História Se Lembra, Soldado? - Lembranças?

Eu estava preso entre duas memórias, e isso tornou-se perturbador.
Ao meu redor, embora alguns rostos me parecessem familiares, não os reconhecia. Minha mente estava transtornada, e meu semblante, confuso.
"Quem são eles?", perguntava a mim mesmo. Olhava ao meu redor, com os olhos arregalados, e minha mente permanecia inquieta.
Um homem alto, de olhos e cabelos claros, abaixou-se na minha frente. Encarei-o, já enfurecido. Eu queria sair dali.
Com um tom tranquilo, olhando no fundo dos meus olhos, disse: "Sou eu. Steve. Steve Rogers. Você realmente não se recorda de mim? De nossas lembranças?"
Sentia meu coração saltitando. "Lembranças?", essa pergunta ecoava dentro de mim.  Apesar da sensação estranha, ignorei-a, e apenas dissenti. Ele voltou-se a levantar.
Olhei para os lados. Uma porta. Sem pensar duas vezes, saí correndo daquela sala com iluminação esverdeada e equipamentos antigos.
Sentei-me próximo a uma árvore. Eu respirava com dificuldade, meu coração estava a mil. Juro que não estava delirando. Não estava mais aguentando toda aquela pressão.
Avistei um homem vindo em minha direção. Não era Steve. Ele tinha o cabelo grisalho, utilizava óculos grandes e redondos, e parou diante de mim.
"Você não podia ter saído daquela forma!", disse ele. Não consegui identificar as emoções em seu semblante.
Não retruquei.
"Eles poderiam ter vindo atrás de você.", continuou ele.
"O que você quer?", fui direto ao ponto. Eu sabia que ele tinha algo a me dizer.
"Meu nome é Hebert. Sou psiquiatra.", disse, estendendo a sua mão para cumprimentar-me.
"EU NÃO SOU LOUCO!", enfureci. Eu não queria mais ouvir uma palavra sequer vinda daquele cara.
Eu não estava louco. Aquilo não era distúrbio psiquiátrico ou coisas do gênero. Eu não estava louco!
 Voltei a correr, para um local ainda mais distante.
"JAMES BARNES! VOLTE AQUI! VOCÊ NÃO ESTÁ LOUCO!", ele bem que tentou, mas sua voz já estava quase inaudível.
Minha cabeça estava explodindo com tamanho estresse. Eu precisava de um momento para ficar só. Fui o mais longe que pude, e me permiti chorar.
Ouvi ruídos de passos. Dessa vez era Steve. Encolhi a cabeça para disfarçar a choradeira.
"O que houve, amigo?" , ele pôs a mão em meu ombro.
"Você vai continuar insistindo nessa suposta amizade entre a gente?", perguntei, lançando um olhar frio para Steve.
"É só um modo de dizer, Barnes. Eu quero te ajudar de alguma forma.", Steve aparentava preocupação.
"Me ajudar? Você quer é me levar para o hospício, como todos os outros.", aproximei  nossos rostos, rangendo os dentes.
"Não acho que esteja pirando. Você está passando por um momento muito tenso devido às memórias perdidas, eu compreendo. Eu só quero ser seu amigo, te ajudar, da mesma forma que você me aj...", Steve se conteve, e manteve uma distância aceitável.
Da mesma forma que eu o ajudei? Mas que diabos está acontecendo aqui?
Acabei cedendo, e aceitei o ombro amigo dele. Levantei-me, e Steve deu um leve tapinha em meu ombro, junto de um sorriso torto.
"Aparentemente, tenho lembranças ao lado deste rapaz. Quem é ele? Por que não me lembro?", isso estava me torturando. Sentia um ponto de interrogação sobre minha cabeça...

Quem eu sou, neste momento?