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História SAVING ME Justin Bieber - II


Escrita por: rizzlemarz

Notas do Autor


[ESTA FANFICTION CONTÉM LINGUAGEM E CENAS SUSCEPTÍVEIS QUE PODE FERIR A SENSIBLIDADE DOS LEITORES]

Capítulo 2 - II


 A luz do dia batia-me fortemente nos olhos, fazendo-me despertar de uma forma desagradável, necessitava de pelo menos mais duas horas de sono, porém a minha consciência dizia-me que estava na hora de me levantar. Virei-me para o lado do Cameron mas de seguida constatei que já não se encontrava lá, levantei-me cobrindo o meu corpo com o lençol e fui até ao banheiro pensando que ele poderia lá estar, mas não havia sinal dele, gritei pelo seu nome, mas foi em vão, ele já lá não estava, deixara-me sem uma despedida ou uma explicação.

- cobarde – falei alto, enquanto voltava para o quarto.

Olhei o visor do meu telemóvel que marcava meio-dia – fodasse – estava atrasada uma hora para o encontro no barracão, aquele filho da puta podia ao menos ter-me acordado. Voltei para o banheiro, liguei o chuveiro e tomei um banho rápido, fiz a minha higiene, vesti a roupa interior e liguei para a taylor, que já tinha deixado cinco chamadas e sete mensagens ameaçadoras, enquanto tentava vestir umas calças pretas.

- tou – disse saltando, para conseguir puxar as calças até à cinta – eu sei que estou atrasada – fechei o botão das calças – cinco minutos estou aí – disse enquanto vestia uma tshirt branca simples–pronto talvez demore mais de cinco – olhei-me ao espelho reparando que tinha vestido do avesso – merda – retirei a tshirt – tay eu já vou, agora por favor deixa-me acabar de vestir, beijo – desliguei.

Vesti a tshirt direita, calcei umas botas rasas, vesti um casaco preto de cabedal, coloquei a arma na cinta presa às calças e fui para o carro. Enquanto dirigia, colocava um pouco de rímel e batom, o meu cabelo estava horrível, ainda se encontrava molhado. Quando cheguei ao barracão, saí do carro, deixando-o muito mal estacionado. Baixei a cabeça e com as mãos dei um toque no cabelo, para que ele ficasse um pouco volumoso, olhei no vidro e sorri confiante, com o aspeto dele. Entrei e quando lá cheguei eles estavam sentados a rir e a comer pizza, como já estava combinado fazermos.

- cheguei – coloquei a mala em cima da mesa livre – desculpem o atraso – dei um beijo na bochecha de Frank e da Taylor e ao Cameron apenas o olhei com desdém – deixaram comida para mim? – ri ao vê-los deliciados.

- para a próxima juro-te que entro pela casa a dentro e trago-te pelos cabelos – taylor disse fazendo um olhar ameaçador.

- já cá estou, é o que interessa – sentei-me no sofá e peguei num pedaço de pizza.

- Cam, achas que dá para me levares a casa da minha mãe mais cedo? – Samantha saiu de outro compartimento surpreendendo-me.

- o quê que esta cobra faz aqui? – sussurrei para a taylor e ela revirou os olhos.

- sim mor levo – Cameron olhou-me e depois direccionou o seu olhar para o chão e Samantha sentou-se no seu colo.

- Já nos podem contar como correu? – Frank falou ansioso.

- O Cameron ainda não vos contou? – perguntei admirada.

- Não, ele disse que ia esperar que chegasses para contar – boa, ao menos esperou por mim para alguma coisa.

Contamos o que aconteceu com todos os detalhes, apenas a parte do negócio é claro, Frank estava radiante, principalmente depois de lhe termos dito quem era o cliente, ele estava em delírio. Gabei-me com o facto de ter sido eu a ajudar a fechar o negócio e Taylor felicitou-me. Cameron parecia desconfortável, eu apenas tinha vontade de o esbofetear. Vê-lo amarrado à namorada, deixava-me ainda com mais nojo de mim mesma, por ter caído nos braços dele novamente.

- calma, algo me está a escapar  – taylor fez-nos olhar para ela admirados – e já não estou a falar do negócio – puxou-me o cabelo para trás – o que é isso no teu pescoço brenda mitchell?

Por segundos questionei-me sobre o que ela estaria a falar, até me lembrar que Cameron me tinha feito um chupão na noite passada e eu nem tinha dado por ele, até agora.

- quem te fez isso ? – continuo Taylor enquanto Cameron me olhava com medo – sua puta, com quem foste para a cama ontem? – Cameron estava ainda mais assustado – foi por isso que chegaste atrasada – abriu a boca – tu trocaste-nos por uma foda – riu-se – mas vá conta quem foi – disse empolgada, sentando-se de joelhos em cima do sofá.

- tay – quase gritei com ela – isso não é assunto para aqui chamado – vi samantha beijar Cameron, que não tirava os olhos de mim – mas já que perguntas – olhei-o de canto – também gostava de saber com quem dormi! É que não me lembro de nada – Cameron bufou de alivio – o que significa que seja com quem foi que eu tenha dormido não valeu a pena, se não lembrava-me –desta vez olhei Cameron com ódio - para não falar que o filho da puta saiu de casa sem me dizer nada.

- não fazes mínima quem seja? – insistia Taylor.

- não, mas espero que tenha sido com o homem com quem fechamos negócio – sorri, provocando o Cameron.

- ao menos fodes-te – Frank disse rabugento – aqui a tua amiga ontem adormeceu cedo – cruzou os braços.

- queixas-te mais uma vez e eu deixo-te um mês a seco – taylor deu-lhe um carolo.

- e tu meu? Que fizeste depois de saírem do bar? – Frank perguntou a Cameron, enquanto fingia sentir dor vinda daquele gesto de taylor.

- ah hm eu ahm eu fiquei por lá até mais tarde, para ter a certeza que estávamos em boas mãos.

- é, e eu fiquei sozinha à tua espera a noite toda – fez cara de amuada – mas pronto ao menos foste fofinho e levaste-me o pequeno almoço à cama – beijou-o.

Eu não podia acreditar naquilo que estava a ouvir, aquele cão deixou-me para ir dar de comer à cadela? Se eu pudesse naquele momento tinha acertado com uma bala, bem no meio da sua testa, na dele e na da vagabunda. Se eu estava zangada à cinco minuto atrás, agora eu estava arder de raiva. Levantei-me rapidamente do sofá, um ato de pura inconsciência, pois o meu objectivo era saltar em cima daqueles dois e arrancar-lhe os olhos com as minhas unhas, mas não podia porque a seguir a isso teria de dar uma explicação à Taylor e ao Frank de porquê ter agido assim e eu não quero que ninguém saiba que eu e o Cameron dormimos juntos, isso seria gritar para o mundo o quanto fraca eu era. Respirei fundo, várias vezes e só depois pensei numa desculpa para me ter levantado assim:

- eu vou fumar um cigarro – dirigi-me à bolsa e peguei no maço, retirando um cigarro e acendendo-o de seguida.

- vamos – Cameron disse levantando-se – eu vou levar a samantha a casa e já volto para tratar das coisas para logo à noite – olhou-me uma última vez e depois deitou o olhar ao chão.

Naquele momento eu não sentia mais ódio pela Samantha, mas sim pelo Cameron, ela era só mais uma vítima, tal como eu fora a uns meses atrás, ele traiu-me com ela e agora ela foi traída por ele comigo. Até agora eu sentia que devia lutar por ele, hoje tudo o que quero é vê-lo o mais longe possível. O silêncio que pairava, foi quebrado pelo som enfurecedor do telemóvel do Frank, para quê que este rapaz quer o som de uma sirene como toque?

- estou – disse atendendo – sim é o próprio – levantou-se – ah, boa tarde agente Marks – voltou a sentar-se – como esse cabrão teve coragem? -disse assustado – isso é muito arriscado, como faço para entrar sem dar cana?– colocou as mãos na cabeça – pronto, terá o que quer, hoje as nove, no local combinado – bufou – e eu quero o que me pertence – finalizou a ligação.

- quem era? – taylor falou curiosa.

- policia – Frank disse metendo as mãos à cabeça e sacudindo o cabelo.

- ah? – disse quase gritando e engasgando-me com o fumo que acabara de entrar nos meus pulmões.

- era o agente marks da policia judiciária – meteu-se de pé e começou a mexer nas caixas onde continha algum produto – um dos nossos dealers denunciou-nos.

- porquê? – taylor falou preocupada.

- zonked – os nossos rivais– pagaram para nos denunciar.

- e agora? – foi a minha vez de intervir

- agora, temos que entregar um kilo de coca ao agente marks em troca da cabeça daquele filho da puta – pegou numa faca e furou um dos pacotes.

Para nossa sorte, ou não, tínhamos agentes policiários que nos encobriam, juntamente com alguns políticos do nosso estado, nenhum se atrevia a denunciar-nos, somos nós que vendemos as melhores drogas e fazemos descontos muito favoráveis para que eles fiquem de boca calada. Mas um kilo de cocaína de graça era muito, aquele dealer de merda, vai fazer-nos perder carga importante, porque uns principiantes no negócio lhe pagaram para nos denunciar. Caso a entrega não seja feita, o agente vai ter de abrir uma queixa, a única solução é matá-lo e assim ninguém fica a saber da nossa existência.

- são vocês que vão tratar deste problema e têm de arranjar uma solução para entrar na esquadra sem que os outros agentes percebam o que vão fazer  – deu-nos um pacote com um kilo de coca – eu tenho de tratar da importação da nova carga e o Cameron tem de fazer a entrega do bieber.

- quando tu dizes tratar deste problema, queres dizer que temos de matar o rapaz? – taylor disse assustada.

- é assim tão óbvio – disse irritado com toda a situação.

- esquece lá isso Frank – disse taylor, sentando-se no sofá – matar não é comigo, não tenho jeito nenhum com armas.

- da última vez que ela usou uma arma quase te mandou para debaixo da cova – disse rindo – eu faço-o, hoje estou com vontade de mandar umas balas à testa de alguém – beijei a minha arma na brincadeira –mas tu vens comigo – falei para taylor.

- eu não quero que ele morra tão facilmente – Frank riu-se – quero que ele sofra – dirigiu-se à mesa onde tínhamos espalhadas drogas de todo o tipo – a causa de morte deste filho da puta vai ser a mesma que o fez entregar-nos, a droga – dito isto começou a fazer uma mistura de narcóticos.

- Frank todos sabemos que nem sempre a mistura leva à morte – interrompi.

- Para isso tens uma arma como segunda opção – deu-me um saquinho com uma mistura das mais variadas drogas existentes – este merdas vai ficar a conhecer o que é droga a sério.

Maior parte dos dealers eram pessoas de bairros, não chegavam a ter contacto direto connosco, mas a denuncia dele iria abrir uma investigação que faria chegar a nós de alguma maneira. Esta droga iria leva-lo com certeza a um estado critico, pois a maioria deles está habituado a drogas baratas, como o crack, o mais provável era não aguentar a quantidade e acabar morto, tal como queremos. Iria aproveitar o resto da tarde para fazer uma das coisas que mais me dava prazer na vida, visitar a Jade, uma menina de quatro anos, que está internada no hospital pediátrico desde que nasceu, abandonada pelos pais e com problemas graves de saúde, sofre de uma doença rara chamada OI (osteogénese imperfeita), esta doença leva-a a ser tão frágil quanto uma boneca de porcelana. Conheci-a quando eu e a Taylor estávamos a fazer serviço comunitário, em forma de pagamento pelo crime que cometemos, posse de drogas ilegais. No dia em que a Alba nasceu eu estava sozinha, pois taylor adoecera nesse dia, quando a sua mãe chegou ao hospital estava de rastos, chorava que nem uma criança, eu estava apenas a passear pelos corredores, quando ela desmaiou nos meus braços, levei-a para as urgências e vi-me obrigada a dizer que era da família dela para poderem prosseguir com o parto, o que eu não estava à espera é que te teria de assistir ao mesmo. Quando aquela mulher deu finalmente a sua bebé à luz, o meu coração pareceu rebentar com tanto amor que eu senti por aquela criança. Fui retirada por uma das enfermeiras da sala, quando o meu disfarce de familiar foi destruído, pois sabiam que era uma das voluntárias. Voltei ao hospital dois dias depois, tanto para fazer o meu trabalho como para ver aquela menina.

Flashback on:

- doutora – bati à porta do consultório e deram-me permissão para entrar – sabe dizer-me onde se encontra a senhora que deu à luz uma menina antes de ontem?

- o parto em que a menina fingiu ser um familiar? – levantou-se cumprimentando-me e mandou-me sentar.

- sim – disse com o olhar baixo.

- a senhora fugiu no dia a seguir – sentou-se – mas a menina ficou – eu estava estupefacta.

- abandonou a menina?

- pelo que parece ela não tinha condições para cuidar da criança, ainda por cima com estado em que ela se encontra – disse enquanto mexia numas folhas.

- como assim? - falei preocupada.

- a miúda sofre de uma doença rara nos ossos, nasceu com duas costelas e um braço partido. - falou sem mostrar nem um pouco de pena daquela criança.

- ela está bem? - perguntei.

- estamos a tentar curar a fractura, mas é difícil, ela nunca será uma criança normal e isso leva a que a sua vida se resuma em hospitais, nunca vamos poder colocar uma criança assim num orfanato e muito menos a dar para adoção – virou-se para mim – mas já que aqui veio menina Mitchell tenho uma noticia para lhe dar, hoje é o seu última dia cá , cumprindo assim a sua pena.

- mas doutora eu gostava de poder acompanhar aquela criança – disse com lágrimas nos olhos.

- pode fazê-lo mas não como voluntária! – levantou-se – agora a menina pode ir visita-la, ela está na sala das incubadoras.

Levantei e saí sem dizer nada, não ia com a cara daquela médica desde a primeira vez que entrei naquele hospital e pela forma como ela sempre me falava, sabia que ela também não ia com a minha. Dirigi-me à sala das incubadoras e pelo espelho vi os bebés que ali estavam. Como é que eu ia saber qual era a menina? Pois, ela era a única sem nome próprio e sem o nome dos pais. Era linda, vestia uma roupa cor-de-rosa, antiga, pois o mais provável era aquilo ser algo em segunda mão. Tinha o bracinho ligado e parecia tão frágil. Fiquei durante muito tempo a admirar aquele rosto pálido.

Flashback off

Mal eu sabia que aquele pequeno crime me iria levar a conhecer umas das pessoas mais importantes da minha vida, talvez por isso é que eu gosto tanto do que faço. Menti à Taylor e ao Frank, dizendo que iria visitar os meus pais, eles não sabiam desta história, pois deixei que ela pertencesse a uma parte da minha vida que omitia, a parte calma, aquela em que a adrenalina não toma conta das minhas veias. Estacionei o carro em frente ao hospital, entrei imediatamente para a ala de pediatria, a minha cara já era bastante conhecida por lá. Bati à porta da sala onde os meninos costumavam brincar, uma sala que tendia a ser perigosa para a Alba. Mal entrei fui invadida pelo sorriso de orelha a orelha dela, correu para o meu colo com bastante dificuldade, pois o tamanho do seu corpo não correspondia à idade, ela sempre iria ser pequena.

- benda – disse tentando abraçar-me com bastante dificuldade pois tinha a mão engessada.

- que fizeste ao bracinho? – disse dando-lhe um beijo colado na cara.

- caí quando tava a xogar com Bandom – saiu do meu colo.

- tens de ter mais cuidado para a próxima princesa, sabes que és diferente das outras crianças – disse seguindo-a.

- eu sei – sentou-se – olha, o desenho que fiz eu – mostrou-me uma folha com uns sarrabiscos que insinuavam ser pessoas.

- quem são? – perguntei curiosa.

- eu, mama e papa – disse sorrindo.

- quem é o papa e a mama? – perguntei surpreendida.

- mama tu – apontou para mim – papa teu namolhado.

Aquilo quebrara o meu coração, já não era a primeira vez que ela me chamava de mãe e de todas as vezes eu lhe dizia que não o era, claro que ela não percebia e continuava a chamar-me assim. O meu namorado era supostamente o Cameron, era o único que sabia da existência dela, pois houve uma altura do nosso namoro que ele me seguiu, desconfiado com o que eu fazia e encontrou-me com a Alba. Ela nunca chegou a falar com ele, apenas uma troca de Olás, mas como eu lhe disse que era o meu namorado ela ficou com isso na cabeça.

- Brenda – a voluntária que lá se encontrava chamou-me – quando os meninos perguntam à Alba quem é mãe dela, ela sempre responde que és tu, já lhe tentamos dizer que és apenas uma amiga, mas ela teima em dizer que és tu a sua mãe.

- princesa – sentei-a cuidadosamente no meu colo – eu não sou a tua mama – disse com as lágrimas no olhos.

- mas eu quelo benda – abraçou-me – podemos faze de conta que tu és mama minha?

Eu não respondi, baixei o olhar e deixei que uma lágrima caísse pelo meu rosto. Queria poder chamar-lhe filha, mas adotar uma criança com os problemas da Alba era complicado, era necessário eu ter uma vida estável para o fazer e a minha era tudo menos isso, eu vivo do crime e passo mais tempo fora de que em casa, não iria consegui cuidar dela. Contentava-me em ir visita-la ao hospital todas as semanas e passava as festas sempre com ela. O dinheiro que ganhava com o tráfico servia para ajudar a pagar as suas despesas, sempre que algo acontecia de grave com ela o hospital contactava-me e lá ia eu a correr.

- quês o desenho pa ti? – disse limpando-me as lágrimas e eu assenti – mas não podes cholar mais ta bem benda? – assenti mais uma vez e dei-lhe um beijo na testa.

- hoje tenho uma coisa muito importante para fazer – disse-lhe mais calma –dás-me um daqueles teus abraços bem fortes para que tudo corra bem?

- dou – deu-me um abraço – vai tudo colher bem, leva o meu desenho e tudo colhe bem – sorriu.

- tens razão meu amor – coloquei-a no chão – agora eu tenho de ir– ele fez uma carinha triste – sorriso, ficas feia assim – brinquei – cuidado quando estiveres a brincar, eu volto quando poder, está bem meu anjo? – abaixei-me – agora dá um beijo.

- se não voltares eu vou cholar muito – cruzou os braços.

- eu não volto sempre? – ela assentiu – então não sejas mázinha, nem vais chegar a sentir a minha falta.

- goto muito de ti benda – deu-me um beijo nos lábios – toma o desenho – deu-me o desenho e virou costas voltando a ir para a mesa.

Saí com o meu coração apertado pois custava-me sempre deixa-la ali e não a poder levar para casa. Entrei no carro, olhei o desenho e deixei que as lágrimas tomassem conta do meu rosto. Dobrei o papel de forma a que ele ficasse pequeno e coloquei-o dentro do soutien, perto do coração. Liguei o carro e fui em direcção ao barracão, a noite já começava a cair. Quando lá cheguei já todos estavam reunidos, a Samantha não estava. Um mau ambiente pairava naquele barracão, Frank falava zangado, chegava a ser rude na forma como se dirigia a nós. Taylor encontrava-se um pouco distanciada dos rapazes de braços cruzados e com uma imagem carrancuda, dando a entender que as coisas entre ela e o Frank não estavam bem, iria tratar de saber o que se passava mais tarde. O meu nome fez-se ouvir por todo o espaço, a voz de Frank saía agora mais calma, mas continha um pouco de raiva na mesma.

- está na vossa hora – deu-me novamente o pacote – tentem não dar nas vistas quando lá entrarem – disse seco.

Não respondi, virei costas e fiz sinal para que taylor me seguisse, ela o fez sem se despedir de Frank, que a olhou repulsivamente, mas não proferiu nenhuma palavra. Quando saí taylor já estava encostada ao carro de braços cruzados e olhava o chão, carreguei no botão que permitia a porta do carro abrir e mal o som da sua abertura se ouviu taylor entrou, fechando a porta de forma brusca.

- o meu carro não tem culpa – ri-me enquanto entrava também.

Ela apenas murmurou irritada, ficou a viagem calada, olhando a paisagem por onde passávamos, quando chegamos estacionei num local escuro, para que ninguém visse o carro, faltavam poucos minutos para a hora combinada, tinha de por o plano em prático, o problema era, mas que plano? Não tinha pensado em nada e o tempo estava a acabar. Talvez a fúria da taylor tenha ajudado para que uma ideia um pouco absurda surgisse.

- bate-me – falei virando-me para ela.

- ah – falou admirada – mas tu estás parva?

- anda, precisamos de entrar ali de alguma forma e tu estás a precisar – tentei encoraja-la.

- nem penses, arranjamos outra coisa – vi um ar pensativo aparecer na sua cara.

- tens cinco minutos se não o fizeres a mim eu faço-o a ti – ameacei.

Mal acabei de pronunciar a última sílaba a sua mão estalou em cheio na minha face, fazendo surgir uma ardência que só me dava mais adrenalina, ela também estava a gostar, consegui perceber isso devido à força do soco que me dera no olho esquerdo, este iria ficar marcado por alguns dias. Socou o meu nariz, mas apenas o suficiente para o deixar a sangrar, tendo cuidado para não o partir. O sangue já escorria pelo meu rosto, pois num dos seus socos, taylor conseguiu abrir-me a sobrancelha deixando-a a sangrar, limpei a cara à tshirt branca deixando-a ensanguentada.

- grande final – taylor disse rindo.

Olhou meus lábios e sorriu, não demorou muito mais para sentir a força do seu pulso nos mesmos, arrebentando-os e deixando a minha boca avermelhada de sangue. Notei no seu olhar um alívio, o seu corpo sentou-se confortavelmente no banco enquanto eu me queixava de dores, mesmo que tenha sido algo programado a dor não deixava de existir, fodasse que esta mulher tem força. Rasguei a minha tshirt no peito, pois iria fazer o filme de que me tentaram violar e rasgar nessa parte parecia-me viável. Sentei-me confortavelmente também e decidi finalmente perguntar o que se passava, pois tinha de esperar pela hora combinada:

- o que se passou ? – falei sem rodeios e com alguma dificuldade devido ás dores.

- foi o Frank – jura – não consegue compreender que ando cansada e que por isso não quero ter sexo – na minha amizade e da taylor não havia problemas com este tipo de assuntos – aquele filho da puta teve a coragem de dizer que o andava a trair e que por isso não ia para a cama com ele – a raiva estava a voltar.

- tens andado cansada? – não percebia como, felizmente tínhamos um trabalho que pouco cansava e taylor tinha uma paixão enorme por dormir.

- sim – respondeu com alguma dúvida – o meu sono duplicou e tudo o que quero é fechar-me no quarto e dormir.

Estaria a taylor a ficar doente? Ela podia amar dormir, mas a boa disposição era o seu nome do meio. Estava a ficar realmente preocupada, mas teria de esperar para saber tudo mais tarde, pois estava na hora combinada. Taylor iria ficar no carro e me ajudaria a colocar o rapaz no mesmo, desejou-me boa sorte e eu saí direta para o posto, forcei o mais possível as lágrimas, o desenho da Alba ajudou-me a que elas se formassem no meu rosto, o papel branco com aqueles desenhos estava agora marcado com o meu sangue, beijei-o e voltei a coloca-lo no meu peito. Meti a mão na maçaneta e abri a porta do posto, teria de fazer muito filme pois assim eles me mandariam logo para o gabinete do agente Mark. O meu choro ecoou por toda a sala, um policial veio em meu auxílio e ajudou-me a sentar numa cadeira. Talvez por eles estarem demasiado fartos do meu choro ruidoso, ou porque simplesmente não queriam saber fui mandada imediatamente para a sala do policial Mark, que não fazia a mínima de quem eu era.

- sente-se menina – veio até mim – diga-me o que se passou? – ia segurar-me do braço para que me senta-se, mas antes que ele fizesse eu desfiz a postura de menina chorona.

- eu até podia vir armada que os seus colegas iam deixar-me entrar à mesma – ri-me e ele percebeu quem eu era – ak47 – estendi a mão dando o nosso nome e quando ele ia a retribuir retirei-a.

- não veio cá para questionar a nossa forma de trabalhar – sentou-se – trouxe o que pedi?

- aqui está - disse pegando o pacote da bolsa – agora o que me pertence.

- venha comigo, vou mostrar onde ele esta – levantou-se e abriu a porta para que saísse.

Andamos pelo corredor até encontrar uma sala fechada, na porta tinha um letreiro onde dizia "arrumos", entramos e os gritos abafados por um lenço já se faziam ouvir, o rapaz estava ali encostado a um canto, num estado deplorável, devido à droga e a situação. Cheguei a sentir pena dele, mas eu não podia, tinha de acabar com ele, caso contrário faria ele isso connosco.

- enquanto você vai saindo pela parte da frente eu o levo até as traseiras depois disso não quero problemas quanto ao seu desaparecimento – arrancou o fio que prendia os pés do rapaz.

- não se preocupe agente – sorri.

Fui andado pelo corredor até chegar até onde à pouco fizera um filmezinho. Os agentes estavam ocupados a ver televisão e a conversar sobre um pobre coitado que tinha assaltado uma loja de conveniência. Eles me olharam com pena enquanto me diziam para ter agora mais cuidado e para apanhar um táxi, eu agradeci pela ajuda e saí apressadamente. Quando cheguei ao parque de estacionamento a taylor já estava com ajuda do agente a colocar o rapaz no carro.

- é um prazer negociar com vocês – o agente disse quando acabou de colocar o rapaz dentro do carro e saiu.

Tomei o lugar de condutor e segui rumo a uns prédios abandonados, que eram frequentados por vários toxicodependentes, estava armada por isso o risco não era muito. Iria mata-lo alí, para que ninguém desconfiasse, ele seria apenas um pobre coitado que morreu de overdose provocado pelo consumo excessivo de drogas, quem iria desconfiar que foi homicídio? Saí do carro e taylor fez o mesmo, abrimos a mala e retiramos o rapaz de lá, com algum esforço pois ele mexia-se repetidamente, para tentar fugir. A entrada do prédio estava um homem, não fazia a mínima ideia de que idade poderia ter pois a droga fazia com que as pessoas ficassem com uma aspecto envelhecido, o homem com algum custo colocou-se à nossa frente, mostrou uma faca em forma de ameaça, eu não queria ter de o matar, por isso tivemos de tomar outras precauções.

- toma – taylor deu-lhe um saco com droga que tinha no bolso, aquilo iria deixa-lo feliz e assim foi pois ele logo tratou de sair dali.

Entramos numa compartimento, ainda em cimento, um apartamento por construir, e colocamos o rapaz no chão, retirei-lhe o lenço dos olhos e o da boca, o seu olhar mostrava espanto, não era todos os dias que ele tinha duas mulheres de volta dele. Por muito que ele estivesse cansado ele não deixava de mostrar o quanto gostou da nossa presença. Baixei-me perante ele e mostrei o saquinho com a causa da sua morte. Os seus olhos ficaram iluminados, para ele aquilo era tudo e nós iríamos fazer o papel de suas amigas.

- gostas do que vês? – taylor disse colocando-se na mesma posição.

Aquele cabrão tinha agora a vista privilegiada para dois pares de mamas e um saco com droga.

- podia ser sequestrado todos os dias para no final ter uma surpresa destas – disse consumido com a luxúria.

- queres muito isto não queres? – abanei o saquinho em frente aos seus olhos e ele sorriu maliciosamente.

- isso e vocês – falou mostrando seus dentes desfeitos pela droga.

Eu podia estar com uma figura horrível devido à porrada, a minha boca já não estava ensanguentada, tinha apenas um corte nos lábios e meu nariz já não sangrava, durante a viagem usara uma camisola perdida no meu carro para me limpar, mas aquele filho da puta conseguia ter um aspecto mil vez pior que o meu, metendo-me nojo.

- primeiro podes começar por isto – dei-lhe o saquinho - depois somos todas tuas – menti e vi-o apertar o seu membro excitado, metendo-me mais repulsa.

Ele logo se apressou a formar carreirinhos e snifa-los, não podia ir embora até ter certezas que ele morria e os efeitos demorariam uns minutos até começarem, o espaço de tempo para ele achar que iria ter brincadeira connosco. Levantou-se com algum custo e ficou de frente para nós, as suas mãos foram em direcção as calças, começando a desapertar o sinto, depois o botão e logo a seguir o fecho.

- quem vou foder primeiro? – perguntou-nos quando ia a meter as mãos aos boxers.

Se o efeito não começasse aquele gajo iria tentar alguma coisa, eu rezava baixo para que algo o parasse, que o efeito começasse. Quando ele ia a meter as mãos nos boxers, o seu olhar passou de prazer para dor, a mão que estava livre foi em direcção a sua barriga protegendo enquanto ele gemia de dor, ele abanava-se como se estivesse a tirar algo de dentro de si, os seus olhos estavam consumidos pelas lágrimas e suas mãos apertavam com mais força o estômago.

- suas putas, vocês estão a matar-me – queixou-se ainda mais, enquanto caía no chão inconsciente.

Ele ainda não estava morto, pois seu corpo tremia e saltava como se levasse choques, as mãos que estavam na barriga foram em direcção ao pescoço, ele estava a sentir-se sufocado, a droga estava a mata-lo tal como queríamos, foi quando vi sua boca ser invadida por um liquido branco espumoso que percebi que só lhe restavam uns segundos de vida.

- brenda eu não consigo ficar aqui – disse colocando a mão na boca, como se fosse vomitar e saiu daquele compartimento.

O rapaz já não se mexia, estava estendido no chão ainda vermelho, com a boca espumada, coloquei os dedos no seu pulso e pode concluir que não havia batimentos cardíacos, a sua vida acabara ali, a minha missão estava concluída.

- agradece aos zonked– saí também um pouco enjoada.

A taylor já estava no carro, pálida e suada, ela não estava nada bem e isso deixava-me assustada. Não era a primeira vez que ela vira alguém morrer e esta não tinha sido uma das piore formas de o fazer, não percebia o porquê de ela estar assim.

- taylor que se passou ? – disse limpando a sua testa.

- a alguns dia que tenho estado enjoada – falou mais calma – desculpa brenda por te ter deixado lá sozinha mas eu estava a passar mal e ia vomitar.

- não te preocupes – disse calmamente.

Parei um pouco e foi quando algo tomou conta do meu pensamento, estaria a taylor grávida? Liguei o carro, abri um pouco a sua janela, para que ela apanhasse ar e tomei rumo até uma bomba de gasolina, iria comprar-lhe um teste de gravidez. Estacionei o carro em frente à loja e taylor dirigiu-me um olhar de dúvida, ela não sabia o que eu queria fazer, na verdade ela nem sequer deveria ter colocado a hipótese de estar grávida. Entrei na loja e vários olhares se colocaram em mim, afinal eu estava cheia de sangue na tshirt e o meu olho já estava rodeado de um roxo forte. Peguei em três testes e paguei-os, esta não era uma forma fiável por isso comprei mais que um. Entrei no carro e dei a saca a taylor que a abriu logo de seguida e ficou muito espantada.

- estás grávida? – falou abismada.

- eu não, tu é que vais ficar a saber se estás – disse olhando-a.

Acho que naquele momento ela tomou noção da situação, sua boca estava aberta com situação. Pela primeira vez ela pensou no que poderia ser a razão do seu sono e dos enjoos. Ela agradeceu-me ainda sem acreditar no que estava a acontecer e ficou o caminho até casa calada, enquanto olhava os testes. Estava a estacionar o carro na garagem,  quando o meu telemóvel tocou, era o Cameron, pensei não atender, mas a hipótese de ser o Frank preocupado ou até mesmo ele a querer saber como correu fez com que carregasse no botão verde, não deu tempo de pronunciar uma palavra, a voz invadiu logo o meu ouvido:

- o bieber quer-te agora na entrega, ou então não aceita a carga!


Notas Finais


CONTINUA....


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