Sete segundos.
Era apenas esse o tempo que o cérebro de America levou para acordar para a situação que estava prestes a acontecer se Celeste encontrasse com Aspen, e engolindo a saliva em desespero, correu atrás dela, como uma louca.
— America? – gritou Maxon — Aonde pensa que você vai? – ele gritou ainda mais alto, indignado.
— Só um minuto.
Ela correu com o coração batendo a mil, e quando Celeste olhou para trás, e viu America correndo até ela, o medo a tomou.
É sério que essa mulherzinha vai obedecer a ordem de Maxon? Eu não acredito nisso!
Ela por desespero apertou fortemente o botão de térreo. Sem parar.
E quando a porta fechou, suspirou satisfeita.
— O que essa louca estava pensado? – disse Celeste rindo.
America não acreditava que ela tinha fechado a porta do elevador em sua cara.
Sem se importar com os saltos que usava, só pensava em seu segredo.
Seu segredo era mais importante do que tudo. E muito menos, alguém como Celeste poderia saber, se não tudo estaria arruinado.
Loucura, isso só pode ser loucura America! A partir de hoje, irei acreditar mais nos zodíacos. Fim de papo.
Desceu as escadas de emergência na velocidade da luz. Após cinco minutos de milhares de degraus, o suor escorrendo frio pelo rosto. Ela viu.
O cabelo moreno de Aspen, saindo pela porta de emergências. Era tarde de mais.
Celeste saia nesse momento do elevador, mas por salvação dos deuses, o entregador de cartas havia estacionado o carrinho bem na frente de seu campo de visão.
Pense rápido, America... vamos!
E nesse momento, a ideia que você – caro leitor – tem que imaginar, é de uma corrida de salto de vara.
America esbaforida, voo.
Sim voo. Você leu certo. Ela voou, e aterrissou em cima de Celeste, um salto digno de risadas, e muito memes.
— Você? – gritou Celeste, irritada, com a mão no coração por causa do susto — Saía de cima de mim, sua louca! Saía! – gritava mais alto. As duas no chão, America com o corpo em cima de Celeste, ambas respiravam com dificuldade.
— Desculpe-me, senhorita Newsome... - dizia repetidamente America, enquanto encarava a Aspen que ria horrores da cena, escondido atrás do carrinho de cartas. Aspen se dobrava de tanto rir, enquanto isso America o fuzilava com os olhos, e Celeste a empurrava. As pessoa em volta tiravam foto da gafe.
Que vergonha, America!
— Você quer morrer, sua psicopata? – reclamava Celeste, tentando-se levantar. — Você. – apontou para America com raiva, — É uma secretaria morta!
— Eu não sou secretaria... – disse America. — Sou a assistente-chefe.
— De qualquer jeito – respondeu Celeste com um gesto de mãos — Para mim não importa! Você vai me pagar caro por isso! Maxon também. E não é Senhorita Newsome. – desdenhou Celeste com nojo — É Senhora Schreave. Ainda sou casada com seu chefe, e sou dona de tudo isso aqui!
America desconcertada, e tentando segurar a língua acabou soltando: — Não por muito tempo – disse baixo, mas mesmo assim Celeste ouviu bem.
— O QUE VOCÊ DISSE?
— NADA! NADA SENHORA SCHREAVE! – disse rápido America. Assim que viu Aspen subir na moto que usava, America pode suspirar aliviada, deu de ombros, e apenas disse: — Foi um prazer esbarrar na senhora... Schreave – zombou America rindo, dando as costas, e aproveitando que o elevador estava aberto. Apertou o botão na mesma velocidade que Celeste outrora, se vingando dela por ter a feito correr pelas escadas. Celeste com o queixo despencado do rosto, não conseguia acreditar que ela tinha a feito de idiota.
— Vaca maldita de secretária! – esperneou Celeste.
America soltou um longo suspiro de felicidade, quando saiu do elevador e não viu Maxon a sua espera.
— Ótimo! Obrigada Deus! – agradeceu America, sorrindo feliz.
Nada deu errado. Aspen havia voltado finalmente. Celeste não havia o encontrado. Eles iriam se casar em um mês. E bem, ela só tinha que adiar suas preciosas férias, e isso ainda a deixava mais furiosa.
— Eu ainda não acredito que ele disse não para minhas férias... – caminhou até sua sala, reclamando consigo mesma. — Ele é louco, e eu sou mais louca que ele por não ter me demitido ainda! – ela entrava na sua sala — O que adianta ser a chefe do departamento, e receber um ótimo salario, se quando peço férias o maldito... – se interrompeu, assim que seus olhos pairaram na pessoa que estava sentado em sua cadeira. — Senhor! – disse apressadamente.
Merda, merda, merda!
— Olá America! – disse Maxon dando um aceno, e com um sorriso debochado nos lábios. — Como você está?
— Be-bem... – gaguejou ela — Muito bem.
— Bom saber. Queria muito saber se está participando de uma maratona, por acaso? - perguntou ele rindo.
— Hãn? – fechou os olhos, e pensou numa resposta — O senhor pediu que eu cuidasse dela, e tentei acompanha-la até a porta de saída. Queria ter certeza que ela sabia qual era a porta. – disse apressadamente, e suando frio.
Maxon arqueou a sobrancelha, refletindo na sua resposta, e com um sorriso incrédulo: — Sua devoção ao trabalho é notável. Mas, que tal da próxima vez que eu chama-la a senhorita me obedecer? - zombou ele acidamente.
America apenas balançou a cabeça, sem saber o que deveria responder. Ele ficou alguns minutos a encarando, da cabeça aos pés, sua mente trabalhava aos mil. Totalmente desconcertada, America trocava de posição desconfortável com seu olhar.
— E sobre suas férias, espero que não guarde ressentimentos. – disse ele por fim, levantando-se. Caminhou até a porta, mas antes, colocou a mão no ombro de America, sorridente, com um sorriso de menino travesso, soltou uma risada — Obrigado pelo presente que deu a minha ex-mulher. Adorei a ouvir reclamando ao telefone sobre você. – e fechou a porta.
Ele é louco! Ele é louco! Ele é louco!
— Eu não acredito nisso! – reclamava America, gritando de raiva da situação em que estava.
Uma ligação era o suficiente para tirá-la dessa situação. Mas ela nunca faria isso.
Eu sou America Singer, sou a melhor editora/revisora/tradutora/contadora/rh/faztudo... Não vou desanimar! Já passei por coisas piores! E não vai ser isso que me fará ligar para ele, pedindo por ajuda.
Não. Não. Não.
Respirando fundo. Imaginava como seria maravilhosa as suas férias inexistentes. Seria tão bom! O mar... a areia... o sol... Aspen, e eu.
Maxon caminhou até sua sala rapidamente, prestes a rir a qualquer momento, ele se divertia muito em tirar sarro com a cara de America, principalmente, quando ela ficava sem palavras – o que era sempre – ele poderia ter o pior dos humores, mas era só irrita-la que tudo melhorava.
— Eu sou o pior chefe do mundo. – ele riu, quando se sentou na sua cadeira, ainda com um sorriso nos lábios.
E sem notar, o seu telefone tocava, acordando de seus pensamentos, quando sua secretaria entrou - intimidada, e nervosa – em sua sala.
— Senhor... ? – disse ela.
— Fale.
— Seu pai na linha. – disse ela baixo, mas isso foi o suficiente para que Maxon pulasse da cadeira no mesmo instante, atendendo a ligação. Dispensou-a com a mão.
— Olá pai. – disse ao telefone.
— Olá, Maxon! – disse ele do outro lado da linha, o Senhor Clarkson Schreave — Como tem passado, filho? – perguntou alto ao telefone.
— Bem, pai. – respondeu Maxon — Como está mamãe?
— Com saudades como sempre. – respondeu com um risinho Clarkson. — Quando virá nos visitar?
— Em breve, pai.
— Você sempre diz isso. Já faz tempos que não nos vemos.
— Eu sei, pai. Mas ando muito ocupado.
— Você precisa separar um tempo para a família. – disse Clarkson advertindo-o — Como está Celeste?
Maxon soltou um gemido frustrado ao ouvir esse nome.
— Bem melhor do que o impossível. – respondeu Maxon irritado.
— Estou vendo que ela irá levar todo o seu dinheiro pelo visto. – riu seu pai, do outro lado da linha — Pense bem, pelo menos vocês não tiveram filhos...
— Graças a Deus! – exclamou Maxon. — Se não nossos filhos seriam como ela...
— Eu te disse desde o inicio que ela não era quem ela dizia ser... – disse seu pai.
— Eu sei, eu sei, eu sei, pai... O senhor sempre tem razão.
— Por isso mesmo, você deveria me ouvir mais!
— Não comece pai! Não irei procurar uma nova namorada nem tão cedo!
— Maxon não é porque não deu certo com ela, que não dará certo com nenhuma outra mulher.
— Pai, por favor...
— Tudo bem, Maxon... Você ainda se arrependerá por não me ouvir... Como você mesmo disse, eu sempre tenho razão. – riu.
— Amo-o pai.
— Também o amamos meu filho. Amaria o mais se nos déssemos um neto. O quanto antes. – suspirou frustrado.
— Um dia talvez. – riu baixo.
— Bem, trocamos de assunto... Queria saber o que fará no próximo mês?
— Bastante trabalho. E mais trabalho. Trabalho.
— Estou cansado de ouvir apenas isso vindo de você, e por isso, que ainda não arrumou uma namorada.
— Não estou à procura. – disse rindo — Não ainda...
— Hum... – riu — Agora que me lembrei... Você tinha contratado uma nova secretária, né... qual era o nome dela mesmo...
— America, pai. – riu Maxon — E ela era a minha assistente a três anos atrás.
— Você a demitiu?! – exclamou.
— Não, não – riu — Só quis dizer que ela deixou de ser minha secretária, e agora é minha assistente-chefe.
— Seu braço direito?! – surpreso.
— O dedo do meu direito, que tal? – zombou — Ela é realmente é uma boa funcionaria. Mas por que está perguntando sobre ela, pai?
— Ela ainda está solteira? – curioso.
— Ela nunca foi solteira, pai. Ela irá se casar... acho que em um mês, se me lembro bem... – deu de ombros.
— Ah você foi chutado para escanteio! – riu.
— Hey! – exclamou irritado — Claro que não fui! Sequer tentei na verdade, não me envolvo com pessoas que trabalho.
— Tsc tsc... Esse rapaz deve ser um bom moço, para ter conquistado uma mocinha tão educada, e esperta...
— Pai, o que essa conversa está nos levando?
— Só estou curioso oras. Não posso estar? Só porque não sou mais o chefe, não significa que não me importo com meus funcionários.
— Sim, e sim – zombou rindo Maxon. — De qualquer jeito, o que o senhor estava dizendo sobre mês que vem?
— Ah sim muito bem lembrado! – riu — Quase me esqueci! Escrevi você e sua assistente em um coaching na Nova Ásia.
— UM O QUÊ? – gritou Maxon, levantando-se rapidamente da cadeira.
— Um treinamento! – disse ele, o obvio — Quero que vocês melhorem, e que façam nossa revista chegar ao topo!
—Pai, por quê? Como? Quê?
— Eu sei, sou um ótimo pai. – riu. — Lembre-se de que será daqui a duas semanas. E os melhores CEO's estarão reunidos lá. Então nem ouse em faltar, já confirmei sua presença, e a de sua assistente.
— Foi por isso que perguntou sobre minha assistente? – exclamou irritado.
— Bem foi... Mas eu queria saber se colocava vocês no mesmo quarto. – riu o pai — Mas pelo visto, me enganei.
— Pai, cancele isso! America irá se casar!
— Por isso que ela precisa ir, irá melhorar no seu perfil profissional. E ela precisa refrescar a cabeça, já que irá se casar.
— PAI!
— Era só isso, Maxon... Até mais filho. Sua mãe mandou um beijo.
— Pai? – exclamou Maxon, mas já era tarde demais, ele já havia desligado na sua cara. — Não acredito que fez isso comigo pai! Que saco!
O que eu farei? America vai surtar de vez, é hoje que ela pedirá demissão?
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