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História Scandales Victorienne - :: Capítulo 14 -


Escrita por: MaiBearfout

Notas do Autor


Olá minhas lindezas!
Hj é o meu aniversário! *00*
E eu não poderia passar de outra forma se não comemorando com vcs tbm!!! <3
Então considerem esse cap como um presente de comemoração para todos meus amados leitores que tem acompanhado esta história! <3 <3

Não sabem o quanto eu estava ansiosa para este capítulo UAHUHASUAHSUH e espero que realmente gostem!
Obrigada pelos comentários do capítulo anterior e já irei respondê-los com carinho! Mil beijitos!
Boa leitura. <3

Capítulo 14 - :: Capítulo 14 -



  Tsunade não excitou em aceitar a xícara de chá que lhe era servida, muito pelo contrário. Se tinha algo que adorava realmente, era este refinado costume da alta sociedade, ao qual não se privou nem mesmo em sua falência, e não seria agora que recusaria a bebida, afinal, tinha adiante a chance de provar as especiarias mais caras e conhecer do sofisticado gosto da duquesa Uchiha. Pelo visto, para ela os horários de chá eram tão sagrados quanto para a própria Tsunade.
  A madame Senju ainda adoçava sua bebida quando ouviu a voz de Mikoto do outro lado da mesa, ao qual Tsunade ergueu seus olhos para observá-la provar do próprio chá servido em uma delicada peça de porcelana azul.

- Obrigada por sua visita, madame Senju. Não sabe como nos agrada com sua presença.

- E nem poderia ser de outra forma. - disse a loira, batendo de forma suave a pequena colher de metal sobre a borda da xícara - Acima de tudo, precisava vir agradecê-la por sua generosa ajuda, duquesa Uchiha.

- Ora, por favor, me chame de Mikoto. E além do mais, como disse antes, me foi uma forma adequada para agradecê-la pelos cuidados com meu filho. Acredite, pode considerar seu ato simples, mas foi imensamente significativo para mim, que sou mãe. A senhora deve me entender bem.

- Sim, claro. Por favor, se for assim, também me chame de Tsunade. Mas de qualquer modo, muito obrigada novamente. Eu é quem devo agracer primeiro, aliás. Foi o jovem Sasuke quem salvou bravamente minha querida Sakura. Era o mínimo que eu poderia fazer.

    Permitindo-se pela primeira vez provar o chá ainda esfumaçante em sua xícara, Tsunade quase foi ao delírio diante de tão refinado sabor. Aquele chá de pêssego sem dúvidas era o melhor que já tivera a chance de experimentar.

 - O chá está do seu agrado, Tsunade? - perguntou Mikoto de forma gentil e educada, ao mesmo tempo que parecia apreensiva com a resposta da Senju, já que esta arregalara os olhos estranhamente ao provar sua bebida.


- Sim, está ótimo. Bem como do meu agrado. - Ela sem dúvidas não passaria vergonha diante da duquesa, assim procurando transmitir a falsa ideia de que estava acostumada com tamanho refinamento.
- Fico feliz.
- Madame Senju, que honra ter sua ilustre visita na casa da família Uchiha!

  A voz masculina tomou o ambiente, fazendo com que as duas mulheres se virassem a tempo de ver Kakashi adentrar a sala de estar, mantendo sua postura impecável até aproximar-se de forma cortês de Tsunade, reverenciando-a ao mesmo instante em que ela se levantava, oferecendo-lhe a mão destra para que ele a beijasse suavemente.

- Milorde Hatake, é um prazer vê-lo também.

  Após cumprimentar a Senju, Kakashi também reverenciou brevemente a duquesa, ao qual respondeu seu cumprimento com um delicado aceno com a cabeça e um olhar direto que ele entendera perfeitamente. Caminhando até uma pequena mesa ao lado de uma ampla estante de madeira repleta de livros, ele abriu uma pequena gaveta, puxando de seu interior um envelope que entregou para Mikoto.

- Aqui está a carta de arrematação de sua divida, que lhe garante também o devido poder sobre sua propriedade. Desta forma, não correrá mais riscos tão brevemente com a perda da casa.

  Apanhando o envelope que lhe era entregue, Tsunade pareceu atônita por um instante, até sorrir largamente.

- Não tenho palavras para agradecer. Só sinto muito que tenha penhorado suas joias para nos ajudar...
- Jamais diga isso! E aquelas jóias nem significavam muito para mim. As que meu marido me deu são mais importantes... - dizia Mikoto em suave tristeza, tocando o delicado colar de pérolas em seu pescoço ao mesmo tempo em que baixava o olhar, como quem é arrematado por uma triste lembrança. - Mas de qualquer forma, não vamos mais falar sobre isso. O assunto agora é outro e deve ser tratado. Estive conversando com Kakashi ainda ontem sobre uma ideia que cercou minha mente, do qual teve sua total aprovação.
- Que ideia? - Perguntou Tsunade um tanto curiosa, arqueando as sobrancelhas ligeiramente.
- Como a senhora bem sabe, com o falecimento de meu esposo, eu tomo o controle da situação da família e dos deveres que nos pertence, até que Sasuke possa estar assumindo tamanha responsabilidade. E, pensando no bem para a vila de aldeões ao qual somos responsáveis, pensei na possibilidade de você, senhora Tsunade, estar assumindo o papel de médica na prestação de serviços para nosso povo. Bem... espero que a ideia não lhe assuste e nem lhe soe absurda. Eu só acredito que, como a senhora precisa de uma ajuda financeira, e a par de sua ótima fama como uma médica, pensei que seria uma boa ideia.

    Os olhos de Tsunade abriam e fechavam a todo instante, e era como se ela precisasse de um tempo para se situar, mesmo assim, ela não conseguia dizer nada em resposta.

- Desculpe se pareceu impróprio. Não me interprete erroneamente, nem se veja obrigada a aceitar minha proposta, por favor. Não pense que está sendo obrigada a algo. Mas se levar em consideração, terei prazer em contratá-la e lhe pagar um generoso salário.
- Senhora Duquesa... céus... isso é perfeito! Bem... eu estou um pouco enferrujada com meu ofício e, pra ser sincera, não tenho licenciatura para trabalhar como médica. Sabe como a sociedade encara a prestação de serviço de mulheres...
- Sim, sei perfeitamente. Mas também sou mulher, e sei o quão boa profissional é a senhora. Além do mais, seu avô foi um renomado médico em vida. Aos meus olhos, não existe pessoa mais indicada. Quanto a licenciatura, não se preocupe. Um diploma não significa nada para quem tem conhecimento como o seu e a vontade de ajudar.
- Sendo assim... considere sua proposta mais do que aceita! Será um prazer imenso trabalhar para sua família!
- Eu sabia que aceitaria, Madame. - disse Kakashi tão risonho quanto Tsunade naquele instante. - Saiba que trabalhar para esta família é imensamente gratificante, senhora Senju. Somos uma grande família aqui.
- Tenho total certeza disso!

  O momento fora brevemente interrompido pelas duas presenças que chegavam na sala, e todos voltavam-se para o casal de jovens que se aproximavam. Ambos pareciam confusos por um instante e Sakura sentiu o intenso aroma de chá impregnado no ambiente, fazendo uma ligeira careta de reprovação. Ao contrário de Tsunade, ela não entendia porque os mais velhos bebiam aquilo tantas vezes ao dia e sem enjoar.

- Querido! Sakura! Venham comemorar conosco!
- Comemorar o quê? - dizia Sasuke ainda confuso, rumando na direção de Tsunade para reverencia-la em um gentil cumprimento.
- Madame Senju acaba de aceitar a proposta de vossa mãe e atuará como médica no vilarejo próximo, cuidando da saúde da população local. - dizia Kakashi, já acomodado em um dos sofás da sala.
- E não só isso. - completava Mikoto - Também faço questão que seja a médica particular de nossa família.
- Isso é maravilhoso! Fico feliz por ter aceitado, Madame Senju. É gratificante para nossa família.
- Quem poderia estar gratificada com tudo isso sou eu, jovem Sasuke. Estou maravilhada!
- E além do mais, esta é uma boa oportunidade para manter um laço mais próximo entre nossas famílias, não acha, Sasuke?

  Sasuke sentiu um calafrio subir-lhe a espinha, e ele não precisou se virar pra saber que Kakashi sorria cinicamente ao dizer aquilo. Maldito, ainda pagaria por isso. Ele só esperava não ter ficado vermelho com tal comentário.

- Quer dizer que a senhora irá trabalhar agora? - exclamava Sakura ainda incrédula, mantendo as sobrancelhas bem erguidas diante de sua surpresa, o que arrancou uma risada forçada de Tsunade.
- Falaremos sobre isso mais tarde... não me envergonhe. - dizia a Senju em um sussurro ao puxar a jovem para o seu lado. - Bem, quero agradecer imensamente pela surpresa de sua proposta, Mikoto. O chá também estava magnífico, não há palavras que posso usar para agradecer o que está fazendo por nossa família. Mas, como Sakura já terminara sua visita ao jovem Sasuke, vamos retornar a nossa casa, agora.
- Mas já? Ainda nem acabou de beber o seu chá!
- Agradeço, senhora Uchiha, mas realmente precisamos ir. Já está tarde.
- Então peço que volte outro dia para acertarmos as negociações restantes.
- Com toda a certeza!

xxx...

  A imensa porta dupla do salão fora aberta por um dos criados, dando passagem para o elegante e atrevido homem que adentrava o cômodo imperial sem incomodar-se com o fato de não ter sido convidado, nem mesmo ter sua visita anunciada. No entanto, ele parecia abusar da boa paciência de Hagoromo Ootsutsuki, o rei do absurdo império que era o país de terras verdes.

- Meu adorável Rei, como é apreciante poder estar em sua presença. Nada pode ser comparado! - dizia o Uchiha enquanto curvava-se para sua majestade, do qual o velho entediado parecia pouco importar-se com sua presença.
- Uchiha Madara. A que devo sua visita a esta hora? Não me diga que está aqui novamente para me atormentar com os assuntos que cercam sua família.
- Mas vossa majestade, se não sou eu me preocupar com esta situação, as coisas ficarão abandonadas em seu canto, uma vez que ainda não surgira nenhum outro de minha família interessado nas responsabilidades que a falta de um duque acarreta.
- Um bom argumento de sua parte, Madara. - dizia o velho, mantendo o rosto apoiado sobre a mão esquerda e o cotovelo sobre o braço da poltrona de seu trono. - Mas já disse que não tem o com o quê se preocupar. Ainda temos tempo para a nomeação do sucessor ao título de duque, e Mikoto Uchiha tem toda autoridade para atuar como a duquesa que ainda é, neste tempo.
- Mikoto Uchiha... aquela pobre mulher está desolada com a perda de meu irmão mais novo. Não tem ânimo para nem mesmo sair de seu quarto. Não tem capacidade para cuidar dos assuntos da família.

  Hagoromo sentiu-se desconfortável com as palavras de Madara, ao qual este ainda o encarava com um ar sério. Virando-se para avistar a esposa ao lado, que tocou-lhe a mão em reconforto, ele coçou a garganta, pensativo diante da situação.

- Eu não estava sabendo. Diante de alguns problemas importantes e urgentes, ainda não tive a chance de visitá-la. Mas se a situação dela é esta, acredito que devo apressar a nomeação o quanto antes. E quanto ao filho mais jovem da viúva?
- Uchiha Sasuke? - Perguntou Madara, fingindo preocupação. - Ainda não teria a capacidade de assumir tal responsabilidade. É só um garoto.
- Uchiha Sasuke... - desta vez, a doce voz da rainha interrompia brevemente a conversa, ao qual voltava-se para seu marido ao lado - Fiquei sabendo de seu ato heroico para salvar uma jovem na residência do marquês. Dizem que enfrentou cinco lobos e o matou apenas com um punhal.

" - Mas o quê??" - Pensava Madara, lutando para conter a frustração naquele instante. Desde quando aquela maldita velha se tornara tão interessada em fofocas? Ainda mais se tratando de algo absurdo como aquilo!

- Isso é sério?? Bem, esse rapaz me parece bem promissor, além de corajoso já ser. É uma pena que seja menor de idade para assumir a liderança da família.
- Talvez devesse dar uma chance ao rapaz... - dizia a rainha, para maior incômodo de Madara que cerrara o punho diante de sua nova intromissão. 
- Eu até gostaria, querida. Mas, como Madara mesmo disse, ele é apenas um garoto, e a posição de duque é de suma importância para um reino, e deve ser ocupada por alguém que imponha respeito e tenha a capacidade de proteger as fronteiras de nossas terras, por isso não posso tardar mais para esta nomeação. Fugaku era um ótimo líder, mas, na falta de seu filho mais velho e no impossibilitamento de seu mais novo, o mais viável a ocupação deste cargo é Uchiha Madara.
- E acredite, meu senhor. Minha maior prioridade agora é o dever para com a coroa. Meu irmão batalhou muito para ocupar sua posição como duque e, já que Itachi pouco se interessa pelos bens da família, eu me sacrificarei prontamente pelo bem de tudo, assim como cuidarei da viúva de meu irmão.
- E tenho total certeza disso, meu caro. - indagava o rei, fazendo com que sua voz rouca inundasse o âmbito. - Mas, como já disse antes, ainda tenho assuntos mais urgentes para resolver. Temos até o final do mês seguinte, e então cuidarei da nomeação imediata do novo duque. Na falta dos legítimos herdeiros, não vejo impedimento para que Madara assuma.

  Aquelas sem dúvidas eram as palavras pelo qual Madara ansiava intensamente. Curvando-se para reverenciar o rei e sua rainha, o Uchiha ergueu seus olhos negros para o detentor da coroa adiante.

- Muito agradeço por seu voto de confiança, vossa majestade. Acredite, também anseio para que meu sobrinho se torne um homem maduro o suficiente para assumir a responsabilidade, mas na falta deste, darei o meu melhor nesta função, caso caiba a mim. Agora se me permite, retornarei a Greenleaf ainda nesta tarde. Prometi a Inoichi que presenciaria o casamento de sua filha, neste final de semana.
- A filha do Yamanaka já vai se casar? - perguntava o rei com certo ânimo - Parece que foi ontem que seus pais me apresentaram por sua maior idade, e já está enlaçando matrimônio. Ficarei orgulhoso por ele.
- Oh, sim, certo. Mas, mudando de assunto... E quanto ao jovem príncipe, vossa alteza? Tem noticias dele?
- Aquele ingrato? Só Deus sabe... - dizia Hagoromo em meio a um profundo suspiro cansado. - Da última vez que tive noticias, disse que estava aprendendo o ofício da perfumaria. Pode acreditar nisso?
- Querido, não diga algo assim... - exclamava a rainha com desapontamento nítido em seus olhos baixos. - Ao menos ele aprendeu a desenvolver ótimas fragrâncias ao qual sempre nos presenteia.
- Ofício da perfumaria? - Indagava Madara, procurando conter o riso. - Parece que também não está interessado em assumir a coroa.
- Ele não terá escolha quanto a isto. Disse que precisava de um tempo e é o que está tendo. - Continuava o rei, ainda com seu pouco ânimo evidente. - Bem, de qualquer forma, espero que aproveite a cerimônia de casamento da filha dos Yamanaka. Mande a Inoichi minha mais sincera felicitações.

  Com um ligeiro inclinar de cabeça, Madara reverenciava o rei e sua rainha, voltando-se para a saída do enorme salão, enquanto seus pensamentos passavam a focar-se novamente em seu objetivo. Sabia que tinha a falta de tempo ao seu favor, mesmo que ainda considerasse o prazo longo. Mas sabia ele que Sasuke estava blefando quando disse que se casaria para tomar o título. Mesmo assim, deveria se preocupar? Os boatos de seu ato heroico para salvar uma jovem estavam se espalhando, ganhando cada vez mais força. No entanto, se aquele moleque achava que poderia ganhar de seu tio naquela disputa, Madara faria questão de mostrar a ele que estava redondamente enganado. Ele não sabia do que seu tio era capaz.

xxx...

  A semana tomou seu seguimento de forma agitada, talvez se deva ao fato dos acontecimentos recentes que desorganizaram a mente te todos com as mais diversas ocupações. Mesmo assim, Naruto levara sua noiva, a jovem Hyuuga Hinata, para apresentá-la a Tsunade, que logo se encantara pelo refinamento da jovem. Dentre a infindável sessão de comparações desnecessárias entre o comportamento da Hyuuga e a Haruno, ao qual acabavam com a paciência de Sakura, o lado positivo daquela visita inoportuna era o fato de Naruto trazer Atlas consigo. Mesmo que o equino ainda estivesse com uma das patas traseiras enfaixada, ele se recuperava adequadamente, e vibrou de felicidades ao ver sua dona que também já morria de saudades.
  As visitas até a mansão Uchiha também passaram acontecer de forma religiosa pelo longo da semana, que, felizmente, não só agradava Sasuke, como também parecia empolgar Mikoto. Sasuke sempre comentava o quanto ela estava mais feliz com a visita de Sakura, e por isso, já passava menos tempo no quarto e ocupava-se mais com os cuidados com a casa, que já estava mais iluminada. 

  E assim chegou o final de semana, para o tão esperado momento que seria o casamento da herdeira da família Yamanaka e o filho do visconde. 
  A cerimônia aconteceria numa capela improvisada, já que Yamanaka Inoichi não abrira mão de realizar a festa em sua propriedade, e o enorme jardim estava deslumbrantemente decorado para a ocasião. Havia arbustos perfeitamente aparados que formavam paredes naturais em torno do jardim, e que se viam elegantemente decorados com flores brancas, ao qual traziam uma perfeita harmonia ao ambiente. Um longo tapete vermelho foi estendido ao centro e seguia até o coreto ornamentado com fitas, flores e luzes. Uma enorme mesa estava posicionada ao leste, repleta de cadeiras que daria lugar a pelo menos oitenta convidados, todos pertencentes a elite da nobreza, e que já chegavam ao local em suas carruagens elegantes, ao qual eram recebidos pelos criados da família, afrente dos portões.

  Sakura chegara cedo, pois ajudaria Ino com os últimos preparativos ao se vestir, e aguardava pacientemente a amiga terminar seu absurdamente longo banho, aproveitando para olhar de hora em hora pela janela do quarto, esperando a chegada do Uchiha, que, dentre todos os convidados a chegarem, ainda não aparecera. O fim de tarde estava nublado, e logo a noite cairia, e ela podia avistar os lenços dos enfeites e a toalha da mesa balançarem com a brisa vespertina. Usava o apagado vestido cinza que Ino lhe obrigara a vestir, e, apesar de um pouco apertado - o que dificultava sua respiração - ela prometeu a si mesma que não afrouxaria os botões de seu espartilho, em nome de sua amizade. E quando já parecia disposta a jogar tal juramento de lado, Ino finalmente saiu do toilet, enrolada em seu roupão enquanto duas criadas lutavam para manter seus longos cabelos erguidos. 

- Você está mais apreensiva do que eu, Sakura. - dizia a loira em meio a um sorriso.
- É a falta que a respiração me faz. Culpa desse maldito vestido e seu número pequeno. - rebatia Sakura ao deixar a janela, suspendendo a saia de seu vestido e aproximando-se da amiga.
- Bobagem, você está linda, mesmo usando esse vestidinho apagadinho. Mas você não ia querer chamar mais atenção do que a própria noiva em seu casamento, não é mesmo?
- Sabia que você fez isso de propósito!
- Não comece. Já viu meu vestido? Irei vesti-lo agora! 

  A loira bateu as mãos rapidamente em breves palmas, e as criadas rumaram até o enorme guarda-roupa, puxando de lá o manequim com o espalhafatoso vestido branco, de mangas bufantes, plumas de ganso no decote e sua larga saia com infindáveis camadas. Tamanho espalhafato fez Sakura arquear uma das sobrancelhas, receosa.

- E ainda tinha medo de eu ofuscar você?
- Lindo, né? - dizia a loira com seus olhos brilhantes, levantando-se animada até uma bela caixa de presente posicionada em sua cama, do qual ela abriu apressadamente, retirando um belo colar com pedras de diamantes que provavelmente pesava mais que sua cabeça. - E o que dizer disso? E você nem viu os sapatos ainda!
- Ó, por favor. Não me mostre. Esses diamantes já ofuscaram demais a minha visão.
- Você é uma sem graça!

  Sakura revirou os olhos, procurando conter o riso. Seria uma longa noite, sem dúvidas. Isso se Ino conseguisse se vestir a tempo.

xxx...

  Já era noite quando a carruagem da renomada família Uchiha chegou, do qual foram devidamente recebidos pelos criados e guiados até o jardim, que já se encontrava repleto da burguesia. Sakura tinha razão quando disse que viriam em massa prestigiar o casório, mas esta era a última coisa que pareciam estar interessados. Olhavam para o Uchiha como abutres famintos, e os sorrisos largos e interesseiros lhe parecia imensamente impróprios. Não demorou para que logo viessem cumprimentá-los, e desta vez, a duquesa Uchiha parecia estar em segundo plano. Mas o pior ainda não era isso. Desagradável mesmo era ter que encarar as jovens lhes lançando suspiros sugestivos e arqueando suas sobrancelhas, assim como pestanejando para o rapaz. Estavam evidentemente o flertando, e aquilo já estava começando e se tornar sufocante, além de deixá-lo profundamente sem graça.

     Onde Sakura havia se metido, afinal?

  De repente, uma cabeleira ruiva ganhou destaque entre as demais figuras, e logo Karin já estava próxima, encarando o Uchiha com seus olhos atentos como os de uma raposa que cerca a sua presa.

- Olá, milorde Uchiha Sasuke. A quanto tempo não nos vemos?

  Sasuke sentiu um bolo formar-se em sua gargante, e ele o engoliu asperamente. Olhando brevemente ao redor, agora ele percebia que as demais garotas pareciam acuadas, torcendo seus narizes empinados. Karin era tão intimidadora assim, ou aquilo era apenas desdenho?

- Olá, milady. - respondeu Sasuke de forma breve, mas sem quaisquer reverencia. Era forçado a deixar sua educação de lado, pois temia que ela a interpretasse como uma brecha que ele não buscava dar a ela.
- Você demorou a aparecer. Pensei em lhe visitar, mas... fiquei receosa. Não achei que tivesse intimidade...
- Sim. - retrucou o Uchiha, o que fez a ruiva endurecer sua feição.
- Bem, mesmo que me trate injustamente com indiferença, saiba que fiquei muito preocupada com seu estado. Você estava ferido, me parecia grave... E pensar que tudo foi por causa daquela garota desastrada!
- Não foi culpa da Sakura. Eu me intrometi para salvá-la.
- Sabe, eu realmente acho que foi desnecessário. Você é um duque e...
- Karin, você já foi até o Pump Room concertar o que disse ao gerente? Caso não tenha, não vejo motivos para vir puxar assunto comigo.
- Você ainda está pensando sobre aquilo? Não farei o que diz, pois não há o que deva ser concertado. Você ultimamente anda muito próximo dessa selvagem sem comportamento e tem ignorado suas raízes! Sasuke, nós crescemos juntos! Já fomos prometidos em noivado um dia, só achei que você não poderia ter coragem de ignorar isso!
- Poupe-me de seus achismos, senhorita. - dizia o Uchiha, direcionando um olhar frio a moça. - Mesmo assim, obrigado por sua preocupação. Como já viu, estou bem. E se quer um conselho? Pare de desenterrar o passado. Agora se me der licença...

  De longe, ele viu Naruto e Hinata caminhando próximos a um pequeno chafariz e, ao ser percebido pelo loiro, aproveitou o momento em que Naruto levantou a mão para cumprimentá-lo e rumou na direção deles, lutando com a bengala para afastar-se da ruiva e as demais moças oferecidas o quanto antes, até juntar-se ao casal. 

  Karin ficou observando em seu silêncio frustrado o momento em que Sasuke se distanciava, indo na direção de seu primo e sua noiva que considerava sonsa. Sasuke não era o mesmo de antes, e agora se comportava feito um imbecil.

- Aquela maldita selvagem... não pense que conseguirá atrapalhar meus objetivos assim! Sasuke ainda vai perceber a bobagem que está fazendo!

    Tomada em fúria, ela virou-se de volta para o pequeno banco que ocupara com Rin instantes antes, mas agora seu lugar havia sido ocupado pelo mordomo dos Uchihas, ao qual parecia conversar animadamente com sua tutora, que sorria abobalhada. Aquilo era o cúmulo do ridículo! Até mesmo Rin parecia estar desencalhando e ela ainda estava naquela situação? Irritada, ela caminhou até a borda do jardim e recostou-se em uma mureta. Com a fúria inflamando sob sua pele, ela tomou o pequeno frasco com perfume que havia ganhado na perfumaria e o ficou observando com desdenho. Havia sido ludibriada de forma sínica por aquele desprezível atendente metido! Se pudesse por as mãos em seu pescoço, provavelmente o esganaria. O mais estranho é que Rin também havia usado o perfume que ganhou, e estava dando certo ao menos com ela. Suspirando para controlar a calma e repensando no fato de ter sido duramente desprezada, ele borrifou novamente a fragrância em seu pescoço, fechando os olhos, dessa vez apreciando o cheiro. Era de fato um ótimo perfume. Sasuke é quem era o imbecil por rejeitá-la. Ficou daquela forma por alguns instantes, procurando dispersar-se das presenças alheias ao redor. 

"- Aquele maldito atendente..." - pensou ela. Sem duvidas a primeira coisa que faria amanhã seria tirar satisfações com aquele fanfarrão. Se este pensava que poderia enganá-la, esta redondamente equivocado;

xxx...

  Assim que Sakura saiu da casa e alcançou o jardim, ela já podia ver as inúmeras atenções voltadas para ela, o que a deixava profundamente incomodada. A encaravam com tamanha intensidade que muitas vezes chegava a imaginar se estaria nua. Ao menos, quando olhava para aquele vestido cinza sem graça, podia sentir o alívio de que estava sim vestida. Entrelaçava os dedos diante do nervosismo que buscava ocultar, e procurou evitar o máximo de pessoas, cortando atalhos e desviando de todos que pareciam dar alguns passos a mais em sua direção. Não havia palavras para expressar sua falta de conforto e desejava imensamente achar Sasuke o quanto antes, mas este parecia inalcançável. Rodeando o jardim, viu de longe Tsunade já comer algumas pequenas tortinhas as escondidas, até ser surpreendida pela reconfortante voz de Sasuke ao seu lado.

- Perdida?

  O susto a fez virar de imediato, mas lutou contra o próprio alívio e a vontade de pular e o agarrar naquele momento. E por falar nisso, ele estava exuberante em seu traje cinza escuro, tão elegante como sempre, o que não era uma novidade. Os cabelos negros estavam bem penteados para trás, se não por uma única mexa teimosa que despencava em sua testa, e ele sorriu brevemente. Ainda usava a bengala para se locomover, e mesmo com aquela postura "acidentada", conseguia ser atraente. Ela engoliu seco.

- Só estava o procurando. E que demora, heim!
- Eu que o diga. Você me deixou totalmente deslocado.
- Me desculpe. Estava ajudando Ino a se vestir. - dizia Sakura olhando ao seu redor de forma atenta, até avistar Sai, o noivo de sua amiga, conversando com alguns cavalheiros bem próximo do coreto, onde a cerimônia se realizaria a seguir. Em contra partida, alguns convidados ao redor também a encarava, e agora pareciam cochichar algo entre eles, fazendo Sakura sentir-se desconfortável novamente. - Vamos indo, temos que tomar nosso lugar no coreto. - Dizia Sakura, arrastando Sasuke até o local.

  Finalmente a marcha nupcial já era tomada, e o breve alvoroço se formou assim que, ao som suave de violinos, uma pomposa carruagem branca guiada por cavalos albinos, com penas em suas cabeças, foi parada, bem diante da ponta do tapete vermelho. Todos os convidados agora se direcionavam a chegada da noiva, e o noivo agora estava visivelmente ansioso, mesmo que por poucas vezes demonstrasse quaisquer emoção.

- O que é isso? - Indagava Sasuke ao lado, sussurrando para que apenas Sakura o ouvisse. - Pensei que Ino estivesse se arrumado na casa.
- E estava. - respondia Sakura, em mesmo tom - Mas você não conhece a Ino? É claro que faria de tudo pra chamar atenção.

  Sasuke riu de forma suave, balançando a cabeça negativamente.

- É um verdadeiro exagero. Só espero que não invente de fazer isso em nosso casamento.
- Como assim... nosso casamento?
- Sim, afinal, nós vamos nos casar, não é mesmo?

  Foi impossível Sakura não corar naquele instante, e, diante da certeza de que estava vermelha, ela evitou virar-se para olhá-lo, ao mesmo tempo que sentia-se uma tola por se incomodar com aquilo. Afinal, não era aquele o plano?

-S-Sim, claro.

  Ino finalmente desceu da carruagem, tão pomposa em seu enorme vestido, que era quase um mistério saber como ela havia conseguido adentrar a minúscula cabine vestindo aquilo. Seu pai a ajudou, e ela recebeu um suave abraço de sua mãe, que já estava em lágrimas, até caminhar lado a lado do patriarca da família, também emocionado. A caminhada foi lenta e aparentemente interminável, até que ela alcançasse o noivo, ao qual fora entregada a ele por Inoichi, que abençoou o casal antes de despedir-se da filha com um suave beijo em sua testa. Sai tinha os olhos a brilharem de encantamento, e, mesmo o julgando mal por várias vezes, Sakura viu aquilo como uma profunda demonstração de seus sentimentos pela loira, que estava tão radiante quanto o noivo, naquele instante. E assim a cerimônia se iniciou, onde o padre tomava o pronunciado.

  Aquele dia fora bastante aguardado, e era impossível não se emocionar. Mesmo diante de todo o acontecido, ver a amiga feliz, muitas vezes forçando os lábios para segurar o choro e não estragar seu impecável rosto naquele instante, enchia os olhos de Sakura com ternura, que a tudo observava. De qualquer modo, era impossível não ver aquela cena e pensar em como seria o seu "momento", quando chegasse. Mesmo que não se considerasse romântica, ela admitia que desejava ter alguém por quem se apaixonar e, mesmo que com o tempo achasse essa ideia impossível, ela esperava sim se casar um dia. Mas desejava que, no dia de seu casamento, suas emoções estivessem tão a flor da pele quanto as de Ino naquele instante, e que seu noivo a olhasse da mesma forma como Sai olhou pra Ino, assim que a recebeu de Inoichi.
  Por que, para Sakura, aquela realidade parecia tão distante e inalcançável? Por que, de repente, ao se imaginar casando com Sasuke, ela se sentiu insegura e até mesmo triste por algo que jamais havia se importado antes? Pensando melhor, e observando Ino e Sai fazerem seu votos um para o outro, ela percebeu que sabia a resposta. No fundo ela tinha medo de estragar algo considerado único na vida de qualquer garota. De fazer aquela caminhada sem poder receber uma troca de olhar apreensivo e emocionado. O medo de fazer aqueles votos sabendo que tudo era uma farsa desde o início, e que já tinha seu final premeditado. Era o medo de acabar com o encantamento, mesmo que sua única chance de viver todo aquele momento fosse graças a uma mentira. Aquilo apertou seu coração de forma dolorosa, e ela baixou o rosto para não ver o novo casal trocar alianças. Aquilo já estava a sufocando tanto...

- Sakura, você está bem? - disse Sasuke de forma suave ao seu lado.
- Eu estou bem... é só o vestido me sufocando.
- Você não está chorando por causa do casamento, está?
- Não diga bobagens... - disse ela limpando os olhos com a ponta dos dedos gelados. - Quer dizer, talvez...
- É estranho vindo de você. - completou Sasuke, e isso a fez se sentir pior.

  Os noivos agora saiam felizes, trilhando o caminho do estreito tapete vermelho sob uma chuva de arroz, até a área do jardim destinada à festa. Eles estavam absurdamente envolvidos e emocionados. Sem duvidas, formavam um belo casal feliz, e todos os convidados os aplaudiam naquele instante de pura felicitação.
  Ino e Sai agora cumprimentavam os convidados um a um, antes que chegasse o momento da refeição, e Sakura estava estranhamente quieta com o ocorrido, o que começava a deixar Sasuke incomodado. Ele até mesmo pensou em perguntá-la novamente sobre o que havia lhe incomodado tão de repente, mas a falta de interesse da jovem em iniciar uma conversa não lhe dava espaço, o forçando a manter-se quieto. 

- Sabe, Sasuke. Nós estamos juntos desde que chegamos, e não faz bem para nossa reputação andarmos sozinhos. - disse Sakura forçando um sorriso, o que fez Sasuke se perguntar desde quando ela começara se importar com opinião alheia. 
- Tem razão. - disse Sasuke, limpando a garganta. - Se desejar, pode ir até Tsunade. Eu irei até o toilet e logo procurarei a senhora Uchiha. Não irei demorar.
- Está bem.
- Você... está irritada comigo?
- Não, de forma alguma. Por que estaria? - dizia a rosada arqueando a sobrancelha ao seu modo, o que fez Sasuke pensar que estava apenas imaginando coisas.
- Não, nada. Eu volto logo.

xxx...

  Assim que deixou a casa, Sasuke já sentia-se profundamente incomodado por conta das feridas em seu ombro que teimavam em coçar, o que já estava o desesperando. Como se já não fosse incômodo o suficiente andar pra lá e pra cá mancando, quase arrastando-se com aquela maldita bengala ao qual não conseguia se acostumar. 
  Havia um grupo de homens conversando logo adiante, e, evitando ser chamado por eles, decidiu dar a volta no jardim, contornando alguns arbustos, até ouvir uma suspeita movimentação seguida de risadas baixinhas e insinuosas, além de outros ruídos e falas incompreensíveis. Ele até estava disposto a ignorar o que parecia ser a voz de uma mulher, porém, ao ouvir claramente o nome que ela dizia, sentiu seu corpo congelar.

- Já disse para parar, Madara!
- Cale-se, alguém irá nos ouvir assim!

  Aquilo não podia ser real, mas se tinha um péssimo hábito que Sasuke havia herdado de sua mãe, este era ouvir conversa alheia as escondidas, e, mesmo parecendo improvável, era a especialidade da duquesa. Ele esgueirou-se com cuidado pelos arbustos que formavam uma espécie de labirinto, até poder ouvir novamente as vozes, desta vez claramente. Ele avançou com cuidado para não ser avistado.

- Solte-me, senhor Uchiha. Você não irá se aproveitar de mim, não hoje!
- Ora, deixe disso, Mei. Você por um acaso não acredita quando digo que és a mulher mais bela que já conheci?

  Madara segurava Terumi Mei por seu delicado queixo, a forçando olhar para ele. Nada o agradava mais do que ver seu emburrado rosto o encarando.

- Sim, acredito. - dizia ela afastando sua mão com um suave tapa. - O que não acredito é em sua falsa promessa de casamento. Até quando pretende me enganar e apenas se aproveitar de mim? Não suporto mais tê-lo apenas as escondidas!
- Já disse pra falar baixo, ou não me verá nem mesmo assim! Olhe... - suspirava o Uchiha, massageando a ponte do nariz - Eu odeio repetir o que digo, mas farei desta vez. Assim que conseguir o que quero, assumirei você como minha esposa. É só ter paciência.
- Toda vez é a mesma coisa, mas você nunca me assume porque nunca consegue o que quer!

  Numa reação imediata, Madara agarrou o pescoço da ruiva, afundando-a contra a parede de folhagens atrás, o que fez Sasuke recuar assustado, mas este ainda permanecia atento a conversa. Madara aproximou seu rosto ao de Mei que o encarava assustada e ofegante.

- Escute, não fale essa tolice nunca mais! Eu irei sim assumir o título de duque e isto está mais próximo do que imagina. Você verá. Quando isso acontecer e se você se comportar bem, no final do próximo mês já será a minha esposa.
- Está falando a verdade...? Como pode ter certeza?
- Eu falei com o Hagoromo. Este foi o prazo que nosso rei deu até resolver a situação que acerca a família Uchiha. Tenha paciência e você verá. Até lá, mantenha essa linda boquinha fechada, certo?

  Mei assentiu com dificuldades, e Madara a beijou de forma intensa e sufocante, ao qual ela se agarrava a ele como quem se agarra à vida, o que fez Sasuke pensar o quanto seu tio era desprezível. Aproveitaria a deixa para sair dali o quanto antes. Já havia escutado demais e o suficiente.

xxx...

  Sakura parecia inquieta. Era impossível não se achar estúpida naquela altura e sentia que havia tratado Sasuke de forma injusta. Por isso, estava decidida a pedir desculpas assim que ele voltasse, o que não demorou para acontecer. Sasuke surgiu pelo canto extremo e mais exilado do jardim, aproximando-se do lado da mesa onde sua mãe, Kakashi e Sakura estavam sentados, sentando-se ao lado da rosada.

- Você demorou. - dizia Sakura em meio a um cochicho discreto.
- Me desculpe. 

  A resposta de Sasuke fora mais breve do que Sakura poderia imaginar, e ela percebeu que era a vez dele estar estranho.

- O que aconteceu?
- Nada... - disse Sasuke, voltando-se para avistar os noivos em um breve discurso que era iniciado.
- Você tem certeza...?

  Não, não tinha. Aquela conversa que havia escutado foi esclarecedora o bastante, e deixava claro que Madara estava agindo para evitar sua nomeação a todo custo. Era um verdadeiro desgraçado e Sasuke lutou contra a vontade de socar à mesa. Já havia perdido tanto tempo com brincadeiras que acabou esquecendo o real significado de toda quela loucura e o quanto havia em jogo. Naquele instante, seus pensamentos estavam uma bagunça, mas ele sentia que precisava da chance exata para adiantar as coisas.
  Sakura havia estranhamente se calado, mas ainda o observava preocupada. Por sua vez, Sasuke mantinha seu olhar fixo aos noivos diante de seu pronunciado, mesmo que em nada entendesse o que o visconde dizia, e, assim que os viu olharem fixadamente em sua direção, estendendo-lhes uma taça com champanhe, ele percebeu que tinha adiante o momento certo.

- Sasuke, eles estão nos chamando para dizer alguma coisa... o que faremos?
- Sakura, você confia em mim?

  A pergunta repentina fez a Haruno o encarar de forma surpresa, piscando os olhos sem saber exatamente o que dizer.

- Você confia em mim, sim ou não?
- É claro que confio, Sasuke... mas por que disso?

  Não houve resposta, pois Sasuke apanhou uma das taças servidas sobre a mesa e caminhou apressado até os noivos, sem esperar se Sakura o acompanharia ou não. Todos os olhares estavam fixados nele, mas isso não o importava naquele instante. Nada mais pesava em sua mente do que as palavras desprezíveis de seu tio que, além de interesseiro, iludia mulheres.

  Assim  que alcançou os noivos, ao qual pareciam confusos, o Uchiha ergueu sua taça ligeiramente, aumentando seu tom de voz para que todos prestassem atenção nele naquele instante.

- Senhoras e senhores...

  Somente aquele início fez o coração de Sakura acelerar e ela não sabia o que esperar daquele momento.

- Devo dizer que foi uma grande honra receber o convite para ser padrinho da agora "senhora" Yamanaka em seu casamento, mas também devo dizer que apesar da surpresa, estou imensamente agradecido, mesmo não sendo tão íntimo da família. Porém, querendo aproveitar este momento para dizer o quão maravilhoso toda esta cerimônia está sendo, quero desejar minhas profundas felicitações aos noivos encantadores!

  Uma salva de palmas se ergue, e, diante da agitação, ao longe Sasuke pôde avistar a figura de seu tio que estacou assim que o avistou também, aparentemente chocado. Mesmo diante do frio que se formava em seu estômago, Sasuke encarou aquilo como o encorajamento que precisava para prosseguir.

- Mas não é só isso. Sei também que muitos aqui presente desejam saber sobre o incidente que me ocorreu na propriedade do Marquês, e sei que os boatos já circularam bastante. Muitos também desejam ter detalhes do ocorrido, mas saibam que, diante de todas as especulações, o dano que sofri foi real. Ta aqui o meu ombro e tornozelo inchados que não me deixam mentir!

  Uma onda de risada tomou o ambiente, e até Sasuke estava rindo com aquilo, mesmo que puramente teatral.

- Mas diante de tudo o que realmente me aconteceu, saibam que eu não só salvei uma jovem de ser morta do ataque de lobos, como também fui salvo por ela, ao qual não se rendeu ao medo e foi capaz de me socorrer. Ela é tão heroína nessa história quanto eu, e por isso, não mereço todo o crédito por este ato. Todos vocês devem saber da recente morte do meu pai, e o quanto isto ainda trás efeitos sobre minha família, mas, ainda diante de tanta dor e sofrimento, eu pude encontrar em alguém uma doce alegria do qual eu jamais havia provado antes, e pude me apegar a esta nova sensação de forma que não consigo mais me libertar. Nem quero. Também não é segredo para todos aqui, mas quero deixar claro minhas intenções esta noite. Não há mais motivos para esperar...!

   Voltando-se para Sakura, junto com a atenção conjunta de todos presentes, Sasuke ergueu a taça mais uma vez, assim como seu tom de voz. O olhar fixo nos orbes verdes arregalados quase paralisara o coração de Sakura permanentemente.

- Haruno Sakura, é com todo o meu coração que pergunto a você... Quer se casar comigo?



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