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História Scars - Hopeless


Escrita por: brubrehmer

Notas do Autor


Oláá gente bonita!! Primeiramente, muito obrigada por todos os comentários <3 (ainda não tive tempo de responde todos, mas em breve farei isso)

Espero que vocês gostem do capítulo, links no final.

Capítulo 3 - Hopeless


Fanfic / Fanfiction Scars - Hopeless

When she was just a girl

She expected the world

But it flew away from her reach

So she ran away in her sleep

And dreamed of para-para-paradise

Para-para-paradise

Para-para-paradise

Every time she closed her eyes

(Paradise - Coldplay)

 

Robin segurava sua mão firme, conseguia perceber o quão nervosa Marian se sentia por como estava tremendo. Precisava manter-se forte. O nervosismo também tomava conta de seu coração, mas não podia demonstrar, tinha que ser o porto seguro de sua esposa. A sala trazia uma sensação estranha, era branca demais, fria demais. Era o lugar que poderia causar os dois extremos na vida de um casal, trazendo grande felicidade ou destruindo seus sonhos.

- Boa tarde, Sr. e Sra. Locksley - Queriam responder, mas suas vozes simplesmente não pareciam conseguir sair, se limitaram a assentir com a cabeça. - Eu sinto muito… - O médico começou a falar e naquele momento sabiam que todos seus medos haviam se tornado realidade. Não foram capaz de gerar um filho, de novo. Dr. Whale continuava seu discurso sobre alternativas, mas seus ouvidos não conseguiam captar o som, seu mundo perdeu o sentido. Era a quarta vez em que sua esposa perdia o bebê. Desde sempre, queriam começar uma família logo, aliás, tinha sido o principal ponto de casar tão cedo. Parecia uma boa ideia na época, se entregarem aos seus desejos de adolescentes sem olhar para trás, sem pensar direito. Marian apertava a mão do esposo com força, sabia que em seu rosto lágrimas já estavam escorrendo, mas lhe faltou o ânimo para levantar o rosto e encara-la.

O caminho para casa sucedeu-se em silêncio. A morena encarou a janela por todo o percurso, seus pensamentos também estavam vazios, simplesmente não conseguia acreditar. Costumava ser a pessoa mais esperançosa do mundo, sempre acreditara que boas coisas aconteceriam com ela. Que teria seu final feliz. Não acreditava nisso mais.

- Querida? - Não respondeu, então ele continuou. - Está tudo bem. A gente pode tentar de novo, você sabe disso.

- E nós dois sabemos que o resultado será o mesmo. - Respondeu áspera.

- Você não pode perder a fé. - Robin se aproximou da esposa, mas a mesma o afastou.

- Fé? Você quer falar comigo sobre fé? É o quarto aborto espontâneo que tenho, Robin. Não é hora de ter fé, chegou a hora de a gente aceitar que isso não vai acontecer. Nós não vamos ser pais. - Agora as lágrimas escorriam por seu rosto.

- Nós podemos adotar. Tentar outra coisa. Ou não tentar nada, o importante é que nós estamos juntos, meu bem. - O homem abraçou sua mulher com todo o carinho do mundo, mas a mesma não retribuiu. Estava tentando, de verdade, ignorar a sua dor e focar em não deixar que ela se desmoronasse. Não sabia como era a maneira correta de fazer aquilo e tinha a sensação que tudo que tentava fazer estava de certa forma errada.

- Não é bom o suficiente. - As palavras entraram rasgando seu ouvido. Naquele momento, tudo mudou. Queria ser pai tanto quanto ela queria ser mãe, mas para ele, o amor dos dois era o suficiente. Olhando em seus olhos, percebeu por fim, que havia desistido. E não tinha certeza se somente da gravidez, ou do relacionamento todo.

x-x-x

A movimentação na cena do crime estava intensa. Pessoas vinham e iam de um lado para o outro e Robin previa uma nuvem de notícias ruins estava se aproximando, torcia para ter sabedoria o suficiente para saber lidar com aquilo. Assentiu para os dois policiais que estavam responsáveis pela autorização de quem chegaria perto do corpo, mas não precisou falar quem era. Todos sabiam, mesmo quem não fazia parte de seu departamento. Tinha uma grande fama, não somente por ser o chefe do setor, mas por ter um dos maiores números de assassinos atrás das grades dos últimos tempos. A cena do crime era um galpão abandonado, a iluminação do lado de dentro era quase nula, por isso contava com diversas lanternas improvisadas para iluminar o caminho. Antes mesmo de entrar na sala onde o corpo se encontrava, conseguia sentir o cheiro de decomposição, o que indicava que a vítima estava ali por no mínimo duas semanas.

Entrando na sala, sentiu uma pontada em seu estômago. Apesar de trabalhar há anos no ramo e ser completamente apaixonado por sua profissão, não conseguia se acostumar com essa parte. Tinha o coração bom demais para entender como alguém conseguiria ser tão cruel com outro ser vivo. Lembrava-se de quando começou e como muitas pessoas o alertava que logo seria familiar, que com o tempo não se importaria mais. Nunca deu tal conselho para um aspirante, porque para ele nunca se tornou algo corriqueiro encontrar alguém assassinado brutalmente.

A vítima tinha seus cabelos castanhos caídos sobre seu rosto, aparentemente molhados, estava amarrada por correntes, os braços e as pernas abertas, completamente nua. Contava com centenas de cortes por todo seu corpo. Colocou as luvas nas mãos para analisar melhor as feridas, não eram feitas com nenhuma arma branca comum, eram grossas demais para isso.

- Encontraram a arma em algum lugar? - perguntou aos assistentes que estavam a sua volta fazendo anotações em blocos brancos.

- Não, Sr. Locksley. Até o presente momento não foi encontrado nenhuma pista do assassino ou da arma do crime.

- Alguma indicação de que a moça tenha sido estuprada?

- Não. - Agora uma mulher loira respondera. - Foi a primeira coisa que averiguei quando cheguei, por conta da vítima estar nua foi o primeiro pensamento que passou por minha cabeça. No entanto, já conseguimos identificá-la, seu nome era  Ruby Lucas. Trabalhava como secretária em um escritório de advocacia chamado Leroy & Associados. A opinião sobre a garota fora unânime, para os conhecidos era impossível que alguém desejasse mal a ela. Não tinha nenhum inimigo conhecido ou ex namorados.

- Eles nunca tem, até descobrirmos um.

- Foi o que pensei. - A moça se passou por baixo da faixa amarela se aproximando do corpo e parando ao lado de Robin. - Até reparar nisso aqui. - colocou o dedo indicativo na parte superior direita da boca da mulher, havia um corte ali que parecia ter sido feito com uma pequena lâmina. - É algo muito específico. O assassino a cortou inteira com cortes muito mais profundos, por que faria este corte tão superficial acima de sua boca? Alguma coisa não encaixa.

- Muito bem observado… Qual o seu nome?

- Emma Swan, prazer. - A garota sorriu, estava satisfeita de ter sido reconhecida pelo detetive, era uma das maiores fãs de seu trabalho, mas estava decidida a não deixar isso transparecer.

    De volta para o escritório, sabia que faria hora extra. Há algum tempo que não encontrava tal necessidade, mas não teria como escapar. Passando na frente da mesa de Queen, percebeu que a mesma estava guardando todas suas coisas, só então percebeu que já era o fim de seu expediente.

- Acho que tenho uma notícia um tanto quanto triste para você. - Regina se surpreendeu que de fato o homem estava falando com ela. Aquele sotaque fazia seu corpo estremecer, sempre tivera uma queda por homens com sotaque carregado. - Espero que não tenha nenhum plano para hoje, preciso que você fique para me ajudar a organizar o quadro do caso de um assassinato que temos que resolver.

- Não tenho nada marcado. - Disse após uma pausa. Era verdade, seu único encontro era com a taça de vinho e sua banheira, mas poderia ser adiado. Por um momento se perguntou se ele a chamara pra ficar porque realmente precisava dela ou porque queria sua companhia. Parecia haver pessoas muito mais qualificadas para fazer este trabalho. Claro que Regina tinha muito mais competências e era completamente capaz de resolver o problema, mas não que alguém ali soubesse dessa parte da sua vida. Fizera questão de deixar todas as referências de estudo e trabalhos bem escondidas.

    A cada minuto que se passou após às dezoito horas, a delegacia ficou mais vazia, até que às vinte horas e meia, só sobraram os dois. Robin ainda não sabia o que falar perto dela, tentava se focar ao máximo no trabalho que precisava ser feito. Às vezes se pegava encarando sua beleza, mas logo encontrava uma forma de disfarçar. Precisava da sua atenção cem por cento voltada para o caso, para fazer justiça pela mulher encontrada morta de forma tão cruel. Nunca tivera este problema com as outras secretarias que costumavam o ajudar com este trabalho.

- Você quer que eu encontre algo para jantar? Já são quase nove horas da noite. - Regina adentrou na sala deixando uma caixa em cima da mesa com as fotos que foram tiradas mais cedo na cena do crime.

- Tudo bem, não se preocupe. Só me ajude a separar essas últimas e acho que podemos ir para casa. - Sorriu. Fora a primeira vez que o fazia em sua frente e por um momento Regina sentiu que perdeu um pouco as forças nas pernas. “Ele é seu chefe”, reforçou mentalmente, um escândalo desses é a última coisa que precisava para chamar a atenção daquele homem que um dia confiou tanto.

Desviou o olhar, seria mais forte, começou a organizar as fotos. As imagens eram simplesmente horríveis. Algumas vezes teve que desviar o olhar, não entendia como alguém conseguiria fazer tão mal a uma pessoa. Permaneceram ali por mais duas horas, a maior parte do tempo em silêncio. Os dois estavam em batalhas internas para tentar entender essa conexão que parecia ser tão profunda entre eles, se acreditassem em alma gêmeas, diria que este era um perfeito caso. Robin nunca fora de justificar seus atos por tal conceito, inclusive em alguns momentos até criticava pessoas que o faziam. Lembrava-se de quando David viu Mary pela primeira vez, o amigo estava tão orgulhoso e batia no peito como aquela era sua alma gêmea e tudo que Robin conseguia fazer era pensar “que jeito horrível de querer justificar que você gostou de alguém pura e simplesmente por sua aparência”.

- Acho que é isso. - Robin disse por fim.

- Alguma suspeita de quem pode ser?

- É cedo demais para afirmar qualquer coisa. Fazia algum tempo que não pegava um caso assim. - A preocupação era visível no rosto do homem. Regina queria saber o que dizer, mas acreditava que nada aliviaria o peso nas suas costas, era um cargo que vinha com muitas responsabilidades. Os dois foram em direção a porta e alcançaram a maçaneta ao mesmo tempo, assim que suas mãos se encostaram, era como se uma forte onda elétrica tivesse alcançado seus corpos. Se entreolharam, Robin deixou-se mergulhar nos olhos negros da morena e tinha a sensação que ela estava tendo o mesmo momento. Inclinou-se para aproximar seu rosto do dela. Conseguia sentir sua respiração falha próximo de seu rosto e o cheiro de seu hálito fresco de menta. Concentrava todo seu esforço em não beijá-la naquele momento, não podia e sabia disto.

- Robin… - Regina sussurrou com a voz falha. O desejava tanto quanto ele. Por um momento quis jogar todas as consequências no lixo e simplesmente se entregar a ela por completo. O celular fez um barulho, indicando que uma mensagem tinha chegado. O homem tentou ignorar, mas o som continuou se repetindo, fazendo com que acordasse de seu transe e o buscasse no bolso.

    “Aonde você está?”, “Está tudo bem?”, “Está no trabalho?”, “Espero que esteja mesmo no trabalho e não no bar, Robin. Eu juro…”, “Que horas você vai chegar?”. Bufou. Se esquecera de avisar que ficaria até mais tarde no trabalho, mas também não entendia o porque das mensagens, não era como se nos últimos dois anos a esposa tivesse se importado com o que estava ou não fazendo. “Saindo da delegacia em breve”, respondeu por fim. Quando voltou o olhar para a sala, Regina não estava mais lá. Respirou fundo, o que diabos estava fazendo?

x-x-x

    A chuva caía incessavelmente, o frio estava congelante, o clima condizia com a dor que Regina sentia dentro de seu peito. Era a única que ainda estava lá, o restante dos convidados foram embora um a um. Passava a mão sobre a madeira maciça a sua frente, suas lágrimas eram misturadas em seu rosto junto com a chuva. Simplesmente não conseguia acreditar, seu mundo se perdera completamente. Estava sozinha, de novo. Queria encontrar forças para continuar com sua vida, mas naquele momento, toda a esperança havia se esvaído de seu corpo.

- Srta. Mills? - Um homem falou com a voz um pouco baixa, sabia que estava atrapalhando um momento difícil. A morena não respondeu, não queria conversar com ninguém. - Sei que este é um momento delicado, mas me pediram para entregar isso para a senhorita. - Então colocou um envelope branco nas suas mãos, antes que conseguisse ver seu rosto, ele desaparecera. Na frente com uma caligrafia perfeita estava a palavra “abra”, conhecia aquela letra, a vira milhões de vezes quando criança e muitas vezes desejou ter coordenação para ter uma letra tão linda. Não pela primeira vez no dia, faltou-lhe o ar para respirar.

“Se você está recebendo esta carta, significa… Bom, que estou morta. Sinto muito que você tenha que passar por isso, de verdade. Gostaria de fazer uma piada sobre para tentar aliviar o clima horrível que deve estar hoje, mas sei que você reviraria os olhos para mim e ficaria brava, então não irei. Essa não é somente uma carta do além, tenho um último pedido para fazer pra você. Por favor, Regina, vá embora de Storybrooke. Não olhe para trás, nunca mais volte. Mude seu nome, comece sua vida do zero, você merece encontrar a felicidade e ela não é neste lugar, menos ainda do lado desse homem. Sei que pode parecer que nada mais vai dar certo, mas preciso que você seja forte o suficiente por nós duas. Sei muito bem o responsável por eu estar dentro desse caixão, mas não quero que você se preocupe com isso, deixe este trabalho para os policiais. Vingança não cai bem a você. Acredite em quem tem muito tempo de experiência com isso. Sei também que sempre teve dificuldade em aceitar meus conselhos, mas estou implorando para que dessa vez o faça. No verso há um endereço, lá você encontrará uma mulher com tudo organizado para a sua vida recomeçar. Eu te amo muito, irmãzinha.

Zelena."


Notas Finais




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