Elec sorriu ainda mais, aproveitando a oportunidade de ver America gaguejar, e corar sem parar.
— O que quero dizer, é que quem diria que vocês dois, afinal, se apaixonariam pela mesma mulher. - falou, Elec, arrogante.
— Pai. Cale a boca. - esbravejou, Aspen, desafiando-o.
— Não estou mais aqui! - riu, levantando as mãos, agindo como inocente.
O telefone de Maxon tocou, chamando sua atenção.
— O que foi, Kriss? - perguntou, rude.
— Celeste disse que vai quebrar tudo, se eu não deixá-la entrar. - sussurrou, desesperada, Kriss.
— Avisou a ela que estou em reunião? - estalou a língua, encarando America que estava com os olhos lacrimejando.
— Sim, senhor. - murmurou, Kriss.
— Oh, mulher louca! - desligou a ligação. Não prestando atenção em mais nada, além das lágrimas presas, que America lutava para controlar.
Ele se aproximou dela, segurou seu braço, e perguntou preocupado.
— Você está pálida, está bem?
Ela assentiu, com a cabeça, sem levantar os olhos.
— Eu vou sair... - ela falou por fim, com dificuldade, sem esperar uma resposta, mas foi um terrível erro.
Quando a porta se abriu, Celeste que gritava com a secretária, irritada, enfureceu-se, ao notar quem estava ali.
Aspen engoliu a seco.
America congelou no mesmo lugar.
Maxon assistiu sem entender.
O único paspalhão que fazia questão de cair de rir, era Elec, que contemplava a cena que estava por vir com satisfação.
— Oras... Oras... - sorriu, Celeste, debochada.
— Quem temos aqui? O cafajeste traidor. A secretária louca. E meu marido. - apontou a cada um, prazerosamente, rindo achando graça.
— Celeste Newsome. - falou, Aspen, quebrando o silêncio. — Você continua com o péssimo linguajar. - desdenhou.
— Celeste Schreave. - o corrigiu, provocada. — O que você pensa que faz aqui?
— Celeste se controle. - falou, Maxon, segurando a pelo braço, tentando controla-la, o que foi em vão.
— Sra. Schreave. - cumprimentou, Elec, dando um beijo em sua mão, — É sempre um grande prazer ver sua doce beleza.
— Sr. Elec, quanto tempo. - sorriu, a falsa.
— Irei embora. - falou, Aspen, cansado de fazer sala, para os três idiotas.
America deu as costas, assim que fecharia a porta, Celeste aproveitou, cínica.
— Que tal irmos tomar um chá juntos? - perguntou, provocando.
Elec assentiu entusiasmado, Maxon contrariado assentiu, Aspen respirou fundo, trocou olhares com Ames rápido, e por fim assentiu concordando.
— Venha conosco, secretária. - falou, Celeste, desafiando Ames.
— America. - bufou, Maxon, irritado.
— Srta. Singer. - corrigiu-o, Aspen.
Maxon encarou a Aspen prestes a soltar fogo pelas narinas se fosse possível.
Quem ele pensa que é pra me corrigir, na frente de minha funcionária?!
Srta Singer. Srta. Singer. Srta. Singer.
Urgh irritante!
— Eu tenho muita coisa para resolver. - apressou-se, America, tentando de qualquer jeito, deixar aquela sala.
— Não seja tão mal-educada, se tua chefe te chama para sair, você não pode negar. - recriminou-a, Celeste, atiçou.
— Você não é minha chefe. Então não estou sendo mal-educada. - rebateu, America, na lata.
Se tem algo que America sempre detestou, era ser menosprezada. E com certeza, não seria Celeste na frente de seu futuro marido, que faria isso. E tão pouco, dar o prazer a Elec de vê-la humilhando, jamais.
Não tente, sua víbora. Estou fazendo um favor a você, não indo a esse almoço.
Não quero fazê-la morrer engasgada, quando descobrir que o homem com quem ela sonhava em colocar uma coleira. Sempre foi meu.
É meu. Por livre espontânea vontade.
Celeste bufou, irritada. Controlando-se para não perder a pose.
— Tanto faz. - desdenhou.
Aspen sorriu de escanteio, piscou.
— Já vou. - dessa vez, foi decidida a não ser mais interrompida.
— America Singer foi um prazer conhecê-la. - mentiu, o desprezível, Elec.
Ela acenou, e se foi.
Respirou fundo, quando colocou seus pés na sua sala. Ela sentiu suas pernas tremerem, violentamente.
— Eu sabia! Eu sabia que eu deveria ter falado desde o início a verdade! - reclamava, sozinha.
Sentindo as bochechas queimarem, com as lágrimas caindo.
— Por que eu menti desde o início? - ela riu, como louca.
— Por que eu fiz questão de estar aqui? Por que corri atrás de um homem como Maxon? - pausou, enlouquecida.
— Se eu pensar bem, parece até que me apaixonei por ele. - parou, achando a ideia absurda.
— Foi por pena. - falou, convencida.
— Com certeza, Oras! Estava curiosa para saber como ele estava, e por isso, imaginei que seria legal trabalhar perto dele. Mas quando eu descobri que ele casaria com Celeste, por que eu nao falei a ele, que tipo desprezível de mulher é ela? - continuou, conversando, sozinha.
Caminhou de um lado ao outro da sala, apressada.
— Ele salvou o futuro de minha irmã. E eu queria salvar o dele. Mas não tive coragem. - choramingou, puxando os cabelos, enlouquecida.
Respirou fundo, decidida.
— Quando ele voltar. Serei sincera. Falarei toda a verdade. Vou falar que desde o início, eu menti sobre quem eu era, apenas para proteger minha família. E por fim, contarei sobre meu casamento com Aspen Leger.
— AH! - gritou, exausta. — Eu não vou conseguir!
— Vou sim. - sentou-se na cadeira, tamborilando os dedos na mesa.
Continuava a pensar, sobre como chegaria a este assunto com Maxon.
— Aí droga! - exclamou, quando prendeu os dedos na gaveta, totalmente, despercebida.
Choramingou de dor, com os dedos na boca.
Sentiu o lábio tremer, ela sabia bem, que estava prestes a chorar. Mas piscou frenética, tentando afasta-las.
A porta abriu-se de supetão, a assustando-a.
Ela colocou a mão boa no peito tentando controlar as batidas do coração, que estavam desesperadoras.
— America por que você não atendeu o telefone? - interrogou, Maxon, entrando sem ser convidado.
Ela pegou o celular, e viu que tinha três chamadas não atendidas dele.
Sorriu, constrangida.
— Eu não ouvi. - deu um sorriso amarelo, envergonhada.
Ele suspirou aliviado.
— Você está estranha desde cedo... - ele começou, escolhendo as palavras com cautela, — Isso tem haver como algo que fiz? Falei?
Ela acenou negativamente repetidas vezes.
— O que é então, America? Porque você está com os olhos cheios de lágrimas? Fala! Para de balançar a cabeça!
— Eu prendi meus dedos na gaveta, de novo! - ela suspirou de dor.
Ele se aproximou da sua cadeira.
— Deixa eu ver. - puxou sua mão com delicadeza, ele maneio a cabeça — Você gosta de prender os dedos por prazer? - zombou, rindo.
Ela bufou, revirando os olhos.
— Sou sadomasoquista, não sabia? - ela provocou.
Ele apertou seu dedo de propósito, fazendo a choramingar.
— Percebi. - riu, — Tipo Cinquenta tons de cinza? - brincou.
— Engraçadinho. - ela revirou os olhos, puxou a mão de volta.
Maxon a segurou ainda mais com força. Ela arfou de dor. Empurrou-o com a outra mão, irritada.
— Você está me machucando! - exaltado.
— Você só vai se machucar ainda mais, se eu te deixar cuidar disso sozinha! - ele falou o óbvio, o que só a irritou ainda mais.
— Você gosta de me tratar como uma estúpida, não é? - falou, magoada.
Ele levantou os olhos, chocado, com as palavras dela. A fitou com intensidade, decorando cada pedacinho do rosto dela, como um jogo de memória.
Ele piscou, afastando os pensamentos, mordeu o lábio.
— Eu nunca tive a intenção de dar esta impressão. - foi sincero, as íris de America se expandiram, sufocada pela sinceridade das suas palavras, tornando ainda mais seus olhos atrativos.
Maxon abaixou os olhos, cortando o contato visual, sentindo o rosto queimar.
Se afastou com rapidez dela, sem permiti-la observar a ele.
— Maxon? - perguntou, preocupada, pela distância repentina.
— Espero que atenda o telefone da próxima vez. - falou apressado, abrindo a porta, e a deixando sozinha na sala, desorientada com o que tinha acabado de acontecer.
Uau! Incrível como ele consegue sempre me deixar irritada com suas atitudes.
Ele sempre foi assim não é? Pelo que lembro, até mesmo quando eu o conheci. Ele chega sempre quando estou com a guarda-baixa, ou estou numa situação humilhante. E sempre vai embora, depois de me balançar meu psicológico.
Ele é um grande lunático, isso sim!
Mas eu perdi uma grande oportunidade de falar toda a verdade a ele.
— Droga! Meu dedo de novo não! Aí! Aí! Por que ele sempre tem que ter razão?!!! Ah!!!
America pegou três band-aids, e enrolou os nos dedos, irritando-se, por ter que concordar que o idiota tinha razão sobre ela.
Deixou seus pensamentos para trás, e continuou a fazer seu trabalho, digitando apressadamente, todos os formulários que tinha que enviar sobre a próxima viagem.
Mordeu o lábio, pensativa, enquanto terminava de aprontar seus deveres.
Ainda tenho que pensar em quem colocarei em meu lugar.
Ah! Tanta coisa para ser resolvida. Ainda tenho que ver com a organizadora do casamento como estão os preparativos.
Eu só preciso de mais dez minutos, e termino tudo que preciso.
Só mais dez.
Só mais vinte.
Só mais uma hora.
Só mais duas horas.
Ela abaixou a cabeça, sentindo-se cansada. Pegou seu celular, olhando suas mensagens de Aspen.
�� Super-A ����������:
Me perdoe sobre hoje. Espero que você esteja bem. Eu te amo. ❤��
�� Super-A ����������:
Espero que você continue me amando. ����
�� Super-A ����������:
Porque eu sei que vou continuar te amando. Vou te amar enquanto viver. ����❤❤❤
�� Super-A ����������:
Eu queria ouvi-la cantar hoje, antes de eu dormir... Por favor, me responda Meri. ����❤❤❤❤❤❤❤❤❤
America sorriu, fechou a conversa.
Não sabendo o que deveria responde-lo.
Abriu as persianas da sua sala, e percebeu que era a única ali ainda.
Suspirou cansada.
Voltou sua atenção a seu celular, e viu que havia mais de dez mensagens não lidas.
����Sr. Maxon Schreave:
America... Voce ainda continua ignorando minhas chamadas.
���� Sr Maxon Schreave:
Que horas você vai me responder devidamente?
���� Sr Maxon Schreave:
O quê?! Ja entendi! Você não vai responder. Mas eu queria te agradecer por ter cuidado de mim naquele dia que estive bêbado.
���� Sr Maxon Schreave:
Por isso, vamos... Hum... Sair hoje. Se puder. Responda. Okay?
���� Sr Maxon Schreave:
Okay?
���� Sr Maxon Schreave:
Okay, não é?
���� Sr Maxon Schreave:
Hein?
���� Sr Maxon Schreave:
Claro que isso é um sim! (???)
Quando seu celular tremeu novamente, avisando uma nova mensagem:
���� Sr Maxon Schreave:
Vou considerar isso como um sim, já que você está sorrindo agora.
Ela levantou os olhos, surpreendida.
Acenou, envergonhada, e ele a chamou com um gesto.
America só teve tempo de enviar uma mensagem.
�� Futura Senhora-Leger ��������:
Aspen irei demorar a chegar hoje. Irei falar a verdade hoje. Beijos, te amo. Demais. ❤������
Maxon caminhou de um lado ao outro da sua sala, inquieto.
Decidido resolveu ligar para a única pessoa que saberia ajudá-lo neste momento.
— Alô?!!! - gritou, Clarkson, do outro lado da linha.
— Pai, para de gritar. - bufou.
— O que houve?! Para você estar me ligando significa que minha empresa foi a ruína! - falou, preocupado.
— Grande piada, pai! - revirou os olhos, irritado.
— Fale logo, rápido. Sua mãe quer que eu participe de aulas de yoga. - dramatizou.
— Pai, sabe... - pigarreou — Como você fez para conquistar... Mamãe?
— O QUÊ?! - exaltou-se, Clarkson, surpreso. — Você quer conquistar quem?!
— Não quero conquistar ninguém, pai. - apressou-se, constrangido — Só quero saber no que estou errando com uma funcionária.
— Olha, se você estiver se referindo à America, fale logo. - acertou em cheio, Clarkson.
— Claro que não é ela. - defendeu-se, rápido demais, se entregando.
— Tá na cara que é. - riu, zombando. — Chame-a para sair.
— Pai?! É serio isso? - debochou. — Pensei que fosse dizer algo mais cabível. Ela é noiva, vai casar!!!!
— Oras Maxon... Você que está confundindo as coisas... Você acabou de dizer que nao quer nada, mas só se referir a ela, que você menciona a vida amorosa dela?! - brincou ainda mais, a custa do filho.
— Pa-pai... não é... Isso. - gaguejou.
— Claro que é. De qualquer jeito, ela precisa com certeza aliviar o estresse, chame a pra sair, seja um bom chefe.
— Ela vai achar que isso é um encontro. - tentou, Maxon.
— Maxon é só você que pensa assim! - alfinetou-o, — Ou Será que você não queria que fosse um?
— Eu vou desligar a ligação. Não sei porque me dei o trabalho de ligar justamente para você.
— Você sabe que tenho razão. - riu, Clarkson, — Até mais. Me conte como foi depois.
— Não farei isso. Até. - desligou a ligação.
Amberly encarou Clarkson que desatava a rir sem parar.
— Você aprontou o quê? - perguntou, preocupada.
— Não sei porque ele gosta tanto de dificultar as coisas. - falou, Clarkson, ainda rindo.
— Anda fala! - ordenou, nervosa.
— America. - ele disse simples, foi o suficiente para tirar um sorriso de Amberly.
— Qual é o sobrenome dela mesmo? - perguntou, curiosa, tentando-se lembrar.
— É um sobrenome comum... - começou, pensativo — Está na ponta da língua. Mas não consigo me lembrar, faz tanto tempo...
— Incrível, sempre que penso nela, eu não sei bem o porquê, mas lembro-me de Magda... - falou, cabisbaixa, pensativa.
— Faz oito anos que não nos vemos.
— Sim - sorriu triste.
— Depois da morte de Shalom... A Família nunca mais foi a mesma...
— Hoje em dia qual é o nome mesmo da empresa do Shalom? - perguntou ela.
— KS. O filho mais velho mudou o nome da empresa assim que teve a oportunidade, mal esperou o corpo do pai esfriar, e já havia sumido com a própria família neste mundo. - entristeceu.
Amberly relembrou momentos de anos atrás, com tristeza, sentindo as bochechas queimarem por conta das lágrimas.
— Imagino o que teria acontecido se Maxon não tivesse se acidentado aquele ano, e não cancelasse o casamento com Kenna... - colocou os pensamentos em palavras. — E Shalom não tivesse morrido. Com certeza, seríamos uma família.
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