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História Scandales Victorienne - :: Capítulo 17


Escrita por: MaiBearfout

Notas do Autor


Olá minhas queridas! Depois de séculos sem atualizar e de sofrer terrivelmente com um bloqueio de criatividade, eu finalmente criei vergonha nesta cara e trouxe uma atualização da fic. Eu sinceramente me sinto péssima por demorar tanto, e já não tenho coragem de pedir tantas desculpas pra vocês sempre pelo mesmo motivo. A única coisa que eu sei é que essa fic não pode morrer. E bem, como eu já havia dito antes, reduzi drasticamente a história para que ela possa estar terminando em breve, o que explica a celeridade no acontecimento dos fatos -Q. Não é justo eu deixar vocês, adoráveis leitores que são tão maravilhosos, sem uma continuação. Está ruim pra mim postar pois ainda estou sem notebook. Desde já peço desculpas pela qualidade do texto (digitar pelo celular é uma droga), pelo contexto também (talvez o capítulo seja surpreendente -QQ), pela demora em aparecer, e agradecer tbm a todos que não desistiram da minha história. Amo vcs, sério mesmo. Sem mais, Boa leitura. Espero de coração que gostem, e por favor, não esqueçam de dizer o que acharam. Beijinhos! !

Capítulo 17 - :: Capítulo 17


Sakura estava inquieta aquela manhã. Talvez isso devesse ao fato de que não pregara os olhos a noite inteira, remoendo-se internamente, atormentada por lembranças vivas que tinham forma, cheiro e nome. Forma, cheiro e o nome de Sasuke Uchiha.

No caminho de volta para casa, na noite passada, não conseguira prestar atenção em uma só palavra que Tsunade tagarelava. Quando questionada se estava bem, apenas balançava a cabeça informando que sim, e assim que chegaram, foi direto para o quarto e se trancou lá.

E foi desta forma que ela passou cada minuto da interminável noite, pensando e repensando sobre o que aconteceu na biblioteca dos Uchihas. Ou, precisamente, o que deixou de acontecer. Seu coração ainda palpitava acelerado todas as vezes que lembrava do rosto de Sasuke tão perto do seu, tal como seu cheiro, seu calor, ou a textura da pele quente de sua mão ao tocar a dela, ainda que involuntariamente. Efeitos estes em proporções bem maiores do que no dia em que se viram pela primeira vez, quando Sasuke caiu por cima dela ao salvá-la. Ou quando o viu se atirar na frente de três lobos ferozes para protegê-la, sem sequer medir os riscos possíveis. Ela poderia dizer que os sentimentos de agora eram como uma flor quente que desabrochava sobre sua pele.

Por Deus, ou qualquer divindade acima dos céus, por que ela o repeliu daquela forma? Por que seu medo a fez afasta-lo de si de tal maneira?

Ela procurou interpretar a situação. Julgou que ele não sabia o que fazia, assim como ele próprio havia alegado, que tudo não passou de um mal entendido. Mas só ela viu os olhos de Sasuke a encara-la daquela forma. Só ela viu suas expressões alarmadas quando foi impedido de continuar, assim como a vergonha crescente em seu rosto. Não podia ser um mal entendido. Sasuke estava sendo motivado por algo quando se inclinou em sua direção, aproximando seus lábios devagar. Ela só precisaria ter certeza sobre o que exatamente o motivara. Ela precisava ouvir isso dele, se quisesse ter paz em seus próprios sentimentos emaranhados dentro de si, gritando por respostas. Ela precisava achar a sua própria resposta.

“ – Desculpe parecer intrometida, mas é bem visível os sentimentos do Duque pela senhorita. Todo mundo já percebeu...

As palavras de Hinata surgiam em sua mente como uma luz para clarear seus pensamentos confusos. Hinata poderia ter razão.

E foi determinada a isto e pensando em tudo que Hinata falou, que ela levantou-se cedo e arrumou-se. Ficou em seu quarto até o horário apropriado para deixar a residência e tomou seu cavalo, rumo a propriedade dos Uchihas. Seria lá que ela buscaria as respostas que precisava ouvir de Sasuke. Ela precisava calar os gritantes pensamentos em sua mente e recompor a sua paz. Ela concertaria o seu erro e arrancaria as respostas de Sasuke, custe o que lhe custasse.

xxx...

Mikoto acabara de posicionar sua xícara novamente sobre o pequeno prato, anestesiada com o delicioso aroma e sabor de seu chá preto extremamente forte, quando uma criada se aproximou com cautela.

- Desculpe incomoda-la, madame. Mas lady Sakura está aqui, neste momento.

- Lady Sakura a esta hora? – indagou a viúva com evidente surpresa em seus olhos negros – Oh, sim. Deixe ela entrar, por favor.

Com um ligeiro aceno, a criada retirou-se e voltou na companhia afoita de Sakura, que logo pareceu desapontar-se ao não ver Sasuke ali.

- Bom dia, senhora Mikoto. Perdoe-me em incomodá-la a esta hora.

- Sakura! Aconteceu algo? Parece nervosa.

- De forma alguma. Eu só precisava falar com o Sasuke. Ele não está?

- Sasuke? Ele foi ao centro mais cedo. Provavelmente foi marcar a data do casamento no cartório e cuidar dos demais preparatórios para o registro. Ele não lhe contou que iria?

Sakura suspirou profundamente desapontada. Havia esquecido deste detalhe.

- Droga, eu esqueci...então eu irei ao centro. Preciso falar com ele.

- Querida, acalme-se. O assunto é tão urgente que não pode esperar? Afinal, vocês podem acabar se desencontrado no caminho e o clima hoje está mais fechado do que antes. Pode chover a qualquer momento e pegá-la no meio da estrada. Sente aqui e aguarde. Sasuke e Kakashi não vão demorar.

Sakura pareceu terrivelmente pensativa, até que Mikoto a vencesse pela insistência. O clima lá fora estava realmente frio e úmido, além de poder desencontrar-se de Sasuke, o que seria um problema. O mais sensato a se fazer era, de fato, esperar.

- Se não for um incômodo, eu posso esperar por ele?

- De forma alguma, querida. Venha e me faça companhia.

xxx...

- Você está bem?

A voz de Kakashi ao lado o trouxe de volta do pequeno transe ao qual mergulhava, e ele avistou o rosto atento do velho Oficial que o atendia do outro lado da mesa de madeira, repleta de pergaminhos e outras papeladas.

- Desculpe, o que foi?

- O oficial perguntava qual seria a data a ser marcada para o casamento, antes de você se desligar inteiramente.

- Me desculpe. Eu realmente...

- Tudo bem, rapaz. É comum os homens ficarem assim quando estão prestes a marcar a data. Não é fácil se livrar de uma vida de liberdade para se atrelar as rédeas do casamento!

O velho e barrigudo Oficial começou a rir como se aquela fosse a melhor piada já contada, antes de seus frágeis pulmões romperem diante de tosses cortantes, tão fortes ao ponto de fazer a peruca em sua cabeça se desalinhar. Era lamentável.

- Me desculpem...Essa minha tosse ainda vai acabar me matando. Mas, então...já tem a data prevista?

- O décimo dia do seguinte mês. A cerimônia será na minha propriedade. Às vinte horas.

- Oh, é uma boa data, apesar de bem breve. Sua noiva deve estar muito ansiosa.

O homem ainda tagarelava enquanto mergulhava a ponta da aplumada pena em um recipiente com tinta, riscando a folha amarelada do grande livro.

- Certo. Perfeito, milorde. Agora só deve se preocupar com os bolsos para arcar com a festa, afinal. As mulheres são sempre caras.

O homem começou a rir novamente, mas Sasuke não tinha intenção de continuar com aquela conversa sem quaisquer fundamento. Apanhando o chapéu e o agasalho no cabide, ele se despediu do Oficial que tossia novamente, deixando o cartório ao lado de Kakashi. Pobre homem desagradável era aquele.

- Você parece distante, Sasuke. Aconteceu algo entre você e a senhorita Sakura?

Sasuke interrompeu os próprios passos, encarando o velho amigo ao lado. Kakashi estava apreensivo, mas, como sempre, seus palpites eram sempre certos.

- Bem...

- Fique a vontade para me contar, se quiser. - completou o homem, ainda estando parados na calçada.

Sasuke suspirou profundamente, voltando a seguir em passos lentos. Sua voz caiu alguns tons antes de começar a falar.

- Ontem, enquanto mostrava a biblioteca para Sakura, nós dois nos sentamos e ela pediu para que eu lê-se um trecho de seu livro predileto. Nós estávamos muito próximos, e quando me dei conta acabei tentando algo completamente...vergonhoso...

- Não me diga que você tentou...com a Sakura? – Os olhos arregalados de Kakashi revelava todo o seu espanto, e parando abruptamente, ele continuava a encarar Sasuke com total incredulidade.

- Sim...Eu acabei tentando beija-la, mas não era a minha intenção! Ela se assustou e me impediu de se aproximar.

- Oh...beijá-la? Era disso que estava falando?

O rosto de Kakashi parecia confuso e sem jeito, e ele desviou o olhar antes de começar a rir.

- Sim. Por que está rindo? Do que mais eu estaria falando?

Segurar o riso se tornava ainda mais difícil diante da expressão envergonhada de Sasuke, e agora Kakashi se sentia péssimo por ter pensado algo tão errado sobre o rapaz.

- Certo, certo. Não me culpe. Você ainda não parece sofre do mal que atormenta a mente dos homens da sua idade. E os mais velhos também. De qualquer forma, você deve entender que sua aproximação com Sakura acabaria resultando nisso. Mesmo com seu jeito incomum e personalidade forte, Sakura ainda é uma belíssima jovem.

- Kakashi, não me trate como uma criança que não entende o que você diz. Eu só não me prestaria a este papel. Jamais tentaria algo do tipo contra Sakura ou quem quer que seja.

- Mesmo se ela quisesse? Nenhum homem é tão nobre a este ponto, ainda que você tenha herdado os extremos bons modos da Duquesa, ainda assim deve entender que, contra instintos, nada pode ser feito. Eu avisei a você desde o começo para não brincar com os seus sentimentos.

Sasuke levantou o olhar, encarando o céu totalmente nublado acima. Era assim que ele se sentia diante de tudo o que estava passando agora.

- Acho que não posso encará-la depois do que houve. Eu ultrapassei os limites impostos e quase acabei com tudo. Não quero que ela tenha conclusões erradas sobre mim, muito menos que ache que estou me aproveitando do nosso acordo. Eu não sei o que fazer... e conhecendo ela, acho que deve estar me achando um estúpido quanto qualquer outro que tenha tentado cortejá-la.

- Você está confuso, Sasuke. É comum. E sinceramente, quem está tirando conclusões precipitadas é você. Mas se deseja entender o que sente, precisa dar um tempo a si mesmo. Talvez se conversarem depois...

- Eu não sei se consigo. Eu...vi o espanto nos olhos dela... Eu não quero que ela pense que sou um fraco. Você tinha razão quando disse que e deveria ter cuidado. A Sakura não é como nenhuma outra mulher desta sociedade. É indecifrável e imprevisível.

- Sasuke...

Alcançando a carruagem, o moreno abriu a porta e sem cerimônia adentrou a cabine, acomodando-se em um dos bancos, acompanhado em seguida por Kakashi.

- Você tinha razão e eu detesto admitir. E sim, eu sofro dos mesmos males que os outros homens sofrem, só sou mais discreto em relação a isso.

Kakashi direcionou seu olhar ao jovem Uchiha de forma surpresa pela franqueza de suas palavras, e ainda que as expressões no rosto de Sasuke fossem as mais sérias possíveis, era impossível não rir.

- Você está fazendo eu me sentir como um tolo.

- Um tolo apaixonado, melhor dizendo. Bem vindo ao mundo dos homens, Sasuke. Afinal, isso faz parte do amadurecimento masculino. Agora vai entender o verdadeiro efeito que as mulheres tem sobre nós e como elas insistem em agir como se fossemos imunes aos seus encantos. O mesmo mal que me assola e que assolou o seu pai, agora está assolando você. És um homem agora. Ser tolo diante uma mulher faz parte disso.

Sasuke baixou o rosto e suspirou profundamente, massageando a própria nuca.

- Mas nenhum de vocês se meteram em uma situação como a minha. Nem se apegaram a uma mulher tão problemática. Sakura não é como a mamãe nem como a senhorita Rin. Não existem leis para governa-la nem razão que ela siga. Eu sinto que não há nada que eu possa fazer. Não se tratando dela. Jamais vou invadir seu espaço novamente. O melhor que eu posso fazer é tentar evita-la até que tudo esteja resolvido.

A cabine balançou ligeiramente assim que a carruagem deixou as alinhadas ruas de Greenleaf e alcançou a estrada. Era visível o conflito interno que Sasuke travava com si mesmo, e Kakashi gostaria de ajudá-la quanto a este terrível mal. Mas infelizmente isso era algo que somente Sasuke e Sakura poderiam resolver.

- Não precisa se esconder. Sei como se sente, acredite. Mas também sei que para tudo há um momento certo. Espere este momento chegar e não tenha medo de ser franco com ela e com si mesmo. Sakura pode ser imune a muitas coisas, mas ela é mulher, e mulher alguma está imune aos sentimentos. Lembre-se disso.

Levantando o rosto, Sasuke encarou o sorriso gentil de Kakashi e aquilo o reconfortou. Kakashi era sempre o segundo pai que ele poderia confiar.

- Belas palavras, mas olha quem fala. A propósito, e quanto a você e a senhorita Rin?

- Uh? – indagou Kakashi, desviando o olhar imediatamente. – Bem, isto é outra história.

- Sei...

xxx...

Assim que desceu da carruagem ao chegar em casa, Sasuke deparou-se imediatamente com Atlas pastando ao lado da residência, e aquilo fez com que seu coração congelasse pela surpresa. Ela estava ali.

Um repentino nervosismo o tomou, e aproximando-se com cautela, logo avistou a figura sorridente de sua mãe ao lado da jovem rosada. Aquilo ia totalmente contra o seu plano de evitar uma aproximação entre eles, e tê-la em casa lhe esperando era algo do qual não estava preparado.

- Querido! Que bom que já está de volta. Veja, Sakura veio lhe ver. Por que não dão uma volta para conversarem?

Sasuke voltou-se para a figura apreensiva de Sakura que o observava. O mesmo olhar que confundia toda a sua cabeça, mas desta vez, foi impossível não lembrar do ocorrido na biblioteca. A vergonha ainda o atormentava, o que o fez desviar sua atenção.

- Senhorita, é um prazer vê-la. Já que deseja conversar...vamos?

- Tudo bem.

Era visível para Sakura que ele estava a evitando, assim como o tom de sua voz era o de evidente desconforto em vê-la. Talvez tivesse sido precipitada ao aparecer ali tão cedo, mesmo diante de tudo o que aconteceu na noite passada. Agora se sentia estúpida.

- Só não demorem muito. Logo pode chover. E tenham juízo vocês dois!

O sorriso de Mikoto era divertido e reconfortante, e acompanhando o rapaz, Sakura deixava a residência rumo a grande campina que rodeava a propriedade. O clima ainda estava fechado e pesado, além do vento frio que insistia em trazer os indícios do inverno.

- Podemos ir caminhando e aproveitarmos o tempo. Algo me diz que você tem muito a dizer.

- E você não tem nada? – indagou Sakura diante o clima tenso formado entre os dois, mas a bonita vista do alto da campina cercada de pinheiros lhe trazia uma certa calma interior. Talvez ela precisasse, já que o tom da voz de Sasuke a forma indiferente como estava agindo a fez tirar o foco de tudo o que tinha para tratar com ele. Sua expressão agora estava expressão de emoções. Somente seus olhos captavam a vegetação a frente e sua voz soou com repentino desânimo. – Tudo bem, eu já poderia imaginar.

O vento frio novamente ergueu-se, varrendo a vegetação que ondulava, assim como os cabelos negros de Sasuke que pendiam sobre seu rosto, enquanto ele mantinha o olhar fixado o tempo inteiro no caminho.

- Sim, eu tenho. Gostaria de pedir desculpas pelo o que aconteceu. Não consegui encontrar justificativas para o que eu fiz...Não quero que tenha uma ideia errada ao meu respeito. Dou-lhe a garantia que isso jamais irá acontecer, então não há com o que se preocupar.

Um breve silêncio formou-se entre os dois, exceto pelo ruído do vento balançando as folhas ao redor, e quando Sakura se deu conta, já estavam distantes o bastante da propriedade para quase não tê-la em vista.

- Então é isso o que você tem a dizer?

- Sim.

- Tsc, quer saber, você é irritante.

- É o que você tinha a me dizer?

A voz extremamente controlada de Sasuke ainda que diante de um insulto, era o suficiente para fazer Sakura explodir de irritação.

- Não, mas é o que você precisa ouvir! Quer dizer que depois de tudo é isso o que tem a me dizer? Você está sempre agindo assim, todo arrumadinho, até o seu cabelo mal bagunça com o vento! Você é totalmente regrado e nunca diz o que pensa. Não me parece possível ser assim! Você não era assim antes, e agora está agindo como um covarde! Nem se quer consegue me olhar, agora!

Um trovão ecoou no céu num breve rompante, mas Sakura estava irritada o suficiente para não incomodar-se com o anúncio de chuva. Agora pequenas gotas finas caíam do céu num frágil sereno.

- Sakura, por favor. Por que está agindo assim? Eu errei ontem a noite e estou me desculpando. Isso não é o suficiente?

- É você que está se desculpando ou as regras de decoro que você segue?! Como pode pedir para que eu esqueça o que aconteceu?

- Estou sendo sincero.

- Você realmente sabe o que é ser sincero, agindo assim o tempo inteiro?

O rompante na voz da jovem fez o Uchiha recuar imediatamente, limitando-se apenas a encarar os olhos marejados e irritadiços da moça, com espanto.

- Sakura...

- Para! Eu já estou cansada disso! Eu já estou cansada desta farsa!!

Os grossos pingos de chuva despencavam do alto junto com os gritos de Sakura que ecoavam no ar, e agora a chuva caia de forma violenta.

- Mas que droga!

-Vem, tem uma cabana pra lenha logo ali!

Agarrando a mão de Sakura, ele a puxou pelo breve caminho até avistarem a pequena cabana de madeira que servia para proteger e guardar a lenha seca. Empurrando a porta que estava emperrada, ele deu espaço para que Sakura adentrasse. Ambos já completamente encharcados.

Ela parecia emburrada enquanto torcia os pesados tecidos de seu vestido molhado, assim como o cabelo, e Sasuke tirou o casaco e o colete, os estendendo sobre uma mesa velha e empoeirada. A chuva despencou impiedosa, mantendo os dois presos na pequena cabana, e Sasuke verificou a estante até encontrar fósforos e uma lamparina com óleo, que logo foi acesa. A luz frágil iluminava o cômodo, e ele ficou próximo a pequena janela, observando a água escorrer furiosa pelo vidro, obstruindo toda a visão de fora, antes de voltar sua atenção para a velha prateleira empoeirada à frente.

- Deve ter um cobertor em algum lugar, pra você.

- Eu estou bem.

- Bobagem. Está toda molhada e vai acabar adoecendo.

Achando um cobertor dentro de um baú, Sasuke aproximou-se da jovem e cobriu seus ombros, ainda que contra a vontade da mesma.

- Por que você é assim?

-Assim...?

- Tão controlado. Como pode ser tão perfeitinho o tempo inteiro e se preocupar comigo mesmo quando eu disse aquelas coisas pra você?

- Não acho que estava sendo sincera.

- Está dizendo que eu não estava sendo sincera? Eu disse o que penso e você simplesmente não reage. Até mesmo agora, não consegue me olhar. Mas eu te entendo. Sei que está preocupado com o nosso acordo assim como sei que isto é tudo o que temos. Você já me ajudou demais e eu já lhe dei a minha palavra de que cumprirei com minha parte nesse maldito plano. Não se preocupe pois não exigirei mais nada de você.

- Então é isso que você acha de mim? Que só estou preocupado com o nosso acordo ao ponto de agir como se nada mais importasse?

- Sim, é o que eu acho. Você sofre do mesmo mal que toda essa sociedade patética. Se escondem através dos bons modos para parecem perfeitos, mas na verdade tudo o que realmente escondem são vidas escandalosas debaixo de toda essa pompa! Ao menos eu sou sincera, e você?!

- Você quer sinceridade??

Agarrando os braços de Sakura, ele a puxou para si, mantendo-a firmemente presa para que não se soltasse, enquanto seus olhos negros estavam fincados em sua figura agitada, decorando cada detalhe em seu rosto levemente vermelho de irritação, apesar de seus olhos estarem arregalados, encarando-o de volta.

- Então eu serei sincero. Desde de quando você apareceu na minha vida, você virou tudo de cabeça pra baixo. Você é arrogante e orgulhosa, não gosta que ninguém lhe dite regras, e é por isso que você está aqui. Nem se quer me agradeceu quando eu salvei você pela primeira vez, e age como se meus sacrifícios não importassem! Como se somente eu a prejudicasse e me critica por minha forma de agir, mas nem sequer sabe o tamanho do estrago que é capaz de me fazer! Eu não consigo mais lhe dar com toda essa sua prepotência, e ainda assim não consigo parar de pensar em você, mas age como se somente você tivesse sentimentos aqui! Como só você pudesse se machucar! Como se o fato de eu ser homem não permitisse eu me apaixonar também! E quer saber? Eu realmente evitei! Até alguns segundos atrás eu estava tentando evitar estourar com você, mas vejo que é inútil! Você me atordoou completamente com essa sua absurda mania de ser perfeita e extremamente complicada ao mesmo tempo, e a única coisa que eu realmente sei é que não quero que este maldito acordo seja o único laço que exista entre nós!

- Sasuke... – O olhar de Sakura era perplexo, o mesmo de quem jamais esperaria tal atitude, e não havia palavras que se formulassem em sua mente para que pudesse respondê-lo naquele instante.

Soltando os pulsos da jovem, o Uchiha afastou-se ligeiramente, sentando-se sobre uma velha pilha de lenha enquanto observava o fraca chama de vela dançar. O pequeno cômodo ficou em silêncio da discussão e apenas a forte chuva sobre o telhado ruía, mergulhando o ambiente em profunda calma. Algumas gotas de chuva ainda escorria dos cabelos molhados, e ele levou ambas as mãos ao rosto, enxugando-se ao mesmo tempo que refletia sobre tudo o que disse, até ouvir o som de tecido afrouxando, despencando ao chão de forma pesada. Assustando, ele virou-se na direção de Sakura e sentiu cada músculo de seu corpo tencionar, assim como o seu coração que acelerou, diante da surpreendente cena. A frente de seus olhos, ainda que a fraca chama da vela iluminasse com total dificuldade, ele podia observar cada detalhe sobre as delicadas curvas de Sakura, cujo vestido encharcado amontoava-se agora em seus pés, e seus olhos vivos e brilhantes encaravam Sasuke de tal maneira que nem sua refinada educação permitiria que ele desviasse sua atenção naquele instante. Diante dos seus olhos atentos e perplexos, a pele rosada de Sakura ganhava destaque em cada pedaço, cada curva, cada arrepio demonstrado. E, novamente diante da falta de reação do rapaz, ela pronunciou-se, mostrando não ser apenas uma miragem que somente Sasuke via.

- Eu estou sendo sincera agora...E você? Vai me aceitar ou seus bons modos vão me repelir, agora?

Levantando-se de onde estava, ele aproximou-se lentamente até ela, deixando sua pequena figura a intimidar-se por sua presença, mas ela também não se moveu. Sua respiração estava totalmente irregular, mas o forte som da chuva ainda abafava os ruídos, tal como as fortes batidas de seu coração. Ele poderia resistir a várias coisas, assim como resistiu durante muito tempo, mas aquilo era algo que não poderia evitar de sucumbir. Erguendo a mão destra, tocou-lhe o frágil ombro, sentindo a pele fria e arrepiada, enquanto descia a mão ao longo de seu braço fino, até evolver-lhe a cintura, puxando-a ligeiramente para si e a encaixando entre seus braços para lhe proteger do frio. A voz dele em seguida soou como um caloroso sussurro.

- Talvez eu devesse evita-la como você me evitou ontem à noite. Me fez sentir péssimo...

- Deveria fazer então. Mas como eu disse, duvido que estaria sendo sincero... – Respondeu ela de forma firme, encarando o rapaz no fundo de seus olhos, e neles ela poderia enxergar com clareza a verdade. Ali estava a resposta que desejava ardentemente. A sua própria resposta.

- Você é completamente louca...

- Louca, não. Escandalosa...

Ele sorriu, apertando-a entre seus braços e sentindo todo o perfume que emanava daquela pele fria e macia. Os desejos de um homem aflorados sobre sua pele.

- Sakura...

- Não diga mais nada... Você se preocupa demais...

Sasuke abaixou o rosto, mergulhando-o entre os pequenos ombros de Sakura. Aquele aroma...como era bom senti-lo. Sem dúvidas o melhor aroma que poderia existir para ele.

Seus sentidos tornaram-se alarmados ao sentir que ela lhe abria a camisa molhada, revelando a pele fria e rígida do rapaz, e só de tocar os ligeiros músculos em seu abdômen, Sakura sentia seu corpo latejar. Sem mais demora, ela arrancou-lhe a camisa, observando os detalhes do corpo masculino que antes jamais vira, e percebeu o tamanho do desejo que sentia por Sasuke naquele momento.

- Você tem certeza?

- Não se atreva a perguntar isso de novo... – Respondeu ela em um tom ligeiramente irritado, e Sasuke riu de sua expressão. Sem mais esperar, ele aproximou seus lábios aos dela, roçando-os com puro desejo antes de emenda-los, o que fez Sakura agarrar-se a ele completamente tensa, sendo mantida entre os braços nus do Uchiha. Os movimentos foram suaves para que não se assustasse, e quando ela se acostumou ao beijo, ele abriu ligeiramente seus lábios com a ponta da língua, até adentrar sua boca, tocando a língua dela que reagiu imediatamente. Ele mantinha o cuidado para não sufoca-la, ainda envolvendo ambas as linguas num toque macio e envolvente. Separando os lábios, ele sentiu ela envolver sua nuca com os braços, pressionado seus cabelos entre os dedos enquanto o mantinha próximo de si, e trilhando um ligeiro percurso com beijos leves que iam dos lábios dela ao pescoço, ele a inclinou ligeiramente para trás, onde Sakura permitiu-se deitar-se sobre o amontoado de tecidos de seu próprio vestido junto ao cobertor no chão.

Alinhando-se sobre ela, Sasuke voltou os beijos sobre a boca de Sakura, que retribuía as carícias com devoção, e ele deixou-se deliciar-se com o sabor destes. A mão destra desceu livre pelo pequeno corpo da mulher em seus braços, e com suavidade e lentidão, ele tocava cada pedaço, sentindo a curva de sua pele quente, descendo do ombro ao pequeno seio inchado, tão suave, discreto, macio e encantador. Seus dedos se alinharam ao redor do pequeno mamilo ouriçado, e ele contornou a delicada parte com a ponta do polegar apenas para sentir Sakura estremecer abaixo de si. Ela cedeu com as pernas e ele encaixou a sua entre as delas, adotando uma posição ainda mais confortável para os dois. Pressionando-a ligeiramente ali embaixo só para senti-la aperta-lo ainda mais contra seu corpo. A ponta de sua língua percorreu a superfície molhada dos lábios de Sakura, e ele afastou o rosto apenas para ver sua doce expressão embriagada pela nova sensação que tomava seu corpo e suas emoções. A mesma sensação que já possuíra Sasuke desde o momento em que ele a tocou. Anestesiado pela maravilhosa visão, ele jamais imaginou que Sakura conseguiria ser ainda mais bela aos seus olhos, apenas para perceber o quanto estava errado. Ele também arrepiou-se ao sentir as mãos delas deslizarem por suas costas, eufóricas para sentir cada pedaço de seu corpo rígido e masculino. Com sede de cada detalhe a descobrir sobre Sasuke, o jovem se viu surpreso ao perceber a real intenção da moça. Ambas as mãos já estavam posicionadas sobre a borda de sua calça, e ele se deu conta que ela já havia sentido a pressão causada por seu membro enrijecido. Sakura continuava sendo uma surpresa, e ao olhar seus olhos verdes e suplicantes, ele desejou não prolongar mais tal sofrimento maravilhoso do qual compartilhavam, permitindo que ela afastasse tanto a calça, quanto a peça de baixo com as próprias mãos, até tocar-lhe o membro de tal forma que ele não poderia aguentar, soltando um prolongado suspiro. Os lábios voltaram a trabalhar, famintos por mais beijos, e, ainda sentindo o suave toque de Sakura sobre si, arrancando-lhe outros suspiros e brincando com sua respiração, ele desceu a mão destra por sua barriga suave até seu quadril, fincando a ponta dos dedos em sua coxa ao agarra-la, também arrancando suspiros da rosada.

Sentindo sua pele macia e apalpando-a inteira, demonstrando todo o seu desejo, ele desceu a outra mão até a virilha, aprofundando entre suas pernas e tocando-a em um lugar que arrancou gemidos de imediato. A intimidade extremamente molhada permitia que a ponta de seus dedos brincassem entre os lábios baixos, explorando cada parte, roçando suavemente sua pele até adentrar o ponto principal, onde só de tocar, fez com que Sakura novamente estremecesse entre seus braços.

- Sasuke, por favor...Não pare...

A voz de Sakura soou em um tentador sussurro, e Sasuke a apertou em seus braços antes de intensificar os movimentos abaixo, arrancando mais e mais gemidos. A respiração completamente desregular fazia ele excitar-se cada vez mais, ainda tocando com a ponta dos dedos a área recém descoberta no corpo de sua amada. Ver como Sakura se movia, suplicante, fazia com que o Uchiha já não conseguisse controlar seus próprios impulsos, e alinhando-se, ele segurou o próprio membro pulsante em sua mão destra, posicionando-o entre as pernas de Sakura que se abriam para recebê-lo. Ele sentiu a umidade dela envolver seu membro para que pudesse finalmente deslizar para dentro, e respirou profundamente, iniciando a penetração com todo o cuidado. Sakura contorceu-se ligeiramente abaixo, apertando-lhe os ombros largos e cravando a ponta das unhas sobre eles, o que fez Sasuke morder o próprio lábio diante da ardência prazerosa, e aprofundando-se ainda mais, ele continuava com a difícil penetração por conta da região apertada. Sabia que ela sentia incômodo e não queria machucá-la, mas o olhar dela tornava-se irritado sempre que ele interrompia os próprios movimentos. Sorrindo, ele posicionou o rosto ao lado do dela, aspirando seu delicioso perfume e beijando o canto de seus lábios, aconchegando-a até conseguir penetrá-la totalmente.

O calor crescia como uma chama entre os corpo, e Sasuke passou a movimentar seu quadril com delicadeza, ouvindo os gemidos de Sakura que estavam cada vez maiores, e ofegando contra seu rosto a cada movimento que se tornavam mais rápidos diante de cada estocada. Sentindo ela o abraçar, ele subiu novamente a mão para o pequeno seio, massageando-o com precisão, aumentando a velocidade e diminuindo a distância das penetrações, até que seu corpo sedento fosse tomado pelo maravilhoso sentimento que era tornar-se, junto com Sakura, apenas um.

O suspiro ofegante cortara a respiração do moreno, agarrando Sakura de forma que ela entendia que ele já estava em seu limite, e puxando o rosto do rapaz para si, ela desferiu-lhe um intenso beijo, até que Sasuke sentisse toda a sua força esvair junto com o orgasmo, preenchendo o interior de Sakura que também estremeceu.

Os corpos de ambos estavam exaustos, e ainda abraçados, Sasuke deitou-se ao seu lado e tocou-lhe o rosto com ternura, sentindo uma leve úmidez no canto de seus olhos, até perceber que pequenas lágrimas escorriam pelo rosto da moça. Ele ergueu-se para observa-la, acariciando seus cabelos com leveza.

- O que houve? Eu machuquei você?

- Não é isso, bobo... – disse ela em meio a um tímido sorriso. – É sobre o que eu estou sentindo sobre você agora. É algo que...Eu jamais gostaria que acabasse.

- E não vai... – respondeu ele, entrelaçando os dedos da grande mão sobre a dela e beijando seus lábios com ternura. – Eu não vou deixar que acabe. Cuidar de você é tudo o que eu quero.

- Você parece realmente firme agora.

- É porque eu já me decidi. Não há mais motivos para fingirmos, nem para nós, nem para mais ninguém.

Sentindo seu coração aquecer com aquelas palavras, Sakura o abraçou novamente, desta vez permitindo acolher-se em seus braços e sentir todo o maravilhoso sentimento que os envolviam.

Realmente, não havia mais motivos para enganar ninguém.

xxx...

- O que você tem para mim?

A voz firme daquele velho homem tinha a plena capacidade de encher todo o ambiente com sua inegável autoridade, e encarando o outro homem mais jovem que o observava do outro lado da mesa, ele apenas atentou-se em ouvir detalhes da novidade que seu servo lhe trazia.

- Eu o encontrei. Sei onde está o seu paradeiro agora.

Os olhos do velho se arregalaram, e ele inclinou-se sobre a mesa, espalmando-a severamente enquanto confrontava o homem ruivo repleto de brincos, do outro lado.

- Não brinque comigo! Você realmente o encontrou? Realmente sabe onde está Uchiha Itachi?!

- Sim, eu sei. Tenho informações confiáveis de que está vivendo em um vilarejo distante daqui, mas está sempre mudando. Está seguindo uma vida de crimes junto a outros bastardos. Um jeito incomum para se viver, se tratando de ser quem você diz.

- Maldito Itachi. Ele sempre ansiou por liberdade, e sair da cola dos pais significava não ter o luxo que o Duque poderia lhe propor. Ainda assim seguiu de forma miserável em busca da liberdade desejada. Pain, isso é maravilhoso! Tenho um outro serviço para você!

O ruivo ergueu as sobrancelhas, mantendo-se focado no elegante homem a sua frente, enquanto este lhe entregava um pesado saco com moedas de prata.

- Vá até Itachi e cuide de lhe informar sobre a morte do Duque.

- Acha que já não sabe? Ele pode estar evita do retornar. Além de que, isso não é o tipo de notícia que se espalha ao quatro cantos do país. É perigoso. Sem um Duque as fronteiras de um rei ficam vulneráveis.

- Eu sei, mas quero que Itachi tenho conhecimento não só disso, mas que seu irmão mais novo irá se casar para assumir a liderança do título. Tendo a garantia de que não será obrigado a assumir a posição de Duque, ele virá sim. Quando o filho ingrato vir visitar a mãe viúva e o irmãozinho imbecil, aí nós o pegamos.

- Vai trocar a liberdade de Itachi pelo título de seu falecido irmão?

- Sim, e quando isso acontecer, nem o moleque do Sasuke nem Mikoto terão escolha. Tudo será feito para livrar o pescoço do filho ingrato, da guilhotina. Agora, é somente uma questão de tempo até eu ter aquilo que realmente me pertence. E o pequeno Sasuke estará na minha mão.


Notas Finais


Chama o bombeiro pra apagar o fogo desses dois!!! 🚒
E esse Madara é nojento, heim? O que ele vai aprontar agora?! Não percam o próximo, minha gente. Tô tão rara quanto papai Noel mas tô dando o meu sangue pra trazer a atualização o quanto antes. Beijos no kokoro ❤💚


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