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História Scared Of Happy - Sentimentos e Café


Escrita por: FuckingYoo

Notas do Autor


Hello pudins cremosos <3

Estou atualizando, como podem ver -qq

Hyaa, eu fico ansiosa esperando pra ler os comentários, e me seguro pra não responder sem a atualização em mãos. Sério, cada favorito/comentário me anima a escrever mais.
Espero que o enredo não esteja confuso pra vocês.... >.< Também espero que vocês estejam gostando da estória.
Eu amo muito Namjin, e vocês?

Boa Leitura!

Capítulo 3 - Sentimentos e Café


Narrador POV~

 

 

             Na noite anterior, Jin dormiu meio a lágrimas, consolado por Namjoon que o abraçou, e acabou dormindo também, primeiro, porque Namjoon não era um hibrido com coração de pedra, e segundo, ele dormiu abraçado a Jin por não saber a hora certa para deixar o ômega sozinho, então apenas dormiu. Mas se soubesse que no dia seguinte seria constrangedor para ambos o acontecimento, teria deixado o corpo do ômega sozinho na cama durante a noite e ido dormir na sua própria.

              Assim que Jin abriu seu olho pela manhã, sentiu um peso a mais sobre si, e este era o braço de Namjoon, então o ômega se lembrou da noite anterior, a qual foi encerrada meio a lágrimas, abraços, e uma frase confortante. Não sabia o que fazer, acordaria Namjoon ao se mexer? Deveria se mexer? Ou melhor, ele queria se mexer? Alfas eram caracterizados por sua impaciência, pela sua raiva, por seus momentos de explosão, mas até então Namjoon não demonstrava aquelas características, mesmo que seu cheiro fosse de um alfa puro, suas ações não batiam. Jin estava confuso, não sabia como reagir perto do outro, não sabia como se portar e nem o que dizer, mas acabava sendo apenas, ele mesmo. Já Namjoon, não ligava pro fato de Seokjin ser um ômega, e esse era seu erro. Ômegas, necessitavam uma atenção dobrada, muitas vezes irritando alfas; além dessa carência, necessitavam de um tempo a só -ou não-, o período de cio, nem sequer mencionado ou lembrado por Jin. Esse período estava próximo? Não, fora a pouco tempo antes do assassinato, então ele tinha um pequeno tempo até o próximo.

               Namjoon acordou, abrindo lentamente seus olhos, para que os mesmos se acostumassem com a claridade, que mesmo sendo pouca, podia incomodar seus olhos. Moveu-se retirando seu peso de cima de Jin, sem mesmo notar a posição que se encontrava. Como estava na beirada da cama, em seu primeiro movimento mais brusco, foi de encontro ao chão, acabou por despertar inteiramente, com o susto. Jin riu, era impossível segurar uma risada, visto a situação. Namjoon subiu seu olhar para Jin, que gargalhava de sua cara, o alfa também começou a rir da situação, mas só porque o outro ria de maneira escandalosa, e isso o fazia querer rir também. A risada dele é tão boa....; Pensava Jin enquanto tentava retomar o ar. Namjoon levantou-se assim que sua respiração se normalizou, olhou para o celular, que carregava sobre a mesinha que se encontrava um pouco distante da onde estava, voltou seu olhar para Jin, que ainda estava sobre a cama, e lhe encarava buscando uma ordem.

-Vamos tomar café? – Perguntou Namjoon. O alfa, queria agilizar o dia, para poder voltar ao seu departamento, a sua cidade, que conhecia como a palma da mão. Queria poder estar em seu escritório, onde a paz e o sossego o deixavam analisar cada pista com cautela. Namjoon não estava vendo as coisas com tanta clareza, porque não podia pensar alto, como sempre fazia; já que Jin estava logo ali, ao seu lado. Não podia vacilar, então seu cérebro, tinha de sempre estar 100% alerta.

-Hurum, só que eu.... Preciso de uma calça.... – Disse Jin, se levantando. Estava usando short, mas não era o adequado para sair na rua, em seu ponto de vista, ele não gostava de usar aquilo, o deixava muito exposto, em sua opinião.

-Mas, esse short lhe cai bem. -Namjoon disse se virando para o ômega, que acabara de se levantar da cama. Notou que o short não era tão curto quanto imaginava que ficaria no outro, mas também pode notar as fartas coxas de Jin, e a coloração de sua face, causada pelo elogio. -Se quiser trocar, pode pegar algo naquela mala. – Namjoon concluiu por fim, deixando Jin mexer na mala. Enquanto Jin procurava algo mais comportado para vestir, Namjoon recolhia suas notas, provas e tudo que fosse importante e de tremendo valor. -Vamos? – Chamou Namjoon, ao pegar tudo e colocar de baixo do braço. Jin assentiu com a cabeça, estava vestindo uma calça, um pouco justa em si, mas bela ao mesmo tempo, perfeita. Namjoon tornou-se profissional de um segundo para o outro, deixando de lado os sentimentos ou qualquer coisa do tipo. O alfa andou até a mala, e a pegou pela alça, sem fazer o menor esforço, já que era forte, característica marcante dos alfas. O moreno, andou até o carro, abriu o porta-malas e jogou a mala lá dentro, rodeou o veículo, e sentou no banco da frente, do motorista, e Jin ao seu lado, como passageiro.

-Espere aqui, eu vou ali na recepção, volto logo. E já iremos tomar café. – Disse o alfa, ao se lembrar que tinha de pagar pela noite. Andou às pressas para a recepção, onde um funcionário abriu no computador, a ficha de Namjoon, dizendo quanto ele devia em seguida. Namjoon pagou no cartão, suspirou alto, pela demora do atendente. Novato. Analisou rapidamente, o nervosismo alheio, a falta de experiência, tudo. Era assim que Namjoon era, um perfilhador, rápido, astuto, esperto e outras características notáveis. Espera, aquela mulher, trabalha a quanto tempo na empresa dos Kim? Namjoon se questionou, criando agora uma base, para sua investigação. Agradeceu ao funcionário e retornou ao carro, agora contendo um pouco de animação.

               Dirigiu até uma cafeteria que havia por perto, pediu que Jin esperasse no carro, mas Jin estava cansado de ficar só esperando, então quando Namjoon estava abrindo a porta e preparando seu corpo para tomar impulso e assim sair do carro, Jin segurou em seu braço, impedindo que ele saísse.

-Eu não quero ficar só esperando. Desculpe se isso te irrita, mas, eu não consigo ficar só observando. Então....

-Okay, você vem então. Anda. – Namjoon cortou Jin, afinal ele estava com pressa. Não queria discutir para atrasar-se mais um pouco. O alfa e o ômega saíram do carro, adentrando o estabelecimento. Todos os alfas que estavam presentes naquele local olharam para Jin, isso porque ele ainda era um ômega sem marca, ou seja sem dono¹.

                  Namjoon pode notar os olhares, a intensidade deles. Isso não o incomodava, mas a Jin sim, o ômega já estava todo encolhido, andava praticamente colado a Namjoon, com medo, obviamente. Namjoon ignorou os olhares, apenas fez o pedido, olhando para Jin, esperando que o mesmo pedisse por algo.

-Seokjin, o que quer comer? – Perguntou, tentando apressar o ômega. Mas, novamente aquela vitrine cheia de doces e guloseimas, só servia para deixar o ômega ainda mais perdido. Não sabia o que comer, então novamente Namjoon tomou uma atitude por si. -Uma torta de sorvete, ambos os pedidos, para viagem. – Pediu Namjoon, não pensando no desconforto do ômega, mas sim, na pressa que tinha.

                  Ao receber o pedido, Namjoon pousou a mão sobre o ombro de Jin, e o direcionou a saída. Foi barrado, por um alfa, que além de marcar presença com seu tamanho, deixava claro sua raiva, exalando repugnação pelos poros. Jin se encolheu ainda mais -se é que possível-, típico de ômegas. Namjoon não mudou sua posição, nem cheiro, apenas respirou profundamente. Todos pararam suas refeições para dar atenção ao brutamontes, e ao ômega encolhido.

-Quer passar? – Perguntou o cara alto e musculoso, o alfa, que num momento só queria obter Jin como seu.

-Não está óbvio? – Namjoon falou, ainda calmo, mas provocando, cutucando a raiva alheia.

-Se quiser passar, vai ter de deixar o ômega. – Falou, olhando Jin, de cima a baixo. Jin, segurou o tecido do sobretudo de Namjoon e o apertou, e o mínimo levantar do tecido, fez Namjoon sentir o medo alheio.

-Desculpe, mas eu não vou deixar o ômega. Está sobre minha responsabilidade, então pare de bobagens e saia da minha frente. Estou com pressa. – Namjoon disse, lançando um olhar sério para o outro. Namjoon não iria usar o distintivo, nem nada relacionado a sua patente, na verdade, queria tratar pessoalmente daquele assunto. Sempre odiou alfas folgados.

-Tsc. Acha mesmo que consegue comprar uma briga comigo? Alfa tolo, vai desmaiar no primeiro soco que lhe atingir. – Disse o brutamontes, provocando Namjoon.

-Se acha que consegue me derrubar, acerte um soco. – Provocou Namjoon. O brutamontes se zangou, riu para que todos pudessem ver, para ganhar atenção, cerrou o punho, jogou o braço para traz, para ganhar impulso, e voltou ele para frente, mirando em Namjoon. Pobre coitado, Namjoon é um alfa puro, o que significa, o dobro de força. Sem nenhum esforço, o moreno segurou o punho alheio, lançou um olhar mortal para o brutamontes, que já começava a mostrar sinais de medo. Namjoon, sem fazer muito esforço, girou o braço do brutamontes, fazendo o mesmo se contorcer em dor e gritar. –Tsc, achei que você fosse um pouco mais forte. Idiota, não me atrase, não vê que estou com pressa. – Zombou, soltando com um pouco de impulso o brutamonte, que cambaleou para trás, e ficou olhando incrédulo para Namjoon, que fisicamente parecia não ter tanta força. As aparências enganam. Jin pensou, ao presenciar toda aquela cena, ainda segurava o tecido do sobretudo de Namjoon, e assim que o moreno se pôs a andar, foi solto. Seguiu o alfa. Sem olhar para o outro, que estava agora mostrando-se submisso a Namjoon.

                 Andaram até o carro, deixando o estabelecimento em silencio. Entraram no veículo, então Namjoon abriu o saco com seus pedidos, entregou a torta a Jin e o café com leite, pegou seu café puro, e a rosquinha que havia pedido. Mordeu um pedaço considerável, e ligou o automóvel, seguindo para a delegacia da cidade, onde um mandato o esperava.

                 A embalagem da torta, o copo de café, tudo intacto. A quase luta, não havia danificado as embalagens. Incrível. Pensou Jin a respeito de Namjoon, afinal, qual alfa teria um autocontrole tão perfeito assim? Até agora, só encontrara Namjoon.

                Namjoon foi até a delegacia, entregou a Jin o boné, e o óculos para disfarça-lo, o ômega já estava vestindo a jaqueta, o frio o forçou a usa-la. Jin, seguiu Namjoon, que passava pelos policiais ali presentes, usando seu distintivo, ninguém parecia notar Jin, ele passava despercebido junto a Namjoon. O alfa, pegou o mandato, e explicou ao chefe da polícia o porquê de estar lá. Segurou Jin, que olhava para um quadro cheio de evidencias de algum caso, e o puxou para fora dali.

                O moreno, não usaria o mandato para conseguir as fitas, mas sim, para levar a mulher, iria deixar Jeon a interroga-la.

-Fica dentro desse carro. Agora as coisas vão ficar um pouco mais sérias. Não interfira, entendeu? -Namjoon pediu sério, sem raiva ou qualquer expressão raivosa, queria apenas que Jin ficasse no carro a partir de agora. Jin assentiu com a cabeça, e só então Namjoon retornou para a delegacia. P alfa pediu para que dois policiais o acompanhassem, para que levassem a suspeita até sua delegacia. Liberados pelo chefe, tomaram o rumo do carro da policia, e Namjoon o de seu carro.

                 Os policiais, se dirigiram para a casa da suspeita, com o mandato em mãos, enquanto Namjoon se direcionava a sua cidade, mais precisamente a sua delegacia. Seria uma longa viagem, tanto para os policiais e a suspeita, quanto para Namjoon e Jin. Poucos minutos depois de Jin e Namjoon passarem por uma placa, desejando-lhes uma boa viagem, e avisando-os que estavam deixando a cidade, os policiais, ligaram a sirene, apenas deixando-a dar um toque, sinalizando para Namjoon que estavam logo atrás de si.

                 Jin olhou para trás, vendo a suspeita pelo vidro traseiro. O ômega questionava o porque daquela mulher estar indo como uma prisioneira. Namjoon, sem precisar perguntar o: o que?; sabia no que o outro pensava.

-Ela é apenas uma suspeita, talvez, ela saiba de algo importante, estou levando-a para interroga-la. – Falou, sem olhar para Jin, mantendo sempre sua atenção na estrada.

                 Jin achava que conhecia aquela mulher, quero dizer, ele conhecia ela, mas achava que a conhecia mais, afinal, aquela mulher visitava várias vezes a casa de seus pais, quando ele era um pequeno hibrido.

 

 

               ~~~

 

 

          A viagem foi longa e cansativa. Assim que chegaram na delegacia, onde Namjoon trabalhava, o alfa suspirou, liberando alivio e cansaço. Jin ficou no carro, mas não permaneceria nele por tanto tempo. Namjoon pediu para que o ômega esperasse seu sinal para entrar na delegacia. Sean Jun Di foi levada para dentro, e colocada na sala com um espelho, que na verdade era uma janela espelhada, para que vissem os suspeitos, mas não fossem vistos.

          Namjoon agradeceu aos policiais, e os dispensou. Dirigiu-se a sala de Jeon, o mesmo brincava com uma caneta, enquanto lia algum livro de psicologia. Tão concentrado, que só notou a presença de Namjoon, quando o mesmo ´´limpou a garganta´´. O jovem alfa, subiu o olhar, encontrando Namjoon, sorriu largo, sabia exatamente o que significava. Suspeito a ser analisado, torturado. Namjoon riu nasalmente, ao notar o olhar de Jeon.

-Ela te espera na sala. Pegue os arquivos dela com Tae, e leia rapidamente. Quero que descubra a ligação dela com os Kim. – Mandou, saindo da sala em seguida, deixando a animação em pessoa para trás. O moreno, se dirigiu a seu carro, onde Jin já esperava, impaciente. Abriu a porta para o ômega, o mesmo saiu, olhando para Namjoon, buscando o que fazer. – Vem comigo, você é essencial agora. – Disse Namjoon, ao ômega, puxando-o para dentro da delegacia. Hoseok vendo toda aquela movimentação, saiu de sua sala para acompanhar os demais. Namjoon levou Jin a sala do espelho, a parte que não era visível, a parte que observava o lado de dentro da sala do interrogatório.

                  Logo, Jeon, passou ao lado de todos, e entrou na sala. Ficou cara a cara com Sean Jun Di, a mesma, bebia vez ou outra a água dada a ela. Nervosa, inquieta; comportamentos comuns, para quem era colocado daquele lado da sala.

-Então senhorita Jun Di, a senhora era empregada dos Kim.... Qual seu cargo na empresa, exatamente? – Jeon perguntou, sentando-se frente a suspeita; encarando-a nos olhos, analisando os movimentos dos olhos e dos músculos faciais.

-Eu era administradora financeira. Quero dizer, sou administradora, de todas as filiais. – Respondeu sincera.

-Seu relacionamento com os Kim, era bom? Saudável? Quero dizer entre empregado e patrões? – Jeon perguntava, sem gaguejar, mantendo o tom firme. Queria chegar ao ponto estabelecido por Namjoon, mas precisava preparar o clima para isso, sabia como fazer as pessoas falarem a verdade, mesmo que não por meio de palavras.

-Sim, nos dávamos bem. Eu sou dedicada ao meu trabalho, então nunca precisaram chamar minha atenção. – Novamente foi sincera, mas suas mãos começavam a suar, Jan Di sabia mais do que aparentava saber, sabia de uma parte dos passados dos Kim, que nem mesmo Jin tinha conhecimento.

-Eu tenho sua ficha em mãos. E tem uma anomalia aqui. Porque, quando você chegou na empresa, ganhava uma quantia diferente do que ganha agora? – Jeon questionou, olhando os contracheques que Taehyung separou, visando essa diferença notável.

-Não sei do que está falando. – Mentiu, quem não notaria uma quantia gigante, a mais, em seu salário?

-Deixe-me refrescar sua memória. Quando a senhora entrou na empresa isso é, a 21 anos a trás, ganhava 10.800 reais². Depois de 5 anos, essa quantia abaixou. Passou a ser de 8.000 reais. Porque?- Jeon questionou, mantendo um leve tom de acusação. Enquanto o interrogatório ocorria, Namjoon fazia anotações, em seu inseparável bloco.

-Nos primeiros meses, os Kim me pagavam pela transferência, eu deixei uma empresa por eles, pois me ofereceram condições melhores. -Mentiu novamente. Jeon sabia que ela estava mentindo, mas queria descobrir o porquê, e a verdade.

-Tsc, você não consegue nem enganar a si mesma. Nós temos contracheques da sua antiga empresa, e você ganha exatamente o que ganha agora. – Jeon se levantou, caminhou até as costas de Jan Di, abaixou-se na altura de seus ouvidos.... – Mas não se preocupe, eu vou descobri o porquê de suas mentiras. – Anunciou, fazendo Jan Di se arrepiar, fazendo ela questionar a si mesmo. Jeon riu, apenas para causar tensão nos pensamentos de Jan Di, caminhou até a porta, a abriu e antes que saísse, deu uma última olhada em Jan Di. Fechou a porta, e deixou a mulher sozinha, refletindo, com a cabeça entre as mãos.

                     Jin, sentiu medo de Jeon, ele parecia instável. Era totalmente diferente de Namjoon, a diferença era notável, até demais.

-Logo, logo ela fala alguma coisa que nos sirva. – Jeon anunciou.

-Que assim seja. – Namjoon disse, saindo da sala, indo em direção ao seu escritório. Jin o seguiu, não queria ficar sozinho com Jeon. – Ele não vai te morder. – Namjoon comentou, ao notar o medo em Jin.

-Vai interrogar esse ai também? – Jeon perguntou se referindo a Jin. O ômega, no mesmo instante procurou proximidade com Namjoon, mas não conseguiu, já que o mesmo se encontrava sentado, do outro lado da mesa.

-Não. Não vai precisar. – Namjoon respondeu, mexendo em suas notas, sem erguer o olhar.

-Então porque o trouxe? – Hoseok questionou, visto que, Namjoon nunca. Nunca, havia trago pessoas a seu escritório, se não para interroga-las, ou prende-las.

-Não fui eu quem o trouxe. Ele quem me seguiu. É Kim Seokjin. – Respondeu Namjoon, sem dar muita importância para o interrogatório de seus colegas. Só queria revisar suas notas, para ver o que estava batendo e o que não estava fazendo nenhum sentido.

-Tá, mas porque não o mandou para casa? – Jeon perguntou, como se o ômega nem estivesse ali, no mesmo local que eles.

-Acha que eu não tentei me livrar dele? – Namjoon respondeu, um pouco irritado, riscando suas notas, cortando nomes, e depoimentos. – Ele é persistente. – Completou.

-Cheiro novo na área, quem é? – Jimin apareceu atrás de Hoseok, passando por todos ali, indo diretamente para o ômega, o analisando, de cima a baixo. -Porque ele está usando suas roupas? – Jimin alternava o olhar entre Jin e Namjoon, tentando entender aquela situação.

-Ele me seguiu. Não levou nada consigo, então eu emprestei algumas roupas para ele. – Namjoon explicou, olhando para Jin, que parecia desconfortável ali, no meio de tantos rostos novos.

-Sabe, que isso pode dar problemas né? – Hoseok pronunciou-se, analisando a situação em que seu parceiro estava se metendo, não só visando a amizade e o trabalho, mas também o status da delegacia e suas regras.

-Que tipo de problemas? – Jin pela primeira vez falou naquele local, um pouco preocupado com os problemas que ele poderia causar, pela primeira vez, se preocupava com a carreira profissional de Namjoon, visto que poderia ser culpado, tendo em mente seu egoísmo.

-Se te virem com ele, e descobrirem que ele é um ômega, vão cruzar 2 com 2, e chegar ao resultado, de que você pode estar sendo imparcial. – Hoseok respondeu, fazendo Jin arregalar os olhos com a insinuação e corar, enquanto Namjoon apenas bufava alto, e tomava folego para falar:

-Mas eu não estou sendo imparcial! – Isso era realmente verdade, Namjoon nunca deixaria sua vida atrapalhar sua carreira, por isso optou por não se casar cedo, ou ter qualquer tipo de relacionamento.

-Mas não vão entender isso Namjoon..... O que faremos com ele? – Hoseok questionou, esperando a sensatez de Namjoon responder sua pergunta. O alfa mais velho, pensou, pensou e finalmente, chegou a um resultado. Uma ideia um pouco louca, mas necessária.

- Precisamos dele para o caso, e também, pode ser que ele esteja correndo perigo. Então, disfarçamos ele e o colocamos na proteção a testemunha. Então, ele pode ficar com a gente, até pegarmos o assassino. -Argumentou Namjoon. Estava totalmente correto, e a ideia não era ruim.

-Você ficou um pouco doido, mas a ideia, até que não é ruim..... Vamos usar ele a nosso favor. – Disse Jimin, colocando a mão no queixo aprofundando-se na ideia de Namjoon.

-Vocês falam, como se eu não estivesse aqui. Isso é estranho. – Anunciou Jin, olhando para todos naquela sala. Hoseok riu do ômega, Jimin juntou-se a Hoseok, enquanto Namjoon só conseguia pensar em suas notas.

-Tá, agora chega de papo, vamos voltar naquela suspeita lá, já tenho o que preciso. – Jeon disse, saindo da sala, com a ficha de Jan Di em mãos, a analisou mais profundamente, enquanto Hoseok e Jimin caiam na gargalhada. Namjoon passou a seguir o alfa mais novo, e Jin foi atrás de Namjoon, já que não sabia o que fazer. Hoseok foi apenas para sentir a mesma emoção que Namjoon, e Jimin os seguiu apenas por curiosidade.

                 Jeon adentrou a sala em que a suspeita se encontrava, a mesma ao sentir sua presença subiu o olhar.

-Quero um advogado. – Disse Jan Di, derrotada, ela sabia que sem alguém para lhe proteger, poderia cair em armadilhas facilmente. Mas Jeon, não gostava nem um pouco de advogados, e faria de tudo para evita-los.

-Só culpados, precisam de advogados. – Falou, abrindo a ficha, sem olhar para Jan Di. – Tem certeza de que quer um? – Perguntou, olhando com a celha levantada para a suspeita, esperando que a senhorita mudasse de ideia. Mas Jan Di não mudou a postura, assentiu com a cabeça, e calou-se. -Tsc.

                Jeon saiu da sala, e olhou para Namjoon, em seguida se retirou. Aquele olhar, que trocara com Namjoon, significava, que ele iria se preparar para interrogar um advogado, e estava muito nervoso para falar agora. Hoseok saiu, iria ligar para um advogado particular, indicado pela suspeita, que a representaria. Namjoon bufou irritado, segurando Jin pelo pulso e o puxando para longe dali. Jimin ficou, sem intender nada, já que era a primeira vez, que via Jeon em ação.

                  Namjoon arrastou Jin até seu carro, respirou fundo largando o pulso alheio. Virou-se para o ômega, encarando-os nos olhos.

-Com um advogado vindo para cá, não posso lhe deixa ficar aqui. E também não posso lhe deixar em sua casa, já que é possível que corra perigo. Tem alguém com quem você possa ficar? – Perguntou o alfa, esperando que Jin lhe desse uma reposta positiva, assim não teria de tomar medidas extremas.

-Não. – Respondeu Jin cabisbaixo. O fato de ficar sozinho ficava o corroendo, e parecia que as pessoas ao seu redor, queriam enfatizar aquela dor. A todo momento que olhava pela janela do carro, ou para os lados na rua, podia ver pessoas andando juntas, crianças com seus pais sorrindo puramente, casais apaixonados trocando caricias, e isso, o afetava de maneira indescritível, estava morrendo de saudades de tomar café da manhã junto a seus pais, em uma mesa. De jantar enquanto conversava animadamente sobre seu dia com sua família.

                  Namjoon suspirou. Teria de tomar as medidas extremas. Pensou, repensou, questionou a sua nova ideia. E no fim, não teve escolha.

-Você vai ter de ficar lá em casa. – Falou, passando a mão no cabelo, bagunçando-o minimamente. Jin não sabia se ficava feliz, ou receoso. Poderia causar problemas a Namjoon -mais do que já tinha causado-, mas não queria ficar sozinho de qualquer maneira, então deixou um mínimo sorriso escapar. Não foi tão discreto ao sorrir, Namjoon como já disse, era um bom observador, corou ao pensar na ideia de dividir a casa com um ômega, agora a fixa estava começando a cair. -Vou só resolver algumas coisas aqui, e já iremos. Por enquanto fique com Taehyung, ele vai ficar de olho em você. – Completou voltando para dentro da delegacia.

               Jin estava aliviado, não ficaria sozinho, seu medo e sua dor, começavam a desaparecer, isso porque ele começava a se sentir menos sozinho. Mas esses sentimentos, não iriam desaparecer em uma noite.

                O alfa levou Jin até Taehyung, explicou para Tae o que ele deveria fazer, e pediu que realmente observasse Jin, já que Tae era um pouco imperativo, então começaria a dar atenção a milhões de coisas ao mesmo tempo, e acabaria deixando Jin de lado, Namjoon falou e repetiu: Olho no Seokjin. E assim Namjoon saiu, deixando Tae responsável por Jin, esperando que Jin ficasse sobre a vista de Tae, porque se quisesse, só precisaria jogar um papel na frente do mesmo e sair da sala, Tae ficaria distraído com o papel por horas, imaginando a composição do mesmo e a origem.

             Namjoon olhava para a sala de interrogar através da janela, observava a suspeita, conversar com seu advogado particular. Havia um botão, ao lado da porta, que se pressionado, evitava que qualquer som saísse daquela sala, a baixo da janela de vidro, na sala onde Namjoon se encontrava, havia uma mesinha, com monitores ligados a câmeras, que por sua vez, estavam dentro do interrogatório, filmando cada movimento, naquela sala, não haviam pontos cegos. Tudo gravado e registrado nos servidores da delegacia, o qual só Taehyung tinha acesso, e o mesmo só teria acesso com uma senha definida por Hoseok, tudo isso, visando a segurança das provas.

           Quando o advogado de Jan Di assentiu com a cabeça, a interpretação, fez com que Namjoon chamasse Jeongguk, que se preparava para interrogar profundamente Jan Di e seu advogado. Jeon respirou fundo, e pôs a mão na maçaneta, olhou uma ultima vez para Namjoon, buscando dentro do outro, esperança, para que aquilo não precisasse chegar a um ponto extremo, onde Jeon acabaria levantando o tom de voz, e bateria na mesa.... Sim, isso já aconteceu antes.

           Jeon adentrou a sala, sentou-se frente aos dois, que esperavam pelas perguntas em silencio. Jeon suspirou, e começou a formular as perguntas. Afinal aquela frase ´´Tudo que disser, pode e será usado contra você´´ vale para ambos os lados.

-Senhorita Jan Di. Me responda com sinceridade. Como conheceu os Kim? – Jeon perguntou calmo, abrindo a ficha da suspeita, queria deixar ela nervosa, porque só assim, o advogado seria recusado e as perguntas seriam respondidas.

-Já disse, os conheci quando sai de minha antiga empresa. Eles notaram meus esforços, e me contrataram, pagando no início uma quantia a mais por meus serviços. – Respondeu Jan Di, ao ter o consentimento de seu advogado.

-A senhora jura, que nunca tinha se encontrado com eles antes? – Perguntou Jeon. Ele estava obviamente com um truque na manga, só esperava pela resposta para poder soltar a bomba. Antes de começar o interrogatório, quando saiu da sala, assim que Jan Di pediu pelo advogado, Jeon foi até Tae, e lhe pediu algumas fotos, de datas um tanto especificas, também pediu registros telefônicos, e algumas outras coisas, tudo para saber no que cutucar.

-Sim, eu juro. -Disse sem alterar o tom de voz. Uma mentira, uma tremenda mentira.

-Então, um ano antes de você deixar a empresa, não havia se encontrado com os Kim? – Perguntou, e Jan Di assentiu com a cabeça. -Como me explica esse jantar? Essas fotos foram tiradas um ano antes de você supostamente conhecer os Kim. – Jeon espalhou cinco fotos na mesa, Jan Di trocou um olhar assustado com seu advogado. -Está vendo essas datas? Elas estão nas gravações desse restaurante, olhe as reservas. – Disse, mostrando um papel, retirado de uma pasta, a qual tinha provas contra Jan Di.

-Esses jantares, podem ser das reuniões de quando minha cliente, ainda trabalhava na empresa anterior a esta. Isso pode ter sido um encontro profissional. – Argumentou o advogado, e como advogados são bons em mentir, não errou ou gaguejou. Mas tudo que o advogado falava era suposições, e Jeon estava além de suposições.

-Imaginei que fosse dizer isso, por esse motivo, pedi para que um de nossos detetives investigassem essa possibilidade. E no mesmo dia, na mesma hora em que essas fotos foram tiradas, sua cliente não estava a trabalho, todos esses dias ela estava de folga. -Jeon falou, colocando sobre a mesa outro papel, com os honorários de Jan Di. -Vai continuar mentindo senhorita Jan Di, ou prefere contar-nos a verdade? – Jeon falou frio, tirando a confiança de Jan Di, fazendo-a se questionar cada vez mais. E isso porque ainda nem havia tocado onde queria. -Sabe que eu posso segurar a sua cliente por tempo indeterminado, as provas que tenho são suficientes. Se ela não falar o que souber, pode até ser acusada cumplice.

-Eu falo...... – Respirou fundo, o advogado pediu que ela se calasse, mas Jan Di não queria correr o risco de ter uma fixa criminal. -Seokjin, o filho deles, eu estava responsável por fazer o passado dele desaparecer. Só isso, mais nada. Eu consegui alguém que apagasse todo o passado dele, registros de nascimento, tudo. E depois, tive que criar novos, com informações que os mesmos me deram, mas eu não sei o porque. Me pagaram pelos serviços, e por isso que nos primeiros meses eu ganhei tanto. Na verdade não sai da antiga empresa, me demitiram, então pedi ajuda aos Kim. Foi só isso. Eu não sei de mais nada. – Confessou. Agora, tudo que ela falou não passou de verdades, havia mesmo feito aquilo, sem saber o porque.

-Não saia da cidade, se entrarmos em contato, é melhor está aqui. Vou confirmar o que você disse. – Jeon disse se levantando e saindo da sala. Namjoon havia conseguido respostas, não exatamente as que queria, talvez agora, estivesse mais perto do assassino, ou mais longe. Poderia estar entrando em um beco, mas precisaria investigar o que foi dito.

             Jeon entregou a pasta a Namjoon....

-A partir de agora é com você, se tiver outro suspeito, pode me chamar. – Comentou com Namjoon, piscando, virando-se e retornando a sua sala, para terminar de ler seu livro.

           Namjoon riu abafado, caminhou até sua sala, pegou uma lista e seguiu para a sala de Tae. Jin estava sentado olhando para Taehyung, completamente entediado, enquanto o mesmo, jogava alguma coisa, o monitor brilhava em diversas cores, e as cores iluminavam o rosto de Taehyung, Jin ficava encarando aquela pessoa, totalmente estranha ao seu ver, isso porque não o conhecia, porque Tae era tão animado quanto qualquer um, era divertido e simpático nas horas vagas, mas dentro daquele escritório era imperativo.

-Tae, preciso que descubra sobre isso pra mim. -Namjoon colocou um papel especificando o que queria, não podia falar em voz alta, já que Jin estava logo ali. Era o álibi de Jan Di. -Me mande uma mensagem quando achar. Vou para casa, vamos? – Chamou Jin, que se levantou, despedindo-se de Tae, mas o mesmo se encontrava ocupado demais para responder. Deu de ombros e seguiu Namjoon, como fizera o dia todo.

-Descobriu algo que ajude? – Perguntou, mesmo sabendo que Namjoon não o responderia.

-Haram. – Respondeu, cortando o assunto. Ambos entraram no carro, em silencio, e trafegaram até a casa de Namjoon, que era um pouco distante da delegacia -nem tanto-. Chegando na casa do alfa, Jin ficou um tanto confuso. Porque o renomado detetive possuía uma casa simples? Onde estava sua família? Ele não tem ninguém? Perguntas rodeavam Jin desde que chegaram na  casa do alfa.

             Namjoon pegou as chaves no bolso, abriu a porta da frente, deixando Jin adentar sua residência, voltou até o carro, pegou sua mala na parte traseira do veículo, e retornou a porta de sua casa, onde apertou o botão travando o carro, e depois entrou em seu doce lar.

            Jin poderia dizer que o ambiente cheirava a baunilha, era bem iluminado, e num tamanho considerável para uma pessoa só viver ali. Os moveis eram bem posicionados, dando visão completa do ambiente. A cozinha e a sala eram separadas por alguns degraus e uma pequena parede, as janelas da cozinha eram grandes, dando a visão de uma varanda, feita de madeira. Na sala, havia um sofá, baixo, e uma poltrona, a TV ficava pendurada na parede, e uma estante ficava em baixo de uma escada, tinha o formato de um triangulo deitado. E a escada, provavelmente levava a um quarto.

-Quer ir até sua casa e pegar roupas? – Namjoon perguntou, jogando sua mala no canto da porta.

-Eu não quero ir..... Eu preciso. – Respondeu Jin, arrancando uma risada de Namjoon. E lá foram eles, de volta ao carro.

 

~~

 

 

                      Jin não demorou muito, pediu que Namjoon o esperasse no carro. Adentrou sua casa nas pressas, correndo até seu quarto. Acendeu a luz apenas de seu quarto, e se dirigiu ao guarda-roupas. Pegou uma bolsa enorme, e foi retirando peças de roupas dos cabides. Calças, shorts, camisas, blusas, jaquetas, cuecas, pijamas.... foi enchendo a mala com tudo que tinha direito, pegou uma mochila, e colocou nela alguns sapatos. Na correria tudo ficou embolado na mala, mas não importava. Correu de volta para o carro, trancou a porta -coisa que não tinha feito quando decidiu seguir Namjoon na chuva-, e entrou no carro ofegando.

-Por acaso, você lutou contra suas roupas? – Brincou Namjoon, vendo que o outro buscava ar desesperadamente. Jin riu amarelo, e voltou a sua missão de recuperar o ar. Namjoon ligou o carro, e pôs se a ir para casa.

                   Novamente o caminho silencioso, deixava ambos surdos. Suas mentes pensavam em turbilhoes de coisas, buscando respostas para diferentes perguntas.

 

                  Chegando na casa do alfa, Jin jogou suas coisas no sofá. Namjoon abriu um vinho, queria relaxar, mas não poderia ficar bêbado, então, fechou a garrafa e a devolveu para a geladeira. Bufou frustrado por não poder fazer o de sempre em casa.

-Vou tomar banho, se quiser, pode ligar a TV. Tem um videogame no meu quarto, é só subir as escadas. Sinta-se a vontade. – Anunciou Namjoon, e depois subiu as escadas, a fim de relaxar na banheira de sua suíte. Levou roupa para o banheiro, e a toalha também, despiu-se e pôs a banheira para encher.

              Enquanto a mesma enchia, Namjoon olhava-se no espelho. Observava uma velha cicatriz na lateral de seu corpo, que foi causada pelo acidente que matou seus pais. O acidente, envolvia um serial killer, que quando Namjoon se tornou detetive, tratou de prende-lo. Tanto por ódio e rancor, quanto por achar que a cidade ficaria mais pacata, e ficou, livre de um assassino sádico. E foi o primeiro caso de Namjoon, ganhou uma medalha, que ficava no fundo de uma de suas gavetas. Perdida, sem valor, sem importância. Prender o assassino, nunca lhe trouxe o conforto, afinal ele só queria mais cinco minutos com os pais, para dizer a eles: obrigado. Suspirou alto, desfazendo-se das lembranças, que já não doíam como antes. A banheira já se encontrava cheia, então fechou o registro e entrou, sentiu a água fria -que era a sua preferida- , chocar-se com seu corpo quente, relaxou, deixou de lado tudo, parou de pensar por um segundo -Coisa que não fazia com frequência - .

               O moreno, tinha se esquecido da sensação de pensar em si mesmo. Sempre se pegava pensando no próximo, queria manter a cidade, longe de brutamontes, assassinos ou monstros parecidos. Isso lhe agradava, mas lá no fundo fazia isso por si mesmo. Enquanto resolvia casos, prendia suspeitos e interrogava vítimas, sentia a presença de seus pais. Ninguém entendia Jin como Namjoon, mas o alfa não admitiria isso, nunca.

             Fez sua higiene e deixou a banheira, libertando o ralo, e deixando a água ir. Pegou a toalha, secou-se minimamente, e a enrolou na cintura. Arrumou o cabelo, escovou os dentes, e vestiu sua roupa. Deixou tudo a vista para que Seokjin utilizasse o cômodo. Saiu, respirando fundo o ar, e o soltando de maneira pesada. Ainda não era noite, mas já era possível ver a lua subindo aos céus. Ainda não era a hora de dormir, mais já se sentia o cansaço do dia.

-Sua vez Jin, pode usar o banheiro, deixei tudo à vista. – Falou Namjoon, assustando Jin que mexia nos quadros na estante do quarto de Namjoon. O ômega não aguentou a curiosidade e teve de ver quem estava na foto junto ao alfa, acabou pegando os quadros, para poder ver de mais perto. Colocou no mesmo lugar ao tomar o susto. Virou-se rapidamente para o alfa, e isso só ajudou Namjoon a entender mais ainda o que se passava. -São meus pais. Nas fotos. Eles morreram, a um tempo atrás, por isso não tem mais fotos deles. – Comentou Namjoon, jogando a roupa suja no cesto, que ficava no canto do quarto, perto de uma cesta de lixo.

-Meus pêsames. – Disse Jin, encolhendo-se por ter tocado em algo tão valioso. Jin não queria tocar no assunto, por não saber como o outro se sentia, mas ficar encarando aquelas fotos, deixava tudo obvio para Namjoon.

-Foi em um acidente de carro. Quero dizer, consideraram acidente. Então quando me tornei detetive, investiguei o caso novamente. E na verdade foi tudo armado. No final eu peguei o assassino. – Falou Namjoon, jogando-se na cama. Aquele assunto já havia se tornado normal para ele, teve de contar a mesma história para seus amigos, Yoongi, Jimin, Jeon, Hoseok e Taehyung. Aprendeu a controlar seus sentimentos, seus ataques de raiva, tudo, só para ser o melhor, sempre, como seus pais lhe ensinaram.

                 Jin não sabia oque dizer, mas também não queria ficar em silencio. Pediu licença e dirigiu-se ao banheiro, ligou a ducha, já que não queria ficar sozinho. O ômega desconfiava de tudo, desde que perdera seus pais, qualquer barulho, qualquer sombra, tudo para ele era ameaçador, mas se sentia assim, tão à deriva, porque estava sozinho no mundo. Havia perdido o contato com os demais parentes, por saber, que só lhe desejavam: meus pêsames, por quererem dinheiro, ou algo do tipo. Isso não era uma paranoia sua, era só a realidade batendo a porta ou ligando no telefone, falando sempre sentimentos falsos. Jin só queria alguém que lhe entendesse, e alguém que cuidasse dele de uma maneira especial, que não ficasse perto de si, apenas pelo dinheiro.

                     Rapidamente, saiu do banheiro, vestido e limpo. Namjoon, cochilava na cama, roncava por estar com a barriga para cima, o ômega acabou rindo do barulho que o alfa fazia. Era engraçado, e fofo ao mesmo tempo, uma combinação um pouco repetitiva. Aproximou-se do alfa, pois, além de roncar, sua barriga reclamava, pedindo, clamando; por comida.

-Namjoon. -Chamou, cutucando a barriga do alfa. -Ei! Namjoon. – O ômega balançou o ombro do alfa, fazendo-o virar de lado, e fechar a boca. – Namjoon, vamos acorde, sua barriga está roncando. E você também. – Insistiu, balançando ainda mais o moreno.

                   Namjoon acordou, virou para Jin, e o mal humor apareceu. Fome, era o que deixava Namjoon de mal humor. O alfa, fez uma careta, ao lembrar que não tinha ligado para a empregada, não havia, a avisado que passaria a noite em casa, por isso, não havia comida pronta.

-Vamos ter que cozinhar. – Anunciou, se levantando e puxando Jin para a cozinha. Respirou fundo, e abriu a geladeira, se deparando com uma quantidade variada de ingredientes, fechou a geladeira, e dirigiu-se ao armário, arreganhou a porta, se deparando novamente com várias escolhas de ingredientes. Fechou o móvel. Bufou, olhou para Jin, olhou para os pés, e subiu o olhar, cruzando com o olhar curioso e perdido de Jin. -Eu, não sei cozinhar. – Disse num sussurro inaudível, brincando com os dedos da mão.

-Oque? – Questionou Jin, por não ter ouvido nenhuma palavra do que o ômega disse.

-Eu, não sei cozinhar. -Repetiu, um pouco mais alto, porém, o ômega novamente não escutou....

-Que? O que disse? – Pediu que Namjoon repetisse, e este já se encontrava um pouco alterado, visto a vergonha de admitir isso em voz alta.

-Eu, não sei cozinhar. – Repetiu pela terceira vez, mas agora o ômega pode escutar claramente. Jin não aguentou, gargalhou, mas não da falta de habilidades de Namjoon, e sim da vergonha que o mesmo sentia por ela.

-Não seja bobo. Eu te ajudo, podemos fazer algo simples. Tem macarrão, né? – Perguntou, meio as gargalhadas, tentando retomar o folego perdido.

-Acho que sim. – Namjoon, começou a abrir os armários em busca do macarrão, não sabia onde encontrar pois, nunca cozinhava, sempre alguém deixava tudo pronto só pra ele requentar, o que de vez em quando se tornava um desastre, já que a habilidade dele na cozinha era baixa.

                 Jin, pediu licença e abriu a geladeira. Procurou por extrato de tomate, e o encontrou, um pouco escondido meio a outros molhos. Pegou o mesmo e pôs sobre um balcão que tinha no centro da cozinha. Namjoon achou o macarrão e o colocou junto ao molho. O ômega pegou uma lata de creme de leite, alguns temperos e uma lata de atum, que achou enquanto procurava os temperos.

                Em uma panela, colocou água para ferver, tudo sobre a supervisão de Namjoon, que buscava aprender o que o outro fazia. O ômega, colocou o macarrão na água, assim que a mesma começou a borbulhar por estar quente. Jogou sal na água, e ficou de olho na panela, vez ou outra mexendo para que a massa não grudasse. Jin jurava, poder sentir a respiração de Namjoon em seu pescoço. Tentava não ligar, mas seu corpo não reagia dessa maneira, seus pelos ouriçavam-se ao sentir aquele ar quente contra seu pescoço. Assim, que a massa ficou ao dente, escorreu a água, e deixou u macarrão no escorredor, enquanto misturava, em outra panela, o extrato, o creme de leite e os temperos, por fim, acrescentando o atum e o misturando.

-Namjoon, pode pegar uma travessa e colocar o macarrão nela? – Pediu, mexendo no molho para que o mesmo não queimasse.

-Haram. – Falou, virando-se para outro armário, e caminhando até o mesmo. Pegou a travessa, e quando ia colocar a mesma sobre o balcão, não viu onde realmente estava a colocando, por estar sentindo o aroma do molho que Jin estava a preparar. A travessa estava na beirada, bastou a mão de Namjoon deixa-la, para ela ir de encontro ao chão, partindo-se em mil pedaços de vidro, tornando-se irreconhecível. -Ai, meda! – Praguejou, ao ter cortado a mão, isso aconteceu, por ele tentar pegar a travessa, o reflexo dele porém, não foi tão rápido, quanto imaginava que seria.

                 Jin, desligou o fogo. Pegou um pano na gaveta, e o molhou. Andou até Namjoon, tomando cuidado para não se ferir nos cacos. Colocou o pano sobre o corte, que sangrava. Não era um corte profundo, mas era um corte. Jin nunca gostou de ver pessoas machucadas em sua frente; parecia que o ômega conseguia sentir a dor alheia.

-Relaxa, não foi nada profundo. Logo, logo, para de sangrar. Sente-se ali, deixa que eu limpo. – Falou, empurrando Namjoon, para um banco do outro lado do balcão. Pegou uma sacola, que ficava a vista, e catou os cacos, com cuidado. Deixou a sacola e os cacos, sobre a pia, para depois jogar no lixo, já que não sabia onde tudo se encontrava. Pegou outra travessa, no mesmo lugar onde o alfa havia pegado a anterior. Colocou o macarrão, e jogou o molho por cima.

                   Enquanto isso, Namjoon observava a calma do ômega, a experiência do ômega, resumindo, ele observava o ômega e suas feições, suas ações, seus defeitos e qualidades. Ele é bonito. Pensou, era a primeira vez que notava alguém, que admirava alguém dessa forma.

                    O alfa, nunca elogiou alguém em voz alta, nunca mencionou qualidades de outras pessoas, no máximo, desejava parabéns. E só. Mas depois de provar aquele macarrão, não resistiu. Teve de falar o quanto delicioso aquele macarrão estava.

-Isso aqui, tá uma delicia! – Disse, logo enchendo a boca com mais uma porção.

-E isso, é porque você não chegou a provar a comida da minha mãe. Quando ela cozinhava, todos da casa queriam comer sua comida. Eu quase não sei fazer nada, mas vou aprendendo aos poucos.... – Comentou, sorrindo minimamente ao lembrar-se de sua mãe cozinhando, comendo mais um pouco, diferente de Namjoon que enrolava uma quantidade absurda nos hashis e colocava na boca. -Que bom que gostou. – Sorriu, contente com seu trabalho.

                       Namjoon, sentiu-se mal, ao ouvir o outro falando da mãe. Sentiu pela primeira vez, empatia, coisa que já não sentia a um bom tempo. Limpou a garganta, quando acabou. Levantou-se levando seu prato, e caminhou até a geladeira, pegando um suco de caixinha. Andou até o armário e pegou dois copos, o ferimento já havia parado de sangrar, na verdade, foi um corte raso, que se cicatrizou rápido, visto os poderes sobrenaturais dos híbridos.

                       Serviu suco a ele e a Jin. Sentou-se, pensando nas palavras, deixou-se ser sensível, permitiu-se, sentir a falta dos pais, para menciona-los. Consentiu, seus sentimentos de saírem em forma de consolo:

-Olha Jin, eu sei como você se sente. Sente-se sozinho, abandonado, indefeso. Eu já passei por isso, não é fácil, realmente. Acho que foi mais difícil pra mim, que não tinha ninguém do que pra você, agora. – Jin pensou nas palavras ditas pelo alfa. Sentiu um erro nelas, mas era um erro induzido, Namjoon, estava o induzindo a afirmar algo:

-Mas eu também, estou sozinho. – Disse deixando uma lágrima cair. Namjoon levantou-se de sua cadeira, virou a cadeira do outro, e aparou a lágrima com o polegar, segurando o rosto delicado de Jin com suas mãos, da maneira mais gentil que podia.

-Não está sozinho. Eu estou com você. – Namjoon consolou o ômega, com um abraço. Deixando que o ômega chorasse em seu abdômen.

 

                   O alfa, nunca irá admitir, mas ele chorou por seus pais. Sozinho, sem o apoio de ninguém, e não queria que o ômega passasse pelo mesmo, porque tinha sentido aquela dor. Se ele iria proteger as pessoas de assassinos e tudo mais, tinha também, de proteger os mais frágeis, de sentimentos tão arrebatadores. Nada como começar por Jin, o hibrido que vinha o seguindo a dias, em luto.

 

Não me abandone, continue a me apertar. Obrigado Namjoon.

 

~~

Estou paralisado pelo fato de ter mudado, isso é sua culpa, Seokjin....

 

 

 

 

 

¹ : Quando ômegas se ligam a alfas, eles passam a pertencer aos mesmos. A possessividade dos alfas, faz com que os ômegas fiquem submissos ao mesmo. Por isso o termo: Sem dono, porque Jin não era marcado por um alfa, então os alfas não tinham posse sobre ele.

²: Eu coloquei em reais, por ficar perdida no dinheiro coreano.

 

    

 


Notas Finais


Eai, o que estão achando? O que acham que vai rolar? Querem dar algum palpite de quem é o suspeito(a)? Vão querer que eu continue? Querem que eu pare? Posso panfletar Namjin? Qual a música favorita de vocês?
>.<
Eu realmente não sei o que colocar nas notas, como podem ver né? kkkkkkk
Ai me desculpem caso tenha algum erro, eu não costumo ler o capitulo antes de postar, então algum erro pode passar, me perdoem ;----;
Uma pergunta que pode ser ignorada: Vocês panfletariam minha Fanfic? Ou ela é ruim?


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