Pelo menos foi o que estava no contrato que Harold me mostrou.

Dois meses. Oito semanas. Sessenta dias. Agarrei o rosto de Marissa com as duas mãos e dei um beijo estalado em sua bochecha.

- Eu te amo. - Declarei antes de abrir a porta do camarim e a deixar petrificada no mesmo lugar.

Corri os olhos pelo amplo ambiente a procura da latina e a encontrei sentada em um dos bancos de espera do lado de fora da sala de reunião. O capacete repousava ao seu lado e um fino celular estava entre seus dedos. Caminhei em sua direção e cruzei os braços quando parei em sua frente. Os olhos castanhos abandonaram a tela do aparelho e uma das sobrancelhas se ergueu ao me olhar.

- Olha, ao contrário do que você deve estar pensando. - Comecei a falar e ela estreitou os olhos. - Eu sou profissional. A minha vida é a culinária e cai de paraquedas aqui nessa emissora. Não me importo com audiências, mas me importo com as pessoas que trabalham comigo. Vou deixar você fazer o seu trabalho, se deixar fazer o meu. Então, sem acrobacias, sem marketing ilusório, sem manipulação. Sem, pelo amor de Deus. - Pisquei devagar. - Sem roupas vulgares que me faça parecer uma atriz pornô.

Selena arqueou uma sobrancelha e desfocou os olhos de mim para o nada como se refletisse. Se levantou, guardou o celular no bolso da calça e cruzou os braços, me olhando de cima.

- Ela te contou. - Acusou, referindo-se ao contrato temporário.

- Eu não ficaria no escuro por muito tempo. - Dei de ombros. - Então, temos um acordo?

Ofereci minha mão diante da latina que olhou o gesto com uma sobrancelha arqueada por um breve momento antes de segurá-la.

- Temos.

-x-

No dia seguinte, eu acordei de bom humor. Era o dia de organizar o novo cenário e gravar a chamada para a nova roupagem do programa. Eu havia escolhido, através de um catálogo que me foi disponibilizado, os novos eletrodomésticos e móveis que decorariam a nova cozinha e parecia que tudo estava correndo bem.

O despertador conseguiu me acordar na hora certa e as pistas até o prédio da emissora estavam livres de qualquer congestionamento. Mas nem tudo poderia ser um mar de rosas. Quando cheguei no estacionamento subterrâneo e conduzi o meu lindo carro até sua vaga habitual, a Kawazaki nija já estava estacionada.

- Você só pode estar brincando comigo. - Rosnei, sentindo o sangue me subir a cabeça.

Dei ré à procura de uma vaga disponível que havia encontrado pelo caminho e estacionei, puxando o freio de mão com violência.

[...]

Espalmei as mãos no balcão da recepção, fazendo Alycia pular de susto em sua cadeira e puxar o headset para o pescoço.

- Meu Deus, Demetria! - Guinchou, levando a mão direita até o coração. - Você quer me matar?

- Mande fazer uma placa de estacionamento no meu nome. - Disse baixo e dura, enquanto os olhos azuis me fitavam confusos. - Agora! - Gritei, a fazendo pular pela segunda vez.

- Okay! - Ela gritou de volta no automático. - Jesus Cristo. - Sussurrou, juntando a papelada esparramada na mesa que ocupava. - Eu te aviso assim que ficar pronta.

Fiz um breve aceno com a cabeça e me dirigi até o elevador, que me levou até o décimo terceiro andar. Quando as portas se abriram no meu destino, tudo parecia silencioso demais. Guiei os pés até os fundos do local, onde ficava o cenário. A cada passo que dava, mais barulho eu podia ouvir; marteladas, furadeiras e ordens na voz de Selena.

O local estava uma verdadeira bagunça. O balcão estava desmontado, a geladeira deitada, o fogão sobre uma mesa redonda e um sofá, que eu nunca havia visto na vida, acomodava alguns quadros. Selena parecia um maestro coordenando sua orquestra, em sua jeans escura rasgada e camisa cinza com quase o dobro de seu tamanho.

Desviei de algumas madeiras e fios no meio do caminho, recebendo alguns cumprimentos que respondi com um breve sorriso sem dentes até chegar no meu alvo. Puxei o ombro da mulher para que se virasse para mim no meio daquela barulheira toda e então tive sua atenção.

Péssima ideia.

O cabelo da desgraçada parecia meticulosamente organizado para parecer bagunçado, os olhos castanhos estavam carregados de maquiagem demais para aquela hora da manhã, mas dentre todos os pequenos detalhes, os lábios pintados de um vinho escuro era o mais perturbador. Vi uma das sobrancelhas bem desenhadas se erguerem em desconfiança e voltei ao chão.

Falei o que eu queria, mas o som da furadeira me tornou inaudível.

- O quê? - Ela gritou, aproximando o rosto do meu para que pudesse me ouvir.

- Eu perguntei se você é maluca! - A furadeira ainda zunia no ambiente, enquanto eu gritava com a boca em seu ouvido. - Eu disse que aquela vaga era minha!

Selena se afastou com as duas sobrancelhas arqueadas e me lançou um pequeno sorriso amarelo acompanhado de um pedido de desculpas gesticulado teatralmente por sua boca. E então, ela se inclinou de volta para falar em meu ouvido.

- Cheguei muito cedo e não me lembrei. - Senti meu corpo ficar tenso com o roçar leve dos lábios contra a cartilagem da minha orelha e com o ar quente de sua respiração em contato com minha pele. - Conseguiu arrumar uma vaga mais próxima?

Sua voz não passava de um sussurro rouco, o que me fez notar que a furadeira havia sido desligada. A empurrei para longe de mim e cruzei os braços.

- Não é da sua conta.

O sorriso zombeteiro apareceu nos lábios cor de vinho e Marissa surgiu dentre os destroços, arrastando-me até o camarim.

A ordem era que me arrumassem para a chamada. Um cabeleireiro e duas maquiadoras já me aguardavam e não esperaram um aval para me atacarem. Eu já estava acostumada com aquele momento, onde Derek contava suas aventuras românticas ao mexer nos meus cabelos e as duas jovens sorriam, fazendo um comentário ou outro no meio do monólogo. O trio me acompanhava desde que eu havia pisado naquele lugar, o que era bom, já que conheciam minhas preferências.

- Tudo certo por aqui? – A voz rouca soou alta dentro do cômodo após alguns bons minutos.

Meus olhos correram para o espelho, encontrando metade do corpo de Selena escorado no batente da porta. Vi sua testa enrugar e então, todo o corpo da latina desfilou até a cadeira onde eu estava sentada.

- Não. Vocês, definitivamente, não acabaram. – Ela puxou o tubo de gloss da mão de uma das meninas e testou no dorso da própria mão.

- O que você está fazendo? – Perguntei incrédula quando a produtora jogou o tubo em direção ao lixo.

- O meu trabalho. – Respondeu indiferente. – E pelo amor de Deus, que camisa é essa? Estamos comemorando o dia da árvore? – Olhei para a camisa verde que eu usava na tentativa de entender o porquê da mulher implicar. – Vocês três. – Ela apontou para o trio. – Fora. – Eu não tive tempo de assimilar o que estava acontecendo porque no instante seguinte, Selena estava praticamente montada em minhas coxas.

- O que você está fazendo? – Indaguei alarmada, sentindo as pontas dos cabelos dela fazerem cócegas no meu pescoço.

- Maquiando você. – Explicou, parecendo concentrada no pincel que arrastava por meus lábios. – Fique parada.

Era difícil me manter parada naquela situação. A sensação era que minha própria respiração, ou as batidas do meu coração, tremelicavam meu corpo inteiro. Naquela distância dava para perceber os diferentes tons de castanho que davam forma ao seu cabelo, além dos olhos, que revelavam um tom, extremamente, claro. Mas, então, ela abriu a maldita boca e a mágica desapareceu.

- Pensei que havia me livrado dos monstros no armário. – Selena sussurrou ao se afastar e apontar para o meu reflexo no espelho. – De onde tirou essa blusa?

Demorei cerca de cinco segundos para responder, olhando meu rosto um pouco mais carregado de maquiagem e meus lábios pintados de vermelho.

- Do meu armário. – Pisquei de volta para a latina de braços cruzados e um bico avaliativo nos lábios escuros. – O quê?

- Você não vai usar isso na gravação. – Sentenciou ao descruzar os braços e marchar até as araras espelhadas por ali.

- Qual o maldito problema com a minha roupa? – Levantei-me da cadeira já impaciente e a encontrei no meio do caminho, estendendo-me um tecido preto.

- Você precisa atrair telespectador, não espantar. – Gesticulou elétrica. – Aparência é tudo nesse meio, Demetria. Vista logo isso, antes que eu ataque fogo em tudo.


Notas Finais




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