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História Say Goodbye - Say Goodbye


Escrita por: My-Dream

Notas do Autor


OLÁ! Cá estou eu com uma oneshot sobre Shokugeki No Souma.

Espero agradá-los e, se possível, poderiam comentar? Desde já agradeço.

A fanfic foi feita a partir de uma música chamada Say Goodbye da banda Skillet, então caso queiram seria legal que a escutassem enquanto lêem.

Capítulo 1 - Say Goodbye


Souma tinha um segredo do qual ninguém, ninguém mesmo, podia sequer imaginar em seus piores pesadelos. Durante toda aquela loucura do exame de admissão para o segundo ano do grupo de amigos do Yukihira, seu obscuro segredo quase fora descoberto várias vezes.

Claro que ele fez o que pôde para continuar com tudo escondido, e assim ninguém descobriu nada. Tudo continuava normal.

Sabia que eventualmente teria de contar aos seus amigos sobre aquilo, só não queria. As coisas seriam mais fáceis se ninguém soubesse.

Enrolou o máximo que conseguiu; até mesmo sumiu por alguns dias dizendo que estava doente e foi para a França ficar com o pai. 

Então, logo após a admissão deles para o segundo ano escolar na academia de culinária, o ruivo decidiu que era a hora.

- Souma-kun?

 

A voz suave de Tadokoro lhe despertara de seu sono, acordou e piscou preguiçosamente, bocejando em seguida. Sentira uma pontada forte e perigosa em seu peito, fazendo-o arfar em dor.

- Souma-kun, você está bem? -Agora Megumi soava preocupada enquanto abria a porta do quarto e adentrava o cômodo.

- Estou sim. Deseja alguma coisa? -O ruivo sorriu forçadamente, enquanto sentia mais pontadas em sua caixa torácica.

A menina não acreditou naquela informação, até que seu temor se comprovara quando vira o melhor amigo se encolher subitamente.

 

- Souma-kun!

Aproximou-se assustada e às pressas. A expressão do garoto era completamente dolorosa, como se estivesse sendo acertado por lâminas. Tadokoro estava entrando em desespero ao vê-lo sofrer tanto, e por mais que soubesse que Yukihira não queria que todos acabassem sabendo do que acontecia, tudo o que ela pôde fazer foi gritar por ajuda.

 

De imediato Satoshi apareceu no teto do quarto, pulando pela passagem de madeira que tinha e caindo no chão. Os outros alunos e Fumio rapidamente chegaram ao cômodo e se espantaram ao ver o filho de Jouichirou numa expressão de dor.

- O que está acontecendo, Tadokoro-chan?! -Isshiki indagou preocupado.

- Eu não sei! Quando entrei aqui ele começou a se encolher de dor! -A menina gritou em desespero.

- Alguém ligue para Erina e peça o carro dela emprestado! Digam que é urgente! -A responsável pelo dormitório gritara.

Yuuki se afastou para fazer a ligação.

Souma sentia uma ardência forte em seu peito, tudo estava pegando fogo dentro de si. Doía, doía, doía.

Menos de cinco minutos depois a limousine da Nakiri chegara, com ela e Hisako preocupadas com a situação até então desconhecida por elas.

Quando viram o ruivo arfando e gemendo de dor ser trazido apoiado pelos rapazes do dormitório seus corações de apertaram.

- O que foi?! O que está acontecendo?! -Hisako indagara ao vê-lo ser colocado dentro do veículo negro.

- Não sabemos, mas ele não está bem. -Megumi estava com lágrimas nos olhos, forçando-se a não chorar.

Erina fitou o garoto ruivo, preocupação estampada em seu rosto. - O que há de errado, Yukihira-kun?!

- Cha..me..M..eu pa..i. -A voz do garoto saía rouca e entrecortada.

- Nós o levaremos para onde?! -A loira indagou exasperada.

- É melhor ligar para o Jouichirou-san. -Isshiki constatou às pressas.

Tadokoro tirou o celular do bolso e procurou na lista de contatos o telefone do pai de Souma com os dedos trêmulos. Parecia que quanto mais demorava mais o garoto deitado no banco parecia piorar. Finalmente depois de seis toques o mais velho atendera sua ligação.

Falaram rapidamente ao telefone, mas ele dera a indicação de que era para levar o filho para o hospital central da cidade, e que deveriam dizer o nome do garoto na recepção que já chamariam o médico da família.

Entraram no carro Erina, Fumio, Megumi e Satoshi.

Os demais ficaram incumbidos de informar os outros amigos e seguiriam para o hospital de ônibus. 

Não demoraram muito para chegar ao hospital e logo que chegaram médicos e paramédicos colocaram o menino numa maca e levaram para algum lugar. Cerca de meia hora depois surgiam na recepção todos do dormitório Estrela Polar, Ikumi, Hisako, Hayama, os Aldini e mais alguns.

As recepcionistas tiveram trabalho em acalmar o grande grupo de estudantes de gastronomia, e quase tiveram de expulsá-los do hospital pela gritaria.

Megumi não parou de fazer orações nem por um minuto sequer, torcendo para que o melhor amigo parasse de sofrer logo.

Cerca de duas horas depois sem qualquer tipo de notícias, um homem alto, de cabelos loiros e olhos azuis de aproximou.

- Onde está Jouichirou?

Erina arqueou uma sobrancelha. Aquele médico falava de forma casual demais e isso a incomodava.

- Itália. Mas ele entrou no primeiro vôo para o Japão, deve chegar aqui amanhã à tarde. -Fumio declarou. 

O homem de branco suspirou. - Eu devia saber que aquele irresponsável não estava por perto.

- Por que diz isso? -A Nakiri presente indagou suspeita.

O loiro a olhou de soslaio. - É o que se espera de um conhecido de longa data, não? Meu nome é William.

- Não quero soar grossa, doutor, mas o que há de errado com Souma? -Hisako fizera a pergunta que todos queriam fazer.

- Souma irá conversar com vocês quando estiver melhor. -Ele respondera casualmente. 

Os jovens estranharam e Alice se pronunciou. - É tipo uma fadiga muscular?

O loiro sorriu fraco. - Digamos que é o que é.

- Quando podemos falar com ele? -Megumi indagou ansiosa.

- Deixem-no descansar hoje e se as dores passarem ele já poderá voltar para casa em alguns dias.

Num aceno de cabeça o médico se despediu e não demorou muito para que os adolescentes também deixassem o hospital e voltassem para suas atuais casas.

Tadokoro ainda estava preocupada já que algo parecia errado, se não por que Jouichirou voltaria ao Japão com tanta pressa? 

Aquela noite se passou e ela mal pôde dormir, e no dia seguinte fora para as aulas da manhã e da tarde normalmente. Fora um dia silencioso, chato, entediante. Faltava Souma ali. 

Quando já era noite Jouichirou chegou à Tootsuki, no dormitório Estrela Polar. Entrou silenciosamente, a porta de madeira não fizera ruído algum e era o que poderia se considerar um milagre. Os estudantes estavam reunidos na sala de jantar e conversavam paralelamente. 

- Boa noite.

Os jovens deram um pulo na mesa de jantar com a voz que surgira de repente. 

- Ah, Jouichirou-san. Boa noite. -Tadokoro o cumprimentou sorrindo.

- E Souma? -O homem indagou enquanto puxava uma cadeira para se sentar à mesa.

- O médico não exatamente disse, mas parece que o Yukihira-chi estava com fadiga. -Yuuki dissera entre um gole e outro do suco que bebia.

- Entendo.

O ruivo sorriu de maneira estranha na opinião de alguns poucos ali, enquanto os outros pareciam alheios à situação.

Megumi encolheu os ombros ao sentir um calafrio lhe percorrer o corpo, mas continuou sorrindo –ou ao menos tentando.

Mais uma noite se passou, e como a jovem não tinha as aulas da tarde decidira levar flores para seu melhor amigo no hospital. O Yukihira mais velho estava lá desde a manhã, então poderia alternar com ele em turnos.

Megumi, após pegar um pequeno buquê de margaridas, um bem simples, seguiu para o hospital. Demorou trinta minutos de ônibus, mas chegou e, após dar seu nome na recepção e receber uma etiqueta para colar no peito, se dirigiu de elevador para o andar em que os ruivos deveriam estar.

Quarto 227, porta entreaberta.

Pensou não haveria problema se entrasse, mas quando o fez se deparou com a cena de Souma tossindo sangue e sendo observado pelo pai.

- Souma-kun

As margaridas quase caíram de sua mão quando o vira tão pálido e com uma aparência tão... Doente.

O Yukihira mais novo arregalou os olhos ao vê-la ali e se apressou para jogar fora os papéis com sangue. - Megumi? Achei que estivesse na aula de química, o que está fazendo aqui? 

A menina respirou fundo e encarou pai e filho. Não sabia o que pensar, o que falar, como agir.

- Vim pra cá assim que as aulas da manhã acabaram. Quis te trazer flores... -Forçou um sorriso enquanto se aproximava do leito.

O rapaz abaixou os orbes âmbares para a mão esquerda da garota, encontrando ali um pequeno buquê de margaridas.

- Obrigado por vir. -Agradeceu sorrindo.

As mãos dela tremularam, mas Megumi não sabia dizer se era de medo ou de raiva. - Por que não me diz o que está acontecendo? 

Souma sentiu a garganta secar. Piscou.

- O que? -Perguntou de forma inocente.

Tadokoro respirou fundo. - Por favor, seja sincero. Eu me preocupo com você, te considero mais que meu melhor amigo.

Pai e filho se entreolharam de forma culpada.

- Por que não se senta ao lado dele na cama, Megumi-chan? Vou sair para comprar algo para beber e vocês podem conversar a sós. -Jouichirou apontou para a cama hospitalar e se levantou da poltrona em que estava.

A Tadokoro encolheu os ombros e fez o que lhe fora dito, sentando-se ao lado do ruivo mais novo no espaço do colchão alto. O pai deixara o cômodo com um sorriso triste nos lábios, mas fitando o filho com confiança.

- Pode me contar qualquer coisa, Souma-kun. Você sabe, não é? -Segurara a mão dele.

O ruivo respirou fundo, tentando achar as palavras certas a se falar.

Vendo a insegurança e o medo transparecem no olhar e na expressão do garoto, a menina de tranças entrelaçou seus dedos nos dele. - Souma-kun...

- Eu tenho câncer, Megumi.

A jovem ficou estática.

- Começou como um tumor benigno antes de eu entrar em Tootsuki, e eu até estava correspondendo bem ao tratamento. Mas... -Mordeu o lábio inferior antes de prosseguir. - O remédio parou de fazer efeito, e agora está crescendo em meus pulmões 

uma muda de árvore.

Megumi parou de respirar. Sua garganta estava completamente seca e agora, definitivamente ela não sabia o que falar. Não pôde fazer nada para impedir as grossas lágrimas que brotaram em seus olhos e começaram a escorrer por seu rosto como uma cachoeira. 

O menino se desesperou. 

- E-Ei! Tadokoro, por favor, não chore, e-ei. -foi a vez dele segurar as mãos da menina.

- Você vai ficar bem, não é? Mesmo tendo câncer, não é? Você vai viver, não é Souma-kun? -Megumi atropelava as palavras em meio ao choro. 

Eles ficou em silêncio enquanto ela o abraçava. Então todo o seu corpo tremeu. - Não há como saber.

A Tadokoro limpou as lágrimas. - Por quê não me contou antes? 

- Porque antes eu não estava morrendo. -Sorriu triste.

A menina de tranças sentiu seu coração se despedaçar ao mesmo tempo em que sentia um soco na boca do estômago. 

Seu melhor amigo estava morrendo?

Seus lábios tremularam e mais lágrimas tomaram conta de seus olhos.

- Qual a sua expectativa de... Vida? -Perguntara, a voz embargada.

- Sendo muito otimista, no máximo dois anos. Agora, sendo pessimista? Três meses.

A diferença era tão gritante que a fazia se sentir mal.

Respirou fundo e segurou as lágrimas para si, sentia que quanto mais chorava mais seu melhor amigo ficava triste. Ele não queria que ninguém soubesse daquilo, era óbvio. Mas agora...

- Não dá mais para esconder isso de todos, então acho que o melhor é eu contar. -O ruivo encolheu os ombros de forma culpada. - Não queria que ninguém tivesse de se preocupar comigo, me sinto mal...

- Mas somos seus amigos, Souma-kun. Amigos servem para os maus momentos também.

- Eu sei.

Os dois conversaram por mais algumas horas, até que se encerrara o horário de visitas.

Souma ficou internado por uma semana fazendo drenagem do líquido em seus pulmões para, finalmente, retornar ao dormitório em que atualmente residia. Estava mais magro e um pouco pálido, mesmo seus cabelos não pareciam mais tão vivos quanto antes. Enfim, aquele era o dia de contar aos seus amigos sobre o seu problema.

Estava nervoso, temeroso.

Seu pai e Megumi o apoiavam dizendo que tudo ia dar certo e que eles entenderiam, mas ainda assim ele não podia evitar de sentir medo pela reação dos amigos.

Como ele não sabia uma forma menos pior de dar a notícia, resolvera fazer uma festa de saída do hospital.

Todos os conhecidos do garoto, incluindo os membros da Elite dos Dez(embora um ou outro tivesse relutado em ir), compareceram ao dormitório Estrela Polar. O prédio estava cheio de adolescentes completamente capazes de fazerem uma festa com comidas esplêndidas, mas a tudo ficou na responsabilidade de Jouichirou. Os dez nobres de Tootsuki se surpreenderam com os petiscos simples e completamente deliciosos. Realmente, o Yukihira mais velho era um chef superior.

Devido à isso quem buscara Souma fora Megumi, voltaram de ônibus para o colégio de elite.

Antes de entrarem no dormitório, o ruivo ficou estático na porta. Suas mãos tremiam.

- Vai dar tudo certo. -A menina lhe assegurou sorrindo de forma terna.

Sorriu em resposta, mas tudo o que queria era sair dali à alta velocidade em sua moto –presente recente que ganhara de seu pai.

Entraram e foram recebidos por confetes sendo explodidos acima de suas cabeças.

- Parabéns pela alta! -Seus amigos e até alguns da Elite dos Dez gritaram num coro organizado.

- Obrigado. -Agradecera, um sorriso em seus lábios.

- Nossa, você está um caco. -Erina zombara. 

Algumas horas de festa se passaram com os jovens se divertindo. O ruivo foi ao banheiro algumas vezes quando sentia as dores e quando sabia que iria tossir sangue. Demorava cerca de meia hora e voltava  com isso logo estranharam as idas e vindas do garoto.

- Nossa Yukihira, ir ao banheiro tanto assim são recomendações médicas? Os médicos do Japão são bem rígidos. -Isami comentara um pouco surpreso.

O filho de Jouichirou fitou Megumi e o pai, e ambos lhe deram olhares que só significavam uma coisa: "Conte".

Respirou fundo e quando iria falar sua garganta secou.

- Yukihira, você está pálido. -Rindou falara de forma preocupada.

Com os lábios e mãos tremendo, Souma forçou um sorriso.

- Eu tenho câncer.

À princípio houve um silêncio de alguns segundos, mas depois risadas foram ouvidas. Ninguém ali estava acreditando e aquilo fez o rapaz encolher os ombros e seu sorriso trêmulo se desmanchou.

Tadokoro se aproximou e segurou sua mão direita.

Aos poucos os jovens perceberam algo de errado. O ruivo não dissera algo como "AHÁ! Quase enganei vocês!".

Pegando fôlego e apertando a mão amigável da jovem de tranças ao seu lado, ele continuou. - Meu tumor que antes era benigno está crescendo e enchendo meus pulmões de um líquido escuro.

- Você quer dizer... -Erina arregalou os olhos e mão era muito diferente com todos os outros ali.

- Eu estou morrendo.

- Não! -Takumi exclamou, exasperado. - Isso é uma brincadeira de mau gosto, Yukihira.

Souma reprimiu um suspiro. - Talvez eu tenha dois anos, talvez três meses de vida. -Bagunçou os cabelos ruivos. - Eu sinto muito por não ter contado antes, achei que tudo daria certo.

Os jovens ficaram em completo silêncio tentando assimilar as palavras do amigo. Era verdade? Souma estava mesmo morrendo? 

- Mas ainda vai dar certo, não é mesmo ? Não é tarde demais ainda! -Ikumi perguntava desesperada.

O Yukihira mais novo encolheu os ombros e não conseguiu falar absolutamente nada. Seus olhos se tornaram devastados como nunca antes alguém vira e com isso Jouichirou resolveu se pronunciar.

- O estado dele tem piorado de forma muito rápida e uma prova disso é que ele ficou drenando seus pulmões na última semana. Não sabemos se o tumor irá continuar a crescer tão rapidamente ou se irá demorar, então a expectativa de vida de Souma é incalculável.

Mesmo os membros da Elite dos Dez ficaram surpresos com a notícia.

O Yukihira mais novo tossiu, o que iniciou uma crise para o desespero do pai e da melhor amiga. Logo começara a tossir sangue e a queimação em seu peito retornara, levando-o a se agachar. 

- Souma-kun? Souma-kun! -A garota agachou-se ao lado dele, entrando em desespero.

O pai do rapaz reprimiu um suspiro pesaroso. - Ao que parece é a primeira opção. Souma, vamos ao quarto tomar a medicação antes que piore.

Com a ajuda de Megumi o mais velho levara o filho pelas escadas até o quarto, deixando adolescentes preocupados para trás.

- Ele vai morrer?

Era a pergunta que pairava na mente dos presentes. 

A partir daquele dia todos fizeram o possível para que tudo continuasse normal, mesmo que soubessem do estado de saúde do Yukihira. Poucas pessoas além deles sabiam à respeito, o que era relativamente bom.

Conforme os dias se passavam a dúvida de quando seria a partida do garoto somente crescia. Não queriam dizer adeus, mas uma hora seria preciso.

Reverter o quadro de Souma seria praticamente impossível, somente um milagre para salvá-lo da morte precoce. E com isso os estudantes iam aceitando em suas mentes, mas não em seus corações.

Então, ao término do segundo ano da maioria deles, o ruivo subitamente decidira que era hora de dizer adeus.

Após a cerimônia de encerramento para os remanescentes alunos e junto com os que se formavam como Isshiki, Eizan, Kuga  Tsukasa, Kinokuni, Rindou, Momo, Tousuke Soumei, todos eles, viram o ruivo com malas prontas na saída do colégio.

- O que é isso, Yukihira-kun? -Isami, assim como os demais, franziu o cenho.

- Estou indo para os Estados Unidos. -Declarou sorrindo.

Erina arqueou uma sobrancelha. - Seu pai está precisando da sua ajuda num novo restaurante em que ele está de free-lancer? 

O ruivo negou num aceno de cabeça. - Eu vou me tratar.

Não foram poucos os que arregalaram os olhos.

- O que disse? -Ikumi achava que não havia ouvido corretamente.

Com um largo sorriso nos lábios, o Yukihira parecia otimista. - Desenvolveram um remédio que pode me ajudar a sobreviver.

- Souma-kun, isso é ótimo! -Megumi exclamara emocionada, abraçando-o com força.

- Eu sei. -Continuava a sorrir.

- Quando você volta? -Takumi indagou ansioso.

Souma adquiriu um semblante culpado e desconfortável. - Provavelmente eu não vou me formar em Tootsuki.

Aquilo fora um baque para eles. Logo em seguida pôde se ouvir um grito uníssono de todos ali.

Rindo, o Yukihira voltou a segurar suas duas malas. - É um preço que eu tenho que pagar para viver.

Após o susto, eles suspiraram em conformidade.

- Eu não sei se o remédio fará efeito, pois ainda não foi testado em humanos, então... Eu realmente agradeço por todo esse tempo que vocês estiveram me aguentando. -Sorriu um pouco triste. 

Lágrimas chegaram aos olhos de alguns. Era como se o jovem estivesse se despedindo para sempre.

- Eu também sei que sou um idiota, então não precisa me lembrar disso, Erina. -Brincou fitando a loira que resmungara um xingamento enquanto cruzava os braços e o fitava de soslaio. - Fico feliz de ter conhecido cada um de vocês, porque isso me fez crescer de um jeito que eu não conseguiria se continuasse em casa. Agradeço por todas as vezes que me fizeram rir, de todos os momentos que compartilhamos. 

E com despedidas tristes, mas simultaneamente esperançosas, Souma deixou o colégio Tootsuki e seus amigos para trás.

Aproximadamente sete meses depois.

Após mais um dia desafiador vencido, tudo o que Megumi mais queria era se jogar na cama e dormir até o sol raiar. Infelizmente não podia, precisava terminar um relatório e, de quebra, seus colegas tinham resolvido fazer uma simples reunião no dormitório com a presença virtual de Souma.

O ruivo quase sempre mandava fotos para os amigos. Fossem de comida, paisagens, coisas engraçadas ou mesmo uma foto de si –essas eram extremamente raras e só foram enviadas duas vezes. Porém ele não dizia se o tratamento estava fazendo efeito ou se a areia da ampulheta estava caindo ainda mais rápido. 

Os amigos chegaram e estavam aguardando a chamada de vídeo ansiosamente já que fazia alguns dias desde que o Yukihira não falava com ninguém. Isso porque ele havia prometido dizer se estava melhorando ou piorando dessa vez. 

A demora os deixava impacientes e, de repente, o celular da Tadokoro tocou. Era o número de Jouichirou no visor do aparelho.

Aquilo revirou seu estômago. Suas mãos começavam a tremer, assustada com o que provavelmente viria a seguir. Afastou-se do grande grupo de amigos e saiu pela porta da frente da sala. 

Todos sabiam sobre o que era aquela ligação e seus corações começaram a se apertar. Não queriam, não queriam que Megumi voltasse para dentro do prédio com a má notícia. Aquilo os destruiria, mesmo que estivessem se preparando há meses para a possibilidade e seria devastador para todos os envolvidos de alguma forma com o Yukihira.

A jovem de tranças voltou aos prantos e soluços incontroláveis para a sala do dormitório, causando o desespero dos amigos. Sabiam exatamente o que aquilo significava e mesmo os mais fortes não conseguiram evitar as lágrimas que vieram com uma força incontrolável. 

Yukihira Souma estava morto.

O tratamento com o remédio milagroso não dera certo e o câncer se espalhara completamente pelos pulmões, a um ponto em que as drenagens não funcionavam mais.

O choro coletivo começou, soluços e fungadas eram ouvidas e narizes e olhos já se encontravam vermelhos. 

Eles nunca conseguiriam se esquecer do ruivo teimoso e impetuoso. Pra sempre guardariam em seus corações todas as memórias com o ruivo e fariam questão de que o mundo gastronômico soubesse que um dia tal pessoa existiu. 

- Nossa, eu não imaginava que vocês seriam tão chorões. 

Os jovens presente arregalaram os olhos ao ouviram aquela voz tão conhecida.

Souma adentrou o ambiente com malas em mãos e um sorriso divertido nos lábios. 

À partir dali gritos foram ouvidos, de surpresa, indignação, raiva momentânea e, acima de tudo, felicidade. 

Yukihira Souma estava ali, diante de todos eles, sorrindo como se nunca tivesse ido embora por causa de sua doença. Como se sempre estivesse daquele mesmo jeito que irritava tantas e tantas pessoas naquela academia de culinária.

Porque, agora, Souma estaria bem novamente.

Após uma breve explicação foi-se finalmente revelado os primeiros resultados do tratamento americano: o remédio dava funcionando e combatendo o tumor em seus pulmões. Ele estava e ficaria bem por muito e muito tempo, o suficiente para concluir o ensino médio em Tootsuki junto dos amigos e ainda se tornar um chef de renome mundial.

E, para a felicidade de todos ali, ele estava de volta.

Do mesmo jeito que eles o haviam conhecido: sorrindo e completamente bem.

Souma estava de volta e dessa vez era para ficar.


Notas Finais


Espero que tenham gostado!


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