Acordei assustada, depois de ter um pesadelo. As lágrimas grossas e quentes se misturavam com as gotas de suor que escorriam pelo meu rosto, enquanto eu tentava desesperadamente recuperar o fôlego. Minhas mãos, completamente suadas e tremulas, se agarravam a barra do cobertor, como se tentassem achar um pouco de segurança.
Era sempre o mesmo pesadelo, que me acordava quase todas as noites e me fazia passar por maus bocados durante a madrugada, tendo crises devido ao pânico que aquilo tudo me causava.
No meu pesadelo, sombras negras me perseguiam por uma floresta escura, gritavam meu nome e quase me tocavam, enquanto eu corria desesperadamente, com lágrimas e gotas de sangue tampando a minha visão. Eu corria o mais rápido que podia, mas acabava caindo no chão depois de tropeçar em algo e quando as sombras iam me pegar, eu acordava gritando. Eu nunca chegava no final, nunca conseguia ver o que as sombras iam fazer comigo, mas tudo o que eu via já era o suficiente para me deixar em completo estado de pânico.
O que mais me assustava era que não parecia ser apenas um pesadelo, perecia ser algo real que eu sentia na pele assim que fechava os olhos, como se não fosse apenas uma criação da minha mente para me perturbar.
Faziam três meses que eu estava tendo esse pesadelo. Quase todas as noites, pelo menos três vezes por semana, minha mãe e minha irmã mais nova corriam até meu quarto depois de ouvir meus gritos durante a madrugada. Elas sempre tentavam me acalmar, dizendo que era apenas fruto da minha imaginação e que logo tudo passaria, mas nunca passava, sempre se repetia e parecia ficar cada vez pior.
Depois de alguns minutos, recuperei o fôlego e sai do meu quarto, torcendo para não acordar ninguém com o barulho dos meus passos. Fui para a cozinha tomar um pouco de água, já que sentia minha garganta doer de tão seca que estava.
Quando estava voltando para o quarto, passei pela sala e percebi que a janela estava aberta, fazendo com que o ar gelado da noite entrasse dentro de casa. Hesitei um pouco mas acabei indo até a janela e tentei fechá-la, mas era simplesmente impossível encontrar o cadeado. Ouvi uma movimentação nos arbustos do jardim e quando olhei para frente, uma sombra estava parada, apontando em minha direção. Pisquei incrédula e quando olhei novamente, a sombra não estava mais lá. Fechei a janela e a cortina como pude, e me virei para ir em direção ao meu quarto, mas parei no mesmo segundo em que vi a sombra dentro de casa, parada na minha frente.
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