Narrador POV~
Sabe o quanto é doloroso perder os pais? Sabe o quanto é doloroso descobrir que eles nem sequer te adotaram legalmente? Que você na verdade é filho de assassinos psicopatas, que te tiraram da sua família, sem o consentimento de alguém, sabe o quanto é doloroso, sentir esse vazio? Sabe o quanto é ruim, saber de tudo isso de uma vez? O quão perdido você ficaria? Nem você sabe, nem Jin, porque Namjoon se recusou a contar isso para o ômega.
Assim que descobriu isso, tratou de buscar uma lista de pessoas com interesses em comum com os Kim, os Kim, precisavam de um filho, na verdade, queriam um. E alguém precisava de dinheiro, e tinha o conhecimento de uma criança, que não teria um bom futuro, considerando seus pais. Então esse alguém, conheceu em algum momento os Kim, e descobriu o problema do casal, e tendo uma solução em mãos, a apresentou. E foi assim que Jin se tornou um Kim. Namjoon agora, precisaria descobrir quem era essa intercessão, quem havia feito isso, talvez assim, solucionasse o caso.
Voltou para casa, dirigiu rapidamente, pois, estava um pouco atrasado -Muito atrasado-, se praguejava por isso, sabia muito bem que a senhora de mechas grisalhas, faria tantas perguntas, quanto poderia. Ao chegar, Yunjin estava vendo alguma novela, entretida, até havia se esquecido de Seokjin, a mesma, assim que viu a figura de Namjoon parada na porta, se levantou, pegou suas coisas e caminhou em direção a porta dizendo apenas uma coisa, antes de ir embora.
-O Jin tá no banheiro, acho que tá passando mal, cuide bem dele. – Piscou o olho e saiu, deixando um Namjoon confuso para trás, e um Jin no banheiro, com medo de mentir mais pra ela.
Namjoon fechou a porta, trancou-a, e subiu as escadas, estava preocupado com Jin, afinal a despedida de Yunjin não foi uma das mais animadoras. Assim que os degraus acabaram, Namjoon se questionava, do que a beta estava falando? Deixou de lado, se dirigiu ao banheiro, colocou a mão na maçaneta e a girou, tentando abrir. A porta se encontrava trancada, Jin não deixaria aberta, pensava na possibilidade de Yunjin tentar abri-la.
-Jin, você está bem? – Perguntou preocupado. O alfa, encostou-se na porta, para tentar ouvir algum barulho do lado de dentro. Jin havia escutado a voz do alfa, mas achava que estava imaginando, afinal tinha passado um bom tempo naquele banheiro. -Jin? Você tá ai? – Perguntou mais uma vez, agora estava muito mais preocupado, pensava no pior.
Jin se levantou, e do outro lado da porta, Namjoon havia se afastado, estava pronto para colocar a madeira a baixo, o ômega caminhou até a porta, a destrancou e abriu-a, e no mesmo instante, o alfa, entrou com tudo, afinal iria mesmo destruir a porta. Jin ficou alguns segundos tentando entender o que havia acabado de acontecer, o alfa havia dado de cara com a parede, e caiu no chão de imediato. O ômega não sabia se começava a gargalhar, ou se ajudava o alfa caído no chão, gemendo de dor, pois se nariz havia ido de encontro com a parede. Decidiu ajudar, depois poderia rir junto do alfa, a prioridade agora, era parar o sangramento alheio.
-Você está bem? Há desculpa, é obvio que não..... Onde tem curativo? – Perguntou, mexendo nas gavetas e armários do banheiro, tanto a baixo quanto acima da pia. Procurava, a toda velocidade, algo para ajudar o alfa.
-No armário de baixo da pia, tem um kit.... Arh – Gemia, pois seu nariz além de sangrar ardia em alguns lugares. Nunca iria imaginar que o ômega abriria a porta de supetão.
Jin, pegou o kit, o abriu, e começou a tratar o nariz de Namjoon. Enquanto fazia isso, o alfa, só conseguia ver Jin, tanto pelo fato dele estar na sua frente, quanto pelo fato de sua pele ser linda, de seu lábio rosado ter uma forma cativante, a cor de seus olhos serem atraentes, o alfa estava perdido em tamanha beleza. Jin notou, que Namjoon estava encarando seu rosto, e por ficar nervoso uma mania logo aparecia, a mania de morder os lábios, um erro. Namjoon prestou atenção em cada movimento que aquele lábio rosado fez, notou, que o mesmo ficou minimamente úmido, e diga-se de passagem, irresistível.
-Acabei. -Disse Jin, se virando e guardando todas as coisas, ficou rubro, por ter visto o alfa encarando sua boca. Mas o ômega durante esse tratamento, também admirou Namjoon, as covinhas, os olhos, a cor morena que lhe chamava toda a atenção.... Só não queria admitir para si mesmo, que achava o outro atraente, ou até mesmo, que estava começando a ficar muito apegado ao alfa.
-Obrigado, eu acho.... O que estava fazendo no banheiro? – Questionou, colocando a mão no nariz para checar o mesmo, doía minimamente, o que incomodava um pouco.
-Fugindo da Yunjin, ela me perguntou muitas coisas, e eu não queria mentir, então me tranquei no banheiro. -Respondeu, guardando o kit no armário, se levantando e esticando a mão para o alfa tomar apoio.
-Não queria mentir? Isso é novo pra mim. As pessoas mentem a torto e a direita, e você não quer mentir..... Gostei. – Comentou o alfa, aceitando a mão estendida para si. Levantou e seguiu para o quarto, sendo seguido pelo ômega.
-Meus pais me ensinaram assim, e não importa o que digam pra mim, eu nunca vou mentir, não acho certo. – Disse o ômega, sinceramente.
Namjoon parou ao ouvir ´´meus pais´´, indicava que o ômega não tinha nenhum conhecimento sobre o seu real passado, e não soube se isso era bom ou ruim. Jin era tão inocente, tão doce, o que aconteceria se soubesse? Ficaria magoado? Arrasado? Entraria em depressão? O alfa estava muito apegado ao ômega, não queria vê-lo sofrer, não queria vê-lo triste.
O alfa, também tinha em mente, que se demorasse a contar, o ômega guardaria ressentimentos, pelo segredo. Essa situação o afetava de uma maneira inexplicável. Namjoon nunca havia entrado numa encruzilhada como esta. Estava confuso, não sabia o que fazer. Acabaria com os limites profissionais e o pessoal, apenas para cuidar de alguém, que mal conhece, mas já considera especial? Namjoon bufou frustrado pelos questionamentos que se passavam em sua mente.
-O que houve? – Perguntou o ômega, ao ver o alfa bufando. Não havia passado tanto tempo com o alfa, mas sabia coisas bem básicas sobre ele, e essa mania de bufar era uma delas.
-Oque? – O alfa estava confuso com a pergunta, não sabia do que o ômega estava falando.
-Você só bufa quando está frustrado com algo. O que lhe aflige? – Questionou, fazendo o alfa rir. Como alguém que passou tão pouco tempo comigo, sabe disso? Pensou Namjoon.
-É algo sobre o caso, desculpe Jin. -Respondeu cortando o assunto. Não queria falar ainda, precisava pensar em como contar isso para ômega, esperaria por uma situação certa.
-Tudo bem, não precisa me contar, mas quando pegar o assassino, não deixe de me falar. – Concluiu o ômega, sorrindo em seguida, para deixar Namjoon mais tranquilo. E funcionou, o alfa se encantava com aquele sorriso, era lindo, mas não iria admitir isso em voz alta, nem em um milhão de anos. Ou será que iria?....
-Que tal tomarmos café? – Perguntou o alfa, se animando ao mencionar a cafeína, não havia tomado sua quantia do dia, dois copos era o mínimo, queria sentir o gosto amargo, mesmo que fosse de noite.
-De noite?..... Okay, vamos! Eu tenho uma ideia, algo que vai combinar com o café. – Comentou o ômega, rindo e se direcionando para a cozinha, Namjoon ficou mais empolgado, agora estava muito mais feliz com o ômega lhe fazendo companhia, havia muito tempo que não ria por motivos bobos assim, nunca se sentiu tão feliz, ao ver outra pessoa sorrindo. Era estranho para si, mas nada com que não pudesse se acostumar, até pode-se dizer, que o alfa estava gostando.
Ambos se dirigiram a cozinha, e lá o alfa começou a preparar seu café. Mesmo o céu estando repleto de estrelas, e o horário não ser o mais indicado para se tomar café, eles tomariam uma bela caneca de café, o gosto amargo, com o leve adocicado, estavam viciados naquilo. E Namjoon, fazia o melhor café, na opinião de Jin. O ômega, nem queria colocar leite, por ter se apaixonado pela bebida feita pelo alfa.
Assim, que Namjoon terminou, serviu os dois, e quando estava levando a caneca aos lábios, Jin segurou sua mão, e balançou a cabeça negativamente.
-Fica calmo, vou pegar algo pra provar junto do café. – Disse Jin, virando-se para a geladeira, e abrindo a mesma.
-Não gosto de café com leite. -Disse o alfa, esperando ansiosamente para levar a caneca a boca, e provar o café, quentinho, e delicioso, amargo, do jeito que gostava.
-Não é leite bobo. São morangos. – Argumentou Jin, tirando uma tigela de morangos picadinhos, havia feito aquilo mais cedo, iria colocar os morangos na torta, mas Yunjin insistiu, dizendo que os morangos tirariam o gosto do açúcar colorido. Então, apenas guardou na geladeira, para outra ocasião, esta.
-Morangos? Com café? – Questionava Namjoon num tom de deboche, nunca havia tomado o café com frutas, afinal, não acreditava ser uma boa mistura.
-Não julgue, sem provar antes. – Brigou Jin, abrindo a vasilha. O ômega, levou a mão até um pedaço de morango, pegou-o com toda delicadeza, e o levou a boca de Namjoon, que olhava intercaladamente, entre Jin e o morango. -Abra a boca. -Pediu Jin, e o alfa atendeu um pouco hesitante. -Antes de engolir, beba um pouco de café. – Aconselhou, e o alfa assim fez.
Namjoon arregalou os olhos, incrédulo, com o sabor que havia criado. Era delicioso, o morango, pouco azedo, pouco doce, se misturando ao amargo do café, suas papilas dançavam com aquele sabor, aquele equilíbrio meio desequilibrado, era diferente, um diferente bom. Não conseguia achar uma palavra para aquilo, e nem precisava, suas feições eram as melhores para demonstrar o que sentia em relação a descoberta. E Jin, sorria com a satisfação alheia.
-Isso é.... é..... INCRIVEL! – Disse Namjoon, deixando o ômega vermelho e risonho.
-Eu te disse! -Afirmou Jin, meio a gargalhadas.
E assim, eles continuaram a comer, Jin colocava os morangos dentro da caneca, enquanto Namjoon os levava diretamente a boca, ambos se divertindo com os comentários, tentando desvendar um sabor para aquilo, algo que sentiam em comum.
Infelizmente, ao tomar café muito tarde, acabaram perdendo o sono. Uma chuva serena começou,fazendo o frio aumentar naquela noite. Nenhum dos híbridos haviam prestado atenção no início da chuva. Porem quando a mesma se tornou uma tempestade, Jin pulou no colo de Namjoon. Não que tivesse medo de trovões e relâmpagos, mas o barulho que o vento fazia batendo contra as paredes, era de se assombrar.
-Não me diga que você tem medo da chuva.... – Disse Namjoon com o ômega no colo.
-Não! Eu n-não tenho. É que o barulho me assusta. Desculpe. – Falou Jin, deixando o colo do alfa, mesmo contra sua vontade.
-Vem, vamos para o quarto, com essa tempestade é possível que a luz acabe. – Concluiu Namjoon, segurando na mão do ômega e o puxando escada a cima. Jin gostou daquele contato, Namjoon era mais quente que si, as mãos se encaixavam perfeitamente. A cada paço que dava, olhava para as mãos cruzadas, que infelizmente foram separadas ao chegarem no quarto.
O alfa arrumou a cama no chão, Yunjin havia arrumado o quarto, por isso ele estava arrumando novamente o colchão no chão. Jin olhava para aquela ação, julgava ser desnecessária, pois em algum momento da noite, Namjoon teria de ir para a cama. Isso se a tempestade não acabasse, Jin imaginava que o barulho do vento, batendo contra as paredes, eram de pessoas clamando por socorro, em gritos baixos, quase como sussurros. Sim, uma estória assustadora, inventada por sua mente, quando mais jovem, porem se apegou a ela, pois, gostava de dar essa desculpa para dormir no mesmo ambiente com os pais -isso na adolescência- .
A luz deixou-os sozinhos, e assim ficaram na escuridão da noite. O ômega estava assustado, o vento ficava cada vez mais barulhento, então começou a exalar medo. O alfa, sentindo o aroma de medo no ar, procurou por Jin no escuro, e assim que o encontrou, tratou de traze-lo para perto de si. Acariciando as mechas do cabelo do ômega, tranquilizando-o, e acabando com o medo alheio. Sentaram na cama, bem próximos, para manter o contato físico, mesmo que mínimo.
A cada relampeada que dava, Jin se assustava, e Namjoon apertava sua mão, apenas para passar segurança. Seria agora uma boa hora, para contar a ele? Perguntou-se o alfa. Respirou fundo, tomou coragem, e organizou as palavras certas em sua mente. Pela primeira vez ficou nervoso com o que diria, não tinha confiança nas palavras, mas não seria agora a hora de desistir.
-Jin, eu preciso te contar uma coisa. – Comentou, e assim que escutou um ´´Sim?´´ baixo, vindo do ômega, resolveu prosseguir, ainda um pouco hesitante. -Aqueles que foram assassinados, que você os conhece como seus pais, não são realmente os seus pais....
-Oque??? Do que está falando? É claro que eles são os meus pais! -Afirmou Jin, soltando a mão de Namjoon e o encarando no escuro.
-Eu não mentiria pra você, não tenho motivos pra isso. -Falou, deixando Jin pasmo com o que ouviu, não conseguia acreditar, o alfa sabia que era muita informação, mesmo assim prosseguiu. -Seus reais pais, eram assassinos sádicos, alguém te entregou aos Kim, mas os seus reais pais não tem nada a ver com a morte dos Kim, o seu pai está preso e sua mãe morreu a algum tempo. Temos provas pra tudo, então eu lhe digo com certeza tudo isso. – Tomou folego, e procurou por Jin, não conseguia vê-lo nitidamente, mas sabia que ele estava o encarando. – Ainda não descobri quem foi, mas acho que a mesma pessoa que te entregou para os Kim, tem algo a ver com isso.... Eu iria te contar isso mais tarde, mas não queria esconder algo assim de você. – Terminou. E o silencio tomou de conta do ambiente, deixando de lado os barulhos da tempestade. Cafungadas, vindas de Jin foram escutadas por Namjoon, o ômega estava chorando, era realmente muita coisa, era doloroso, cada uma das palavras agora, perturbavam sua mente, chorar era a única coisa que conseguia fazer. O alfa estava desesperado, não sabia como reagir a isso, não sabia o que fazer para acalmar o outro, não sabia como continuar a conversa.
Iria abraça-lo, mas seu corpo não reagia, sua mente só simulava um quente abraço, e doces palavras de consolo, mas seu corpo permanecia estático, sentado na cama virado para o ômega, que derramava lágrimas de cabeça baixa. Isso não doía apenas em Jin, mas doía em Namjoon também, e nem mesmo o alfa sabia o porquê aquilo doía tanto. O abraço, seria um gesto simples, e de boa intenção, mas o ômega só choraria mais e mais. O alfa, não queria mais ver Jin chorando, não queria mais ver lágrimas escorrendo por aquele delicado rosto.
Seu corpo começou a reagir, primeiro seu braço esquerdo se direcionou as costas de Jin o puxando para um abraço, e parando-o no meio do caminho. Depois seu braço direito, se ergueu, e mão continuou o caminho até o queixo alheio, o ergueu, ergueu o rosto baixo de Jin, e assim, o fez encarar a si, as orbes de Jin foram de encontro com as orbes de Namjoon, o ômega se perguntava o que estava acontecendo, o que se seguiria, mas seu coração sabia, e estava começando a bater mais acelerado. O alfa, sem hesitar, aproximou os rostos, o suficiente para sentir a respiração alheia bater em sua pele, mas ainda distante para poder contemplar, o brilho dos olhos alheios. E finalmente, o alfa, pode sentir a macieis dos lábios do ômega, a umidade em que eles se encontravam, por causa de algumas lágrimas que desceram pela mesma.
Jin arregalou os olhos, mas de maneira alguma se distanciou, ou pensou em quebrar o contato dos lábios. Foi o suficiente para fazê-lo parar de chorar, e o suficiente para o alfa, descobrir que gostava do ômega, e de sua simplicidade, de seus atos, de toda aquela confusão de sentimentos e gostos.
Com licença boca, a língua de Namjoon quer passar, isso se Jin permitir.... Okay vai, ele deixou, o que é isso? Morango com café, o preferido do alfa. Não se preocupe querido ômega, o alfa te ama, ele vai cuidar de ti, apenas se entregue aos toques, deixe-se levar pelo mesmo ritmo da língua de Namjoon, deixe a sua brincar com a dele, você gosta, entregue-se. Isso não vai te machucar, só vai te deixar apaixonado, funcionou, não é mesmo? Agora, carinho e amor, é tudo que consegue sentir, certo? Deixe te dizer porquê. Vocês agora estão ligados um ao outro, falta algo né? Sim, sabemos que falta, mas fique calmo isso vem depois, por enquanto só se concentre no beijo. Você precisa de ar, respire!
Se separaram, precisavam de ar, era uma das prioridades básicas que nunca poderia ser abandonada, mas queriam continuar na troca de carinhos, através daquele longo beijo, que além de carinhoso, era necessário. Namjoon estava ficando louco por Jin, agora além do café, queria provar mais de Jin.
-O-oque foi isso? – Perguntou o ômega ainda ofegante, mesmo que soubesse que aquilo fora um beijo, queria ter certeza de que o alfa, não estava apenas brincando consigo.
-Um beijo. -Respondeu num sussurro, de forma sexy, mas não foi intencional, eram seus instintos tomando de conta de seu corpo, pela primeira vez.
-Mas, porquê? Por que me beijou? – Questionou o ômega, ainda confuso com tudo. Sua cabeça estava uma bagunça, seu coração acelerado e sua respiração descompassada.
-Eu gosto de você. Não gosto de te ver chorar, e se te abraçasse, você choraria mais, então eu te beijei. Foi instinto, eu realmente gosto de você. – Afirmou, com todas as certezas que tinha naquele momento. Estava apegado ao ômega, não só pela ligação, mas por tudo, desde os sentimentos, até os medos. Não queria mais ficar sozinho.
-Namjoon, só me prometa uma coisa..... – Jin começou a falar, mas parou, para saber se o alfa prestava atenção em si.
-Diga? – Pediu Namjoon, para escutar o que o ômega tinha a falar.
-Não me deixe sozinho. – Pediu, o alfa sentiu seu coração apertar, aquelas palavras, lembravam ele de um passado que queria esquecer. Chegou perto do ômega, deixando um rápido selar nos lábios alheios.
-Eu não vou te deixar sozinho. E você não vai me deixar sozinho. Agora que você conseguiu confundir minha mente, vai arcar com as consequências. – Anunciou Namjoon, puxando Jin para cima de si, deitando na cama, com o outro em seu peitoral, começou a acariciar as mechas alheias, e o ômega sorria contente, se esquecendo de todos os problemas.
-Eu arco, mas a geladeira vai precisar de mais morangos, e acho que viciei no seu café. -Disse risonho, desenhando formas aleatórias no peitoral do alfa. Namjoon riu nasalmente, lutava contra a vontade de dormir, queria ficar ali com Jin, acordado, acariciando o ômega, admirando-o. Mas ambos acabaram dormindo, tranquilos com a presença do outro, com a proximidade, com o contato quente.
Não estavam mais sozinhos, não se sentiam mais sozinhos….
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No dia seguinte, assim que Namjoon acordou, o ômega já não estava mais sobre si, nem sobre a mesma cama, nem no quarto. O cheiro de café, indicava que alguém havia o feito, mas o alfa não sabia quem. Levantou-se, e direcionou-se para o banheiro, queria fazer suas higienes antes de descer para tomar seu café.
O ômega estava no banheiro, tomando um banho na banheira, relaxava na mesma, enquanto deslizava o sabonete por todo o corpo. O alfa não se assustou, não recuou, apenas ficou ali contemplando a imagem. Jin não havia o visto, estava de costas para a porta, então não poderia ver alguém entrando, mas nunca imaginaria que alguém entraria. Sem querer Namjoon riu, quando o ômega fez uma bolha com as mãos. E foi assim que fora descoberto, mas o ômega não se assustou, apenas riu, seu corpo estava submerso na banheira, então não via problema naquilo.
-Estarei esperando aqui fora.... – Disse o alfa, rindo e fechando novamente a porta. Sim, ômega havia ficado rosado, tanto com o sorriso sacana lançado para si, quanto com o ocorrido. Namjoon se sentia privilegiado, ter visto a pele delicada de Jin totalmente descoberta, era satisfatório para si.
Beijo, Jin, beijo, Jin, café. Era tudo que Namjoon tinha em mente nos momentos seguintes, queria sentir os macios lábios contra os seus, queria sentir a língua do outro, queria explorar cada centímetro da boca alheia. Mas, teria de esperar o outro sentir-se a vontade consigo. E esperaria, esperaria até o outro tomar alguma atitude, para assim, saber se o outro queria o mesmo que si.
O alfa esperou no quarto, mas não deixou de fazer algo, foi em busca de roupas limpas, não formais, não iria trabalhar naquele dia, tanto por ser sábado, quanto por estar esperando Tae descobrir algo. Também queria passar um tempo com Jin, mas não admitiria isso tão cedo. O ômega saiu do banheiro vestido, ainda rubro. Namjoon não pode deixar de rir da vergonha do outro, se dirigiu ao banheiro, sendo acompanhado pelo olhar do ômega, fechou a porta trás de si, e começou a se despir para tomar um banho.
Jin não sabia o que queria, estava ainda um pouco confuso, gostava da companhia do outro, mas não conseguia vencer sua timidez, para seguir em frente. Queria sim beijos e outras caricias, mas a vergonha o impediria de tomar alguma atitude, afinal era inocente e delicado, não conseguiria mudar a si mesmo tão facilmente.
Respirar, calma, morangos e café, a boca dele..... Dizia a si mesmo, e assim que recordou do amargo e do azedo, e a doçura na mistura do café e do morango, inevitavelmente lembrou-se do osculo4, queria sentir aquela sensação novamente, as respirações descompassadas, o coração a mil a confusão de emoções, queria senti-lo. Não seria fácil admitir isso em voz alta, mas uma hora ou outra, conseguiria e faria.
O ômega desceu as escadas, Yunjin havia deixado tudo pronto, e os deixou, conseguia sentir que iria os incomodar se ficasse, era um pressentimento da senhora, um tanto quanto certo, mas não se entendia de onde ela havia tirado aquela ideia. O café sobre o balcão, cheirava muito bem, mesmo não sendo o de Namjoon, era similar, tinha um gosto bom, assim como o do alfa. Jin se serviu, bebia em pequenas quantidades, esperando pelo alfa, mesmo impaciente, queria beber mais café. Jin andou até a geladeira, e de lá retirou os morangos, ainda haviam poucos, mas o suficiente para os dois comerem naquele café da manhã.
Logo o alfa se juntou ao ômega, vestindo uma roupa mais larga, para assim, se sentir mais à vontade, a roupa larga não acabava com seu charme, pelo contrário, o aumentava. O ômega se perguntava: O que ele tanto esconde por baixo dessas roupas? Afinal, o alfa sempre estava com algo até o pescoço, colado ou não, cobria todo o corpo. Namjoon se serviu, e olhando para a quantidade de morangos, a achou insuficiente para os dois.
-Pode comer os morangos sozinho. – Disse sorrindo, empurrando a tigela na direção de Jin. Não que não tivesse gostado, mas daria preferencias ao ômega, além de alguns mimos.
-Não gostou? -Questionou Jin pela ação repentina. O alfa riu, e negou com a cabeça, as bochechas do alfa, ganharam uma tonalidade rosada, quase que imperceptível.
-Quero que desfrute, pode comer sozinho. – Falou por fim, deixando o ômega envergonhado, porem contente. Foi difícil admitir aquilo em voz alta, mas tinha de fazê-lo, queria que o ômega se sentisse amado. Era comum esse tipo de comportamento depois de uma ligação, mais ainda não estavam ligados por completo, faltava algo, algo mais carnal….
Jin começou a disfrutar dos morangos misturados ao café, e Namjoon o olhava vez ou outra, queria também os morangos, mais abriu mão da sua parte, para o agrado do outro. Quando Jin acabou seu café, e com todos os morangos consequentemente, o alfa, decidiu que queria MUITO, sentir o sabor dos morangos junto ao café. Deixou sua caneca ali no balcão, se aproximou do ômega, segurou em seu queixo, e o beijou.
Sim, foi intenso, as línguas dançavam em um ritmo que só elas entendiam, exploravam livremente a boca alheia, e desfrutavam, da mistura de café e morango. Jin levou sua destra até a nuca alheia, e lá, a misturou meio aos poucos cabelos, os puxou minimamente, tudo por instinto, estava apenas deixando-se levar pela vontade. E com a vontade, vem a consequência: a falta de ar, que fez o beijo sessar. O alfa quebrou o contato das bocas, mas grudou as testas enquanto buscavam ar, para regularizar suas respirações. Olho no olho, sentimentos misturados, carinho, desejo, amor, luxuria, empatia, Namjoon e Jin.
Separaram-se, meio a risos, nervosos, com vergonha, era uma mistura de sentimentos pós beijo. Normal, afinal, eles nunca haviam feito isso, agora, era tudo uma descoberta, boas descobertas.
Jin virou-se, para lavar as vasilhas, poucas, mas não queria que acumulasse, então Namjoon o ajudou, guardando as coisas em seus respectivos lugares. Assim que acabaram, em silencio, se dirigiram ao sofá. Namjoon ligou a TV, e entregou o controle para Jin. O alfa quase nunca assistia as programações da TV, normalmente eram noticiários, então não queria ter o controle em mãos, por não ser tão perito no assunto. Porem Jin, adorava ver TV, doramas, séries, desenhos, filmes, musicas, tudo que ele pudesse assistir, ele assistiria. O ômega pegou o controle direcionado a si, mirou para a TV, e pressionou os números do controle, colocando em um filme, um filme fictício, que acabara de começar.
Ambos se prenderam a tela da TV, assistindo ao filme, dando quase toda atenção a ele. Quase, pois vez ou outra, Namjoon fintava o ômega....
O quanto eu mudei em tão pouco tempo? Seokjin, você me ensinou a sentir....
4: Significa beijo.
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