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História Say X - Dead?


Escrita por: thesweetjb

Notas do Autor


HEEEEEY BAE!
Primeiramente: Vocês devem estar se perguntando "Que diabos de nome é esse 'say x'?" Com o tempo isso será revelado e vocês entenderão. Demorei pra atualizar porque estava bem confusa sobre como escrever esse cap sem que ficasse um tédio. Ele tinha ficado enooorme, mas eu cortei até a parte que achei que deveria jabwksmbsj.
Segundamente : Não tem segundamente. Beijos de fini, e aproveitem o cap sz

Capítulo 3 - Dead?


Fanfic / Fanfiction Say X - Dead?

Tia Becky estava ali, bem em minha frente. A mãe de Blair que havia ido embora há seis anos atrás, desapareceu e nunca mais foi encontrada. A polícia acreditava que ela havia fugido. Após dois anos eles encerraram as investigações alegando que ela realmente havia ido embora por motivos desconhecidos. O estranho era que a mulher nunca iria embora deixando sua família para trás, eu a conhecia perfeitamente para saber o amor que ela nutria pela filha, nunca acreditei no que a polícia havia dito.

- Tia Becky - Gritei e corri para abraçar a mulher que estava ali na frente da porta, estava molhada e parecia desnorteada.

- O que? Quem é você? - Perguntou se afastando de mim e olhando-me.

- Sou eu, Nina. Não se lembra de mim? - Perguntei confusa, Tia Becky e eu sempre fomos muito próximas antes dela desaparecer.

- Eu não sei, acordei no meio de uma estrada e um homem me ajudou, ele me perguntou onde ficava minha casa, e só consegui me lembrar dessa lugar - Falou olhando ao redor e depois voltando seus olhos para meu rosto - Você disse que me chamo Becky? Sabia que esse nome não me era estranho.

- Hã... Você disse não se lembrar de nada? Não se lembra de ter uma filha? - Perguntei olhando-a. Os garotos olhavam aquilo confusos, o único que sabia quem era tia Becky era Nolan, mas meu irmão parecia mais perdido do que eu. Conhecemos Blair desde meus cinco anos, então nossas famílias eram bem próximas.

- O que? Você é minha filha? - Perguntou me analisando.

- Não! - Gritei assustada - Sua filha está na sala, a senhora desapareceu há seis anos atrás, nunca mais ouvimos falar da senhora. Não se recorda de absolutamente nada? - Me sentia perdida com toda aquela confusão.

- Minha filha? Eu tenho uma família? - Parecia emocionada - E bom, não me lembro de nada, apenas de acordar em uma estrada e vir parar aqui, a única coisa que me lembro é deste lugar.

- Que grit... - Blair apareceu na cozinha esfregando os olhos, e quando viu sua mãe deu um passo para trás - Que brincadeira idiota é essa? - Se assustou com sua figura materna parada ainda a porta de trás da grande casa.

- Blair - Seu nome escapou dos lábios da mulher ali parada, ao dizer esse nome ela pareceu se espantar - Por que eu disse esse nome?

- É o nome da filha que você abandonou - Gritou Blair agora notando o que estava havendo ali.

- Blair se acalm... - Nolan tentou dizer mas foi interrompido com os gritos nervosos da garota.

- Como posso me acalmar? hein, me fala, essa mulher me deixou sozinha com meu pai, nos abandonou e foi não sei pra que inferno de lugar - Gritava enquanto dava passos em direção a sua mãe.

- Blair, ela disse não se lembrar de nada - Me aproximei dela e peguei em seus ombros - Talvez tenha perdido a memória, precisamos descobrir o que houve - Falei me mantendo calma.

- Perdeu a memória - Disse rindo com amargura - Vou ligar para o meu pai para informa-lo que minha querida mãe ressurgiu do mundo dos mortos - Debochou fazendo movimentos com as mãos, como se fizesse um suspense.

Blair ligou para tio Connor, que estava trabalhando, ele era advogado junto com papai. Estávamos agora todos sentados no sofá da casa ainda paralisados com os acontecimentos, Blair andava de um lado para o outro parecendo nervosa, e sua mãe olhava tudo triste e confusa. Tio Connor adentrou a casa como se estivesse louco, procurou Tia Becky que estava sentada ao meu lado, e quando a viu ficou paralisado.

- Becky - Soprou seu nome olhando em seu rosto. O mais irônico era que eles sempre foram muito apaixonados, não fazia sentido ela ir embora sem falar o que estva acontecendo, não haviam explicações, era como num filme onde as coisas acontecem e ninguém sabe dizer os motivos dos personagens cometerem certas atitudes. A verdade só é dita ao fim da história.

- O que está havendo? Não consigo entender o por quê de todos me olharem tristes e logo depois zangados, como assim eu abandonei alguém? Para onde eu fui? - Perguntou levantando-se.

- Irão te explicar tudo, mas antes vocês precisam conversar e se entender - Falei me levantando - Nós vamos indo.

Olhei para os garotos que entenderam o que estava falando.

- Tchau tia Becky, foi bom te ver novamente.

Abracei a mulher que me olhava ainda confusa, mas sorriu. Me afastei dela e fui até Blair.

- Você vai ficar bem?

- Vou, podem ir, depois falo com você - Sorriu me abraçando.

- Tchau tio Connor, pega leve com ela, lembre-se que não sabemos o que aconteceu - Sussurei apenas para ele ouvir e logo o abracei me despedindo.

- Não se preocupe querida - Sorriu tristonho.

Lancei um olhar para os garotos como se dissesse "O que fazem ainda parados ai? Vamos embora." Eles pareceram entender e acenaram se despendindo.

Saímos da casa sem dizer uma palavra, estávamos espantados com os acontecimentos, e por mais que Gardner e Justin não os conheçam, ainda assim, podiam sentir o clima pesado. Ainda chovia e os relâmpagos iluminavam toda a rua, era aqueles típicos dias sinistros, dias perfeitos para acontecimentos estranhos e fora do comum.

- Posso deixa-los em casa, está chovendo muito - Nolan se ofereceu.

- Eu moro do outro lado da cidade - Fala Justin.

- Não há problema, vamos? - Meu irmão falou seguindo para seu carro, engraçado que mamãe não quis me dar um carro, mas deu para Nolan.

- Então vamos - Disse Justin.

Entramos todos no carro e Nolan logo deu partida no mesmo. Estava ao lado do meu irmão, enquanto os meninos estavam na parte de trás do carro.

- Minha casa fica à poucos quarteirões daqui - Informa Gardner.

- Tudo bem, vá me dando as coordenadas.

Nolan seguia por onde Gardner falava. Chegamos em sua casa com ele agradecendo e se despedindo, saiu do carro e correu, por causa da chuva, para abrigar-se no conforto de sua casa.

- Bom, vamos Justin - Disse Nolan.

Continuamos o caminho da casa de Justin e, realmente, sua casa era longe. No caminho notei Justin um pouco tenso, parecia nervoso, estranhei, mas não disse nada. Agora que havia notado o quanto ele era lindo, cabelos incrivelmente arrumados e brilhantes, seus olhos eram tão expressivos, claros e bonitos que eu poderia jurar ver um ponto de tristeza neles.

Ele parecia carregar o mundo nas costas, demonstrava infelicidade, descontentamento. Era difícil ouvir sua voz, parecia que até falar o machucava, ele me fez pensar novamente no assunto sobre nos importarmos realmente com pessoas que mal conhecíamos, nos importarmos com as pessoas acabava causando tristezas, mas não nos importarmos também não era um sentimento muito agradável, em algum momento teríamos que lidar com mágoas que não nos pertenciam.

- Chegamos - Disse Justin sem nos olhar.

Nolan parou o carro para o garoto sair, mas não parecia que ele queria estar em casa.

- Está tudo bem? - Perguntei. Ele nem sequer me olhou.

- Vou embora, obrigado pela carona.

Se despediu ainda sem nos olhar e retirou-se do carro. Tudo bem, isso havia sido estranho.

- Assustador, eu diria - Nolan pensou.

- No mínimo estranho, no máximo perturbador.

- Vamos embora, já está ficando tarde.

Partimos dalí sem mais palavras, e eu pensava no que havia ocorrido para Justin reagir daquela forma, talvez cansaço? Acho que não, de qualquer maneira iria pergunta-lo no dia seguinte.

Deitar na cama e ainda ter uma pergunta não respondida não fazia meu estilo, sempre que haviam duvidas eu já as tirava, mas com Justin era diferente, ele não parecia se importar com minha curiosidade.

Acordei, ou melhor me levantei, pois não dormi um minuto sequer, estava curiosíssima para saber o que estava acontecendo na cabeça perturbadora do Bieber. Isso era um grande problema, pelo simples motivo de não sermos amigos o bastante para eu estar lhe fazendo perguntas pelas quais ele não queria responder.

Estava atrasada para o colégio, Nolan deveria estar zangado. Me dirigi correndo para o andar de baixo. Estava usando calças rasgadas e largas, all-stars rosas e blusas rosas também. Encontrei meu irmão sentado no sofá batendo o pé impaciente.

- Vamos logo - Falou saindo e batendo a porta.

- Estressadinho.

Ainda tive a audácia de ir no armário pegar salgadinhos, estava com fome, acordar as seis da manhã nunca foi agradável.

Descobri tempo depois que Nolan estava zangado porque Brooklyn havia ligada falando que queria voltar. No início eu ri à ponto de minhas cordas vocais estourarem, mas quando liguei-me do que estava querendo dizer fiquei furiosa.

- Espera Nina, o que você pretende fazer? Bater nela e o que? - Perguntou Nolan quando sai batendo a porta do carro. Ele estava tentando me impedir de dar uns belos tapas naquela espécie extinta.

- Na verdade, bater é o suficiente.

Entrei naquela escola feito um furacão, Nolan ainda estava correndo atrás de mim, tentava me impedir a todo custo.

- Tá, já chega Nina, parou tudo bem? - Gritou nervoso.

- Já chega coisa nenhuma, quand...- Fui cortada no meio da frase com Nolan me puxando para um lugar menos movimentado.

- Nina Ross, você precisa me deixar tomar minhas próprias decisões, ta legal? - Nolan falou, agora mais cauteloso.

- Mas Nola...- Me cortou.

- Sem mais, eu vou falar com ela, e você vai para sua aula agora mesmo - Falou me empurrando para fora da sala vazia, que agora notei ser a sala dos professores.

- Porcaria.

Sai dalí e fui para minha aula megadeprimente de geografia. Entrei sem dar a mínima para as pessoas que estavam paradas na porta conversando.

- Presta atenção Nina - Reclamou um garoto que já devo ter visto antes, não ligo muito para seres humanos, por isso nunca lembro de ninguém.

- Ah vá pro inferno e sai da frente dessa porta seu estúpido - Estava preparada para brigar com Brooklyn, mas como não aconteceu, então eu iria brigar com qualquer um.

- Você que anda igual louca, empurra as pessoas e nem se desculpa - Falou nervoso.

- Se eu sou louca qual o seu envolvimento com isso? E eu empurro porque vocês inúteis ficam na frente da porta parecendo prostitutas, segura uma plaquinha avisando que está se vendendo que facilita as coisas - Empurrei ele e fui me sentar - Idiota - Reclamei e o garoto ainda estava me olhando zangado, mas ao menos se sentou e calou a boca.

Sentei-me sem nem ao menos olhar quem estava perto de mim, peguei meu celular para logo ver Harry Styles em minha tela de bloqueio, as fotos dele me acalmavam.

- Bela briga, nada melhor que começar uma aula de geografia com uma linda discussão - Falou alguém atrás de mim.

- Está querendo causar outra? - Perguntei me virando e dando de cara com Harvey Turner que havia se apoiado na mesa para eu poder ouvir seus deboches.

- Não, não, eu não quis dizer nesse sentido, estava apenas tentando descontrair, tirar a tensão - Falou arrependido e rindo sem graça no final.

- Ótimo, sua tentativa de tirar a tensão não deu muito certo, outro dia, quem sabe - Disse me virando para minha mesa.

Ele não disse mais nada a aula toda, não que eu estivesse sendo grossa, apenas estava estressada hoje. Não é legal quando você quer ficar zangada e alguém tenta te fazer rir, seja lá como for.

Graças a Hermes aquela aula havia acabado e eu já estava recolhendo meus pertences, corri para fora da sala antes de todos, escutei alguém me chamar mas continuei meu caminho.

- Nina espera! - Harvey estava correndo para me alcançar.

- Que foi? - Perguntei olhando para o garoto.

- Queria me desculpar, você sabe, pelo o que houve lá dentro - Falou com a respiração acelerada pela corrida.

- Não se preocupe, estava zangada e fui grossa - Me desculpei colocando a mão na testa.

- Eu deveria ter notado que você não estava bem, me desculpe - Disse ele.

- Tudo bem, agora eu preciso ir, depois nos falamos - Falei sorrindo, ele sorriu de volta agradecido.

Precisava falar com Justin, descobrir o que estava perturbando o garoto, por mais que não sejamos tão amigos, eu precisava saber. Rodei a escola inteirinha e nada de Justin Bieber.

- Onde será que esse menino se meteu? - Perguntei para mim mesmo.

- Está procurando quem? - Me assustei com Gardner falando em meu ouvido.

- Que susto! - Disse com a respiração acelerada.

- Desculpe, não queria te assustar, é que te vi de longe e quis vir te dar um oi, então oi - Falou acenando.

- E pretendia me matar com esse oi também?

- Dramática, está procurando quem? - Perguntou sorrindo.

- O Justin, por acaso você viu ele? - Perguntei.

- Tivemos aula de química juntos, mas não sei onde ele pode estar - Falou dando de ombros.

- Ok, acho que vou procura-lo, nos vemos por aí - falei sorrindo e o abraçando.

Soltei Gardner e sai correndo, fui para os corredores e agradeci mentalmente por o sinal já ter tocado e todos estarem em suas aulas, deveria estar na minha também, mas já estava atrasada, de qualquer forma. Virei todos os corredores, e quando entrei no último lá estava o garoto que procurei o dia todo, estava de costas para mim, me aproximei sem fazer barrulho e o empurei para uma sala que estava vazia.

- O que... Ta maluca? - De início ele ficou confuso, mas quando notou ser eu ficou boladinho.

- Preciso falar com você - Falei enquanto checava se não havia ninguém no corredor. Fechei a porta e me virei para ele que me olhava como se eu fosse louca.

- Que... O que você... O que tem para falar comigo? - De fato ele estava confuso, mas eu que tinha perguntas à fazer, e não ele.

- Quero perguntar sobre o que houve ontem - Falei olhando em seus olhos.

- Olha Nina, seja lá o que você queira perguntar, não estou disposto a responder seu questionário - Ele estava sendo bem grosseiro, me olhando com aqueles braços cruzados como se repreendesse minha atitude.

- Talvez eu esteja ficando louca, mas não parei de me perguntar sobre isso a noite toda, sei que não somos muito amigos, mas eu, realmente, queria saber o que está acontecendo - Disse honesta. Me aproximei dele, mas o mesmo recuou.

- Não haja como se realmente importasse, você apenas está curiosa. Pare de bancar a detetive e me deixe em paz - Falou se aproximando de mim, olhou em meus olhos enquanto dizia cada palavra. Se virou e saiu da sala batendo a porta com força.

- Talvez eu me importe - Sussurrei mesmo sabendo que ele não ouviria.


Estava na última aula, que seria Educação Física. Passei o dia inteiro pensando sobre o que Justin havia me dito, queria bater em sua cara até ele deixar de ser grosseiro. Fui ao vestiário vestir-me para a aula. Estava usando um shorts curto e apertado que odiava usar, e uma blusa enorme, que claro, roubei de Nolan, pois os das garotas eram pequenos e odeio blusas pequenas.

Encontrei com Olly nas arquibancadas e corri para falar com ele, tropecei umas três ou quatro vezes antes de alcança-lo.

- OLLY - Gritei quando cheguei ao seu lado.

- NINA - Gritou de volta me fazendo  tampar os ouvidos pelo susto.

- Diabos Olly, não grite - Reclamei me virando para ele.

- Mas... - Tentou se defender, mas o cortei.

- Mas nada, por que faltou ontem? - Perguntei curiosa.

- Estava com problemas - Ele parecia nervoso, e quando disse desviou o olhar.

- Então tudo bem, vamos jogar? - Perguntei mudando de assunto.

- Acho melhor não, não sou muito bom com essas coisas, sou desastrado - Disse coçando a nuca.

- E eu não? Viu quantas vezes eu tropecei antes de chegar aqui? Ah vamos lá - Puxei ele pela mão e nos guiei para o meio da quadra.

Estavam todos lá, inclusive Justin e Gardner, isso me fez lembrar que não havia visto Blair hoje, precisava ir em sua casa quando saísse daqui.

- Queimado? - Perguntou um dos alunos.

- Vão nessa - Confirmou.

Separamos os times e no fim Olly e Gardner estavam no meu time. Justin estava no time contra, juntamente com Harvey, parece que todo mundo estava aqui, menos Savannah que estava em outra aula.

Descobri tempo depois que estava zangada o suficiente para arremessar a bola com toda a força.

- Ta maluca Nina? Você pode machucar alguém jogando a bola desse jeito - Gritou Maicon, um garoto do time oposto. Olhei debochada para ele, só deu tempo de vê-lo caindo no chão com o impulso que a bola deu em seu estomago.

- Todo mundo resolveu me chamar de maluca hoje, estou me adaptando - Sorri cínica.

- Ta querendo me matar garota? - Gritou após recuperar o fôlego, levantou do chão e veio em minha direção furioso, mas Justin e Harvey o seguraram.

- Vai me bater? Deixa de ser patético e vê se vira homem - Voltei para o jogo enquando ajudavam Maicon a se sentar na arquibancada.

Olhei para ele de longe e lhe mandei um sorrisinho irônico, o garoto ficou tão vermelho que pensei um pouquinho antes de me virar e voltar para o jogo.

Continuei jogando com toda a força, odeio esses seres humanos. Desviava facilmente das bolas que eram enviadas para me queimar. Queimei Harvey que recebeu a bolada, mas se retirou da quadra como se estivesse entediado. Todos do meu time foram queimados com facilidade, exceto por Gardner que desviava rapidamente, mas logo Justin conseguiu a façanha de o eliminar, sobrando apenas eu.

- Acaba com eles Nina - Disse indo para o outro lado da quadra. Sobraram apenas Justin e eu.

Ficamos aproximadamente trinta minutos jogando ferozmente, provavelmente estávamos com muita raiva um do outro, era a única explicação para tal dedicação, ou ele não queria ferir seu lindo ego perdendo novamente para uma pessoa tão meiga e adorável como eu.

Queria acertar aquela bola em sua cara, fazendo a mesma ficar tão desfigurada que precisaria de uma plastica, mesmo que fosse apenas um jogo.

Justin arremessou a bola tão forte que quase me acertou, mas minha vontade de mata-lo com boladas na cara me fez desviar tão rápido que cheguei tão lindamente ao chão que podíamos ter dado uns amassos.

- Acho que já chega, o sinal toca em cinco minutos - Anunciou o Professor.

Concordamos e saímos todos da quadra sem pronunciamos uma palavra sequer. E então:

- Isso foi um empate? - Perguntou Gardner.

Todos olhamos para ele como se tivesse dito o maior absurdo de todos, e de fato, disse.

- Na próxima aula continuamos - Professor se retirou nos deixando resolver a discussão que se iniciou.

- É claro que a Nina vai ganhar - Uma garota disse olhando debochada para Justin.

- Nada disso, Justin ira ganhar - Maicon afirmou me olhando nervoso.

- Ninguém quer saber o que acham, guardem para vocês - Me virei saindo dalí.

Não me envolveria nessa discussão boba, precisava ir resolver assuntos muito importantes, ou seja, teatro.

Troquei de roupa. Agora vestia minhas típicas roupas de quando cheguei, acredito que seja uma das únicas garotas aqui que usam roupas largas dessa forma.

Tomei o caminho para a sala de teatro, por algum motivo fui a primeira a chegar, nem o professor havia chego. Subi no palco e comecei a analisar todo aquele ambiente com um sorriso que poderia ser definido como orgulho.

Atuar era uma das coisas que eu mais amava, podíamos fugir da imensa prisão de sermos nós mesmos, assumirmos novas personalidades e características. Não podia descrever o quão bom era tudo aquilo, fugir de mim, ser uma pessoa com novos problemas e novos motivos para sorrir. Estar preso em você é sufocante, te enlouquece, seus próprios pensamentos podem te trair, imaginamos coisas que podem nunca chegar a acontecer, e pensar dessa forma é torturante. Fugir de nós e corrermos para um mundo onde só existam coisas que nos façam sorrir, um mundo onde contar as estrelas é nossa única preocupação, deitar na grama e admirar o céu é nossa única obrigação. Já ouvi falar que podemos comer as nuvens, pois elas são algodão doce que nos fazem sonhar com o dia em que tocaremos as estrelas.

Mas o mundo não é um lugar onde só há arco-íris, glitter, nuvens cor-de-rosa, árvores feitas de algodão doce e sorrisos brilhantes. Vivemos em um mundo negro e infeliz, onde chorar é nosso único consolo, pois chorar dói, faz os pulmões doerem e nos deixa vazios, mas no fim, nós amamos sentir dor, sentir dor nos faz quem somos. O mundo não passa de  um filme do gênero drama.

- Esse lugar é especial, durante anos temos nos tornado outras pessoas ao entrarmos nele - Professor Rodolf surgiu ao meu lado.

Virei-me para ele, não estava surpresa com sua presença. Ele era uma das poucas pessoas que entendiam a aflição que é ser você sem saber quem você é. Achamos saber quem somos, mas no final não sabemos nada.

- É estranho eu já ter feito vários personagens e saber tudo sobre cada um deles, mas não ter achado a mim mesma?

- Claro que não Nina, saber quem somos leva tempo, e no final, descobrimos que mesmo assim não sabemos coisa alguma

Ele me olhou como se soubesse o que estava pensando.

-Talvez você se ache um dia - Sorriu.

- É. E Você, quero dizer, você se achou? - Perguntei confusa.

- Eu achava que sim, acabei descobrindo que nunca soube quem eu era. Quando conhecemos alguém essa pessoa sempre pergunta "quem é você?" sem ao menos saber que essa é a pergunta mais íntima e difícil de ser respondida.

Ele finalizou  o que estava dizendo quando os alunos adentraram a sala e tomaram seus lugares.

Foram tantas sugestões de peças que foram dadas, já não aguentava mais aquilo. Parecia errado, mas me retirei da sala. Precisava de um ar e o único lugar que poderia me dar o que eu precisava era a biblioteca, eu sei, parece estranho alguém ir procurar conforto em uma biblioteca, mas livros me acalmam, suas páginas escritas todas com novas histórias a serem vividas me encantava, sentia como se pudesse segurar o mundo com apenas uma mão.

- Ainda não descobriu o grande segredo dos livros?

Estava sentada com um livro em mãos, A Hospedeira, para ser exata. Levei um pequeno susto quando alguém surgiu as minhas costas. Parece que não se pode ter um minuto sozinha nesse colégio.

- E qual seria?

Perguntei me virando e dando de cara com Justin que olhava os livros todos nas prateleiras.

- Que devemos ler com calma e saborear cada página, sabe, sem pressa para descobrir o final, mas sim, paciência para viver cada detalhe.

Falou com calma, agora olhando em meus olhos.

- Acredito que não saiba muito sobre livros. E eu prefiro saborear cada página com sede da próxima que virá.

- Seu maior erro, precisamos apreciar o que temos no momento, pois só assim conseguiremos virar para a próxima página sem culpa alguma - Disse sorrindo.

Nem parecia que estávamos falando de livros e páginas.

- Tudo bem grande Justin Bieber, quando foi que escreveu seu primeiro livro?

- Como é? - Ele me parecia confuso.

- Da forma que fala, parece ter escrito diversos livros nesses seus...?

- 17.

- 17 anos. Quantos livros já escreveu?

É claro que estava debochando dele, quem ele pensa que é para aparecer assim e ainda me mandar uma mensagem indireta sobre ler livros rápido demais, faça-me favores e me dê comida.

- Não se trata disso, eu apenas acredito na magia de cada frase - Falou, agora se sentando à minha frente.

- Vá acreditar em outro lugar, quero ler e não estou afim de ouvir ladainhas.

Poderia estar sendo grossa, mas não me peça para ser gentil, pois não tenho paciência para gentilezas exageradas.

- Acho que vou ficar aqui.

Não precisava levantar o olhar para saber que ele me olhava, e isso estava me irritando profundamente. Não dissemos uma palavra por um bom tempo. Estava muito concentrada em meu livro. A Peg poderia ser bem incrível quando se analisava, também, o fato de ela ser uma parasita que havia se apaixonado por humanos.

Só quando Justin se mexeu quase que microscopicamente que notei que ele também tinha um livro em mãos.

- O que está lendo? - Perguntei como quem não quer nada.

- 172 horas na lua - Me mostrou a capa do livro.

- Hm, nunca li esse. Quando acabar me diz se gostou - Agora estava mais interessada, não era para menos, quando se tratava de livros eu poderia ser bem chata.

- Farei isso, mas e você, o que está lendo aí?

Tentou se esquivar para olhar o que lia.

- A Hospedeira, é totalmente incrível - Falei entusiasmada.

- Com você falando dessa forma, vou ler assim que acabar este - Sorriu.

Eu teria lhe falado mais sobre o livro se não fosse por Emma, a atendente que ficava na biblioteca, passar nos mandando ficar quietos.

Sorrimos como quem está encrencado um para o outro e voltamos a prestar atenção em nossas leituras.

Eu descreveria A hospedeira como uma ótima ficção científica, e me perguntava como uma alma poderia viver dentro de alguém com essa pessoa ainda presente, ter seus pensamentos invadidos e não ter mais controle sobre nada em seu corpo deve ser assustador.

Certamente o sinal tocou um tempo depois, estavamos distraídos. Justin se pós de pé comigo seguindo-o.

- Qual sua aula agora? - Perguntou Justin.

- História - Revirei os olhos.

- Então vamos, tenho biologia. As salas ficam no mesmo corredor.

Disse saindo da biblioteca esperando que eu o acompanhasse.

- E o que te faz pensar que vou ir com você? - Perguntei neutra.

Pouco me importa que havíamos nos dado bem minutos atrás, ainda estava zangada por ele ter sido azedo comigo quando estávamos naquela sala sozinhos. Quase nos matamos na quadra e, agora ele quer dar uma de bom puritano?

- Tudo bem, vá sozinha.

Ele deve ter se zangado, pois foi embora sem nem se dar ao trabalho de me olhar.

- Quem se importa? Eu não.

Falei sozinha antes de me dirigir aos armários para pegar meus livros. Andar naqueles corredores ouvindo música era como estar em um vídeo clipe, isso me fez lembrar que eu estava sem meus fones de ouvido.

Meu armário tinha as numerações 777, é claro que eu fiz uma cena para conseguir esses números, a garota que o usava se negava a trocar comigo. Precisamos deixar uma garota, ao menos, ter um armário com seu numero favorito. Arco-íris, brilho dourado e azul por todo lado, sem contar meus pequenos pôsteres que estavam colados ali, meu armário era um encantado mundo de Nina, tudo que eu mais gostava em um lugar pequeno e apertado, mas totalmente mágico.

Com cadernos e livros de história em mãos, continuei meu caminho para a sala. Devo ter perdido raros minutos quando admirava meu armário, pois quando cheguei na sala a professora me olhou como se eu fosse a causadora de todos os problemas políticos do país.

- Entre Ross - Resmungou ela.

- Ih, que pessoas nervosinhas.

Ironisei antes de adentrar a sala e sentar numa carteira vazia ao lado de Savannah.

- Já chega causando brigas, não é Nina? - Savannah me repreendeu.

- Não tenho culpa. Tenho um pequeno problema com horários.

Claro que eu não tinha culpa se as pessoas eram muito pontuais. Ficar quase uma hora ouvindo sobre guerras era um saco, pior ainda quando a professora estava boladinha comigo e fazia questão de ficar me fazendo perguntas.

- Parece que ela ficou mesmo irritada.

Savannah comentou sussurando para que ninguém ouvisse.

- Ela ta bolada, mas eu não fiz nada.

- Nina Ross - Levei um pequeno susto com o grito que ela deu.

- Mas o que foi meu Deus? - Perguntei indignada.

- Pare de conversa, você já chegou atrasada e ainda fica batendo papo.

Parou de escrever no quadro para me olhar. Todos ficaram em silêncio para ver no que aquilo iria dar.

- Por Hermes, qual seu problema comigo? Você já tentou fazer yoga?

Não estava tentando provoca-la, só queria que ela me deixasse em paz. Ela estava pronta para gritar, estava tão vermelha que jurei que poderia pegar aquele apagador e arremessa-lo diretamente em minha cabeça me causando morte imediata.

Mas quando tive certeza de que ela iria criar um novo vocabulário ali mesmo, ouvimos batidas na porta. Sra. Lowell apertou os olhos e respirou fundo, tentando se acalmar, eu diria.

Lançou-me um olhar com uma mensagem subliminar que parecia dizer "Quando você menos esperar, eu vou entrar no seu quarto e arrancar todos os seus órgãos para vender em algum mercado negro que aceite órgãos danificados, pois antes de vende-los vou fazer uma doce brincadeira."

Sra. Lowell havia colocado seu corpo para fora da sala e encostado a porta para ninguém ver com quem falava.

- Eu poderia falar com a Nina? - Perguntou uma voz atrás da porta.

- Ross - Chamou ela olhando-me fulminantemente.

Levantei apressada. Pude ver Gardner parado ali, Sra. Lowell ficou aguardando para saber o que o garoto diria.

- O treinador Robert está perguntando se você poderia jogar conosco, estamos precisando de mais um jogador.

Perguntou alternando o olhar entre Sr. Lowell e eu.

- Leve-a por favor - Foi bem direta.

- Peça a Savannah que leve meus livros depois, obrigada e adeus.

Agarrei o braço de Gardner e saímos andando em passos rápidos. Quando pisamos na quadra todos soltaram uma respiração de alívio.

- Pelo jeito estavam mesmo precisando de mim.

Falei enquanto olhava todos ali pararem para nos observar.

- Você não sabe o quanto - Sorriu.

Após o jogo todos foram para os vestiários. O jogo havia sido, no mínimo, divertido. Jogamos durante uma aula inteira. Infelizmente meu time não ganhou, mas não podemos ganhar todas. Para deixar claro, Justin estava jogando contra mim, e quando ganhou me lançou um sorrisinho cretino. Jogamos vôlei, algo que não me saia muito bem.

O vestiário feminino estava vazio, todos estavam em aula. Já estava atrasada para a aula de matemática, mas precisava de um banho. Me dirigi para uma das cabines com ducha, retirei minhas roupas e me preparei para ligar o registro quando ouço um barulho vindo do lado de fora, ignorei e comecei meu banho. Cantarolava enquanto retirava o sabão do corpo, até que ouvi passos e alguém entrando na cabine ao lado da minha. Achei estranho alguém estar fora das salas a essa hora.

Sai da cabine e peguei minhas roupas para me vestir. A pessoa que antes havia entrado na cabine ao lado ligou o registro e devia estar tomando banho. Suspeitei, mas continuei me trocando.

- Atenção! Todos os alunos, professores e funcionários se dirijam ao pátio, agora mesmo.

A voz da diretora Katherine soou pelos alto-falantes que eram transmitidos para todo o colégio, ela parecia apavorada.

Terminei de me vestir as pressas para saber o que ela queria informar. Antes de atravessar a porta dos vestiários vi a garota, que antes estava tomando banho, saindo da cabine.

Madison Green, prima de Savannah.


Todos estavam reunidos no pátio do colégio a espera do que seria dito. Diretora Katherine subiu ao gigantesco palco que havia ali.

- Eu chamei-os aqui para informar do último acontecimento.

Disse, ela tinha um semblante sério e, completamente, assustado.

- Megan Gibson, uma de nossas alunas, foi encontrada morta.


Notas Finais


HAAAAAAAAAA!
Eu gostei muito de escrever esse capítulo, não me perguntem o motivo. Pretendo postar Say X no wttp também, o que acham? Me digam pfv. Tchau babes, e... Volto qualquer hora dessas kanabajbjbw


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