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História Schwarzwald - Floresta Negra - Capítulo 7


Escrita por: littlesenhorita

Notas do Autor


Antes de começar, eu sinto que tenho que agradecer muito às pessoas que estão comentando! ♥
Obrigada por deixar pequenos comentários, ou grandes, isso me incentiva muito! Estou dando o melhor de mim nessa fanfic, e fico muito feliz que vocês estão gostando!
Obrigada mais uma vez! ♥ como forma de agradecimento essa semana eu posto mais um capítulo! ♥
E um pequeno aviso: estamos chegando na reta final da fanfic! ao final dela eu tenho um pequeno anúncio para fazer, e espero que vocês gostem, mais uma vez! ♥
Agora, vamos ao capítulo! :3

Capítulo 7 - Capítulo 7


Os meninos estavam todos se recuperando bem, mais rápido do que eu esperava. Mabelle me explicou que lobisomens são diferentes de humanos, e sua capacidade de cura é muito mais rápida do que o normal. Em questão de horas os rapazes já estariam bem, somente Wonho precisaria de dois ou três dias.

Um dia se passou depois da luta, tempo o suficiente para eles ficarem fortes novamente. A casa agora estava mais viva com as risadas de Minhyuk, palhaçadas de Changkyun e todo o barulho que eles faziam juntos.

Conversamos muito tempo, e os meninos tomaram conhecimento do meu passado complicado com minha família, da forma como fui despachada para outra cidade a fim de aliviar os problemas deles, das minhas amizades nada saudáveis e dos meus vícios.

E eu, por minha vez, finalmente descobri quem era Marcus. Um lobisomem mais velho e experiente que os sete, padrasto de Changkyun, antigo Alpha deles.

― Sabe aqueles lobisomens maus que você vê nos filmes? Que te caçam a noite? – Minhyuk disse, – Esse é o Marcus. Ele é ruim, mau e obsessivo.

Estávamos todos na sala, apertados no meio de dois pequenos sofás, várias almofadas e um colchão grande no chão, entre os sofás. Eu estava sentada ao lado de Jooheon, e quando Minhyuk terminou de falar, o vi estremecer de medo.

Cheguei mais perto de Jooheon, e encostei a minha cabeça no ombro curado dele. Senti ele ficar tenso com o meu gesto, mas eu continuei encostada. Os meninos me traziam uma sensação de paz, de aconchego, e eu adorava aquilo.

― E o que aconteceu entre vocês e ele? – Perguntei, enquanto agarrava um dos cobertores que Mabelle tinha nos cedido.

― Como você sabe, nós não somos irmãos. Na verdade, nós nem nos conhecíamos antes de Marcus. – Kihyun respondeu.

― Somos de cidades diferentes, muito distantes da floresta. A maioria foi trazido para cá, por Marcus. – Changkyun respondeu, – Ele casou com a minha mãe, e depois de alguns meses, nos mudamos para a casa da floresta. Os outros já estavam lá quando eu cheguei.

― Marcus era o tipo de homem que convencia as mulheres a fazer tudo o que queria. Desde o começo, eu nunca gostei dele. Minha irmã estava passando por um momento difícil, com a morte do pai biológico de Changkyun, e quando Marcus apareceu, ele virou a cabeça dela, de um jeito que ninguém mais a reconhecia. – Mabelle disse.

― Mas isso foi a muitos anos, quando eu ainda era bem pequeno, então eu lembro de pouca coisa. Para mim, desde que eu me lembro, o bando é minha família. – Changkyun disse.

― Quando minha irmã mudou para a floresta, ela sumiu. Não tivemos mais notícias dela, nem de Changkyun. Depois de alguns meses, ela apareceu aqui em casa, apavorada, pedindo por ajuda. Ela disse que Marcus era um assassino, um psicopata. Que nunca deveria ter casado com ele, e que os meninos estavam sofrendo. Eu não fazia ideia do que ela estava falando, até que consegui acalmar ela, e saber de tudo o que estava acontecendo.

“Marcus mudou do vinho para a água quando eles chegaram na casa, minha irmã disse que finalmente ele mostrou quem era. Marcus contou que era um lobisomem para minha irmã, e ela não aceitou. Ele ficou furioso e a forçou a ficar na casa, junto com os sete meninos. Durante meses ele fez coisas horríveis com eles. Ela tentou fugir para pedir ajuda.”

― Minha mãe foi morta naquele dia. – Changkyun disse, evitando o olhar de todos.

― Ele veio até aqui, arrastou minha irmã para fora, e eu nunca mais a vi. – Mabelle disse, os olhos enchendo de lágrimas, – Eu procurei ajuda, tentei achar a casa na floresta, mas ninguém acreditou em mim, nunca consegui fazer nada pelos meninos e por meu sobrinho, até que um dia, anos depois, Shownu apareceu na porta da minha casa, com Changkyun ao lado.

 ― Marcus fez o mesmo conosco. – Shownu disse, – Com Changkyun foi através da mãe, alguns de nós ele convenceu, outros ele ajudou e atraiu até aqui.

Oh, meu Deus...

― Nós crescemos juntos, sob o comando dele como Alpha. Ele nos treinava e nos obrigava a fazer tudo o que ele queria, desde caçar outras raças, lutar com outros lobisomens para aumentar o território dele, até matar humanos. – Minhyuk falava, olhando para o chão. Eu notei nitidamente a tristeza em sua voz.

Meu coração rasgou. Eu não poderia imaginar ele fazendo qualquer coisa ruim, muito menos matando alguém. Não conseguia imaginar nenhum deles fazendo nada de ruim. Eles eram tão gentis, tão honestos, como alguém poderia forçar meninos tão bons a fazer coisas tão ruins?

Meu ódio por Marcus só aumentava.

― Só que com o passar dos anos, Shownu e Wonho estavam começando a ficar mais fortes, e Marcus percebeu. – Kihyun disse.

― Ele tentou me matar, para evitar uma rebelião. Eu desafiei Marcus e venci, ferindo-o gravemente, mas não tive coragem de matar ele. Isso foi a três anos atrás. – Shownu completou, esfregava as duas mãos, evitando olhares também.

Senti meu coração apertar ainda mais.

Os meninos viveram anos sob a liderança de um psicopata, um maníaco, e ainda conseguiam ser tão amáveis e gentis. Eles tinham tudo para serem maus, mas optaram pela bondade.

― Desde então vivemos só nós sete, com Shownu como Alpha. Mas a gente sabia que, uma hora ou outra, Marcus iria voltar para tentar nos subjugar novamente. Somos fortes, e ele quer usar isso em benefício próprio, mais uma vez. – Jooheon completou.

Eu apertei o punho em volta do cobertor.

― Vocês passaram por tantas coisas, e ainda assim são tão amáveis. – Os seis me olharam, – Isso é tão admirável.

― Admirável é você aguentar toda essa enxurrada de loucura em três dias! – Changkyun disse, seu tom brincalhão voltando.

― Eu sou durona! – Disse, levantando um dos braços e forçando o músculo do bíceps, mas nada apareceu.

Os rapazes deram risada, e Mabelle sorriu, secando as lágrimas que deixou escapar. Para minha surpresa, Jooheon envolveu os dois braços em volta de mim, num abraço de urso. Eu retribuí o gesto, e segundos depois os outros se juntaram ao abraço. Naquele momento eu senti algo incomum para mim: o afeto de pessoas que se amavam, que se importavam umas com as outras. E eu estava inclusa nesse meio.

Assim, as horas passaram e o dia foi escurecendo novamente, aos poucos.

Os meninos decidiram que iriam atacar o mais rápido possível. Por mais que tivessem ferido o bando intruso, logo os jovens lobisomens se recuperariam, assim como eles. Eles precisavam correr contra o tempo, se quisessem vencer.

Exigi voltar com eles. Queria encarar Marcus, mostrar para ele que não era fraca. Iria fazer ele pagar por tudo o que tinha causado.

Contra todos os protestos dos meninos, Shownu atendeu ao meu pedido, e montamos um plano. Os meninos iriam aproveitar minha presença para incitar os lobisomens jovens, causando ainda mais desorganização entre os intrusos.

Sentada ao lado da cama onde Wonho dormia, eu repassava o plano mentalmente, várias vezes. Borboletas voavam no meu estômago, e eu sentia a adrenalina começar a percorrer meu corpo, antes da hora.

Na tentativa de acalmar meu coração disparado, eu tomei a liberdade de entrelaçar meus dedos nos de Wonho, discretamente. Senti falta de seu olhar sério, das palavras firmes que ele havia usado para acalmar minha respiração, dias antes.

Olhei o ferimento no pescoço, que estava muito melhor. Mabelle sedou Wonho somente por algumas horas, tempo o suficiente para que ele pudesse se recuperar perfeitamente, sem muita dor.

Agora, ele dormia mais um pouco, afastando o resto do sedativo natural. Ele acordou algumas vezes, mas somente Shownu e Mabelle atenderam aos seus chamados, o que me deixou um pouco impaciente, para minha própria surpresa.

Porém, antes de sairmos para a floresta, de encontro a um novo embate, eu quis vê-lo. O Alpha autorizou, e eu entrei no quarto, na esperança de encontrar Wonho acordado, mas ele ainda dormia.

As mãos de Wonho estavam quentes, era reconfortante sentir o calor sob a pele dele, saber que ele estava se recuperando sem problemas. Meu olhar passou de seu pescoço, para a expressão serena em seu rosto.

Eu sorri ao ver a beleza natural de Wonho sobrepor todos os roxos que ele tinha. A pele clara dele formava um contraste estranhamente bonito com os machucados.

Afastei pequenos fios de cabelo que estavam grudados na testa dele, por causa do suor, e repousei a mão livre no braço forte dele, sentindo o músculo do bíceps sob o toque. Encostei a cabeça no colchão, e sorri mais uma vez.

Wonho era forte, o que ficou claro desde a primeira vez em que eu o vi. Ele não era tão forte quanto o Alpha, mas ainda assim, os músculos eram perfeitamente esculpidos em seu corpo. Lembrei de suas mãos na minha cintura, me levantando no ar, e achei graça.

Trilhei meus dedos pelo bíceps até o peito dele, que subia e descia lentamente, num ritmo reconfortante. Repousei minha mão sob seu coração, e fechei os olhos, sentindo as batidas nas pontas dos meus dedos.

Havia barulho pela casa, os rapazes se preparando para sair, vozes ecoando no corredor. Eu ignorei tudo, e me concentrei na respiração firme de Wonho.

Foi quando ele apertou minha mão.

― Preocupada?

A voz dele me trouxe de volta, e eu tirei rapidamente minha mão livre do peito dele. Wonho foi rápido e agarrou ela, imediatamente, forçando meus dedos sob sua pele. Nossos olhos nos encontraram, e eu senti o mesmo arrepio que percorreu minha espinha quando vi a tatuagem na coxa dele, duas noites atrás.

― Desculpe te acordar.

― Não foi você, foi a voz estridente dos outros. Pode fechar a porta, por favor?

Desviei os olhos dele, e me levantei. Fechei a porta silenciosamente, e quando virei novamente para a cama, encontrei Wonho tentando sentar.

― Wonho! Não, você precisa ficar deitado!

Ele ignorou meus protestos, e sentou na cama, encostando na cabeceira. O cobertor amontoou em sua cintura, e ele afastou o tecido. Uma parte da tatuagem apareceu novamente, escondida debaixo do shorts preto que ele usava, e eu tentei evitar olhar para ela.

Dando pequenos tapinhas no colchão, ele me chamou.

― Vem cá.

Eu caminhei de volta para a cama, e sentei ao lado dele. Estávamos perto demais, e eu tentei inutilmente não ficar encarando suas penas descobertas, e os machucados nelas. Subi meu olhar pelo corpo de Wonho, e tentei afastar a lembrança de seus gritos, quando repousei os olhos nas ataduras em seu tronco.

― Você está melhor? – Eu perguntei, desviando o olhar para minhas próprias mãos, enquanto mexia nas unhas.

― Olhe para mim. – Ele disse, ainda sério.

Eu não consegui negar, e levantei o rosto. Nossos olhos se encontraram novamente, e algo estalou dentro de mim.

― Eu estou bem. Quero saber como você está. Shownu me disse que você vai voltar com eles.

― Vou.

― Não se precipite. Você nunca fez isso antes, essa ideia vai acabar muito mal.

Eu notei a preocupação no tom de voz dele.

― Eu vou ficar bem. Quero ajudar vocês.

― Você já fez isso enquanto cuidando de nós.

Eu sorri e olhei novamente para baixo, achando graça em como os meninos nunca falavam deles próprios de forma individual. Era sempre “nós”, “a gente”, e nunca somente “eu”.

Uma das mãos de Wonho subiu em direção ao meu rosto. Ele a encaixou perfeitamente a palma da mão na minha mandíbula, na altura da orelha, e puxou meu rosto para perto. Seus dedos longos tocavam a parte de trás do meu pescoço, enquanto o dedão separava meu lábio inferior do superior, gentilmente.

― Prefiro você sorrindo.

Senti meu corpo estremecer com o tom de voz grave. Uma corrente elétrica arrepiou minha pele, e eu senti uma necessidade de encostar mais nele. Levei uma de minhas mãos até o peito dele, novamente. Nossas testas se encontraram, e Wonho suspirou.

― Não vá. Fique aqui. Eles vão resolver isso logo, você não precisa fazer nada.

Eu gesticulei negativamente com a cabeça.

― Preciso olhar nos olhos de Marcus, quando ele perceber o tamanho do erro que cometeu, ao machucar vocês.

Wonho sorriu, seus lábios a poucos centímetros dos meus.

― Você falou como um lobisomem, agora.

― Isso é culpa de voc-

Não cheguei a terminar a frase. Wonho me puxou, e nossos lábios se encontraram.

Eu me assustei um pouco com a surpresa, mas logo aceitei o contato físico, com muito mais facilidade do que esperava.

Wonho foi gentil no começo, os lábios macios tocando os meus num gesto claro de afeto. Ele me beijava lentamente, num ritmo preguiçoso, como se quisesse estender o prazer no tempo, infinitamente. A sensação era deliciosa, e eu aproveitei cada segundo, enquanto subia uma de minhas mãos até seu ombro apertando gentilmente a pele, para evitar machucá-lo.

Wonho entendeu meu gesto como um sinal verde para continuar, e rapidamente desceu as duas mãos para minha cintura, me levantando. A forma gentil como ele me tocava me fazia querer seguir sua vontade, então deixei que ele me guiasse até seu colo, e sentei em suas coxas, de frente para ele, minhas pernas separadas envolvendo sua cintura.

As mãos de Wonho subiram pelas minhas costas, e uma repousou em minha nuca, enquanto a outra acariciava lentamente a linha da minha espinha dorsal. Minha pele arrepiou, e eu cheguei mais perto, gemendo baixo entre seus lábios. Apertei os dois ombros de Wonho, e senti a pele quente sob meus dedos.

O beijo aprofundou e logo eu provei da boca dele, sentindo o prazer do choque de nossas línguas. Wonho gemeu grave com a sensação, e eu sorri em seus lábios. Minhas mãos subiram lentamente de seus ombros para o pescoço, tomando cuidado com o ferimento.

Wonho colocou uma das mãos sobre minha coxa, e apertou gentilmente, me incentivando a continuar com as carícias. Eu comecei a massagear a pele sensível, onde o cabelo aparado nascia, e ele adorou a sensação, me puxando com força de encontro ao seu corpo.

Assim que nossos corpos se chocaram, o beijo foi imediatamente interrompido.

Wonho contorceu os lábios com a dor, e eu me afastei imediatamente. Eu devo ter machucado ele, com o impacto. Ele arqueou as costas agarrando com força o lençol com uma mão, repousando a outra livre sobre as costelas. Desci de seu colo, e fiquei de pé ao lado da cama.

― Oh, meu Deus, eu te machuquei! Você está bem? Vou chamar Mabelle, esp-

Eu começava a virar as costas para atravessar o quarto até a porta, quando Wonho segurou meu braço com força.

― Não. Eu já vi a cara dela demais. Não quero ela aqui.

Eu paralisei e fiquei de pé, ao lado da cama, observando Wonho tentar superar a dor por conta própria. Alguns minutos depois, ele me puxou para perto novamente, e eu sentei na cama, mais uma vez.

― Eu não vou ficar em paz enquanto você não voltar.

Eu passei a mão na testa dele, puxando o cabelo para trás.

― Eu vou voltar, e trazendo um presente. – Sorri, sarcástica.

Wonho entendeu o significado da minha frase, e sorriu, balançando a cabeça ao mesmo tempo.

― Você definitivamente não bate bem da cabeça.

Eu deixei um beijo de leve na testa dele, enquanto ele mudava a expressão sorridente para séria.

Levantei da cama, e caminhei até a porta. Antes de girar a maçaneta, eu virei para trás, e cravei na mente a imagem de Wonho sentado na cama, me olhando com preocupação. Olhei uma última vez para as ataduras em seu corpo, e para os lábios levemente vermelhos e inchados. Virei de costas para ele, e abri a porta.

Coloquei dois dedos sobre meus próprios lábios, sorrindo, apesar do que iria enfrentar em alguns minutos.

Ah, eu vou voltar. Com certeza.



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