História Saving Lives - Heroes of labcoat part 1

Justin Bieber, Seattle

Northwest Hospital

Piiii Piiii Piii....

O monitor cardíaco demonstrava que a pressão estava caindo e que a qualquer momento a mulher ali deitada poderia morrer. A paciente, que Justin deveria estar salvando a vida, estava morrendo e ele não podia sequer mover um dedo para ajuda-la, já que a renomada cirurgiã obstetra convidada ainda não havia chegado e ela deveria o autorizar antes de prosseguir com qualquer procedimento. Northwest não tinha uma cirurgiã obstetra há muitos anos, desde a saída de Addison Montgomery, médica ganhadora de muitos Harper Avery’s, e isso dificultava e muito SNH, já que a quantidade de pacientes grávidas que davam entrada ali era enorme, e todas elas com sérios riscos.

— Já se passaram doze horas, doze horas que ligamos para essa mulher, onde está essa médica que ainda não apareceu? – Justin gritou exasperado.

Ele estava vendo a morte lenta de Katherine, e não podia fazer nada, isso era como se estivesse com os pés presos em uma rocha e o mundo estivesse desmoronando sobre ele, e o mesmo não pudesse fazer nada.

—Doutor Bieber, o chefe está lhe chamando em sua sala – a enfermeira encarregada por monitorar o feto no ventre de sua paciente o comunicou, e ele a olhou impaciente.

—Você lhe disse que estou quase perdendo a vida de minha paciente e que no momento eu não posso me retirar daqui? – Perguntou exaltado vendo os olhos da pobre enfermeira saltarem para fora.

— Claro que sim Dr. Bieber, mas ele me respondeu com um sonoro grito eu não quero saber, diga que o quero em minha sala agora – disse apavorada, e ele por um momento sentiu-se constrangido pela forma como falou com a enfermeira.

 Olhando ao redor Justin conseguia ver apenas internos e residentes, ao qual não confiava a nenhum deles a vida de Katherine. Seus olhos se fixaram em Masha, e em um súbito e rápido movimento, estava em sua frente ordenando que a mesma ficasse de olho em sua paciente e que só tirasse os olhos dela, se fosse para lhe bipar ou pedir o carrinho de parada. Quando o mesmo voltou para o pequeno quarto, instruiu pela milésima vez que a enfermeira encarregada pelo feto, fizesse um ultrassom de quinze em quinze minutos para monitorar o pequeno bebe que esmagava o seu coraçãozinho.

Trombava em quase todos os funcionários que ali residiam, enquanto corria para pegar o elevador, apertava os botões com rapidez, mas a caixa metálica insistia em deixa-lo ainda mais impaciente, com a sua estúpida demora, nesse momento todos os possíveis xingamentos já haviam sido proferidos em um sussurro. Estava quase optando por ir de escadas, quando ele foi aberto fazendo-o se deparar com uma linda mulher impaciente, trajando um jaleco branco do Northwest Hospital, uma mulher que ele nunca sequer havia visto ali. Ela apenas sorriu, saindo do elevador, enquanto Justin entrava no mesmo apertando o andar da sala do chefe da cirurgia do Northwest.

— O senhor me chamou? – Disse assim que abriu a porta em um baque, o mesmo que fez o Dr. Derrios pular de seu acento assustado – espero realmente que seja importante, porque a minha paciente está morrendo e a sua renomada cirurgiã obstetra ainda não apareceu, e eu lhe dei doze horas – jogou tudo em cima dele, enquanto o mesmo lhe encarava com uma expressão impassível, que estava deixando Justin ainda mais furioso.

— Já terminou o seu showzinho, doutor Bieber? – perguntou enquanto o mesmo recuperava o seu fôlego – se sim, gostaria de lhe dizer, que o seu desdém sobre a minha renomada cirurgiã obstetra, não foi nada profissional, e que Elis Montgomery, já está neste hospital, e só queria lhe pedir que fosse hospedeiro e gentil, coisa que estou percebendo que não será – foi objetivo, o fazendo puxar os sedosos fios de seu cabelo impaciente, mas sem ao menos esboçar um pedido de desculpas.

— Ótimo, porque espera-la já estava sendo exaustivo e cômico diante a situação em que se encontra a Sra. Stwart. K.  Agora se me dê licença, preciso ser hospedeiro e gentil, enquanto salvo a vida de uma mulher que está por um fio – foi ríspido, enquanto saiu batendo a porta, tirando de Richard um resmungo nervoso.

De volta ao corredor, corria o mais depressa possível, torcendo para que o elevador não o surpreendesse com uma longa demora novamente. Assim que as portas do mesmo se abriram de volta a ala onde se encontrava Katherine, ele correu até o seu leito, sem se importar com as pessoas que andavam tranquilamente por ali, e acabou vendo o que ele mais temia, a reanimação de Katherine. Justin afastou todos, e reassumiu o procedimento com destreza torcendo para que funcionasse e a mulher voltasse à consciência.

— Desfibrilador – Pediu para alguém que o segurava – carrega em duzentos, afasta – ele desfibrilou, mas nada aconteceu – carrega em trezentos. Injetou quantos miligramas de adrenalina? – perguntou observando os sinais na artéria do pescoço de sua paciente.

Ela estava com pouco sinal, o que o apavorava, o tempo era curto, e ele tinha que salva-la.

— Duzentos miligramas doutor – Ouviu uma voz ecoando.

— Ok, afasta – desfibrilou mais uma vez, e pode ver os sinais da paciente voltando, fazendo com que ele soltasse todo o ar, que até então prendia em seus pulmões.

Afastou o carrinho de parada, enquanto encarava Masha, que estava desesperada e andava de um lado para o outro, Justin percebeu que a enfermeira que estava monitorando o feto, não estava mais ali e seu sangue ferveu em descrença e raiva.

— Onde está aquela enfermeira? – Gritou, fazendo todos o encararem – já não bastava aquela incompetente da obstetra de não chegar no prazo, agora terei que lidar com o monitoramento desse feto. A vida de minha paciente e de seu filho está escorrendo sob minhas mãos e eu não posso fazer nada, porque Elis Montgomery precisa primeiro examinar o útero dessa mulher e me dizer o que fazer – Justin demonstrava que já estava estupefato de toda aquela situação – e onde está essa mulher, que fui comunicado que havia chegado, mas nem sinal dela? – Suspirou cansado e exasperado, passando as mãos entre os fios de seu cabelo e os puxando com uma força descomunal.

— Estou aqui, doutor? – Sua voz soava doce e não vinha de tão longe, até estava perto de mais de Justin o fazendo se arrepiar todo, era a voz mais bela que o mesmo já houvera escutado, e ao se virar deparou com a bela mulher vista mais cedo saindo do elevador.

— Bieber, Dr. Justin Bieber – sua voz saiu firme e desdenhosa a fazendo rir nasalado.

Nada do que Elis imaginava daquele médico era verdade, ouvira muitas coisas boas dele, mas nada era comparado ao seu egoísmo e narcisismo que ele deixou transparecer naquele momento. E aquilo deixa Elis extremamente incomodada, ela odiava trabalhar com pessoas daquele feitio, fazendo-a praguejar mentalmente a hora em que decidiu aceitar o convite.

— Não sei o que pensa a meu respeito, mas já lhe garanto que está totalmente errado e me deixa extremamente descontente. Sou médica assim como você doutor Bieber – o sarcasmo em sua voz era evidente e Justin já estava prestes a lhe ofender, mas ela não o deu tempo para fazer – e estou aqui para salvar a vida dessa mulher que está sofrendo, e lhe dar a alegria de saber que seu filho ficará bem assim que terminarmos essa cirurgia, porque essa é a minha função e a sua também, salvar vidas e não julga-las, sem ao menos conhecê-las – ela deixou transparecer toda a sua raiva o fazendo suspirar pesadamente – quero que saiba que não admitirei falta de respeito e que não me insulte indiretamente ou diretamente – riu irônica – enquanto estiver trabalhando comigo.

As pessoas ao redor presenciavam atentamente a discussão e alguns até apostavam quantias em dinheiro em hipóteses sobre como Justin reagiria a um desacato como aquele. Por mais que Elis e sua petulância incomodava Justin, ele havia gostado dela, era uma pessoa forte e com um caráter estupendo, e era com pessoas pretenciosas e encorajadoras como ela, que o mesmo gostava de trabalhar, dando espaço a uma pequena satisfação indecente que ele tratou logo de não senti-la. Porque para Justin Bieber, não era os sentimentos que comandavam as pessoas e sim as pessoas que comandavam os seus sentimentos.

— Ótimo, que bom que agora podemos prosseguir com isso, e salvar Katherine e seu bebê, que já considero um milagre se acontecer, devido ao seu atraso – foi rude, e a gentileza e hospitalidade pedida a ele foram pelos ares assim como a sua paciência havia ido. Elis balançou a cabeça com um sorriso petulante nos lábios antes de se pronunciar novamente.

— Já chega – se exaltou com a forma como Justin se dirigiu a ela - me desculpe, se eu tinha uma vida em minhas mãos, precisando de minha ajuda, e não pude larga-la, para poder salvar a sua paciente na hora em que queria – a voz de Elis era carregada de puro rancor e desdém – eu sou cirurgiã doutor, eu salvo vidas, do mesmo modo que você, e estamos aqui por um mesmo objetivo, trazer paz e tranquilidade a essa família, não é mesmo? Garanto que se você estivesse no meu lugar não largaria uma mulher aberta na mesa de cirurgia para atender um pedido de qualquer outro profissional – a mulher de cabelos longos escuros riu nasalada e examinou o homem parado a sua frente, antes de parar seus olhos azuis penetrantes nos de Justin, os mantendo lá, enquanto falava – eu adoraria dizer que é uma honra estar trabalhando ao seu lado, mas infelizmente a minha reputação aqui está desfavorecendo para que seja recebida de bom grado ou que principalmente você mereça o meu respeito, portanto doutor Bieber, espero que o senhor desempate para que eu possa levar a sua querida paciente para o centro cirúrgico, e fazer o meu milagre acontecer. Porque eu posso não ser cirurgiã cardíaca, mas sou uma obstetra de conhecimento mundial, muito prestigiada, sendo a melhor que existe, e me desculpa novamente se estou ferindo o seu ego, mas serei eu, que trará o sorriso nos lábios de sua paciente e não você. Agora com licença – ela proferiu suas palavras grosseiras, enquanto Justin estava com sua arrogância esmagada.

Os cochichos soavam pelo leito e alguns timidamente pelos corredores do hospital, Justin havia encontrado alguém para enfrenta-lo e ele não estava nada feliz com isso, Elis foi a primeira pessoa a ter a petulância de jorrar insultos que o deixasse horrorizado e sem fala, a bela cirurgiã havia passado por cima de seu auto ego como um trator e era difícil para Bieber aceitar algo desse tipo.

Deixando as diferenças de lado, os dois correram para o centro cirúrgico, sem poder esperar mais. Parados na pia ao lado de fora, lavaram e escovaram as mãos com sabão, deixando-as higienizadas, prontas para entrar em ação. Com as mãos enxugadas, os dois entraram no centro cirúrgico, aonde duas enfermeiras vieram em suas direções, ambas para colocarem as luvas e as sapatilhas. E foi então que Justin e Elis se olharam por uma última vez com ar de superioridade que emanava de ambas as partes e se prontificaram ao lado da paciente, prontos para exercerem com graça as suas respectivas funções, e fazer acontecer.

Com o bisturi em mãos, Justin inspirou fundo, e antes de fazer a incisão no peito da paciente, proferiu as palavras de costume.

— Hoje está um lindo dia para se salvar vidas – assim que terminou a última frase, encarou Montgomery, que acabava de proferir as mesmas palavras que as suas.

E depois de alguns segundos se encarando perplexos, ela baixou seu olhar, voltando toda a sua atenção para o monitor, enquanto ele voltava à atenção ao peito de Katherine Stwart.