"Discutir não vai resolver o problema, fale comigo e nós podemos solucioná-lo
Seja franca comigo, não ha outra opção, nenhuma outra opção."
— What's Hatnin', JB (feat. Future)
Point Of View Louise Carter
Ouvi o barulho das sirenes e ele me puxou depois de ir ao caixa e pegar a metade do dinheiro que havia ali.
Eu me desculpei e saí correndo junto à ele.
Nos escondemos atrás de algumas árvores e ficamos sentados observando a polícia em frente ao estabelecimento.
— Qual é o seu problema? O que esta pensando que esta fazendo? — perguntei depois de assimilar tudo.
— Para de gritar, porra.
— O homem me viu, ele vai falar sobre mim para a polícia — falei.
— Por que diabos você pediu desculpas? — ele perguntou irritado.
— Por que eu me senti culpada seu idiota! Que droga você usou?
— Droga, droga, droga — ele repetiu o que eu disse, olhando para o nada tentando pensar no que poderíamos fazer agora — Meu carro esta logo ali na frente, precisamos ir rápido pelas árvores e sem fazer barulho para que não nos peguem.
— Quê? Eu não vou fugir da polícia com você, Justin. Nem pense nisso.
— Então fique aí até a polícia te achar e você ir presa — ele falou e saiu andando, o acompanhei sabendo que não havia mais nada a se fazer.
Já dava para ver o carro, nós só precisávamos atravessar sem que os policiais nos vissem, Justin foi na minha frente e na minha vez, eu sem querer pisei em um graveto. Justin me olhou por cima dos ombros e arregalou os olhos, ouvimos um barulho de tiro e pude ver seu braço ser acertado.
— Vem, Louise. Corre!
Corremos até seu carro, ele entrou no banco do motorista e eu no de carona.
— Tem certeza que consegue dirigir assim? — perguntei assim que ele ligou o carro e saiu catando pneu.
— Foi de raspão, Louise — suspirei aliviada — Estamos sendo perseguidos, droga — ele olhou pelo retrovisor.
A polícia estava atrás de nós, Justin corria feito um louco, quando percebi nós já estávamos em uma estrada de terra, ele conseguiu despistar a polícia por pouco. Estávamos parados no meio do nada, quietos.
— Não queria que fosse assim, Louise — ele quebrou o silêncio, ainda olhando fixamente para o volante.
— O que? — o olhei.
— Eu gostava da sua amizade e não quero guardar mágoas — ele disse.
— Mas aquilo que você disse... — falei e ele me olhou.
— Me desculpa, eu não quis ser rude com você. Eu só estava com raiva porque de alguma forma, você significava muito para mim e te perder daquele jeito foi horrível. Eu senti sua falta Louise.
— Eu não queria fazer você passar por aquilo, sério. Eu também senti muito a sua falta — ele deu um meio sorriso — Estamos desculpados? — ele assentiu.
— Esta com fome? — ele perguntou enquanto ligava o carro.
— Eu poderia ser educada e dizer que não, mas eu estou — falei e ele riu.
O caminho foi silencioso, eu ainda iria perguntar o que tinha acabado de acontecer, mas esperei pegarmos nossos lanches antes de questiona-lo.
Paramos no Subway e ele saiu para pegar nossos lanches enquanto eu esperava no carro.
— Vou te levar à um lugar especial — ele disse.
— Aonde? — perguntei o olhando.
— Aguarde e irá saber — ele me olhou rindo e eu fiz bico.
— Eu já te falei que esse seu cabelo está incrível? — perguntei.
— Não. Finalmente alguém falando bem dele! Lucy só reclama, outro dia acordei e ela estava próxima à mim com uma tesoura na mão pronta para cortar meu cabelo — ele disse e eu ri.
— Você gosta dela?
— Ela é uma garota incrível, você sabe — concordei com a cabeça — Chegamos.
Olhei para frente e estávamos em um tipo de montanha, a estrada era alta e dava para ver a cidade toda dali, bom, as luzes e era incrivelmente lindo.
— Eu venho aqui para pensar as vezes, quando dá sabe — ele disse.
— Por que fez aquilo? — perguntei.
— O quê? — ele retrucou.
— Você sabe... — falei.
— Eu gosto — arregalei os olhos — Quer dizer, eu não uso o dinheiro, eu doo para instituições de câncer. Era horrível ver minha mãe com câncer e não poder fazer nada, sabe? — assenti, engolindo em seco — Então, eu tento ajudar outras pessoas com o dinheiro que eu arranjo.
— Não é perigoso? — falei olhando seu braço que estava enfaixado com uma camisa que Justin havia pego no banco de trás de seu carro.
Estávamos lanchando enquanto conversávamos e olhávamos a linda vista à nossa frente.
— É sim, você viu. Mas eu gosto de me arriscar, com o tempo eu percebi que era por uma causa boa, sabe? E foi o meu refúgio de tudo. Quando ela foi embora... meu mundo desmoronou.
— Eu sinto muito, Justin. Eu juro que se eu pudesse tirar essa dor de você eu tiraria, é horrível te ver assim — falei.
— É gentil de sua parte, mas eu tento superar de alguma forma né... todos nós temos que ter uma válvula de escape de vez enquanto, você era a minha até ir embora. Daí eu tive que me virar e o resto eu acho que você sabe.
— Não, eu não sei, Justin. Me conte tudo o que fez desde quando "eu te deixei" — fiz aspas com as mãos e ele riu — até hoje.
— Nada de interessante, eu apenas continuei com minha vidinha, me aproximei mais de Lucy e começamos a namorar, perdi minha mãe e agora estou aqui. E você?
— Nada de interessante também — falei, simples e rápida antes que ele fizesse mais perguntas.
Bocejei, olhei na tela do meu celular e eram três da manhã, olhei para Justin e o mesmo olhava para a vista à nossa frente.
— Acho que já podemos ir — falei juntando o papel do meu lanche e guardando até chegar em casa e jogar no lixo.
— Não gostou? — ele me olhou.
— Gostei, só estou com sono — falei e depois bocejei novamente.
O caminho até em casa também foi silencioso, não havia mais nada que podíamos falar. Ele parou novamente em frente à minha casa e eu o olhei.
— Eu quero te ajudar.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.