Como se descrever quando nem você sabe quem é de verdade? Essa sou eu Nina Ross. Passando pelos corredores do colégio consigo ver todos os tipos de pessoas, das mais legais até as mais cretinas da historia do século, sabe o que diferencia as pessoas dos animais? Pessoas não são confiáveis, elas mentem a todo instante, inventam mentiras umas para as outras, e isso as tornam apenas personagens fictícios. Na verdade a vida é um grande palco onde fingimos ser quem não somos, somos uma absoluta fraude.
Até poderia dizer que sou diferente dos outros, mas eu também não passo de um ser humano cheio de problemas. Qual é? Estou no colegial, erros são comuns pra mim.
Não sou a estranha do colégio se é isso que estão pensando, até esse papel roubaram de mim, vocês acreditam?
Hoje seria mais um dia sem importância de aula. Eu e meu irmão Nolan, estávamos a caminho do colégio quando ele resolveu fazer perguntas cuja a resposta eu não gostaria de lembrar.
- Fez seu dever?
Olhou-me e deu um sorrisinho que eu gostaria muito de tirar com um belo soco.
- Você tinha que me lembrar logo agora, não é mesmo?
Perguntei lhe olhando feio.
- Na verdade foi de propósito, eu pensei em te lembrar ontem, mas achei que hoje seria mais divertido - Falou sarcástico.
- Você anda achando de mais - Resmumguei tirando minhas coisas da mochila, até achar meu caderno - Vou fazer agora, então ande de vagar para a chegada do colégio demorar.
- Sinto muito.
Disse, quando olhei para a janela notei que o carro havia parado e já estávamos na entrada do estacionamento.
- Eu te odeio.
Falei saindo do carro com mil coisas nas mãos e adentrei o colégio fazendo o dever pelo caminho.
Esbarrava em algumas pessoas que me xingavam. Fingia que não as notava e continuava meu caminho, dava dedo para algumas que faziam comentários sobre todo dia eu não fazer o dever.
Cheguei ao meu armário jogando tudo lá dentro e terminando aquela questão enviada dos infernos.
- Oi Ari.
Cumprimentei meu pôster da Ariana Grande que estava colado ali.
- Falando com o pôster de novo Nina? - Perguntou Blair, Blair King minha amiga desde os cinco anos.
- Apenas cumprimentando. Não se pode ter nem privacidade mais, à que ponto chegamos, não é sociedade? -
Fiz uma pergunta que não era direcionada diretamente a ninguém, só para fazer o drama que já era uma característica comum.
- Agora vamos para a aula, temos física agora - informou-me ela.
Pessoas babando, algumas prestando atenção e a grande maioria rabiscando algo desinteressante em seus cadernos. Aulas de física: línguas desconhecidas.
Sempre era assim, eu sempre dormia e hoje não seria diferente. Deveria estar sonhando com Troye Sivan, porque quando a diretora me cutucou eu tinha certeza de que estava em uma multidão ao som de Talk me down, me descabelando igual, Melanie Martinez em Cry baby.
- Srta. Ross, já que estava prestando tanta atenção no que vim lhes dizer, por que não vai desejar boas-vindas para nosso aluno novo, Justin? - Disse ela, tentando tirar uma com minha cara.
- Quem diabos é Justin? - Perguntei confusa e estressada. Ela tinha acabado com meu sonho com o Troye, que não espere ser bem tratada.
- Aquele alí - Disse apontando o garoto em frente à toda a turma. Ele olhava tudo como se quisesse rir.
- Estragou meu sonho com o Troye, pra isso - Resmunguei levantando, mas todos da sala riram, sinal de que tinham ouvido. Confirmei minhas dúvidas quando olhei para a diretora e a mesma me olhava feio.
Levantei, e na maior lentidão fui até o tal garoto para cumprimenta-lo.
- Não que isso vá mudar alguma coisa. Seja bem vindo querido Justin, te doamos nossa escola para que faça o que bem entender com ela, caso queira colocar fogo também, quem sabe - Falei lhe estendendo a mão e falando o fim da frase um pouco mais baixo, o que não foi muita coisa, acabou que todos riram e a sra. Benson me olhou assustada.
- Seja menos engraçadinha srta. Ross - Resmungou a sra. Benson, nossa professora de física.
- Obrigado, Nina, você é muito gentil - Respondeu o garoto pegando em minha mão e rindo.
Sentei-me e continuaram a falar sobre Justin, falavam até coisas que não precisávamos saber, como por exemplo, que seu pais moravam em outro país e o garoto morava com a tia.
- Falem qual o tipo sanguíneo também - Resmunguei, mas todos me ouviram e se direcionaram à mim rindo, exceto pela sra. Benson e a diretora Katherine.
- Volte a dormir srta. Ross, assim tem muito mais utilidade - Disse a diretora.
- Eu posso mesmo? - Perguntei entusiasmada. Ela assentiu - Ai obrigada, Santo Hefesto das calças fumegantes - Agradeci olhando para o nada e logo me deitei sobre minha mesa. Peguei no sono e livrei meus ouvidos daquele monte de baboseiras.
Acordar com um sinal de que a aula havia acabado e em breve outra começaria, não me deixava nada bem humorada.
Levantei e notei um olhar que chegava quase a queimar minha pele, virei-me e comecei uma caçada descontrolada à quem seja lá que estiver me queimando com o olhar.
Encontrei o garoto novo me observando sem ao menos tentar disfarçar. Agora que começo a reparar como ele é estranho, parece guardar grandes segredos por trás dos olhos castanhos mel que lhes foram consedidos.
Olhei mais uma vez para ele antes de sair da sala, soltei um suspiro pesado. Precisava encontrar Blair, que havia saído antes de eu acordar. Encontrei-a no jardim do colégio, lendo um livro que eu havia quase a obrigado a ler.
- Resolveu tomar vergonha na cara? - Perguntei me sentando ao seu lado.
- Nina esse livro é incrível, como assim o Maven estava manipulando a Mare e a Guarda Escarlate o tempo inteiro? - Ela me olhou espantada.
- Ele decepcionou a todos nós, nem acredito que ele foi capaz de fazer tudo aquilo - Falei com um ar de decepção - isso por que você ainda não leu espada de vidro. Ele vai fazer coisas horríveis, mas vou deixar você se surpreender sozinha.
- Estou lendo aos poucos, por que a preguiça é uma coisa assustadora.
- Assim como a sua cara de pau - Falo sínica, me levantando.
- Você é cruel - Diz ela, se levantando também.
- Cruel como a música de Zayn Malik? - Perguntei rindo, eu amava essa música e ouvia o tempo inteiro, então ela era obrigada a ouvir também.
- Pode ser - Ela diz rindo também - Agora vamos, a aula deve começar a qualquer momento.
- Isso se já não começou - Falei e seguimos até nossos armários.
Blair tinha aula de inglês agora, enquanto eu seguia para a aula de química. Entrei a sala e todos já estavam sentados fazendo sei lá o que que a sr. Daniel havia mandado.
- Sempre atrasada, não é mesmo srta. Nina? - Perguntou, mesmo soando mais como uma afirmação.
- Já me chamaram tanto de "srta" hoje que já estou me sentindo uma dama da realeza - Disse sinica.
Entrei e fui sentar-me juntamente com uma garota loira de olhos verdes e óculos de grau. Devo ter estudado com ela algum dia, ela me parecia tão familiar, chegava a ser estranho.
- Me chamo Savannah Green, qual seu nome? - Perguntou me olhando entusiasmada.
- Meu nome é Nina - Disse meio assustada. Aquela garota estava muito estranha, nunca havia reparado nela antes.
- Ah sim, a famosa Nina Ross, você é bem conhecida por suas piadas no meio da aula - Disse ela agora mais calma.
- Não sabia que era famosa - Falei pegando alguns frasquinhos com líquidos coloridos - E então, qual experiência desastrosa temos que fazer hoje? - Perguntei já misturando diversas coisas.
- Vem eu te ajudo - Disse pegando o líquido roxo que eu segurava.
- Gostei dessa cor - Peguei um fresquinhos que continha um líquido azul incrivelmente lindo.
- Não coloca iss... - Savannah gritou tentando me impedir, mas era tarde demais. Aquilo estava borbulhando tanto que eu estava aguardando o momento que explodiria.
Dez minutos depois de sermos expulsas da aula por termos quase explodido a sala com todos lá dentro (o que não seria má ideia), seguimos para a biblioteca. A única coisa que impediu que todos nós virassemos fantasmas andando pelos corredores escuros daquele colégio, foi um garoto que foi rápido o suficiente para pegar o líquido borbulhante e o jogar pela janela a uma distância considerável. Com certeza não nasceriam mais plantas naquele lugar, e foi esse comentário que me fez ser escurassada dali, não antes de dizer uma coisa que enfureceu ainda mais eles, como "era melhor que vocês tivessem morrido do que as pobres platinhas que não fazem nada à não ser nos conceder oxigênio"
Eu e Savannah estávamos na biblioteca, ótimo, até porque eu precisava de livros novos.
- E então Savannah, quando chegou aqui no colégio? Nunca te vi por aqui antes, é nova, certo? - Perguntei passando por entre os corredores até chegar no meu preferido, sim, eu tenho um corredor preferido.
- Não faz muito tempo, deve fazer uma semana que cheguei na cidade, então estou a pouco tempo no colégio - Disse me acompanhando.
- Savannah, a Madson está te procurando por toda parte - Um garoto adentrou na biblioteca gritando.
- O que houve? Onde ela está? - Perguntou ela.
- Venha comigo - Disse ele puxando-a consigo, a garota saiu apressada e nem olhou para trás.
Eu conhecia aquele garoto, havia o visto diversas vezes por aqui, era um maníaco por ciência e historia. Se me lembro bem ele se chama Harvey Turner, era pouca coisa mais alto que eu, tinha olhos azuis e pele branca, cabelos castanhos e suas bochechas eram cobertas de sardas. Não sabia que ele e Savannah se conheciam, a garota disse ter chegado a pouco tempo, achei que não tinha amigos.
Fiquei ali mais um pouco lendo Percy Jackson, estava reelendo na verdade. Quando alguém se senta a minha frente e fica olhando-me, levanto os olhos e vejo um garoto estranho me olhando, ele tinha grandes olhos pretos e cabelos ruivos, parecia animado.
- Perdeu alguma coisa? - Perguntei sendo grossa, nunca tinha visto esse menino e, se já vi, não me lembro.
- Me chamo Olly, Olly Hill, entrei no colégio junto com você, acho que nunca me notou - Falou sorrindo.
- Não mesmo, se já, não lembro - Respondi voltando meu olhar para o livro, esperava que ele fosse embora, mas o garoto não moveu um músculo - Quer alguma coisa? - Perguntei meio irritanda.
- Desculpa, não queria te irritar, é que eu sempre te vejo na aula e quis falar com você - Respondeu meio envergonhado, ele não parecia do tipo que dava em cima de alguém.
- Não tem problema, fiquei sabendo hoje que sou famosa - Falei rindo, ele se juntou a mim, rindo também - mas e então você não deveria estar na aula? - Perguntei agora, lhe olhando confusa, ele sorriu e foi pegar um livro.
- Cheguei atrasado e o professor não me deixou participar da aula, mas fiquei sabendo que quase explodiu a sala de aula - Respondeu gargalhando e se sentando com o livro que havia pegado.
- É, não sou muito boa em química - Falei rindo.
- Está lendo o que? - Tentou olhar a capa do livro.
- A marca de Atena, na verdade eu já li, mas não achei nenhum outro, então peguei esse - Respondi.
- Única pessoa que já vi nessa escola que lê Percy Jackson, eu amo essa saga - Disse ele animado, quase quicando na cadeira.
- Hefesto é meu Deus - Falei sorrindo, me animei em achar alguém que lê as mesmas coisas que eu, o pessoal desse colégio não tem muito o hábito de leitura - Me identifico com o Leo, ele é incrível.
- Realmente você se parece com ele, eu gosto do Nico, ele é tão sombrio - Começamos a conversas sobre livros - Nem acredito que você gosta dessas histórias.
- O pessoal aqui não gosta muito de ler.
Continuamos conversando até a próxima aula começar. Olly era como um amigo que nunca tive, sentia que poderia conversas sobre tudo com ele. Chegamos até a sala e o pessoal estava entrando, seguimos para as carteiras próximas a mesa do professor.
- Aliás, quem será nosso professor de biologia novo? - Perguntou Olly, se virando para minha mesa.
- Novo? e o sr. Perez? - Perguntei confusa.
- Disseram que ele está viajando - Respondeu Olly.
- No início das aulas? Que estranho - Repondi simplesmente, Olly deu de ombros e virou-se para sua mesa.
A professora substituta adentrou a sala sorrindo. Ela tinha pele escura, cabelos longos e enrolados e lindos olhos negros, aparentava ter seus 40 anos.
- Olá queridos, me chamo Catrina Peterson. Serei a professora substituta.
Faltavam cinco minutos para a aula da sr. Catrina acabar, ela era uma professora incrível, sorridente e alegre, iria me dar muito bem com ela esse tempo que o sr. Perez está de licença. Faltando pouco de três minutos para a aula acabar, percebi que estava sendo observada, quando olhei na direção da pessoa que me olhava avistei o novato, Justin Bieber me olhando como se soubesse todos os meus segredos.
Quando o sinal tocou que notei que Harvey também estava naquela aula, pessoal estranho, parecem até que se escondem. Peguei meus livros e sai da sala com Olly ao meu lado, nos separamos logo depois, ele iria para a aula de Física, enquanto eu seguia para a de História.
Entrei na sala e me joguei na primeira carteira que vi na frente, achei que teria essa aula sozinha, mas logo Blair entrou na sala saltitando igual um coelho.
- Eu amo essa aula - Falou sentando-se atrás de mim.
- Não sei qual a graça de ficar quase uma hora ouvindo sobre gente velha e guerras que aconteceram quando nem éramos vivas.
Longas aulas se passaram e finalmente estávamos na última, que seria filosofia. Teria aquela aula com Blair e Olly que já estavam ao meu lado. A professora Margaret entrou e logo sentou-se naquela cadeira e morreu, porque aquela mulher mal chegava, nem nos dava boa tarde ou sei lá, e já se sentava.
- Hoje vamos falar sobre Platão - Falou preguiçosamente.
- Mas de novo esse homem? por que não falamos de grandes escritores como J. K. Rowling que criou nosso lindo Harry Potter? - Perguntei olhando indignada para a professora.
- Porque ela não é uma filósofa importante, Nina Ross - Falou brava.
- Que besteira - Resmunguei, aliás eu senti falta do "srta."
- Se não está satisfeita pode se retirar - Abriu a porta indicando para eu sair.
- Vou mesmo, melhor do que ficar aqui ouvindo baboseiras, vou ver se o treinador Robert me deixa entrar na aula de educação física - Falei pegando minhas coisas e saindo animada daquela aula insuportável.
- Posso ou não? - Perguntei com cara de tédio para o treinador. Ele estava a quase dez minutos me dando um sermão infernal só porque fui expulsa da aula e estava lhe pedindo abrigo na quadra.
- Vá para as arquibancadas srta. Ross - Respondeu se virando para continuar a aula.
Sentei-me e comecei a abrir meu livro na parte que eu havia parado. Tentei me concentrar no livro, eu juro que tentei, mas aqueles tanquinhos sarrados estavam me chamando, Rick Riordan que me perdoe mas o livro podia esperar.
Comecei a prestar atenção no jogo e notei que Justin Bieber me olhava, esse garoto de novo? Será que eu tenho um terceiro olho na testa? eu só poderia ser um ciclope. Ele continuou me olhando enquanto jogava, olhei para ele e levantei as sobrancelhas, como se fizesse uma pergunta, então ele desviou o olhar. Fique olhando o jogo e eles jogavam basquete, quando um dos garotos se machucou e foi para a enfermaria.
- Quem vai substituir ele? - Perguntou um dos garotos.
- Mas não tem mais ninguém - Respondeu o treinador, quando seus olhos passaram por mim, que estava na arquibancada, ele sorriu - Ei Nina, quer entrar no jogo? - Perguntou o treinador, ele sabia que eu era muito boa em basquete.
- Pode ser - Dei de ombros me levantando.
- Mas treinador, ela é uma garota, podemos esbarrar nela, ou sei lá - Disse um garoto que eu não sabia identificar.
- Não tenha tanta certeza - Falei.
- Então Nina vai para o time do Gardner - Falou apontando para um garoto que era lindo por sinal.
Fui para o lado do garoto que sorriu para mim e logo pegou a bola começando o jogo. Eu estava afetada, é claro, estavam achando que eu não era de nada. Dei meu máximo e até derrubei um garoto, quase gargalhei em sua cara, mas tenho classe. Passei pelo tal Justin e fiz uma cesta de três pontos garantindo nossa vitória depois de uns trinta minutos de jogo.
Gardner e os outros me pegaram no colo e saímos comemorando nossa vitória pelo colégio, logo o sinal bateu e graças aos céus era hora de irmos embora, me despedi dos garotos e peguei meus livros para guarda-los no armário, quando alguém passou ao meu com um olhar de que queria me matar, Justin Bieber.
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