História Scar from the past - I missed you

"O que mais podemos fazer se estivermos tristes? 

Você não devia estar se afogando sozinha."

                            — Cold Water, JB.

Point Of View Justin Bieber

Hoje seria meu primeiro dia no trabalho desde que minha mãe morreu, eu havia tirado férias para ir com meus pais à Los Angeles, meu pai e minha mãe saíram juntos para jantar e tarde da noite eu recebi uma ligação do meu pai.

Afastei as lembranças e me levantei, eu não havia dormido nada. Tinha chegado tarde em casa, meu pai não estava, provavelmente estava viajando à trabalho. Eu não falo com ele desde aquele dia, as vezes digo somente o necessário.

Ele é um bêbado, nunca vou perdoa-lo por dirigir nesse estado com minha mãe, nunca mesmo. Ele foi egoísta, não soube se controlar e pôs a vida dela em risco por causa da droga da bebida.

Eu bebo, mas sem exageros, as vezes quando as noites são puxadas eu sempre acabo em um bar, sozinho, apenas com meus pensamentos e um bolo de dinheiro que obviamente não era meu no bolso, eu não tinha medo de andar com aquela grande quantia por aí, até porque na verdade, o perigo da cidade sou eu. 

Tomei um banho e me vesti, estava fazendo frio hoje então coloquei meu casaco preto e apenas baguncei um pouco meu cabelo. Lucy reclamava dizendo que estava enorme e que eu não estava mais tão caprichoso quanto antes.

Fui até a cozinha e a empregada estava preparando o café, dei bom dia a ela e ela me serviu depois de um tempo. 

Meu telefone tocou e o nome de Lucy estava no visor.

—  Feliz aniversário, baby — falei antes mesmo que ela pudesse dizer algo.

—  Pensei que ainda estivesse dormindo.

—  Eu vou voltar pro trabalho hoje...

—  Oh, eu havia esquecido. Vai vim à minha festa hoje à noite? 

—  Eu não perderia ela por nada — falei, tentando ser um pouco animado e pude deduzir que ela havia sorrido do outro lado —  Eu queria poder continuar falando com você mas tenho que sair. Feliz aniversário, garota. 

—  Obrigada, Justin. Eu te amo — ela disse e eu fiquei em silêncio, ouvi seu suspiro do outro lado da linha.

—  E-eu também te amo — falei após ouvir os três bips, ela havia desligado.

Lucy era uma pessoa especial pra mim, eu realmente amava aquela garota mas eu tinha certeza que ela era boa demais para mim, no final das contas eu sempre acabava sendo um idiota com ela sem perceber. Desde que Louise foi embora, nossa amizade se transformou em namoro e agora estamos aqui. Eu era um solitário e ela uma linda garota loira que tinha uma vida pela frente.

E eu... estava apenas existindo.

Não que eu esteja depressivo, longe de mim. Eu sempre quis afastar os sentimentos de mim para evitar essas coisas. Depois da minha primeira decepção, eu já me sentia perdido. Quem nunca né? 

A questão era que eu me sentia um idiota por não valorizar as pessoas ao meu lado, eu era um estupido com minha mãe e agora que ela esta morta eu me sinto culpado, acontece. A mesma coisa esta acontecendo com Lucy, espero não perde-la também.

Point Of View Louise Carter 

Assim que parou de trovejar, peguei minhas coisas e finalmente eu pude sair da biblioteca. Eu fiquei mais de uma hora esperando parar e agora apenas chovia, bem forte mas minha vontade de ir para casa era maior. Eu provavelmente pegaria um resfriado.

Terminei de trancar a biblioteca e me virei, só de sair dali eu ja estava ensopada. Meus olhos se direcionaram pro carro que passava em meu lado, o motorista do carro também me olhava e então eu o reconheci. Era Justin. 

Eu não sabia se aquilo era coisa de filme, ele passou tão devagar e parecia que estava tudo em câmera lenta, ele parou uns centímetros à frente e abriu a porta do banco de carona, eu não sabia se era pra eu entrar, então sai correndo e entrei.

Ele ficou parado me olhando e eu apenas fiquei olhando para frente, sem coragem para encara-lo.

O caminho foi rápido e silencioso, aquilo era torturante. Por que diabos tinha que ser assim? 

Eu não sabia o que falar, havia se passado tantos anos desde que tínhamos nos falado pela última vez...

Ele parou em frente a minha casa, mas as portas continuavam trancadas, o olhei e agora ele que olhava para frente. Então ele virou para me encarar, suas íris cor de mel estavam repletas de dúvidas.

—  Eu senti sua falta — ele quebrou o silêncio.

—  E-eu também senti a sua...

—  Por que foi embora sem se despedir, Louise? Pensei que fossemos melhores amigos — aquilo era torturante.

—  E éramos — falei e me arrependi de ter empregado o verbo no passado —  Q-quer dizer eu... — fechei os olhos e neguei com a cabeça —  Será que pode destrancar as portas por favor? — ouvi o barulho das portas sendo destrancadas —  Obrigada pela carona — foi a última coisa que eu disse antes de sair imediatamente dali.

Andei em passos rápidos até minha casa. Subi correndo para meu quarto e me desabei à chorar, eu parecia uma menininha idiota. Eu me odiava por isso, me odiava por ter estado no lugar errado e na hora errada, justo no dia em que sua mãe havia morrido.