“Amanda Clark, Jeff Steveson e Phillipe Anderson foram vistos pela última vez na região Manianga. Daí partiram em direcção a Dubu, onde nunca chegaram.”
A apresentadora do noticiário na CNN continuava a explicar o que tinha sucedido a Amanda, e James continuava sentado no sofá sem tirar os olhos do ecrã. De repente a campainha soou novamente.
- Eu vou ver quem é. – disse Jack levantando-se.
- Jack. – disse Ross assim que o amigo que abriu a porta. – Que fazes aqui?
- Vi as notícias e vim até aqui. Foi por isso que vieste?
- Sim, Não queria que ele soubesse pela televisão.
Ross entrou e aproximou-se de James. Ele olhou-o, e Ross viu que James tinha os olhos cheios de lágrimas.
- Vai correr tudo bem. – disse ele sentando-se junto a James.
- Não é isso que eles dizem… - James disse de forma quase inaudível.
- Eles falam do que costuma acontecer… mas desta vez estamos a falar de uma jornalista Americana. O governo Norte-Americano não vai permitir que a magoem.
Eles ficaram sentados em frente á televisão e quando deram por si já o sol tinha nascido. Pelo meio tinham bebido litros de chá e tinham ouvido a mesma história vezes sem conta. Amanda, Jeff e Phillipe tinham deixado Manianga e dirigiam-se para Dubu, nunca lá tendo chegado. Entretanto o corpo de Phillipe tinha sido encontrado na estrada que ligava as duas cidades. O técnico de som, encontrava-se vivo quando foi encontrado, mas durante o seu transporte para um hospital tinha falecido. O carro onde eles viajavam estava também na estrada, junto do corpo de Phillipe e tinha sido incendiado. Também junto ao corpo de Phillipe estava o cartão de jornalista de Amanda.
******
Os dias foram passando e não havia notícias sobre Amanda e Jeff.
A família de Amanda desesperava e James também. Ross e os rapazes da banda embora também estivessem imensamente preocupados tentavam não o demostrar para não afligir James ainda mais.
- Como estás? – perguntou Andy a James.
- Cansado… - respondeu ele sem olhar para o amigo. – Quase não tenho dormido e ainda por cima tenho a Katy a chatear-me.
- Ainda não acredito que voltaste para ela.
James olhou para Andy, e ele viu arrependimento nos seus olhos.
- Quis uma chance de ser feliz… - disse James baixando os olhos. – Piorei tudo.
- Mas esse é um problema que podes resolver. – disse Andy dando uma palmada nas costas de James.
- Eu sei. Queria era poder resolver outros problemas…
- Eu sei que sim. Nós também queríamos poder resolver esses problemas, mas infelizmente não temos como. Sabes de mais alguma coisa?
- Não. Liguei para a CNN, mas apenas me disseram que tudo o que sabem está a ser noticiado e que a família dela está em contacto com o Secretário de Estado. Que se quiser mais informações devo falar com a família dela, que talvez eles saibam de algo que eles na CNN não sabem. O problema é que não conheço a família dela!
- E se tentasses entrar em contacto com eles? – perguntou Andy. – Dizes que és amigo e que estás preocupado…
James olhou para Andy. Ele não tinha pensado nisso. Quando pensou em ligar á família dela, desistiu porque não queria confusão com o marido dela e não sabia bem o que dizer. Mas podia sempre tentar. Com isto em mente, ligou a Ross.
- Ross preciso de um favor teu. – disse ele assim que Ross atendeu o telemóvel. – Preciso que me consigas o contacto do irmão da Amanda.
- Do irmão? – perguntou Ross, achando que não tinha ouvido bem.
- Sim. Ele sempre disse que se dava super bem com o irmão e é com ele que quero falar. Consegues-me isso?
- Vou tentar.
Ross ligou-lhe de volta algumas horas depois e deu-lhe não só o número de telemóvel de Rick, como também o seu e-mail. Apesar da diferença horária, James nem hesitou e ligou imediatamente para Rick.
- Estou? – disse Rick ao atender.
- Olá. Estou a falar com Rick, irmão de Amanda?
- Sim. Com quem estou a falar?
- Rick, desculpe estar a incomodá-lo a esta hora, mas sou amigo da Amanda e queria saber se tem alguma informação sobre ela. Algo que não seja do conhecimento publico.
- Desculpe, mas você está doido? Liga-me ás duas da manhã para me perguntar se tenho informações sobre a minha irmã?
- Peço imensa desculpa. Estou a ligar de Londres e apenas agora consegui o seu contacto. Estou muito preocupado com ela e apenas queria saber se sabe de algo… Sei que estão em contacto com o Secretário de Estado, e normalmente recebem informações que não são públicas…
- Mesmo que eu tenha informações porque haveria de as partilhar consigo?
- Porque sou amigo dela, e porque ela é muito importante para mim.
- Homem eu não o conheço, tanto quanto sei você pode ser um jornalista atrás de informações. Não me volte a incomodar! – Rick desligou o telemóvel repentinamente.
- Merda! – James berrou furioso.
- Que se passa? – perguntou Katy entrando na sala.
- Não se passa nada! – disse ele aborrecido. – Deixa-me sozinho!
- Estava a pensar ficar aqui esta noite. – disse ela aproximando-se dele.
- Vai para casa. – disse ele afastando-se dela. – Quero estar sozinho.
- Mas agora vai ser isto todos os dias? – perguntou ela furiosa. – Desde que a outra desapareceu que é isto?
- Sai! – disse ele agarrando-a por um braço e empurrando-a para a porta. – Sai! – ele berrou quando ela tentou falar.
Ele sentou-se no sofá. Pelo menos agora não tinha de lidar com ela. O melhor era mesmo terminar com aquela relação. Estava visto que aquilo não resultava. Ele não a amava e ela não tinha mudado. De repente o seu telemóvel tocou. Ele olhou para o visor e reconheceu o número de Rick. Atendeu imediatamente.
- Sim?
- Como é que você se chama? – perguntou Rick do outro lado.
- James.
- Só James?
- James Bay.
- Como posso ter a certeza de que é mesmo você?
- Posso fazer uma chamada de vídeo ou então podemos falar pelo Skype.
- Ligue-me pelo Skype- - Rick deu-lhe o seu user e desligou.
James apressou-se a ligar-lhe.
- Olá. – disse ele assim que viu Rick no ecrã. – Sou mesmo eu.
- Olá James. – disse Rick. – Desculpa por á pouco. Depois de desligar, lembrei-me da minha irmã me ter falado de ti e do quanto eras importante para ela. No entanto precisava confirmar que eras mesmo tu.
- Não tem problema. Eu entendo. – disse James com um pequeno sorriso. – Peço desculpa pela hora… mas realmente só pensei nisso quando atendeste, e para além disso, queria mesmo saber se tens informações.
- Não tenho muitas, mas tudo o que te disser não pode ser comentado com ninguém.
- Podes confiar em mim.
Rick contou o que sabia, mas James não ficou muito aliviado com as informações. Basicamente Rick disse-lhe que estavam a tentar descobrir para onde Amanda e Jeff tinham sido levados. Tinham grandes suspeitas sobre quem os tinha raptado, e após terem a certeza do local onde eles estavam iriam tentar um salvamento. Mas nada acontecia de um dia para outro. Rick prometeu manter James informado antes de desligar e James agradeceu.
******
Cinco meses passaram e as notícias eram sempre as mesmas. Estava a ser impossível confirmar onde Amanda e Jeff estavam a ser mantidos.
James desesperava por boas notícias e a família de Amanda também, mas a verdade é que nada acontecia. Entretanto, James havia partido em tour novamente e tinha terminado o seu relacionamento com Katy, o que lhe tinha permitido ter alguma paz.
******
As paredes eram sujas e empoeiradas. O calor era insuportável. E a escuridão já não era assustadora. Ao fim de um certo tempo os olhos habituaram-se á falta de luz e neste momento ela já conseguia distinguir practicamente tudo o que a rodeava. Ela e Jeff estavam fechados num buraco com quatro paredes em tijolo, o chão era em terra e lá dentro tinham apenas dois colchões. Numa das paredes havia uma abertura, que dava acesso a uma sanita.
Aquilo começava a tornar-se insuportável. Ela não sabia se iam sair dali com vida. Estavam ali á tanto tempo, que ela já não acreditava que alguém os procurasse, e começava a achar que os seus raptores não iam demorar muito tempo a livrarem-se deles.
O que a fazia aguentar era James. Ela fechava os olhos e via o rosto dele. Via-o a olhar para ela e a sorrir. Ela queria sobreviver aquilo para poder voltar a vê-lo. Se sobrevivesse, ela já sabia o que iria fazer da sua vida. Afinal, ela só tinha uma vida.
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