Ser frequentemente esquecida e ignorada não me machucava mais.
Havia me acostumado a maneira com que me rotulavam, sabia que não importava o que fizesse, nada seria capaz de fazer alguém prestar a atenção em mim, afinal, as minhas irmãs são melhores do que mim de todas as formas possíveis.
Talvez o meu sobrenome seja a única coisa memorável sobre mim, ou a única coisa da qual possa me orgulhar, e talvez o triste em tudo isso seja que tenha sido algo fora do meu controle.
É possível que tal pensamento tenha me feito desejar, mais do que tudo, ter nascido em uma outra família, sem irmãs para me machucar ou expectativas para atender, talvez então pudesse ser finalmente feliz.
Talvez só então poderia me orgulhar de ser eu.
Mas, como tudo que me incomodava, aprendi a lidar com a dor e a ignora-la, e apesar de saber que criar expectativas era inútil naquele ponto, ainda criava esperanças de que algum dia, eu fosse lembrada pelas gerações futuras por algo, assim como as minhas irmãs com toda a certeza seriam.
Eu ainda cultivava um pouco de positividade dentro de mim, tão secreta que as vezes nem eu conseguia vê-lo, mas aquilo me dava forças para continuar vivendo, me erguendo, e acreditando.
Aquilo me fazia ser Peggy Schuyler.
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