História Scream School - Interativa - Choque, pilastras, jogos e canários

{Gary}

Corro até Carla, ela não parava de tremer, tiro as algemas e a abraço fortemente, e em meu ombro ela começa a chorar e a tremer mais ainda.

- Vai ficar tudo bem... - Consigo dizer

Continuo abraçando ela com uma mão e com a outra pego meu celular e ligo para a polícia. Relato o que aconteceu. O policial diz que irá vir o mais rápido possível. Pego Carla em meus braços e carrego ela até o banheiro, ela não consegue parar de chorar. Me sinto um pouco culpado por ter deixado ela em minha cama, mas pelo menos ela não morreu. Ligo o chuveiro e tiro o resto das roupas dela, colocando-a debaixo da água quente, pego uma esponja e começo a esfregar o sangue que estava em seu corpo, não falamos nada, ela obviamente estava em choque. Penso em como vou contar a meu tio que sua filha morreu, isso não importa tanto agora, por enquanto vou cuidar de Carla.

- N-não deixe que eles me levem até a delegacia - ela pede com um sussuro, sua voz falha um pouco - Não agora, não hoje.

Assinto com a cabeça, não sei se isso seria possível, a polícia não é muito gentil e eles estão desesperados tentando descobrir quem é o assassino rapidamente. Termino limpar ela, seco e visto-a com um moletom meu, grande o suficiente para cobri-la.

- Obrigada - ela diz baixo

A polícia chega, um dos políciais me pergunta o que aconteceu, enquanto os outros vão tirar o corpo para fazer a Autópsia, relato tudo o que sei, por mais que eu tenha dito eu terei que depor na delegacia, juntamente com Carla. Enquanto os policiais vasculham o quarto a procura de pistas Carla fica sentada no canto do quarto com a cabeça baixa.

- Ela está em choque - digo para os policiais - Ela não está bem para depor, não hoje.

- Tudo bem - Ele diz - Mas estejam amanhã de manhã cedo para deporem, os dois

Assinto e vou até Carla me sentando ao seu lado, ela escora a cabeça em meu ombro e começa a chorar novamente, ela não havia parado de tremer ainda.

- Me leve para casa - ela pede

E é isso que faço, quando chegamos lá levo Carla até seu quarto e explico aos pais dela o que aconteceu rapidamente, peço para que não façam perguntas, depois volto e me deito ao seu lado na cama, fico lá até ela adormecer e antes de ir embora peço aos pais dela que me liguem se acontecer qualquer coisa e depois vou embora.

{Povs Anna}

Sky, Harleen e Melanie estavam comigo em meu quarto, estavamos comendo pipoca e tentando fazer coisas normais de adolescentes normais como ver filmes, ler revistas idiotas e fofocar sobre a escola, só tinha um problema: Estavamos completamente fora da normalidade. Ouço a campainha tocar, devia ser Lenna. Havia convidado ela, pois além de precisar se enturmar, ela era uma boa pessoa. Ultimamente eu andava pensando em me afastar das pessoas, com medo de que elas podessem ser levadas pela faca daquele filho da puta, mas eu não posso me render a isso, eu sou mais forte do que toda essa soma de cãos, eu precisava ser mais forte.

Levanto indo atender a porta.

- É o Luck ? - Sky pergunta

- Não, ele anda um pouco ocupado ultimamente. É Lenna, sabe, a garota nova - Respondo

- Ah sei, aquela estranha que me abraçou no corredor - ela diz sorrindo

Eu estava feliz por ver Sky tão alegre ultimamente, Harleen e Mel pareciam felizes ultimamente também, eu estou feliz por ter elas por perto, é como se elas, Luck e Gary fossem pilastras que me impedissem de cair, eu serei eternamente grata por isso.

Abro a porta e me deparo com uma Lenna com um saco de Marshmellows.

- Hello Anna - ela diz entrando e sorrindo, demoro um pouco para responder ``hello Anna´´ definitivamente não é o melhor jeito de me comprimentar, não a culpo, ela não teria como saber disso.

- Oi Lenna - Digo me afastando dos pensamentos - As garotas estão no meu quarto, venha.

Pego ela pela mão e arrasto-a pro meu quarto

~Quebra de tempo~

Estavamos nos divertindo, Lenna nos contou sobre sua antiga cidade enquanto comiamos marshmellows e falavamos besteiras. Meu celular toca, era Gary. Vou até a varanda para atender.

- Oi Gary, tudo bem? - pergunto

- Não, Carla... - ele diz isso com uma voz um pouco triste

Antes que ele possa me contar o que havia acontecido a ligação cai e só consigo ouvir aquele barulho irritante do telefone. Quando eu ia ligar de novo recebo outra ligação, sabia quem era logo de cara, meu velho amigo. Penso em não atender, mas isso resultaria em alguma morte. Atendo.

- Hello Anna, sentiu minha falta? - a voz modificada diz - Espero que tenha gostado do seu presente de Natal.

Sinto um arrepio percorrer o meu corpo.

- O que quer? O que fez com Carla? - pergunto tentando fazer com que minha voz saísse firme

- Ah a sua amiguinha, ou devo dizer, nem tanto agora, achei que não se importaria - a voz continua - Eu estava pensando em jogar um pouco de caça ao tesouro, a primeira pista está no bolso do seu casaco preto, vejo você mais tarde...

Ele desliga. Merda, mais uma vez vou ser vitíma daqueles joguinhos estúpidos.

Vou até meu meu quarto novamente, pego meu casaco.

- Meninas Luck me ligou ele precisa de ajuda com algumas coisas - minto - Mas podem ficar aqui, está ficando tarde.

- Okay, se cuida - Melanie diz

- Não volta muito tarde - Sky pede

Harleen e Lenna me dão tchau e sorriem.

Respiro fundo e saio pela porta da frente sendo recebida pela brisa noturna, era 22:00. Coloco a mão no bolso e encontro a primeira pista.

`` A primeira vitíma foi muito fácil e fraca, o que foi um tanto decepicionante, encontre a cova antes que seja tarde´´

- Sr. Baker...- sussuro

Essa foi facíl, mas eu não sabia em qual maldito cemitério o corpo estava. Pego meu telefone e ligo para a escola, a nova secretária atende.

- Olá Sra. Milles, aqui é a Anna, eu e alguns alunos estamos planejando fazer uma biografia do Sr.Baker e estamos planejando levar flores também, pode me dizer em que cémiterio o corpo foi enterrado.

- Olá Anna, muito gentil da sua parte e dos seus amigos, o corpo foi enterrado no cemitério Good Travel - ela responde

- Obrigada, até mais - digo e desligo o telefone

Vou correndo até o cemitério eram á 10 quarteirões da floresta da cidade, nem longe, nem perto.

Chego arfando e suando, o local estava obiviamente fechado, pulo o portão que havia ali sem dificuldade, ligo a lanterna do celular e começo a procurar a cova. Senhor Baker em que buraco você se meteu.

Uma meia hora depois encontro a lápide e ali estava a pista do lado da foto sorridente dele, ele estava sentado em sua antiga sala da escola, segurando uma caneta, parecia o diretor mais feliz do mundo. Pego a pista, ouço algumas vozes ``tem certeza que viu uma garota entrando aqui Charlie´´ a outra voz responde ``Sim, eu não estou ficando louco Will´´ . Saio correndo não queria ficar para ouvir o resto, volto até o portão e o pulo novamente. Olho para trás e vejo os dois caras atras dos portões ``Ei menina volte aqui´´ um deles grita.

No segundo bilhete estava assim:

`` Com 12 anos você vendeu sua casa de bonecas, não gostaria de saber onde ela está? Na floresta á uma trilha com passáros mortos, siga-a e encontre a terceira pista.´´

Não acredito que vou ter que correr 10 quarteirões de novo, que maldito. Carla terá que ser eternamente grata por mim. Esses jogos são cansativos.

~Quebra de tempo~

Chego na floresta, encontro a trilha de passáros mortos, é engraçado quando eu era menor eu adorava ouvi-los cantar e sempre tentava pega-los em minhas pequeninas mãos, um dia até mesmo ganhei um canário de minha mãe. Como o assassino poderia saber disso? Seria apenas uma conhecidência? Não, não acredito nisso.

{Flashback onn}

- Mamãe, por que os passáros cantam - pequena Anna perguntou

- Para alegrarem os anjos querida - sua mãe respondeu

- Um dia eu serei um anjo mamãe? - a garotinha perguntou com o seu olhar curioso de sempre

- Sim querida, e eu também serei um anjo um dia também - a mais velha respondeu - Mas mesmo quando eu estiver lá em cima, eu estarei cuidando de você.

- Eu te amo mamãe - pequena Anna envolveu seus pequenos braços na cintura da mãe a abraçando-a - Mas os passáros também podem cantar alegrar para os vivos certo?

- Sim minha pequena, e você é como se fosse o meu passarinho sempre me alegrando - A mãe depositou um beijo na bochecha da filha.

No outro dia a mãe de Anna chegou em casa com um pequeno canário em uma gaiola branca para a filha, Anna sorria de orelha a orelha, estava muito feliz. Ela nomeou o bicho de Sunshine, acordava cedo com o canto do animal, ela amava aquilo, e a Mãe dela adorava a felicidade que o pequeno animal proporcionava em sua filha.

Alguns meses depois quando a mãe de Anna teve sua saniedade roubada pela morte do marido e a perda do seu filho, ela quebrou o pescoço do animal com raiva.

``Vou fazer com o seu precioso passáro o que fez com o meu filho, seu monstro´´ ela dizia com ódio para a filha

``Não mamãe, por favor, ele está cantando para o papai o papai gosta do canto dele´´ Anna disse chorando

``Não fale do seu pai assim, sua imbecil, ele com certeza morreu de desgosto. Quer dizer olhe para você, pequena mostra assassina´´ Mrs. Duval disse tremendo e chorando de raiva e assim quebrou o pescoço do animal que não teve nem tempo de choramingar.

Anna foi para o seu quarto chorando. Enquanto a mãe acendia um cigarro, tragou fundo, com o isqueiro ainda em mãos, ela botou fogo no corpo do animalzinho.

{Flashback off}

A trilha levou a minha antiga casinha de bonecas que parecia estar intacta, me aproximo dela e me ajoelho na grama, abro-a e encontro bonecas nuas sem cabeça. Havia uma boneca muito parecida com a minha mãe em seus melhores dias, chegava a ser bizarro, também tinha o corpo de um passáro parecido com meu antigo canário com o pescoço quebrado da mesma maneira. Ele queria me torturar com lembranças, estava conseguindo.

Pego a terceira pista e fecho a casinha com certa força.

``Essa é a última pista e com certeza a mais complicada, vá até o rio de Lakewood e leve uma pá, o corpo decapitado da sua mãe te espera, pegue o que está enterrado e venha me encontrar, lembre-se: Eu posso matar sua amiguinha a qualquer instante´´