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História Scared Of Happy - Quinze.


Escrita por: bmt5hh e camilacinica

Notas do Autor


FELIZ ANO NOVO ADIANTADO SEUS BOSTA VÃO TOMAR NO CUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU

ALÉM DE ESTAR AQUI QUE NEM UMA TROUXA ESPERANDO A PERFORMANCE DA MINHA BICHINHA LAUREN EU AINDA ESTOU SOFRENDO PORQUE ESSE CAPÍTULO TÁ HORROROSO DE TRISTE

QUERIA ESTAR MORTA

LEIAM COM AS PERNAS FECHADAS PORQUE A BOCETINHA VAI SECAR

BOA LEITURA

Capítulo 15 - Quinze.


 

A latina se sentiu vivendo suas próprias músicas, primeiro ela conhecia um amor que não machucava e depois ela nunca sabia o que Lauren representaria em seu dia, se seria a chuva ou o sol e isso era uma maldita ironia do destino porque machucava como inferno e ao mesmo tempo ela não queria que acabasse.

- Camila! - A menina acordou de seus pensamentos quando Dinah a cutucou e chacoalhou pelo ombro.

- O que? - Piscou várias vezes para formalizar a amiga.

- Jantar! Vamos comer alguma coisa, estou há meia hora falando isso com você. - Camila deu de ombros negando.

- Me desculpa, estava pensando umas coisas aqui. - Disse baixo já caminhando em direção a Normani que estava parada na porta do que parecia ser o restaurante. Seu pai levaria suas coisas e depois desceria de volta. Agora que comentaram, realmente percebeu estar com fome.

- Espera! - Dinah parou de andar e a segurou. - Quer conversar? - Disse afagando seus ombros. - Eu vejo que tem tanta coisa pra falar, porque simplesmente não solta tudo de uma vez?

- Se eu começar a falar eu só paro quando tiver falado tudo o que eu quero e se eu fizer isso, acredite, a situação vai piorar ainda mais. - Murmurou encolhendo os ombros e puxando o casaco para cima.

- Então vamos lá, finja que sou sua namorada estupida e fale o que quer. - Arrumou a gola e depois passou a mão no cabelo imitando a expressão facial de Lauren, fazendo a latina rir baixinho porque era realmente engraçado quando alguém tentava imitar a namorada.

- Dinah, se eu tiver que falar alguma coisa pra ela, eu vou chegar nela e falar. -  A polinésia revirou os olhos.

- Aham, até parece. Vai ficar mandando indireta em todas as redes sociais e quando acabar, vai criar uma rede social só pra continuar. Eu conheço vocês, vamos. Diz a primeira coisa que vem a sua cabeça quando pensa nela nesse momento. - Camila ponderou se aquilo seria certo, afinal, odiava que se metiam em seu relacionamento, mas por outro lado, poderia evitar bastante merda se aquilo desse certo. Fechou os olhos tomando uma longa respiração  e disse com a voz mais quebrada do mundo:

- Eu odeio como você me faz parecer que eu estou errada. Quando você segurou minha mão em público outro dia eu tive medo pela primeira vez em muito tempo, e eu não gostei. Eu demorei muito tempo pra ser eu mesma e não posso deixar que você mude isso e me faça querer voltar a me esconder. - Não podia falar quanto mas aquilo lhe aliviou toneladas. - Nosso namoro é destrutivo, é a coisa mais tóxica que eu já estive no meio, mas é a melhor coisa que já me aconteceu em anos. Eu te amo, mas me amo ainda mais. Ou me ama ou me deixa ir. - E finalmente abriu os olhos, não viu a expressão chocada de Dinah nem nada forçado para parecer a própria hispânica, não se assustou quando viu a própria Lauren ali na sua frente, com a expressão chocada e sem saber o que falar, os olhos verdes estavam inundados e sabia que começaria a chorar a qualquer momento. Estavam no meio de uma salão cheio de gente, de um hotel em alguma cidade da América latina, quando Camila disse as palavras que estavam entaladas a um bom tempo em sua garganta. - Eu não posso mais fazer isso.

Camila se sentia mal, mas não podia deixar de ficar aliviada por finalmente ter dito. Ainda que não fosse do jeito que ela imaginou, pelo menos as palavras estavam fora de si, não era mais problema dela. Lauren tropeçou nas próprias pernas em seu caminho até o banheiro. Ela não chegou a cair, mas estava tão desorientada a ponto das coisas girarem em volta de si. Se trancou na primeira cabine que apareceu na sua frente, deixando as lágrimas escorrerem pelo seu rosto de forma descontrolada. Ela sequer soluçava, apenas chorava em silêncio, desejando que ela não tivesse causado essa merda toda para o seu próprio relacionamento.

Escutou passos entrando no banheiro e pegou um papel higiênico para secar o rosto, respirando por um momento antes de abrir a porta e encontrar sua ex... Atual... O que elas eram uma da outra mesmo?

Camila estava com os braços apoiados na pia e encarava o espelho. Ela não estava chorando, estava séria, pensando no que ela encarava, no que ela havia acabado de dizer para Lauren, mesmo que inconscientemente.

Lauren parou na pia ao seu lado, quase que na mesma posição, encarando seu reflexo no espelho como se fosse a própria Camila.

- Faz o que você tiver que fazer. - Falou com a voz rouca, tão baixo que se o banheiro não estivesse vazio e não houvesse eco, seria impossível de ouvir.

- Que? - Camila virou quase que de supetão ao ouvir aquelas palavras. Lauren não fez mais do que girar a cabeça lentamente em sua direção.

- Eu estraguei tudo de todas as formas que eram possíveis e impossíveis. Eu machuquei você repetidas e repetidas vezes, pelos mesmos motivos. Eu te mantive aqui esse tempo todo porque eu sei que você me ama, mas eu não posso continuar fazendo isso. Não tenho o direito de prender você desse jeito, não importa o quanto eu te ame e queira você do meu lado. Eu sei que você quer terminar... - Enfiou as mãos nos bolsos do moletom. - Não vou impedir dessa vez. - As lágrimas corriam pelo rosto de Lauren como se simplesmente tivessem aberto uma porra de torneira, mas ela procurou manter o tom de voz firme. Camila estava decidida dois minutos atrás.

Agora ela não estava mais.

- V-você... Você... Você desistiu? - Camila indagou com a voz embargada.

- Você desistiu primeiro.

- L-Lauren...

- Eu não estou colocando a culpa em você. A culpada sou eu e nós duas sabemos disso, mas eu não consigo lutar sozinha. Olha o que a gente tá fazendo... Isso não é saudável. E não, eu não sou a sensata da história, mas eu simplesmente não posso ser egoísta dessa forma. Não quero te prometer algo que sei que não vou cumprir. Eu amo você o suficiente pra saber que, nesse ponto, você consegue ficar melhor sem mim. Nós duas sabemos disso.

Camila não falou absolutamente nada por um tempo, apenas ficou observando seus reflexos encarando o olhar destruído da hispânica. Aquilo não poderia ser certo, uma vez que estavam se amando ontem e então se encontrava ali naquela cena lamentável de filme de drama onde a mocinha tem que deixar o mocinho. Era ridículo. Riu baixinho antes de negar e limpar algumas lágrimas da bochecha.

- Se lembra da primeira vez que nos vimos? - Voltou a encará-la pelo espelho.

- Como eu iria esquecer? - Perguntou entre soluços.

- Estávamos em um banheiro e nessas mesmas posições... - Disse com um tom nostálgico. - Quem iria imaginar. - Disse mais para si do que para que a outra escutasse, mas ela escutou.

- Ninguém, mas eu desejei naquele momento que você fosse minha. - Aquela declaração era algo novo para a latina, a pegando de surpresa. - Pode não ter sido amor à primeira vista, mas você me roubou de mim naquele momento. Seu sorriso inocente era a coisa mais linda. - Lauren sorriu fraco com as lembranças. - Suas bochechas coraram quando percebeu que não havia nada mais que pano verde em minha blusa e mesmo assim você elogiou. - Abaixou a cabeça quando o queixo começou a tremer.

- Eu mal conseguia me lembrar meu nome depois que vi seus olhos. - Lauren também a olhou surpresa. Não que não falassem sobre aquele dia, mas nunca conversavam sobre as emoções profunda da primeira vez que se viram. - Eles eram tão brilhantes e cheio de vida.

- Eram? - A hispânica sussurrou.

- Eles agora estão sempre cheios de medo e inseguranças, tristeza e alguma coisa confusa que eu não confuso identificar. - Suspirou e voltaram a ficar em silêncio.

Camila agora encarava seu próprio reflexo tentando organizar a mente sobre o que faria quando saísse daquele banheiro. Lauren era seu alicerce, seu amor e seu maior pesadelo, eram coisas demais para uma pessoas só e ela não sabia lidar. Levou um susto quando sentiu as pontas dos dedos da hispânica entrarem em contato com os seus, entrelaçando sem dar chance da latina escapar, não que ela quisesse.

- Why I am scared of happy? - Lauren sussurrou encarando suas mãos juntas pelo que parecia ser a última vez. Elas se encaixavam tão bem, não foram feitas pra estarem longe umas das outras.

Camila não soube o que responder e nem se iria responder, encarou suas mãos juntas e depois de um estalo na consciência, puxou o braço de qualquer jeito dando as costas e saindo do banheiro, deixando Lauren completamente quebrada ali dentro. 

Camila passou direto pelas meninas, que esperavam ver as duas saindo juntas do banheiro e vindo comer, mesmo que tivessem brigado porque era o que acontecia. Mas a menina nem fez questão de fingir que estava tudo bem, ela apenas pediu a um segurança para levá-la para o hotel o mais rápido possível. Elas fizeram menção de ir atrás da latina, que negou com a cabeça rapidamente antes de entrar na van e pegar o celular imediatamente, só tinha uma pessoa com a qual ela queria falar naquele momento.

 

- Mi hija?

 

- Acabou, mama. - A voz chorosa da menina não deixava dúvidas a Sinu sobre o que era o assunto.

 

- Que? Meu amor, como assim?

 

- Acabou. Acabou, mama. - Repetiu as palavras, tentando acreditar nelas. Sua ficha ainda não havia caído. - Eu e Lauren... Acabou.

 

- Meu amor, fica calma, as coisas vão se resolver.

 

- Mama, acabou. Não foi uma briga como qualquer outra. Foi o fim. - Disse deixando as lágrimas escorrerem livremente pelo seu rosto.

 

Enquanto isso, no banheiro do restaurante, Lauren tremia de uma forma que ela nunca achou que fosse tremer antes. Nenhum dos ataques de pânico que ela teve foram tão ruins, nada do que ela já havia sentido nessa vida era tão esmagador quanto a sensação de que ela havia acabado de perder a pessoa que ela mais amava, que ela jurou que iria passar o resto da vida com.

 

- Laur... - Ally apareceu na porta do banheiro, já que ela não pode ir atrás de Camila, foi ver como Lauren estava. Lauren não respondeu, ela estava encolhida contra os azulejos, tremendo abraçada contra o próprio corpo. - O que foi? - Perguntou envolvendo os braços em torno da hispânica.

 

- Eu terminei com ela, Ally... - Falou entre os soluços.

 

"Terminei com ela porque não sei lidar comigo mesma. Terminei com ela porque não quero colocar ela nessa situação. Terminei com ela porque a amo". Era o que Lauren queria dizer, mas apenas continuou chorando nos braços de sua amiga.

 

Ally ainda estava em choque enquanto tentava acalmar Lauren que não parava de chorar, parecia mentira. Já tinha visto brigas e mais brigas por aquele mesmo assunto e até coisas piores, mas não achou, realmente, que elas tomariam essa decisão. Era evidente o amor que sentiam uma pela outra é isso era no mínimo muito, muito triste.

 

- Calma. - Sussurrou quando escutou a porta abrindo e viu as duas entrando tão hesitantes que pareciam pisar em um campo minado.

 

Dinah tocou o ombro da menor e a sua expressão já entregava tudo. Quando disse no dia anterior que teria que ter um fim, bom ou ruim, não queria pensar que existia essa possibilidade, mas vendo a amiga naquela situação se sentia até um pouco culpada, ainda mais por ter feito Camila dizer aquelas coisas.

 

- Eu sinto muito. - Normani se abaixou sem saber o que falar e agarrou Lauren também.

 

Essa não parecia que pararia de chorar tão cedo, seu peito ardia de tal forma que era como se estivesse em chamas, sua cabeça doía e sua mão tremia como inferno, seus pensamentos pareciam gritar em sua cabeça e teve que usar as mãos para tapar os ouvidos em uma atitude desesperada enquanto negava.

 

- Não, não, não, não. - Dizia tão baixinho que que se o banheiro não estivesse em silêncio e as amigas tão perto não poderiam escutar.

 

- Lauren! - Ally tentou segurar sua mão, assustada com o comportamento da amiga, ela não costumava fazer essas coisas. – Lauren, olha pra mim. - Nada a tirava daquele mundinho cada vez mais desesperado.

 

Camila chorava enquanto sua mãe tentava lhe acalmar do outro lado do hemisfério, mas vincou as sobrancelhas quando viu Dinah correndo até os dois seguranças que as acompanhavam, falando e gesticulando de maneira nervosa e então eles pareceram entender e os três correram na direção em que ela tinha acabado de sair.

 

Lauren recobrou o mínimo de sentido sobre o que estava acontecendo sentada no chão no banheiro, com um copo de água em mãos. Ela sabia que chorava muito e muito alto, mas em momento se lembrava de desmaiar ou algo do tipo. Geralmente acontecia quando ela ficava muito nervosa, como agora. Não que ela quisesse se lembrar de ter um puta ataque de choro, longe dela.

 

- Laur... Bebe um pouco. - Uma voz feminina a instruiu e ela percebeu ser Normani, que segurava a sua mão por cima do copo de água.

 

Lauren deu alguns goles na água, surpresa por não ter se engasgado com os soluços, pois eles já haviam parado. Supôs que não tinha mais forças ou lágrimas para continuar chorando, mas a ardência em seu peito era quase sufocante.

 

- Tá melhor? - Outra voz perguntou, dessa vez era Ally.

 

- Estou. - Sua voz saiu como em um sussurro.

 

- Consegue levantar? - Dinah lhe estendeu a mão.

 

- Sim, consigo. - Lauren se levantou se apoiando na amiga, que mesmo assim não lhe soltou.

 

- Quer comer alguma coisa? - Lauren negou.

 

- Prefiro ir pro hotel, quero dormir.

 

- Sim, tudo bem. - Dinah fez um sinal para o segurança e as quatro saíram acompanhadas por sua equipe.

 

A cabeça de Lauren girava e ela duvidava muito que se não fosse por Dinah ela estaria de pé por conta própria. Seu corpo todo ainda tremia levemente e elas foram para a van, a hispânica se sentou lá atrás acompanhada de Ally, depois de agradecer as amigas pela ajuda no banheiro. Ela tinha muitos ataques de pânico, mas nenhum deles tinha sido tão intenso e ela se detestou por ser tão fraca, por sentir tanto medo.

 

Antes ela temia que as pessoas descobrissem sobre ela e Camila, há umas horas atrás ela temia perder Camila e agora tinha medo de como seria sua vida sem a latina.

 

Fungou, sem chorar, aproveitando que eram só três bancos para ela e Ally e se deitou em dois, colocando a cabeça no colo da pequena, que a consolava com o coração apertado. Todo o mundo tinha opiniões sobre o assunto "Camren", inclusive as meninas, que não eram perfeitas e pensavam que algumas atitudes podiam ser "erradas" ou tóxicas demais dentro do relacionamento, mas uma coisa que nunca mudava era que uma sempre voltava para a outra e isso que era mais importante para frisar que o laço entre elas nunca seria quebrado.

 

Mas agora Ally se via perdida também, pois parecia que não iria acontecer.

 

Camila permanecia inerte no banco da frente, a vontade de perguntar se a outra estava bem era maior que tudo, mas não o faria. Ela mal conseguia se aguentar imagina aguentar outra pessoa. Passaram o caminho inteiro em um silêncio pavoroso, quando chegaram ao hotel não se espantaram com a quantidade de fãs do lado de fora, já era algo normal, porém, nenhuma das cinco tinham ânimo de sair e dedicar um tempo a eles naquelas condições. Foram direto para o quarto em viagens separadas no elevador. Lauren olhou para trás com os olhos lacrimejando quando escutou a porta onde viu Alejandro entrar bater com força desnecessárias. Normani que estava ao seu lado, segurou seu ombro e apertou dando um sorrisinho de conforto.

 

- Fica calma. - Foi a única coisa que disse antes de puxar a amiga pra um abraço apertado, nesse meio tempo, Dinah, Ally e Mike saindo do elevador completamente sérios e com várias malas.

 

- Ei perdedora. – Dinah sorriu se aproximando e beijando sua testa. - Vamos deixá-la descansar, mas qualquer coisa, por favor, nos chame. - A hispânica assentiu e entrou logo atrás de seu pai, que agradeceu as meninas e fechou a porta. Lauren percebeu quando o mesmo demorou tempo demais para aparecer no quarto, sabia que as meninas tinham contado e que ele, como o pai que era, com certeza a interrogaria. Se sentou na ponta de uma das camas brincando com os próprias dedos enquanto tentava controlar as lágrimas que continuavam ali apenas esperando, o que não demorou muito.

 

- Eu pensei em ligar pra sua mãe, mas acho que você não quer ouvi-la falando como ela estava coberta de razão quando disse que esse namoro acabaria com você. - Disse sem jeito sentando ao lado da filha.

 

- Bom, agora eu já ouvi de você. - Deu de ombros com a voz embargada.

 

- Desculpa, não foi a intenção. - Disse baixo enquanto passava o braço sobre os ombros da menina, que sem aguentar mais, voltou a chorar agarrada a camisa de Mike. Não demorou até que a exaustão a levasse a um sono conturbado. O homem tirou a atenção da filha quando escutou alguém bater na porta. Se levantou da poltrona, onde velava o sono da menina, e seguiu até a mesma, vendo Alejandro do outro lado.

 

- E aí? Como Lauren está? - O homem perguntou preocupado. Eles tinham suas implicâncias, mas gostava muito da hispânica pois via o quanto amava sua filha e entendia que nem tudo era perfeito. Já tinha visto o sofrimento de sua filha uma vez para falar que certa forma, entendia o que estava passando.

 

- Ela está exausta. - Suspirou encostando a porta atrás de si. - Agora está dormindo, mas dormiu chorando. E Camila?

 

- Bom, ela estava lá sendo a Camila que eu conheço e guardando tudo pra ela, não quis conversar comigo, mas fiquei tranquilo porque soube que ela conversou com Sinu.

 

- Eu não sei o que fazer. - Mike disse. - Eu não sei nem como ajudar.

 

- Eu vim aqui porque Camila queria falar com você. Na verdade todas elas, Dinah e Ally estão no quarto e Normani está indo também. - Ouviram uma porta fechar e a morena apareceu na ponta do corredor e sorriu para os dois pais ali enquanto entrava no quarto da amiga.

 

- Certo. - Conferiu mais uma vez se a filha estava dormindo e fechou a porta, indo pro quarto a sua frente. Não pode negar que levou um susto quando viu Camila e seus olhos vermelhos, seu rosto inchado e sua expressão vazia. Era horrível ver a nora ou ex nora assim, uma vez que era alguém tão cheio de vida. Lhe deu um abraço apertado e cumprimentou as meninas, sentando ao lado de Ally no pequeno sofá.

 

- Eu queria conversar com vocês uma coisa, não me entendam mal, por favor. - Camila começou. - Dinah me contou o que aconteceu no banheiro e não é a primeira vez que Lauren tem um surto assim. - Mike vincou as sobrancelhas.

 

- Nós estamos preocupadas com ela, Mike. - Dinah disse e Camila continuou.

 

- Acham que Lauren está surtando? - Mike perguntou preocupado com a ideia da filha estar ficando louca.

 

- Não, claro que não. - Camila disse.  -Vocês sabem que eu já passei por isso e a ajuda de uma psicóloga foi muito importante. É isso que estou falando, ela precisa de ajuda médica.

 

- Foi assustador, ela começou a se debater, sussurrar, tremer e tampar os ouvidos como se estivessem gritando dentro da cabeça dela. - Ally disse com um semblante realmente assustado.

 

- Ela já teve isso outras vezes, e esse medo que ela tem... - Camila engoliu em seco. - É tão tóxico pra ela...que...isso vai destruí-la. - Disso com a voz embargada e os olhos marejados. - Estou com medo de perdê-la, mas pra sempre. - Não foi pedido outra frase pra todos ali entenderem do que Camila falava.

 

- Eu vou falar com a mãe dela e nós vamos conversar com ela quando as coisas se acalmarem um pouco. - Mike disse, suspirando e esfregando a mão na testa. Ele sabia que iria ouvir isso mais cedo ou mais tarde, só não sabia que iria ouvir isso da sua ex nora e naquele tom quase desesperado.

 

Camila piscou com força, reprimindo as lágrimas de voltarem ao seu rosto. Ela não queria chorar na frente de Mike, embora soubesse que estava acabada, na verdade ela só queria ficar sozinha naquele momento ou com a sua mãe, nenhuma outra pessoa, nem mesmo seu pai entenderia o que se passava na sua cabeça naquele momento. Mas, como sempre, lá estava ela abrindo mão de alguma coisa que poderia lhe fazer se sentir melhor para chamar quinhentas mil pessoas no quarto e falar de alguma coisa sobre Lauren, sempre ela.

 

Não sabia como seriam as coisas dali pra frente e teve vergonha de admitir que sim, ela estava com medo. Novamente ela estava com medo por causa de Lauren, por toda a paranoia ou sabe-se lá mais o que que se passa naquela cabeça doida. Medo de como seria dali pra frente. Ela não queria atrapalhar a banda ou a amizade entre as cinco por causa do término, mas se o namoro em si já atrapalhava, o fim do namoro não poderia trazer o mínimo do dobro de problemas que elas já enfrentaram. Não sabia como seria o próximo show, não queria deixar transparecer o clima estranho para as pessoas, se essa energia negativa que ela sentia naquele momento se transmitisse para a sua música e consequentemente os seus fãs, ela não saberia o que fazer da vida, significaria que até nisso Camila havia fracassado.

 

Porque ela sentia como se tivesse fracassado com Lauren. Ainda que ela tivesse consciência de que deu tudo de si para aquele relacionamento, ela sabia que com a outra não havia sido diferente. E ainda assim ela ouvia aquele "você desistiu primeiro" de forma insistente na sua cabeça, como se de alguma forma a culpa fosse dela, mesmo que para qualquer outra pessoa no mundo a culpa fosse toda de Lauren.

 

Mas Camila entendia ela, afinal de contas, não? Quando seu problema de ansiedade começou e ela não sabia o que era e não havia começado a tratar, era péssimo. Ela não conseguia se controlar e às vezes até hoje parece que ela não vai conseguir, que aquela angústia e o medo - que irônico - que ela sente no momento não vão passar. Porém eles passam, assim como tudo na vida.

 

Agora ela se sentia culpada por uma coisa que não fez, por mais que entendesse que por quatro anos ela amou alguém mais do que a ela mesma e que uma hora aquilo iria mudar, e a hora havia chegado muito antes do que Camila esperava, mas bem depois do que ela queria.

 

Depois da conversa o clima pesou e cada um foi saindo um por um voltando para seu quarto, a última a sair foi Dinah que permanecia segurando a mão da amiga e esperando por qualquer sinal de que ela gostaria de conversar, mas como não teve nenhum, resolveu deixá-la descansar. Era o melhor a se fazer naquela situação complicada e delicada.

 

- Meu anjo vou tomar um banho, qualquer coisa me chame. - Alejandro disse beijando sua testa e indo para o banheiro. Já havia tomado banho, mas a filha parecia querer ficar sozinha. Camila se esticou e pegou sua mochila que estava jogada no chão desde que tinha chegado. Abriu com cuidado e tirou de lá um caderno. Respirou fundo antes de abri-lo e começar a folhear.

 

Era, na teoria, seu diário, mas, na prática, era um caderno todo rabiscado e desenhado. Desenhado por Lauren. Passou os dedos de forma calma em seus próprios traços estampados em uma folha qualquer, logo após tinha alguns poemas e mais rabiscos que elas costumavam fazer quando estavam sozinhas, a maioria tinha sido feito depois de uma noite de sexo em que elas perdiam o sono ou até mesmo de nada no apartamento gostoso e cheiroso de Lauren.

 

Ela sentiria falta daquilo. Ela mal poderia descrever como sentiria falta de ter a namorada perto o tempo inteiro, de escutar sua risada, suas lógicas sem lógica, seus pequenos detalhes e até mesmo seus defeitos que a faziam única. Mal percebeu quando começou a chorar novamente, agora sobre algumas fotos polaroids do casal bem estilo tumblr e clichê.

 

- Idiota. - Sussurrou pegando entre os dedos uma em que a hispânica sorria tão grande que seus olhos pareciam dois riscos apertados. Ela tinha quase certeza que não acostumaria com aquela solidão. Fechou a mão e percebeu que ainda usava a aliança e ficou a encarando tentando entender o que faria a partir de agora.

 

Camila retirou o anel como se estivesse retirando o seu próprio dedo junto. Doía de forma absurda o buraco em seu peito e ela se sentiu pior ainda quando percebeu que não entregou-o à Lauren como das outras vezes, ela estava sozinha dessa vez é isso só indicava o quão sério havia sido.

 

Sozinha.

 

A latina estava sozinha.

 

Não havia ninguém batendo na sua porta. Lauren não havia implorado para mais um dia, mais uma chance. Na verdade, foi ela que terminou com tudo. Terminou com Camila porque a amava.

 

Camila estava abraçada com seu travesseiro com um anel no meio das suas mãos, tremendo e chorando porque a amava.

 

Então por que tinha de ser tão dolorido?

 

Lauren acordou quase que pulando na cama, percebendo as mãos de seu pai em seus ombros logo em seguida.

 

- Laur.. - O homem disse com calma. - Foi só um sonho, calma. - Lauren suspirou aliviada.

 

- Foi tudo um sonho? - Indagou de sentando na cama.

 

- Depende do que você define por sonho. - Lauren passou a mão nos cabelos.

 

- Então foi verdade. - Murmurou amargurada e tirou o edredom de cima de si, sua cabeça latejava a absurdamente. - Pai, você tem uma aspirina?

 

- Claro. - O homem se levantou e foi na direção da mala, deixando Lauren sentada na cama esperando.

 

Ela congelou quando bateram na porta.

 

Mike de levantou intercalando o olhar pra filha e pra porta, sem saber o que realmente deveria fazer.

 

- Quer que eu abra? - Perguntou lhe entregando a aspirina, a morena negou engolindo a em seco, o nó em sua garganta a fez desistir e procurar um pouco de água. Se levantou devagar arrumando os cabelos e indo até a mesma.

 

- Eu não acredito que você ainda está dormindo, eu juro que te acordo com uma bom... - Dinah interrompeu a fala no meio quando a hispânica abriu a porta de maneira hesitante. - Bom dia, lindinha. - Sorriu como uma chef de gang enquanto Ally e Normani estavam um pouco atrás se decidindo se aderia a postura de Dinah ou se arrastavam a loira de volta para o quarto.

 

- Oi. - Respondeu com a voz bem rouca não entendendo aquilo.

 

- Só queria saber se nossa festinha ainda está de pé. - Lauren deixou o queixo cair com a pergunta. Normani negou e segurou a mão da mais alta e a puxou.

 

- Eu disse que não era hora pra isso. - Tentou puxar a outra, mas ela se soltou.

 

- A vida tem que seguir e é 4 de Julho. - Lauren não sabia muito bem o que fazer, estava meio perdida com a situação, mas assentiu.

 

- Não precisa... - Interrompeu Ally suspirando.

 

- Nós tínhamos combinado, né? - A polinésia sorriu abraçando o ombro da amiga e beijando sua bochecha, o que era estranho, Dinah estava mais carinhosa que...que nunca, ela era bruta.

 

Como uma sincronia, a porta da frente fez barulho e os olhos verdes esbugalharam quando viu a latina, agora na mesma posição, parada no vão da porta. Ela não conseguia desviar os olhos de Camila que parecia tão triste e vulnerável, queria abraçá-la e confortar, queria dizer que iria atrás de quem estava a fazendo mal, mas naquela situação, era ela mesma. E nada podia fazer contra si. Desceu os olhos e viu sua mão fechada e não viu seu anel, o desespero começou a tomar conta e estava prestes a perguntar quando Dinah a interrompeu.

 

- Mila, queria falar com você. - Se aproximou da latina. - A festinha de 4 de julho vai ser...-

 

- Eu...eu não vou participar. - Disse com a voz baixa, duvidaram que se não estivessem um silêncio ali teriam escutado.

 

- Mas é 4 de julho. – Todos se assustaram quando a hispânica pronunciou no automático, ela não sabia porque, só queria ficar perto. Camila lhe lançava um olhar confuso, não era amor o de como sempre, mas não era frio como a um dia atrás, era apenas vazio.

 

- De qualquer forma, eu não sou americana. - E então bateu a porta de novo. Camila se encostou na porta com os olhos apertados se martirizando pela falta de coragem.

 

Camila não entendia porque abriu a porta, para princípio de conversa. Ela se sentia perdida demais para entender o motivo de suas ações, mas ver Lauren a deixou ainda mais quebrada, porque ela sabia que a hispânica era a única pessoa que podia curar a sua dor naquele momento, mas ela não o faria.

 

Lauren ainda usava o seu anel, o que era irônico porque apesar de tudo, foi ela que terminou. Talvez estivesse muito desnorteada para retirá-lo. Talvez não tivesse se lembrado dele ainda. Talvez fosse parte do seu inconsciente manter aquela porra no dedo e ela não fosse tirar tão cedo até perceber que sim, aquele era o fim.

 

Talvez Camila devesse cuidar de si e parar de pensar nela.

 

É, pois é.

 

Foi até a sua mala para buscar seu notebook a fim de assistir algo. Levantou as roupas e não encontrou o objeto, passando as mãos na cabeça com um certo nível de desespero ao notar que a porra do seu notebook tinha ficado na mochila de Lauren, porque na sua não cabia. Esfregou as mãos na testa e sentou na cama, pegando o controle da televisão para assistir algo. Ela era corajosa a esse ponto, o de não bater na porta do quarto de sua ex namorada para pedir o computador de volta.

 

E quem poderia culpá-la, no final das contas? Era tudo tão recente, ela não obrigada a se submeter a esse tipo de situação, embora elas tivessem um show no dia seguinte e elas fossem obrigadas a se ver.

Que Deus ajudasse a latina.


Notas Finais


LOVE TO WATCH YOU TRY AND TURN YOUR BACK TO ME BUT I KNOW THAT ANY MINUTE YOU'LL BE BACK TO ME

BA BA BACK TO ME

BABABABABABABABABACK TO ME

O QUE ACHARAM, PESSOAL?

COMENTEM

QUALQUER COISA CACEM NOSSOS TTS QUE É @ COICEDALAUREN E @ CAMILACINICA

É ISSO BRASIL

ATÉ SEXTA FEIRA QUE VEM

ESPERO QUE TENHAM UMA ÓTIMA VIRADA DE ANO, DE VERDADE

BEIJOS DE LUZ NA PPKA QUE VAI FICAR MOLHADINHA NA VIRADA


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