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História Scandales Victorienne - :: Capítulo 15 -


Escrita por: MaiBearfout

Notas do Autor


A todos que estão acompanhando minha fic, muitíssimo obrigada! Principalmente pelo carinho que recebi nos comentários do capítulo anterior. Muito obrigada mesmo, vocês são todas lindas que amo <3333333333 Irei responder cada comentário em breve e com mais calma, mas saibam que amo ver o que estão achando da fic, é muito importante pra mim. *OOO*

Próximo capítulo já postado, pretendo trazer o outro em breve.
Boa leitura e beijinhos!!!!

Capítulo 15 - :: Capítulo 15 -



- Jesus Cristo!

  Foi impossível para Sakura segurar tal frase, e agora não tinha certeza se as pessoas ao redor a encaravam pelo o que disse, ou pelo o que Sasuke disse. De uma coisa estava certa, não conseguia reagir. Os olhares permaneciam atentos, focados, esperando uma única reação de sua parte, mas ela continuava paralisada em seu canto, com a respiração levemente suspensa, as mãos suadas e frias, onde ela buscava ocultar seu evidente nervosismo secando-as contra a saia de seu vestido apertado. Seria por isso que mal conseguia respirar?

  Os olhos assustados varriam a multidão muda e apreensiva, enquanto uma voz interna lhe gritava para que se mexesse logo. Sasuke ainda estava no centro do jardim com a taça esticada em sua direção. O olhar antes confiante, agora parecia suplicar em silêncio para que ela dissesse ou fizesse alguma coisa, mas Sakura só conseguiu tomar uma atitude quando ouviu o som de tosses constantes ecoando alto em algum ponto lá atrás, como se alguém tivesse acabado de se engasgar. E então, ela armou o melhor sorriso que conseguia em seus lábios trêmulos e caminhou na direção do Uchiha, procurando ignorar todos os rostos risonhos que ainda a observavam. Já próxima de Sasuke, ela apanhou a taça de champanhe, mantendo-a firme em suas mãos,  enquanto mantinha-se a encará-lo no fundo de seus olhos negros, e, procurando elevar o tom de sua voz em alto e bom som, ela deu sua resposta de forma clara, para que todos ouvissem a tão esperada frase.

- Eu aceito!
- Uma salva de palmas para o mais novo casal!

  A voz de Sai ecoou alto ao lado dos dois, e uma chuva de aplausos tomou o ambiente de forma ensurdecedora e prolongada. Olhando para a multidão de nobres, eles realmente pareciam tão ou até mesmo mais empolgados com as "boas novas" do que a própria Sakura, que diante da situação apenas sorria largamente, enquanto perguntava-se qual seria o melhor momento e onde afundaria o seu rosto. O bolo dos noivos ou vestido espalhafatoso de Ino pareciam boas opções.

  Tornou a encarar os olhos de Sasuke que ainda permaneciam fixados sobre ela, e ele abriu um largo e belo sorriso em seus lábios finos, mostrando-lhe os dentes perfeitos. O som de aplausos ainda não haviam cessado, mas de repente tudo parecia alheio diante de tal cena. A voz dele soou bem próxima quando ele inclinou o rosto em sua direção, envolvendo-a com seu hálito quente, trazendo-a de volta para a realidade que viviam.

- Pensei que não iria aceitar.
- Eu também pensei... - sussurrou Sakura em resposta, o que arrancou uma baixa risada do Uchiha.
- Mas fico feliz que tenha me dito sim.
- Por enquanto, mas depois você me paga...

  O momento fora interrompido pela aproximação afoita de Ino, que abraçou Sakura fortemente, quase a sufocando.

- Meu Deus, este é o melhor presente que vocês poderiam me dar!
- Obrigada, Ino. - dizia Sakura após separar-se da amiga, ainda mantendo a expressão de contentamento.
- Minhas mais sinceras felicitações, milorde Uchiha. - disse o visconde ao lado da esposa, e Sasuke o cumprimentou de volta com um ligeiro, mas amistoso, acenar de cabeça.
- Meu querido, mas que maravilhosa surpresa!

  A voz da duquesa recaiu entre os quatro, e Sasuke se virou a tempo de receber o abraço de sua mãe, ao qual fora mais apertado e afetuoso do que ela costumava demonstrar em público. Parecia incrivelmente radiante, mal cabendo em si, e, ao separar-se do filho, avançou na direção de Sakura, a abraçando apertadamente também.

- Por que esconderam isso de mim? Meu Deus, eu até tive uma ligeira suspeita do envolvimento de vocês, mas.... Meu Deus! Não sabem o quanto me deixaram surpresa! Eu estou muito feliz e tenho certeza que seu pai também estaria!

Tomando as mãos da mãe, Sasuke as uniu entre as suas e as beijou suavemente, antes de reverenciá-la. Em resposta, a duquesa beijou de forma delicada a testa do filho, sendo um singelo sinal de benção naquele instante, ao qual repetiu o mesmo gesto com Sakura, em seguida.
- Ele não poderia ter escolhido alguém mais gentil e especial quanto você, querida. - disse a duquesa, encarando Sakura com seus olhos brilhantes e ligeiramente molhados.
- Faço das palavras da duquesa as minha. - disse Kakashi logo atrás, cumprimentando Sakura em seguida. Depois de abraçá-la, ele voltou-se para Sasuke, lançando para este um olhar suspeito. O rapaz já estava ciente de sua opinião sobre o caso mas, se continuar com tudo aquilo era o que desejava, ele não se recusaria de participar. Mesmo que ainda achasse absurdo.

  E assim, os demais nobres igualmente se enfileiravam atrás do jovem herdeiro e sua noiva para também felicitá-los, diante de um momento único. Era a deixa que precisavam para também esclarecerem todas as dúvidas que tinham sobre o acontecido na propriedade do Marquês, além de claro, se promoverem diante do provável novo duque, e quem sabe, garantirem seus espaços na nova festa de noivado que estaria por vir.

xxx...

    Tsunade ainda estava próxima a mesa de bolinhos e tortas quando ouviu todo o discurso, percebendo a péssima ideia que foi comer um dos doces servidos, quando sentiu a pequena cereja descer rasgando-lhe a garganta antes mesmo que conseguisse mastigá-la. De fato, o anunciado havia sido espantoso. O susto a fez engasgar e ela precisou apoiar-se contra a mesa para não perder o equilíbrio, buscando resgatar o ar que lhe faltava, até ser agarrada por alguém que lhe deu alguns apertões em sua barriga, fazendo-a cuspir a cereja fora. As tosses constantes continuavam, e ela se virou a tempo de avistar Jiraya ao seu lado, aparentemente preocupado ao mesmo tempo que lutava para segurar o riso.

- Este é o castigo por atacar os doces antes da festa.
- Ora, cale a boca. - dizia ela enquanto respirava profundamente, mantendo a mão destra a pressionar o abdômen por baixo do espartilho. 
- Finalmente a jovem Sakura irá se casar. Isso é um verdadeiro milagre, não é mesmo? Na verdade, aconteceu bem antes do que eu imaginava. Estou realmente surpreso. Aposto que nem sabia de nada, Tsunade!
- Isso não é da sua conta! - rebateu Tsunade de forma irritada, já recuperando o fôlego de forma aparente.
- Ao invés de ficar comendo escondida e roubando bolinhos, deveria ir lá felicitá-los, não concorda?
- Que tal você parar de cuidar do que eu estou fazendo e ir lá primeiro? Mas que desagradável! Eu moro com ela e posso felicitá-la quando quiser!
- Você continua a mesma megera de sempre, mas irei ouvir seu conselho. Afinal, existem belas donzelas nas proximidades ao qual eu posso me apresentar. - dizia Jiraya em meio a uma carranca, endireitando sua gravata em seguida - Passar bem.

  Tsunade ficou observando o grandalhão de cabelos grisalhos se afastar em meio a multidão, e, apesar de estar irritada pelo o que aconteceu, ela reconhecia que no fundo só sentia-se traída. Suas suspeitas acabaram a levando a algum lugar afinal, e ela não sabia como se sentir exatamente com isso. Iria esperar a movimentação contínua no meio do jardim acabar e, quando estivessem a sós, aproveitaria a oportunidade para questioná-la sobre isso. Enquanto esperava, observou bem ao redor para ver se não havia mais alguém por perto, antes de apanhar uma pequena torta de amora e enfiá-la de uma vez na boca.

xxx...

    Mortificada. Aquela era a palavra que melhor descrevia a reação de Karin naquele instante, e, diante de tudo o que acabara de ouvir e presenciar, sua cabeça encontrava-se perturbadoramente vazia, antes de sentir novamente a fúria inflamar sobre sua pele pálida, deixando-a agora tão vermelha quanto a cor vibrante de seus cabelos. Aquilo não poderia ser real, mas Sasuke de fato não sabia o que estava fazendo. Nem com quem estava se metendo.

   Irritada, ela avançou pelo jardim em busca de Rin, que estava dispersa em algum lugar paralelo. Depois que a encontrasse, sairia daquele lugar o quanto antes. Já estava farta de todo aquele teatro e não seria mais humilhada por Sasuke Uchiha. Não mais. 

xxx...

    O novo casal acabava de ser parabenizado por Naruto e sua noiva, onde ambos pareciam realmente empolgados com a notícia, até que Sasuke sentisse o terrível desconforto ao ver seu tio aproximar-se, com a irritante maneira de quem não se afetara nem um pouco com o que havia acontecido, o que Sasuke sabia perfeitamente não ser verdade. Madara era uma pessoa dissimulada, e estar ali agora era a maior prova de seu cinismo.

  Naruto e Hinata acabavam de afastar-se quando o Uchiha mais velho chegou, deixando Sasuke completamente alarmado com sua presença, mesmo que buscasse agir de forma indiferente.

- Olá, querido sobrinho!

   O homem de meia idade aproximou-se com toda a sua pompa e arrogância, caminhando até o casal, enquanto estes viam-se livre da presença incômoda dos demais convidados. Mantendo as mãos a ajustarem o casaco sobre o próprio corpo, Madara prostrou-se adiante do sobrinho, encarando-o com desdenho. Seus olhos negros traziam um brilho de clara irritação que ele disfarçava com sua voz carregada com falsa simpatia.

-  Só vim lhe dizer que, diante desta maravilhosa notícia, não poderia ficar sem prestigiá-lo de forma adequada. Fico feliz que tenha conseguido arranjar uma noiva tão rapidamente, justo agora quando estava enfrentando uma situação tão delicada. Engraçado, não? Ainda mais quando você realmente precisava de um matrimônio para assumir o título deixado por seu pai. 

  O sorriso descarado de Madara irritava profundamente Sasuke, que com dificuldade procurava conter-se, mesmo que sua vontade fosse socá-lo ali mesmo.

- Poupe-nos de suas felicitações. Não precisamos de sua inconveniência agora.
- Ora, não seja rude com seu tio. Estou apenas dizendo a verdade que está implícita, neste momento. Você pode enganar aos demais, mas não a mim. Mesmo assim, irei apreciar este circo que estás criando. Mas devo admitir que você tem sorte, meu caro sobrinho... - dizia Madara mantendo-se bem próximo de Sasuke, sem jamais deixar-se intimidar pelo rapaz. - Sabe, Deus parece dar pequenas demonstrações de que está ao seu lado... Mas ter Deus ao seu lado significa ter o diabo contra você.

    Os olhos negros regados em desprezo encaravam fixadamente o olhar furioso e frio de Sasuke, cujo punho era apertado de forma ameaçadora, assim como seu semblante raivoso, no entanto, foi a voz de Sakura que se fez ouvir entre os dois, tão irritada quanto.

- Escute aqui, seu velho desprezível! Já viu o tamanho da mão do Sasuke? Deveria ter mais cuidado, pois não aguentaria um soco nesta cara enrugada! Tem muita coragem de dizer essas coisas, mas fique sabendo que ninguém aqui tem medo de você!

  Madara arqueou a sobrancelha e riu debochadamente, diante da pequena figura tempestuosa que o encarava. E aquilo só lhe parecia ridículo.

- É você quem deveria ter cuidado com o que diz, pequena criança. Pois não ter medo de mim é algo que só me trás vantagens. E afinal, com esse cabelo de coloração incomum... - dizia Madara ao segurar a ponta de uma das mechas do cabelo de Sakura, que pendiam sobre seu ombro nu, enquanto puxava com delicadeza os longos fios para mais perto de si, ao continuar - Distingui-la da multidão se torna uma tarefa fácil, não acha?
- Fique longe dela! - disse Sasuke ao intrometer-se na frente de seu tio de forma intimidadora, obrigando-o a afastar-se. A diferença de altura entre os dois era grande, lhe sendo favorável, e os dois homens encaravam-se furiosamente, enquanto o Uchiha mais jovem mantinha o braço em torno de Sakura, a mantendo atrás de si.
- Então é bom ensinar a sua jovem noiva onde fica o lugar dela. É apenas um aviso.
- Saia da minha frente antes que eu perca a paciência, esqueça que você é meu tio e afunde a minha mão na sua cara.

  As palavras de Sasuke soaram como um rosnado, e Madara recuou ligeiramente, mesmo que ainda mantivesse a expressão audaciosa. Em meia volta, ele lançou um olhar frio na direção de Sakura, que ainda o encarava irritada.

- Você ainda não ganhou, garoto. Apenas aguarde.

    O Uchiha mais velho finalmente se afastou, sumindo em  meio aos demais convidados, deixando Sasuke a ofegar enquanto a raiva parecia estar lhe consumindo. Buscando controlar-se, ele respirou profundamente, até sentir o toque de Sakura ainda ao seu lado.

- Seu tio é um verdadeiro desgraçado! Por que não mata ele?
- Não nego que já tive vontade, mas não vou me igualar. - dizia o Uchiha em meio a um discreto sorriso que lhe era arrancado. - A propósito, você é bem corajosa.
- Você viu como ele me ameaçou? Ele é ridículo!!
- Não se preocupe, ele não encostará um único dedo em você. Eu não vou deixar.

  Sakura ia dizer mais alguma coisa diante de seu rompante raivoso, mas depois do que acabara de ouvir, sentiu-se terrivelmente desconcertada, cujas bochechas ardiam ligeiramente.

- E-eu não fiquei com medo, se é o que está pensando.
- Tenho certeza, mas só quero deixar claro que não terá com o que se preocupar quanto a isto. Madara não é um problema seu e jamais vou permitir que ele a tire do sério novamente, ou faça qualquer coisa contra você. Tem minha palavra. Mas vamos esquecê-lo agora, sim? Ele está desesperado, pois sabe que não tem como competir.
- Eu sei e você tem razão. Mas já que disse isso... que tal dançarmos um pouco?
- Comigo nesse estado? Só se for para pisar no seu pé. - dizia o Uchiha indicando a bengala e o ombro ferido.
- Eu arrisco. - disse a rosada em meio a um largo sorriso, agarrando o braço do rapaz e o arrastando para o centro do jardim.

xxx...

  A festa seguiu animada e, apesar do breve momento de estresse ao qual Sasuke e Sakura foram submetidos, eles ainda assim conseguiram aproveitar o seu melhor. E a noite, no fim, pareceu curta até demais. Já eram os últimos a ir embora, quando Sakura se despediu de Mikoto e Kakashi, sendo acompanhada por Sasuke até a carruagem, onde Tsunade já aguardava. Esta, por sinal, parecia estranhamente quieta, mesmo que tivesse felicitado Sasuke por seu pedido, ainda que o Uchiha lhe prometesse pedir a mão de Sakura formalmente em outra ocasião. 

  A carruagem da Madame Senju partiu a frente, acompanhada em seguida pelos Uchihas, ao qual ambos se separaram, tomando direções distintas assim que atravessavam os portões dos Yamanakas. Sakura permanecia com o rosto colado na janela, observando a paisagem escura se mover vagarosamente em borrões do outro lado, enquanto chacoalhava no interior da cabine.

- Por que eu tenho a impressão de que você é a única que não está feliz com tudo isso?

  Tsunade ergueu o olhar na direção da rosada, mas ela ainda permanecia concentrada na paisagem lá fora. 

- Eu ficarei feliz se você estiver feliz. - respondeu a Senju, também desviando o olhar para a janela ao lado, parecendo indiferente ao assunto.
- Mas eu estou feliz. - disse Sakura adiante, passando a encarar Tsunade com um olhar atento.
- Então se está feliz, eu também estou. 
- Não, não está. Você passou a vida inteira me empurrando para os rapazes da aristocracia, buscando um noivado pra mim. Até mesmo queria me juntar com o Naruto, e agora que eu fico noiva de livre e espontânea vontade, você fica com essa cara!
- Eu só quero o seu bem. E não foi pensando em outra coisa que eu busquei um noivado pra você. Mas eu a conheço perfeitamente. Sei o quanto sempre detestou tudo isso e o quanto evitava relacionamentos, mas tudo mudou repentinamente ao conhecer este rapaz.
- E eu não posso estar apaixonada? Por Deus, ele salvou a minha vida!
- O problema não é você estar apaixonada e sim a forma como vocês dois tentam provar isto a todo instante. Não me parece natural.
- Não lhe parece natural? - indagou Sakura em meio a um suspiro pesado e longo, recaindo sobre sua expressão indignada. - E o que você entende sobre relacionamentos? Sempre esteve sozinha!
- Eu sei, Sakura! - rebateu Tsunade em um súbito rompante exasperado - Sei o suficiente pra lhe dizer que, se não tiver cuidado, só irá se machucar! Ouça... sei que está irritada, mas não me entenda mal. Nós já conquistamos a casa e irei trabalhar para pagar por isso. Sei que a família Uchiha nos ajudou muito, mas... eu realmente estou preocupada com tudo o que vem acontecendo, que por sinal, tem sido muito rápido. Quase nem da pra acreditar!

  Baixando o olhar, Sakura passou a mão sobre os cabelos rosados, libertando-os do penteado desleixado, até que estes escorressem livres por seus ombros, acariciando-os levemente enquanto enroscava alguns dos fios na ponta de seus dedos. Aquele era um velho hábito de sua parte quando estava desmotivada, triste ou até mesmo pensativa, e até nisso Tsunade lhe conhecia bem, suspirando de forma cansada em seguida, até afundar-se no banco da carruagem.

- Me desculpe... 
- Não, me desculpe você, Madame... Eu... também estou um pouco assustada, mas está tudo bem. Sinto muito por meu comportamento.
- Você o ama?

  Sakura ergueu o olhar assustada, observando Tsunade que a encarava de volta, só que desta vez havia uma expressão suave em seu rosto, quase serena.

- Bem... eu...

   Tsunade balançou ligeiramente a cabeça de forma negativa, ainda mantendo uma leve expressão emocionada, enquanto mantinha os lábios vermelhos pressionados em uma linha tênue. Os olhos castanhos brilhavam mais do que o normal, sob a luz da lamparina que iluminava o interior da carruagem de forma trêmula.

- Sasuke é uma pessoa maravilhosa, assim como sua mãe. Nós devemos muito a eles, mas não quero que pense que está sendo obrigada a alguma coisa.
- Ouça, pare com esse drama. Você está certa, ele é a melhor pessoa que poderíamos conhecer. É diferente de todos os rapazes que existem por ai, além de ser inteligente, engraçado, gentil e muito educado. Acha mesmo que pode existir coisa melhor? E eu vou desencalhar, não é isso que você quer?
- Tem razão... - dizia Tsunade com a voz ligeiramente embriagada de emoção. - Na verdade, eu acho que estava tão acostumada com a ideia de que você detestava os rapazes e casamento, que acabei acreditando que jamais se casaria, e assim permaneceria pra sempre em casa, mas agora... você está crescendo e... eu vou ter que me acostumar a ficar naquela casa enorme sem ter que gritar com você todas as manhãs...
- Ah... - Sakura atravessou a pequena distância que as separavam, agarrando Tsunade em um singelo e emocionado abraço, ao qual esta lhe retribuía de forma apertada e carinhosamente, tal como mãe e filha. - Você sempre será a minha mãe, e eu não vou ficar muito tempo longe de você. E nem conseguiria!
- Isso é uma promessa?
- Eu prometo. Agora pare com isso! Não chore ou eu vou começar a chorar também!
- Tudo bem... - dizia a loira ao enxugar o canto dos olhos com um pequeno lenço que retirou do decote, até puxar uma pequena sacola estufada, embutida sobre a saia, e que estava repleto de doces furtados da festa. - Quer bolinhos? - ela oferecia um pequeno bolinho amassado, o que fez Sakura revirar os olhos profundamente envergonhada.
- Você não tem jeito.
- Você quase não comeu. Estava com aquele rapaz pra cima e pra baixo, além do mais, estes tem cereja dentro. - insistia a loira ao oferecer o bolinho mais uma vez.
- Então me dá um pedaço.

xxx...

   Sentindo o ódio ser bombeado por suas veias como lava ardente, Madara empurrou a mesa em um ataque de fúria, fazendo o móvel atravessar a pequena sala até chocar-se contra a parede do outro lado, derrubando vários objetos, inclusive o candelabro que portava em cima. O som ensurdecedor da batida trouxe desespero aos olhos de Mei, que observava tudo acuada, enquanto sem reação alguma, via Madara ser consumido pela cólera. Ele soltou mais um grito ameaçador antes de chutar a cadeia a frente, fazendo-a cair com brutalidade, segundos antes de socar a parede.

- Desgraçado!!!
- Tente se acalmar, milorde....! - dizia a ruiva que olhava a tudo com pavor. - Por que se descontrolar assim?
- Porque aquele maldito moleque está brincando comigo! Ele está a um passo de conseguir o maldito título de duque!!!

  Outro soco foi desferido pelo homem, desta vez contra a uma pequena prateleira, que tombou com os seus livros no chão, causando outro grande estardalhaço.

- C-Como assim? Mas você me disse que tudo estava certo e que você conseguiria o título. Você me enganou??
- Cale essa maldita boca!!!

  O novo rompante fez Mei recuar completamente assustada, encolhendo-se novamente diante de tamanha brutalidade que lhe era quase irreconhecível. Suspirando de forma profunda, o homem deslizou uma das mãos sobre o rosto até o alto da cabeça, descendo por seus longos cabelos, enquanto buscando recuperar a calma e a sanidade que ignorara minutos antes, e, em meio a um sorriso perturbador, ele virou-se para a ruiva ao canto da parede que o encarava com olhos marejados.

- Venha cá, querida. Não fique assim... eu não vou machucá-la.

  Em meio a suspiros chorosos, Mei caminhou como uma criança temerosa até o Uchiha, que a envolveu entre seus braços, mantendo-a bem perto de si. Afagando seus longos cabelos castanhos avermelhados, ele a segurou por seu queixo trêmulo, forçando-a com gentileza para que lhe olhasse.

- Aquele moleque não sabe com quem está lhe dando e será apenas uma questão de tempo fazê-lo voltar atrás. Vou mostrar a ele como se é um verdadeiro inferno, e logo logo abandonará toda a responsabilidade de duque. Você verá que todos estão enganados à respeito dele. - Desferindo um ligeiro beijo sobre a testa da bela mulher em seus braços, o Uchiha acariciava de leve seus lábios delicados com a ponta do dedão, mantendo seu pequeno rosto entre suas mãos firmes a segurá-la. Se havia algo que fez Terumi Mei se apaixonar por Madara era a doce forma como ele a tratava na maioria das vezes, no entanto, o que ela viu no fundo de seus olhos negros e ardentes era algo capaz de assombrar até mesmo a ela. A voz dele soou rígida, e ela sentiu um calafrio lhe percorrer a espinha junto com aquelas palavras. - Você verá.



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