História Savior - Sadness

"Decepção é um dos piores sentimentos..."

Sophia observava Elijah sumir na noite, da janela do seu quarto, um longo suspiro fora o que dera, sentindo a adrenalina abandonar seu corpo e sentar-se sob a poltrona do quarto, que estava bem perto do caixão que resguardava o corpo de Tristan.

A porta é aberta suavemente, os passos no entanto, eram tensos, ela nem precisava voltar-se para conhecer aquele andar em particular.

— Está chateada comigo, Gia?

—Não…só não pensei que…

Sophia voltara seu olhar para sua protegida, erguendo-se de sua poltrona, chegando perto da morena tocando seu rosto, vendo o rasto de lágrimas que já haviam caído e sido limpas, conforme ela subira as escadas.

—Que?

—Fosse doer tanto…

—Sei como pode ser difícil…rever quem amamos tanto um dia…- Seu olhar vacilara sob o caixão, suspirando longamente, mas abrira calmamente um sorriso, que Gia nem sempre entendia.- Mas, você tem a sua vida para viver, não é mesmo, Gia?

—Sim…você me avisou naquele dia…em que me pediu para avisar…Elijah…eu lembro de nossa conversa…você disse que eu iria quebrar meu coração…

“ Gia caminhava perdida entre um dos quarteirões do French Quarter, especificamente ela passava ali todos os dias, olhando um apartamento em particular, dando de caras com um homem alto, com fato de executivo e negro que beijava lascivamente uma loira com aspeto de patricinha de Beverly Hills, ambos ignoravam o pequeno rapaz moreno que estava atrás, olhando os dois com uma expressão de nojinho infantil.

O coração dela encolhia ao olhar e saber que não poderia aproximar-se, mais uma encrenca por quebrar a ordem de restrição, ela iria presa.

—Hmhm…

Alguém chamara a sua atenção e quase fizera seu coração descer até ao chão, voltara-se para trás dando de caras com uma baixinha, morena de olhos azulados e sorriso algo grande e misterioso.

—Sim?

—Desculpe te interromper…

—Tudo bem…só…mas …quem é você?

—Espirito tão guerreiro e tão danificado ao mesmo tempo…-Após essas palavras misteriosas, a mulher misteriosa olhara para a direcção que ela olhava antes, vendo o conversível de seu ex, levando o filho e a perua loira embora.- Prazer em conhecer, Gia…meu nome é Sophia…

O olhar dela voltara a pousar sobre o seu e uma sensação de inquietude, tomara conta de seu ser, era estranho, parecia que ela lhe lia a alma.

—Como sabe meu nome?

—É um dom…que eu tenho…e não vai terminar bem, Gia…

—O que?

—A sua relação com Elijah…

Ela nunca a havia visto na vida, seria uma conhecida de Elijah? Ex-namorada?

—Como? Sabe da …?

—Sei tudo sobre Elijah Mikaelson, bem mais do que você possa imaginar…diga algo a ele…que quero falar com ele…

—Sobre o que?

Aquilo era altamente suspeito, que assunto ela poderia querer ter com ele? Do que ela havia visto na sua curta vida como vampira, era que não podia confiar em quem queria aproximar-se de um Mikaelson, acabava sempre mal ou querendo fazer-lhe mal.

—Problema pessoal…e Gia…

—O que?

—Se precisar de ajuda…conte comigo…eu gostei de você…

E a intriga sobre ela não acabara ainda mais quando ela passara-lhe um número de celular que ela pegara em mãos, alargando o sorriso da morena.

—Porque?

—Amo a lealdade que sua alma e olhos transmitem, bem que preciso de uma amiga assim…

E com essa estranha conversa, sairá perto dela, sumindo magicamente no ar, ao que Gia ficara olhando para ela, decidida a falar com Elijah. “

—Sim…

—Ele viu a minha morte, Sophia…ficou chateado mas perdoou…sempre será a família, além de que…nem sou tão importante assim, sempre foi a Hayley e sempre será a Hayley…não luto causas perdidas…além de que você me deu uma segunda chance, usou de sua magia para me trazer de volta…não irei desperdiçá-la.

—É uma decisão sábia, com Elijah…você realmente não verá…mais do que…infelicidade!...Como está o seu pequeno?

Fora ai que a expressão triste e decepcionada de Gia mudara para uma mais terna, olhando-a.

—Ele está óptimo, está crescendo muito bem…mas…felizmente consegui recuperá-lo…graças a você, consegui me livrar de Eric pensei que…tinha perdido tudo, quando me dediquei a tocar violino nas ruas de New Orleans…estava tão perdida e tão quebrada…sem meu pequeno…Leith…ele está dormindo, amou o boneco dos Stormtroopers do Star Wars que você lhe deu…

—Oh, ele se portou muito bem…

E entre aquela conversa que parecia meio surreal para uma mansão sobrenatural, Sophia olhava distraída, conforme ouvia Gia falar, mas algo a deixara inquieta conforme olhava a Lua Cheia , algo estava errado.

(…)

O restante da família Mikaelson aparecia na sua antiga Mansão, que infelizmente estava ocupada por Marcel que ao ver a sua caminhada naquela direcção, convocara os seus homens, já pronto para começar o banho de sangue novamente.

—Isso, que se chama…ser incrivelmente burro, Klaus…

Este dera um leve sorriso sarcástico, colocando as mãos atras das costas e deixando que passassem para a frente, uns vampiros com fatos e o símbolo da Strix , ao que ele engoliu em seco, ao ver quem era, ficando subitamente irritado.

—Estão sob a protecção de Sophia…

—Como?

—Sophia ordenou que os deixasse em paz…

—Que motivo teria para fazer algo assim? Se quiser acabo com ela…

Ambos os membros da Strix davam sorrisos deveras malignos, estendendo uma carta na direcção dele, que pegara sem o menor cuidado com a sua fúria crescendo a cada palavra lida.

—Entendo…

—Sabe como é Marcel...- Agora era a voz jocosa de Klaus na direcção dele, que ao ver o seu sorriso sarcástico ficara ainda mais possesso.- Os Mikaelson de facto ruleiam este Mundo…não tem a menor chance, não é mesmo…

—O mais incrível é você ficar sob as saias de sua sobrinha, não é mesmo?

Ele tinha que retaliar, que ao ouvir o que ele tinha dito, ficara sério e estendera o seu sorriso.

—Mas pelo menos, ela me protege …já você, ela se quiser acaba contigo, não é mesmo?

—Ela não o faria, tem o sangue…mas não é vocês…- Fora dito com tanto desprezo, que até Rebekah ficou olhando para ele e este reparara nela , engolindo em seco.

Com um gesto meio furioso, afastara todos da casa, mandando alguém retirar suas coisas.

—Feliz Ano Novo, Marcel…

Este não voltara resposta, somente olhando para ele, como dizendo que a sua vingança ainda não estava completa, ao que Klaus acatara o desafio e respondera com um olhar tão seu conhecido “I’am the King! “

(…)

Enquanto isso, perdido na floresta do Bayou, Elijah retirava a sua gravata, sentindo que ela sufocava demais, aquilo não podia estar acontecendo, não era demasiado para ele puder suportar, ele simplesmente estava preparado para tudo, menos para ter uma filha e ainda mais, ela sendo fruto do seu primeiro assassinato a um de seus grandes amores.

Ele sempre quisera resguardar seu coração, para não sofrer, era bem mais fácil não se permitir sentir demais, entregar demais para não acabar sofrendo.

Mas aquilo não era algo que ele podia ignorar, ela era…sua…filha! O desprezo e a raiva que ela lhe vetava doía bem mais do que alguma morte que Niklaus tinha feito a suas mulheres.

Ela havia visto com certeza o seu pior lado, sempre ao longo dos séculos, ela com toda a certeza o detestava e parecia de facto bem insensível, ao que acontecia a sua família, porque podia não gostar mas ela era uma Mikaelson.

Pela primeira vez na vida, ele sentia-se perdido, incrivelmente perdido e as lágrimas escorriam de seus olhos sem que ele pudesse evitar, a dor era imensa. E se ele desligasse as emoções? Não seria o melhor…era um bom pensamento!

De tão absorto, estava que nem notou que alguém o observava das sombras, com olhos ligeiramente amarelados, e com a Lua Cheia no céu, isso não era algo com certeza positivo.