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História Say you love me - Capítulo 14


Escrita por: masqueamigos

Notas do Autor


Desculpem a demora, estive ocupadissima. Mas pretendo postar um capítulo domingo.

Capítulo 14 - Capítulo 14


Nem tudo estava nos nossos planos, eu estava pronta pra um almoço beneficiente, junto com minha mãe, e o Otto.  Que estava enfurecido com o trânsito que estava mais uma vez aquela bagunça. Buzinas, gritos, palavrões, pessoas andando entre os carros, nada estava conforme planejado.

- Pode ter sido um acidente.

- E é esse problema, daqui que o socorro chegue e reorganize tudo serão horas de esperas. - Otto comentou. 

- Eu trouxe meu tênis, alguém topa uma caminhada?

- Debaixo desse sol minha filha? Nem pensar.

- Estou brincando mamãe.

Otto mexia em celular, e uma hora ou outra sua atenção era direcionada ao trânsito. Fiquei mexendo no rádio tentando encontra alguma música que me tirasse do tédio naquele instante.

- E o jantar? - Otto perguntou.

- Que jantar?

- O Seu com o Jaime, você não me contou nada desde que cheguei. Como foi? Onde vocês foram?

- Foi..foi bom.

- Só isso?

- Oras, o que você quer que eu diga?

- Quero detalhes.

- É uma longa história.

- Como você vê o trânsito continua parado, tenho todo tempo do mundo. - Sua insistência me deixou apreensiva, criei assuntos aleatórios com minha mãe, mudei a faixa da música inúmeras vezes para tirar sua atenção daquele assunto, simplesmente porque eu não podia mentir pra ele novamente, e falar a verdade talvez não fosse a hora. E fosse. 

Minha conciência estava cada dia mais pesada, nem olhar em seus olhos eu podia mais. Cada dia que eu mentia pra ele mais distante de mim mesma eu ficava.

Ele não tocou no assunto, mas também não falou comigo, reservou-se em seu castelo de silêncio, e apenas esboçava falsos sorrisos quando chegamos ao restaurante. Por sorte ou meu próprio azar, desci do carro e dei de cara com o Jaime. Estava há poucos metros de mim dando uma entrevista, parei ainda perto do carro. Sua esposa estava ao seu lado, agarrada ao seu braço, encostando a cabeça em seu ombro, os dois sorriam,como sorriam.

- Você sabia que ele estaria aqui? - Otto perguntou segurando minha mão.

- Não, claro que não.

Ele ajudou minha mãe à descer do carro e voltou a segurar minha mão e apenas pelo seu toque, eu sabia que ele estava bem chateado comigo. Passamos frente ao Jaime, e ele olhou, eu o olhei e o Otto também, cruzamos olhares os três e continuamos andando.

- A Senhora pode dar-nos uma rápida entrevista. - Uma repórter parou minha mãe. Ela o acompanhou, até onde as câmeras estavam postas.

- Chegar em casa vamos conversar.

- De novo sobre o jantar?

- Não é só sobre o jantar, é como você olha pra ele, como você fala com ele, como você sorrir pra ele. É por você ter me rejeitado na noite que cheguei,  após  jantar com els. 

- Não te rejeitei, estava com dor de cabeça.

- Suas dores de cabeça começaram à aparecer depois que ele entrou em nossas vidas.

- O Que quer dizer com isso?

- Eu não quero discutir com você aqui, não diante de câmeras e da sua mãe, conversamos em casa. - Ele soltou minha mão, mas apoiou a mesma em minha cintura, como se nada tivesse acontecendo.

Embora eu insistisse em me desligar que o Jaime estava presente no mesmo lugar que eu, acabava procurando por ele entre as pessoas, insistia em tentar vê-lo mesmo de longe.

- A Nossa mesa é aquela. - Minha mãe disse seguindo até a mesa. Sentamos, Otto ao lado direito e minha mãe do lado esquerdo. Alguns amigos se juntou à nós, embora fosse um jantar descontraído, entre eu e o Otto estava um clima tenso. Mesmo ele fingindo que não, Otto era muito na dele, não gostava de nada que o fizesse ser o centro das atenções. Eu sabia que por dentro ele estava uma pilha, mas não seria aqui que ele iria falar, mesmo que eu insistisse.

Todos conversavam, e eu apenas ria dos casos que alguns contavam. O som de uma risada bem atrás de mim, me tirou a atenção, apenas a minha. Simplesmente porque eu conhecia como ninguém o som daquela risada.

- Jaime querido! - A Senhora que estava conosco disse levantando para cumprimentá-lo.

- Stella que prazer em vê-la. - Ele deu-lhe um rápido abraço.

- Como está a família?

- Muito bem Stella, nunca mais nos fez uma visita.

- Estou te devendo um jantar. Espero que breve possamos nos reunirmos. Aliás eu devo tantas coisas pra tanta gente...Uf! - Ele olhou pra mim rapidamente, olhei para o Otto que deu um gole em sua bebida olhando pra ele, em seguida pra mim. Creio que Jaime entendeu que tinha algo errado já que ele mal nos cumprimentou. O Que mais me incomodou naquele momento foi o fato dele não recusar sentar com a gente, não era um bom momento para encararmos um ao outro.

- Comadre! -Apenas sorri. - Como estão as coisas Otto? - Jaime perguntou.

- Muito bem...Embora algumas coisas estejam me incomodando bastante. - Todos silenciram até a forma como pegavam em suas taças, ou talheres.

- Otto, podemos conversar? - Jaime disse, levantando-se da mesa.

- Sim, será um prazer.

- Eu vou também. - Disse em um impulso levantando-me da cadeira.

- É conversa de homens Angélica. Por favor. - Otto saiu junto com o Jaime, tinha uma geleira em minha barriga, mãos frias, suor frio. Estava com medo do teor da conversa, que algo pudesse ser dito da forma errada, embora não tivesse forma correta para dizer o que havia acontecido. Porém eu não queria que o Otto e o Jaime se estranhassem não por mim.

Já se passaram quase 1 hora e eles não voltavam, e cada minuto era uma gole daquela bebida que eu tomava, inquieta, coração aflito e mais ainda me sentindo impotente e culpada por tudo aquilo.

- O Que eles tanto conversa?- Heidi perguntou.

- Não sei. - Dei um pausa olhei para meu celular. - Com licença.

- Onde vai filha?

- Ao banheiro.

Os Avistei um tanto longe, eles estavam alterados pelo menos em gestos, não me aproximei embora eu quisesse, apenas tentei ouvir o que eles falavam. O Barulho da música, dos talheres da cozinha ao lado não me permitiam ouvir nada.

- Meu Deus o que eu fiz? - Perguntei encostando-me na parede ao lado. Jaime passou por mim como um furacão, e Otto já não estava no mesmo lugar.

- Jaime! - Ele parou frente à mim esfregando a testa. - O Que está acontecendo? O Que vocês tanto conversam?

- Não se preocupe, eu não contei nada. Porém ele está muito interessado em saber o que aconteceu no jantar.

- Eu preciso contar a verdade.

- Precisa sim, eu pensei em dizer a verdade. Mas, ele merece que você conte, talvez a gente acabasse brigando ou coisa pior.

- Hoje ele perguntou sobre o jantar, e eu não consegui mentir pra ele. De novo não...Eu vou atrás dele. - Depositou um beijo em minha testa.

- Eu te amo, se precisar de mim sabes onde me encontrar... E desculpa por causar tudo isso. 

Andei todo restaurante, percorri quase todos os lugares, e voltei pra mesa onde ele já estava. Jaime não estava,  apenas a Heidi. 

Em silêncio, tentei pegar em sua mão sobre à mesa mas ele esquivou-se. Esquivou-se de todas as minhas tentativas de tocar, ou conversar com ele. Até que entendi que não seria ali que a gente iria conversar.

...

- Aconteceu o que eu já previa? Vocês não deram uma só palavra até aqui. - Otto desceu do carro entrando em casa, tão furioso que eu poderia ouvir seus passos pesados bater no piso de madeira e ecoar pela casa. Ele subiu para o quarto, o lugar mais certo pra conversávamos, discutirmos.

- Espero que você esteja pronta pra ter essa conversa.

- Eu não estou pronta mamãe. Nunca estive. 

- Se for contar tudo por favor, conte do início, meias verdades são mais doloridas que verdades inteiras. Você tem que ser honesta com ele, mesmo que isso o doa bastante.

- Vou lá. - Tirei meus sapatos, e segui até meu quarto. Segurei a maçaneta da porta, respirei fundo como se ali fosse uma porta sem volta. E na verdade era, a partir dali nada seria como antes, já não era.

Otto estava sentado na poltrona próximo a cama, olhando pra janela atento. Desviou o olhar pra mim quando Fechei a porta. Apenas a luz do banheiro estava acesa, sua imagem era quase refletida em sombra. 

- Podemos conversar?

- Angie, se não for pra ser sincera comigo, eu peço que nem continue.

- Preciso ser honesta com você, sobre tudo que está acontecendo.

- Eu sei o que está acontecendo, aliás eu sempre soube... Desde muito antes eu sabia que você e ele tinha uma história, mal resolvida. Eu ouvia buchichos pelos corredores, eu ouvi mil e uma histórias sobre você e ele.

- Vamos falar da gente, deixa ele de lado.

- A Gente?

- A Gente, eu amei você, e... Eu amo.

- Quem você pensa que engana? Embora a gente tenha tido um bom relacionamento, você nunca me amou como amou ele. Você... Você nunca tirou ele da sua cabeça, da sua boca, eu via como você olhava pra ele, e me segurava pra não bancar o marido chato e ciumento, eu permiti ele entrar na minha casa, na nossa vida por sua causa. Por que eu, amei ou melhor eu amo você e permiti ele entrar e arrancar você de meus braços. 

- Otto. 

- Me deixa falar. - Sentei na beirada da cama, próximo a ele. - No seu aniversário eu te dava flores, café da manhã, festas, jóias, mas você ficava feliz era com uma mensagem dele, ou quando ele ligava pra você. Eu ouvia seus suspiros, seus sorrisos, e não podia fazer nada. Você nunca notou, mas eu tentava me aproximar dele por você, e você sabe que não temos nada em comum um com o outro.

- Me perdoa por isso Otto, eu fui ingrata com você tantas vezes.

- Não foi ingrata, eu que fui um tolo em dia após dia acreditar que você seria minha de verdade.

- Eu fui sua.

- Foi minha de corpo, mais sua alma pertenceu à ele Angie. Jaime era o único homem da sua vida, mas você mesmo negava à si.

- Porque nunca me disse nada?

- E Isso mudaria alguma coisa? Sem falar que sempre eu citava ele você mudava de assunto. 

- Infelizmente não mudaria nada, você foi importante pra mim. Você foi quem me deu a coisa mais bonita que são nossos filhos, me deu carinho, fidelidade, foi meu ombro amigo tantas vezes...Mas...

- Mas, não foi o suficiente. Era ele que você queria, mesmo ele trocando você por alguém que eu sei que surgiu do nada. Era com ele que você queria ficar, mas não quis admitir. E no dia do nosso casamento que vocês deram aquele abraço eu pensei que história de vocês havia acabado. Mas você o trouxe pra perto, pra dentro da nossa casa, fez dele padrinho da nossa menininha. Eu fiquei arrasado mas acatei sua decisão. Estava perdendo a mulher da minha vida pouco à pouco. E não podia fazer nada - Ele tirou os óculos, e enxugou os olhos com um lenço.

- Nunca pensei que você soubesse de tudo isso, e nunca quis magoar você. Eu tentei de todas as formas possiveis me manter distante dele, mas eu não consegui. Não tinha um só dia que eu não me culpava por tudo...- Ele me interrompeu.

- Vocês dormiram juntos?

- Não... É... 

- Aquela noite que você jantou com ele, vocês estavam juntos?

- Sim, estive com ele no barco à noite toda, não existiu hotel ou qualquer história que eu havia contado. 

- Olha o que ele fez com você. A Esposa dele sabe?

- Não, ele vai conversar com ela.

- Vai mesmo? Você acredita nisso?

- Sim, ele me prometeu.

- Espero que você não seja tão tola. Se ele quisesse mesmo estar com você faria de você sua mulher, e não, amante. Eu não sei o que ele fez com você, com a sua cabeça, você perdeu o juízo, à coerência.

- Não  me ofenda Otto. Você que tanto fugia dele se entregou de forma errada. 

- Eu sou apaixonada por ele, e eu sei que te dói ouvir isso. Mas infelizmente isso nunca irá mudar Otto, todos esses anos eu lutei pra ser a mulher que você sempre quis, eu fui sua todos os dias, mesmo querendo estar com ele, eu me dediquei à essa casa, aos nossos filhos, eu dexei minha carreira de lado por você. 

- Agora me culpa? 

- Você abriu mão de algo por mim? 

- Não complique isso. Não faça ser pior do que já é. 

- Desculpa. - Deitei-me na cama. 

- Eu fiz de tudo por você, eu dediquei a minha vida mesmo não sendo o bastante. Se você quer o divórcio eu te dou, mas que nossos filhos não sejam envolvidos nesse mar de mentiras que você mesma criou. Seja feliz Angie, mesmo amando tanto você eu quero que seja feliz, e se ele não cumprir o que prometeu, eu acabo com esse teatro dele de marido apaixonado. - Me aproximei para abraçá-lo pela última vez, talvez. Mas ele esquivou-se. 

- Me perdoa Otto. - Ele pegou o travesseiro e sem dizer uma só palavra saiu do quarto.

Um quatro escuro, um. Vento frio,  dois corações partidoz




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