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História Scars - Cling, Clang


Escrita por: brubrehmer

Notas do Autor


Oii! Obrigada a todo mundo pelos comentários, vocês são demais! <3


Aconselho a ler a primeira cena com essa música tocando:
https://www.youtube.com/watch?v=eSEexQcZUHM

Capítulo 2 - Cling, Clang


Fanfic / Fanfiction Scars - Cling, Clang

Clang Clang, go to the chains

Someone’s ‘bout to find you

Clang Clang, go the chains

The warden’s right behind you

Clank now, the sinking chains

Approach with their true strength

Don’t stop, flee the chains

The last chance to escape

Drag the chains, drag the chains

With all the strength you have

Drag the chains, drag the chains

And they drag you away

Clang clang, go the chains

For all the time you’re here

The last thing that you’ll hear

(Clang Clang - League of Legends)

    A ruiva tentava usar o restante de sua força para abrir seus olhos, mas mesmo assim não conseguia os manter daquela maneira por muito tempo. Estava nua e sentia seus pulsos e tornozelos latejarem por estar completamente amarrados por correntes de ferro, fazendo com que seus braços e pernas ficassem abertos.  Tinha a sensação de ter sangue seco espalhado por todo o seu corpo, não conseguia discernir quais partes da sua memória eram realidade e quais eram pesadelos. Não entendia porque ele simplesmente não a matava e sabia menos ainda o motivo daquilo estar acontecendo com ela. Conseguia ouvir de longe o barulho de correntes sendo arrastadas pelo chão, o que significava que o homem estava retornando. Não havia um centímetro de seu corpo que não sentia dor. Queria acreditar que logo alguém a encontraria, mas esta esperança estava se esvaindo cada dia mais, não que soubesse quantos dias exatamente estava lá.

- Clang Clang, fazem as correntes. Alguém está para encontrá-lo - A voz distante começou a cantarolar novamente, mas a sala estava escura demais para conseguir ver alguma coisa. - Clang Clang, fazem as correntes. O guarda está atrás de você. - a voz continuou, agora o som era mais alto, estava chegando perto dela. - Tinem agora, as correntes do naufrágio. Aproximam-se com sua verdadeira força, não pare, fuja das correntes. É a última chance para escapar. - Um grito ecoou pela sala enquanto o homem usava a ponta do gancho que estava na corrente para cortar a vítima, começando por seu pescoço e terminando próximo de seu umbigo. - Resista as correntes, resista as correntes. Com toda a força que você tem - A mulher não tinha mais forças, naquele momento sabia que seria seu fim. - Resista as correntes, resista as correntes. E eles te arrastaram para longe. - Outro corte foi feito, mas desta vez nada se ouviu. - Clang Clang, fazem as correntes. Por todo o tempo que você estiver aqui. - Passou a mão suavemente pelo rosto da moça, podia ver o quanto lutava internamente para permanecer consciente, mal sabia que não havia para onde escapar, menos ainda alguém para salvá-la. Pegou o pequeno canivete de dentro do paletó. Posicionou a ponta do dedo indicador sob a parte superior direita de seus lábios e logo em seguida pressionou a lâmina fazendo um corte profundo. Era o último passo antes de matá-la, sua parte preferida do ritual. Seu corpo era consumido por tamanha adrenalina e nada traria mais prazer para sua alma. Sim. Agora sim. Todas ficariam parecidas com ela. - Clang Clang, fazem as correntes. É a última coisa que você vai ouvir.

x-x-x

           Há uma semana estava trabalhando ali e tentou ser a melhor secretária que qualquer pessoa pudesse desejar. Não cometeu nenhum erro e estava disposta a fazer aquilo funcionar. Se esforçou para negar qualquer impulso de seu corpo que pudesse desejá-lo, pois sabia que nada bom poderia sair disso. Sentia uma atração por aquele homem que não havia explicação, não era como se tivessem algo em comum, ele fizera questão de a ignorar e por conta disso não haviam trocado uma palavra sequer. Nem um bom dia, ou um muito obrigada por ter acertado o seu café preferido. o que fazia com que Regina se sentisse ainda mais idiota pela forma como seu coração batia perto dele. Pensou que talvez em Nova York fosse diferente e lá as pessoas simplesmente fossem assim, talvez tenha ficado mal acostumada com as vantagens de ser criada em uma cidade pequena onde todo mundo se conhece. Mas nem passava por sua cabeça que o real motivo de ser tão ignorada por Robin, era porque este também lutava uma batalha diária para não desrespeitar sua esposa, mesmo que em pensamentos, apesar de ainda não ter sido capaz de controlar os seus sonhos.

- Bom dia, Queen. - Snow se aproximou com um sorriso no rosto. Sempre tinha um sorriso estampado ali, era a perfeita definição de uma pessoa feliz, coisa que Regina nunca foi, talvez por um breve momento no passado pensou ser, mas hoje via que tinha sido uma completa ilusão.

- Bom dia. - Tentou sorrir de volta, com sorte a mulher não tinha a habilidade de ver que seus olhos não seguiam sua boca.

- Você não chegou a confirmar a sua presença para a festa neste final de semana.

- Não sei se deveria ir. Faz pouco tempo que estou aqui e não conheço todo mundo ainda. - E tirando aquela pequena parte onde não podia se enturmar, ou fazer novos amigos, ou chamar atenção. Deveria ficar o mais escondida possível.

- Não se preocupe. Qualquer coisa te faço companhia. - Snow pegou em sua mão e Regina conseguiu sentir seu peito apertando, uma crise de ansiedade estava se aproximando e não queria transparecer isso para ela, então falou o que sabia que a mulher queria ouvir. Não conseguia sentir ninguém a tocando, trazia a tona todos os seus piores medos. Tinha a sensação que jamais conseguiria deixar alguém se aproximar novamente.

- Claro. Estarei lá. - Snow assentiu com a cabeça se afastando, satisfeita consigo mesma de tê-la convencido a ir na festa. Estava obstinada a se tornar amiga de Regina, parecia perceber o quanto a morena precisava disso. Conseguira brecha o suficiente para forçar dois comprimidos pela sua garganta. Foi o único tempo que teve antes do chefe chegar.

- Bom dia, detetive. - Deu um pulo para ficar em pé e entregar-lhe um copo de café puro que havia comprado na Starbucks antes de chegar no escritório. Quando Robin foi pegar o copo de sua mão, as mesmas se tocaram por um breve segundo, o que fez com  que o homem parasse onde estava e a encarasse. Ficaram assim por algum tempo, difícil dizer o quanto quando a sensação que tinham era que todo o mundo tinha desaparecido e só restavam eles. Ambos tinham seus motivos para tentar manter distância, uns mais sérios que outros. Para Regina, não arriscaria colocar a vida dele em perigo, não somente pelo sentimento que parecia crescer em seu peito, mas porque não colocaria mais ninguém nessa situação. Para Robin, bom, a aliança que uma vez costumava permanecer em seu dedo, agora guardada dentro do bolso traseiro da calça jeans.

- Bom dia. - Uma voz com um sotaque britânico saiu falha, quase inaudível.

- Cara, vamos. Temos uma emergência para responder na Terceira Avenida. - E o transe foi interrompido por David. Robin teve que recuperar o fôlego ao virar as costas a caminho de investigar o caso, parecia precisar de um momento, não que fosse ter um. Quis olhar para trás, será que estava ficando maluco? Ou ela também sentira essa conexão inexplicável? Precisava encontrar uma maneira de parar com estes pensamentos. Pensou em conversar com o amigo sobre, mas sabia que era errado se quer precisar de conselhos sobre o assunto. Tirando isso, David também era casado, claro que diferente dele, de fato era apaixonado por sua mulher. Sabia o que pensava e diria que de você simplesmente desejar outra mulher, era traição. Costumava pensar da mesma forma. Não, não poderia falar para ninguém. Seria seu segredo. - Você precisa ver isso. De todos os anos em que trabalho na área, não consigo recordar de algum caso que tenha feito a equipe inteira tremer desta maneira. É assustador. - A voz do homem era de pânico. Conhecia seu amigo, não costumava se impressionar facilmente, já haviam enfrentado um grande número de casos, se esta era sua reação, tinha certeza de que era algo completamente fora do que estavam acostumados.

x-x-x

           A campainha tocava sem parar, alternando entre batidas na porta, o que fez com que Regina despertasse. Seus olhos arderam quando os tentou abrir, o blackout da janela havia permanecido aberto, fazendo com que os raios de sol invadissem o quarto sem pudor. Virou-se para o outro lado para encontrar o homem com fios grisalhos ao seu lado, dormia profundamente apesar do barulho no outro lado da porta. Levantou-se amarrando o roupão que estava jogado na poltrona ao lado e foi abrir a porta.

- Garota, aonde foi que você se meteu? - Zelena entrou gritando no apartamento o que fez com que Regina sentisse uma fisgada na cabeça que trouxe junto a memória da quantidade de bebida que havia consumido ontem.

- Shh… - Indicou com a cabeça para que a irmã entrasse na cozinha. - Meu Deus, posso saber o motivo de todo esse escândalo?

- Você desapareceu ontem. Não se despediu, estou tentando te ligar desde às quatro da manhã, mas nenhum dos telefones pareciam estar funcionando.

- Está tudo bem, viu. Estou vivinha. Agora por favor abaixe o tom da voz, tenho companhia.

- Companhia? - A ruiva saiu correndo pelo apartamento para olhar na fresta da porta do quarto que permanecia aberta. A caçula nunca tinha trazido alguém para passar a noite. - Quem é?

- O conheci ontem no bar. Você falou para me divertir, foi o que fiz.

- Vocês… ?

- Não. Claro que não. - Sua bochecha começaram a adquirir uma cor vermelha. Nunca manteve relações sexuais com um homem, não faria isso com alguém que acabara de conhecer. - Passamos a noite conversando.

- Ora ora. Parece que as pessoas realmente podem surpreender.

- Parece que sim.

- Que bom, irmãzinha. Espero que ele seja bom para você.

- Nada aconteceu, mas de fato foi a primeira vez que um homem conseguiu me manter interessada por mais de quinze minutos.

- Deduzo que as belas damas estão falando sobre mim? - Rumple apareceu na sala, já estava com seus trajes de ontem, completamente impecável, nem parecia que tinha acabado de acordar.

- Ah. Rumple, está é Zelena. Minha irmã.

- Muito prazer. - O homem sorriu e Zelena teve seu instinto ativado. Podia sentir que aquele homem era problema.

- Igualmente.

- Bom, irei me retirar. Estou atrasado para o trabalho. Obrigada pela companhia agradável, Regina. - Se aproximou dando um beijo em sua mão, realmente parecia um cavaleiro, e então foi embora.

- Irmãzinha, não tenho certeza se isso é uma boa ideia.

- Não começa. - Regina revirou os olhos. Todas as vezes que tentara se aproximar de alguém, mesmo que somente uma amiga, essa era a reação dela. Reclamava que não cultivava uma vida social, mas sempre que estava nesse caminho vinha com histórias sobre sextos sentidos. Parecia que ninguém era bom o suficiente para chegar perto dela, ou ao menos não queria a dividir com ninguém. Estava cansada, não deixaria acontecer novamente.

- Você não sentiu? Tem alguma coisa estranha com esse homem. Parece que saiu de um filme de terror ou algo do gênero.

- Por favor, não quero brigar antes do seu casamento. Você pode, uma única vez, simplesmente ficar feliz por mim?

- Mas… - Zelena ia continuar, porém decidiu não falar mais nada. Via nos olhos da sua irmã que era uma discussão perdida. Se sentia um pouco traída, normalmente a escutava e se afastava, o que teria mudado? Custava acreditar que a garota inocente que conhecera a vida toda estava crescendo e começando a tomar suas próprias decisões, sem precisar mais de sua ajuda. Deixou o apartamento, ainda tinha milhões de coisas para o casamento que aconteceria em quatro dias. Se preocuparia com isso depois.

           Regina jogou-se novamente na cama. O relógio marcava 10:03 a.m, estava de folga hoje e poderia fazer o que quisesse durante o dia, escolheu dormir durante todo o dia. Nos tempos em que permaneceu acordada, lembrou-se da noite passada. Não sabia se voltaria a ver o homem ou se ele estava tão interessado quanto ela, afinal, não tentou beijá-la nem nada do gênero. Só conseguia manter a esperança para que sim. Gostava do quão maduro ele era e como conseguia conversar sobre diversos assuntos, isso era algo difícil de encontrar nos caras da sua idade. O celular fez um barulho breve, indicando que uma mensagem havia sido recebida. Sabia que era sua irmã e não estava afim de se estressar, mas o pegou mesmo assim. Rumple conseguira a surpreender novamente.

“Espero que tenha passado o dia pensando em mim, porque com certeza não passei um segundo do meu sem lembrar de você. Não é algo fácil se conectar com alguém como nós nos conectamos na noite passada, espero que considere sair para jantar comigo, um encontro de verdade dessa vez. Rumple.”


Notas Finais


Espero que vocês tenham gostado!


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