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História Scars Of Talent - Chapter Fifteen


Escrita por: LordsBabe

Notas do Autor


Não me matem, pelo amor de Deus. Um capítulo bem grande pra compensar a demora.

Capítulo 15 - Chapter Fifteen


Logo as duas semanas se passaram e era chegado o dia do teste para o espetáculo. Mark estava confiante, sabia que tinha se esforçado durante aquele pouco período de tempo e esperava que quem o julgasse apreciasse o fruto de tanto trabalho. Não era fácil para ele lidar com tanta pressão, tendo em vista que aquele era o trabalho dele agora e ele queria dar seu melhor.

Em outras palavras, ele queria ser perfeito.

No final, é o que todos ali buscam. A aprovação de alguém para algo que sonham em fazer. Todos ali possuíam sonhos e metas a serem alcançados e aquele dia iria ser o início da realização disso para algum dos concorrentes. De repente, Mark viu sua confiança esvair-se de si. Mesmo que fosse bom, havia outros melhores e que estavam a mais tempo trabalhando na empresa, logo estavam mais acostumados a esse tipo de teste e saberiam melhor o que fazer para agradar aos jurados.

O Tuan estalou os próprios dedos, tentando não entrar em pânico. Olhou novamente para suas sapatilhas pretas, que contrastavam com o resto da roupa toda branca. Achou que, por mais simples que aquilo fosse, remeteria os jurados à diferença e ao conflito entre os dois cisnes que vivem em uma mesma pessoa.

Os números já haviam sido entregues, Mark Tuan era um dos primeiros, com um “4” estampado em um papel que havia sido colado em suas costas. Aquilo o deixava um pouco mais tranquilo, queria que aquele nervosismo passasse logo. A primeira pessoa já havia ido, mas era uma mulher, então não era uma possível concorrente. O número de homens ali era grande, apenas um pouco menor que o de mulheres, mas ainda era grande. 

E então chegou a vez de Mark.

O bailarino levantou-se de sua cadeira, levando seu pen drive, o qual continha apenas uma música. Moonlight. Era a única música que ele ouvia nessas duas semanas, completamente focado em dar seu máximo. Entrou na sala onde normalmente ensaiava com os outros alunos e viu que seriam três jurados.

Uma mulher desconhecida, seu professor e Im Jaebum.

O bailarino encarou os jurados à sua frente e logo fez uma pequena reverência, em respeito. Todos ali eram mais velhos que ele. Mark se viu novamente mexendo seus dedos quase freneticamente, tentando, de forma falha, amenizar seu nervosismo. A mulher, que aparentava ter por volta dos 50 anos, ajeitou os óculos que usava e encarou o Tuan, visivelmente entediada.

-Você é o número quatro? – a mulher perguntou e ele assentiu. – Me diga o seu nome.

-Mark Tuan. – tentou responder de forma confiante, sem sucesso.

-Você está fazendo teste para qual papel? – Mark tinha vontade de gritar de tão nervoso que estava.

-Para o papel do cisne. – por mais sutil que possa ter sido, o rapaz conseguiu ver Jaebum esboçar um pequeno sorriso.

-Então mostre o que sabe fazer. – Mark fez outra reverência antes de olhar para o homem que mexia no rádio.

Ele entendeu o olhar e foi até ele, pegando o pen drive. Como continha apenas uma música, logo estava tudo pronto para que ele começasse. O Tuan se pôs em posição e então acenou com a cabeça, dando o sinal para que a música começasse. Logo a melodia tão conhecida por ele invadiu seus ouvidos. Seus movimentos eram leves, sua expressão inocente. Puro, como aquele cisne branco deveria ser. Movia-se graciosamente, permitindo-se sorrir em alguns momentos. Seus braços eram o destaque daquela parte, fazendo movimentos fluidos e leves.

Mas logo o cisne negro tomava conta dele, tornando os movimentos mais marcados e os saltos mais ousados, talvez até mais brutos. O olhar também havia mudado, era frio e triste. Mark pôde perceber que havia atraído a atenção dos jurados. Jaebum o encarava como se fosse devorá-lo e aquilo o assustava um pouco.

E então vinha a parte da junção das duas faces do cisne. O conflito entre eles mesclava os dois temperamentos, o que o pequeno Tuan fez questão de deixar bem claro quando idealizou aquela coreografia. Mas o que assumia o controle no final era o cisne branco, sua real natureza pura, delicada e simples. Demonstrava sofrimento, por ter que abster-se de algo que fazia parte de sua personalidade e de sua essência, mas, ao final, seu semblante mostrava calma ao terminar na clássica posição do cisne. 

E então, vieram as palmas.

Mark ficou sem entender de onde vinha aquilo, até ele olhar para o lado. Havia esquecido completamente que existia uma janela que dava uma excelente visão da sala para quem estivesse no corredor. A maioria das pessoas que aguardavam, estavam aplaudindo.

E, no meio daquelas pessoas, estava Jackson Wang.

Ele o encarava com seus olhos vazios, mas sorria e também aplaudia. O Tuan jamais seria capaz de compreender o que se passava pela mente de Jackson naquele momento, mas se sentia mais tranquilo em vê-lo ali. Era uma pessoa familiar em meio a tantas coisas novas e o bailarino tinha dificuldades para se adaptar a novidades.

Voltou a encarar os jurados e eles estavam completamente diferentes de quando ele havia entrado naquela sala. A mulher parecia satisfeita. Seu professor anotava várias coisas em uma folha que ele só percebeu estar ali naquele momento. Jaebum sorria abertamente.

-Muito bom, Mark. Aguarde ali fora e, ao final dos testes, os resultados serão revelados. – dizia o empresário, ainda sorrindo. O homem que estava no som foi até ele, devolvendo o pen drive.

-Obrigado, senhor Jaebum. – disse o bailarino sorrindo e, após outra reverência, saiu da sala.

As mãos de Mark tremiam quando ele se sentou na cadeira. Só agora o efeito da adrenalina do momento havia passado, depositando sobre ele uma carga de várias emoções que ele não sabia que poderiam existir ao mesmo tempo. Nervosismo, alegria, medo, ansiedade, felicidade.

Respirou fundo. Sentiu alguém sentar-se ao seu lado e não precisaria olhar para saber que era Jackson. Um dos braços do loiro envolveu seus ombros em um abraço desajeitado e o menor paralisou. Levantou seu olhar, encarando o semblante sério e duro, típico de Jackson Wang. 

-Soube que seu teste era hoje. Você melhorou bastante, garoto. Está razoável. – disse Jackson, com a ironia nítida em seu tom de voz e Mark riu.

-Vindo de você, isso é mais que um elogio. Obrigado por vir, mesmo que eu não entenda o porquê. – Mark se recostou na cadeira, cansado.

-Não quero me afastar de você, garoto. Já tentei e não consigo. – admitiu o loiro, olhando para a sala, onde uma menina se apresentava.

-E o que Hyuna acha de tudo isso? – perguntou o Tuan, tocando no ponto frágil da história.

-Já disse para deixá-la fora disso. Esse assunto diz respeito a nós. – respondeu o Wang em tom de voz baixo e contido, mas visivelmente irritado.

-Quando você perceber que esse assunto não diz respeito apenas a nós, vai entender porque não podemos ficar juntos. – o mais novo tentou se afastar, mas Jackson não permitiu.

-Fique aqui. Não vamos falar sobre isso, só preciso ficar perto de você. – o Tuan viu o mais velho encará-lo de cima a baixo descaradamente. – Está muito magro, Tuan.

Para Jackson chama-lo de Tuan, algo grave deveria ter acontecido. Mas Mark não se achava magro demais. Depois do que Jaebum havia lhe dito, encontrou lugares em seu corpo onde poderia ficar ainda mais magro. Confiava em seu chefe e acreditava que ele não queria seu mal, então o que levou o Wang a falar daquele jeito?

O bailarino nada respondeu. Apenas ficou assistindo seus companheiros de trabalho, um a um, fazendo o teste para os diferentes papeis. Ele ficava bastante apreensivo, eles eram realmente muito bons. Voltava a mexer seus dedos, o nervosismo voltando a tomar conta de si.

Mas os testes logo acabaram.

Em menos de cinco minutos, o professor de Mark havia colado uma folha em um mural próximo à sala. Todos ali se amontoaram ao redor do papel, tentando ver para que papel haviam sido designados. O rapaz preferiu ir depois, não gostava de multidões e aglomerações de pessoas. Muitos saíam dali decepcionados, outros imensamente felizes. Jackson observava aquilo tudo alheio ao que estava acontecendo, mas perguntava-se se Mark havia conseguido. Quando não aguentou mais de curiosidade, o pequeno Tuan levantou-se da cadeira, indo até o mural e o sorriso que tomou conta de seu rosto foi o mais lindo que o Wang já havia visto em Mark.

Ele havia passado no teste.

A alegria do Tuan foi tanta que ele foi até o loiro, o abraçando forte. Não conseguia parar de sorrir, estava incrivelmente feliz porque tinha alcançado um de seus objetivos. Logo teria condições de dar uma vida melhor à sua mãe, longe daquele monstro que ele chamava de pai.

-Eu sabia que conseguiria, garoto. – disse Wang, retribuindo o abraço e aproveitando para sentir o corpo de Mark novamente contra o seu, após tanto tempo.

Ele estava magro demais e isso o assustava.

-Eu quero contar pra minha mãe! – disse o menor, sorridente. – Ela vai ficar tão feliz por mim, eu sei que vai.

-Vamos, eu te levo em casa. – disse simplesmente, fazendo Mark levantar-se. 

Não contestaria aquilo, afinal era bem melhor ir de carro do que de ônibus. Saíram juntos do prédio da empresa e se dirigiram ao carro de Jackson, logo entrando no mesmo. Por mais que se sentisse um pouco desconfortável por estar tão próximo ao loiro em um espaço tão pequeno como um carro, faria esse esforço para dar novas esperanças à sua mãe.

O caminho para a casa de Mark foi silencioso, mas não era incômodo. Os dois pareciam imersos em seus próprios pensamentos, até quando saíram do carro, mas algo despertou completamente a atenção deles.

O barulho de um tiro vindo da casa dos Tuan.

Mark correu, desesperado, e Jackson o seguia, temendo pelo que poderia ter acontecido dentro da residência. O moreno entrou em casa com rapidez e a cena que viu o levou de joelhos ao chão, em prantos. 

Seu pai estava encostado na parede da sala, com uma arma nas mãos.

Sua mãe a poucos metros de distância, com um tiro no coração.

O pequeno Tuan arrastou-se ao encontro de sua mãe, desolado. As lágrimas deixavam sua visão turva, mas ele abraçava a mulher com todas as suas forças, lamentando e gritando sua tristeza. Os soluços sacudiam seu corpo, mas ele havia perdido suas forças. Jackson já havia ligado para a polícia e agora ligava para uma ambulância, mas ainda estava em choque com a cena que presenciava.

A roupa branca de Mark Tuan estava manchada de vermelho. O sangue de sua mãe machava suas mãos, mas ele não se importava. Abraçava a mulher e a balançava levemente, como se ela estivesse a dormir e ainda chorava. O Wang, que antes apenas observava, foi até o pequeno e o abraçou. Mark retribuiu, desabando nos braços de Jackson, tentando encontrar nele uma fuga, tentando se convencer de que aquilo não era real.

O coração de Mark Tuan sangrava e aquela ferida aberta não seria fechada facilmente. 


Notas Finais


Joguei e saí correndo.


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