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História Schwach - ;é difícil soletrar de A para R;


Escrita por: ohmystress

Notas do Autor


a-m-o-r

Capítulo 1 - ;é difícil soletrar de A para R;


Um gole de café.

Três passos da porta até a cama.

O cobertor fino e curto que, ou cobre os pés ou cobre a cabeça.

Um despertador irritante.

A roupa é amassada e o cabelo meio duro, meio bagunçado.

Não sabe decidir entre uma fatia de bolo ou um croissant.

Embrulha aquela torta esquisita para mim, por favor.

Entra em um lugar que cheira álcool em gel e lavanda.

Ou aquele cheiro continua asqueroso ou a torta fez mal ao estômago.

 

Odeio essas suas roupas, Hyukjae. Odeio sua arrogância.

Eu não acho isso, pensa em dizer, não me demitiu até hoje.

Ao invés disso, ele ri porque, para ser sincero seu patrão é uma figura. E ele acha engraçado, engraçado como naquele homem (e em muito outros) a honestidade consegue andar lado a lado a ganância. Ele pensa que talvez e afinal seja também uma virtude. Mas é confuso então pega uns papéis e faz o que deve ser feito. Tic. Tac.

Ele não odeia sua vida ou as pessoas nas calçadas, janelas, escritórios e lençóis, só é meio... cansativo?

Tic. Tac. Tic.

Às vezes parece que uma bomba-relógio vai explodir a qualquer momento. E é isso, Hyukjae está cansado demais para se sentir assustado.

Tic. Tac.

Não está nem frio nem calor, mas ele sua um pouco.

Tic. Tac.

Até mais.

Até amanhã.

 

O caminho para a estação parece mais fresco.

Que horas são? Um senhor pergunta.

Olha para o pulso, mas não tem relógio ali.

A mesma de ontem, e de antes de ontem e...

Parece uma piada idiota, mas Hyukjae nunca falou tão sério.

São seis e quarenta.

Inventa depois de um tempo.

O barulho de ferro contra ferro no metrô é incomodo e ele vê Donghae.

E Donghae o vê.

Tudo bem, talvez não seja a mesma hora de ontem e antes de ontem e

É interessante voltar aos dezesseis anos.  Naquela época era tudo mais divertido e

Mais triste, também.

Mas Donghae sorri muito feliz, como sempre e sem nem ter motivo.

E Hyukjae o acha idiota, mas também bonito. Porque Donghae sempre foi bonito no sorriso hiperbólico e na ingenuidade palpável, nas ações e personalidade nada extraordinárias.

Donghae parece um filhotinho e isso pouco o irrita.

Lembra-se um tanto apreensivo e nervoso das roupas feias e dos cabelos compridos, as mãos ásperas alcançando alguns de seus dedos e de modo trêmulo encaixando a palma de suas mãos no peito esquerdo, no tapete do quarto.

A gente tá conectado, Hyukjae, e eu acho que te

Amor se torna fraqueza quando sai pela boca.

Oh, tudo bem.

É só que.

Não sente o mesmo?

Não, é que... Eu não posso ser sua luz, pessoas que se amam são isso, certo? Luz. Eu sou mais um travesseiro onde você pode cochilar por um tempo.

Ah, entendi. Você pode descansar em mim também, sabe?

É, eu sei.

Não sabe.

Sei.

E você não precisa se esforçar para ser legal, porque eu sei que você é um babaca, mas eu gosto de você mesmo assim, talvez por isso mesmo, tudo bem?

Tudo bem, Donghae.

 

Então Donghae se aproxima como se não tivesse o visto.

O cabelo é bem penteado e o olhar ainda brilha de um jeito tão pueril, é como se Donghae vivesse em outra dimensão ou fosse um fragmento perdido de Hyukjae.

Ele o encara, abre a boca em um O perfeito que Hyukjae até acharia idiota se não soubesse que ele havia guardado aquela expressão sincera só para quando estivesse em sua frente.

E Donghae fala muito, sobre a esposa, a filha, o cachorro de um nome estranho, o trabalho, a adolescência. Donghae tem muita naturalidade ao falar do passado e mais ainda do presente. E Hyukjae sorri demais, sem nem perceber. Que legal, Donghae-ssi.

Fazem o que? Doze anos?

Hyukjae concorda, mas nem tem certeza.

Como você está?

Bem, Donghae-ssi.

Conta sobre a ex-namorada que tinha uma banda realmente ruim e sobre como ela jogou um vaso de flores em seu rosto, porque talvez assim Donghae risse bonito.

Você foi malvado, Hyukjae.

Donghae ri.

Eu nunca fui malvado, vocês que perderam a cabeça.

Donghae não ri.

Você precisa descansar, não?

Hyukjae, então, é quem ri. Seco mas também sincero.

Não há travesseiro, só um cobertor fino que, ou cobre os pés ou cobre a cabeça.

E Donghae se afasta, acena e sorri. Sem seu número de telefone ou um até logo.

Donghae é muito bonito, mas também vai embora. De novo e

Tudo bem.

Fica mais um pouco, pensa em dizer, mas soa tão, tão patético.

Não me desculpe, então. Ele grita, grita até perceber que a voz não está saindo, na verdade.

E Hyukjae o observa sumir entre dezenas de pessoas, com as mãos nos bolsos do casaco.

Oh, Donghae continua sendo sensível ao frio.

 

Hyukjae perde dois metrôs e a maior parte do tempo sentado na escadaria da estação. Até tomar coragem para pegar um ônibus.

Chega em casa e cozinha macarrão instantâneo.

Nós estamos conectados, Hyukjae, e eu acho que te

Me amava.

Três passos da porta até a cama.

O cobertor fino e curto que, ou cobre os pés ou cobre a cabeça.

Um despertador irritante.

A roupa é amassada e o cabelo meio duro, meio bagunçado.

Tic. Tac.


Notas Finais




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