História Se você acreditar - Quando eu menos esperava

(Jack Frost)

            —Vou descansar um pouco no meu quarto antes de sairmos, assim que o sol baixar um pouco nós vamos. —Dei esta desculpa e já fui me retirando em direção ao meu quarto, não estava agüentando de ansiedade. Ouvi a Rapunzel dizendo que iria ler um pouco, sem conseguir disfarçar a mentira ela gaguejou enquanto falava cada palavra, mas aqueles dois pareciam tão distraídos que não notaram nada estranho.

            Na noite anterior eu e a Rapunzel havíamos conversado, eu havia declarado meus sentimentos por ela claramente, ela por outro lado não havia deixado muito claro os dela. Mas ela tinha aceitado ficar comigo durante nossa aventura, e não posso mentir, aquilo me deixou muito feliz. Não falaríamos nada para ninguém, pois ela ainda tinha o noivo e a situação precisava ser resolvida primeiro, mas poderíamos nos encontrar escondido, e aquilo era muito interessante na minha opinião. Depois que conversamos eu pedi para dormir com ela, confesso que depois que as palavras saíram da minha boca eu me dei conta que a proposta poderia parecer indecente, mas preferi não corrigir e ver a reação dela, ela ficou totalmente vermelha na mesma hora! Aquilo foi impagável! Ela havia entendido exatamente o que achei que ela poderia entender, tentei me corrigir e dizer que não era nada daquilo que ela havia pensado, bom, talvez fosse um pouquinho, mas meu principal motivo de querer ficar ali com ela era protegê-la do Breu. Ele já havia ameaçado me atingir através dela e eu não poderia deixar aquilo acontecer, ficaria com ela o maior tempo possível, e não seria incomodo algum fazer isso. Quando me deitei e fiz uma brincadeira com ela a convidando a vir deitar, pensei que ela recusaria dormir na mesma cama que eu e me mandaria sair, para minha surpresa ela veio até mim em silencio e se recostou em meu peito, aproveitei e a abracei para disfarçar meu rosto vermelho pela surpresa do gesto dela, ela confiava em mim. A abracei e lembrei que eu não poderia esquentá-la, eu não transmitia calor, então peguei um cobertor que havia na cama e a cobri. Dormimos assim, nunca havia dormido tão bem. Quando acordei no dia seguinte percebi que ela não estava mais na cama, olhei para os lados a sua procura, encontrei ela em frente o espelho trançando os longos cabelos, já vestida com um vestido rosa que deixava os ombros a mostra e tinha um caimento leve até os pés, ela estava descalça como sempre, assim como eu preferia ficar também. Ela estava linda e tive vontade de enche-la de beijos ela me pegou a olhando e deu um sorriso tímido.

            —Bom dia. —Ela falou.

            —Bom dia Lindinha. —Respondi e me levantei da cama e fui até ela, a abracei por trás e dei um beijo em sua nuca, percebi que ela estremeceu, aquilo já era demais para mim, fui beijando o pescoço dela, desci para os ombros a mostra, levantei o olhar para ver a reação dela, ela estava totalmente vermelha, mas mantinha um sorriso no rosto, aquilo me incentivou a continuar, a virei para mim e nos beijamos profundamente, ela passava as mãos pelos meus cabelos e suspirava enquanto eu a beijava, fui tomado por um desejo incontrolável de tela mais perto de mim, peguei ela pela cintura e a ergui, ela entrelaçou as pernas na minha cintura enquanto eu caminhava em direção a cama, quando cheguei na beira da cama, a deitei sobre o colchão e fiquei por cima dela, a beijava com desejo e ela retribuía, quando comecei a descer a alça do vestido dela ela endureceu, ficou totalmente parada e vermelha ela não me olhava nos olhos, tinha virado o rosto e olhava fixo para a parede mais próxima.

            —O que foi? —Perguntei preocupado com a reação dela.

            —Nada, é só que... —Ela tentava falar mas ficava ainda mais vermelha.

            —O que foi? Não estava gostando? Fui muito rápido? —Perguntei com a voz tranqüila, tentando tranqüilizada.

            —Não é isso, é claro que estava gostando... O problema não foi nada que tenha feito, é só que... É só que nunca fiz isso... não sei o que fazer! —Ela falou envergonhada, ainda mirando a parede.

            —Ei, olha pra mim... —Falei e ela me olhou com aqueles lindos olhos verdes.

            —Não tem problema nenhum nisso, me desculpe! não deveria ter deixado chegar nisso tão rápido...Me deixei levar pela emoção, é que eu...eu...eu não consegui me conter foi isso! —Falei para acalmá-la, não quis falar que eu não resisti ao impulso de jogá-la na cama depois de vela acordar tão linda, achei que aquilo a assustaria, é claro que ela não tinha muita experiência com essas coisas, ela ficou dezoito anos trancada numa torre! E o primeiro cara que apareceu para salva-la era um bundão que não foi nem capaz de beijá-la direito. Não que eu tivesse muita experiência em relacionamentos, em relacionamentos eu realmente não tinha nenhuma experiência, mas eu já havia estado com algumas mulheres, afinal eu sou um dos únicos guardiões jovens, elas caiam em cima mesmo! E eu não via nenhum motivo para recusá-las, a Fada-do-Dente foi a primeira... Ela sempre foi caidinha por mim, e eu gostava dela, mas realmente era um lance físico, depois houve mais algumas, mas nunca nada sério. A Rapunzel era a primeira que eu realmente gostava, e queria fazer tudo certo com ela.

            —Olha, não vamos fazer nada que você não quiser. —Falei para encerrar o assunto.

            —Ai que está o problema... —Ela falou, tão baixo que mal pude entender.

            —O que? —Perguntei.

            —Esse é o problema Jack, eu...eu...EU QUERO, ENTENDE?! —Ela falou aquilo e fiquei sem reação, ela estava completamente vermelha e encarava a parede novamente, aquilo me deixou meio bobo, meio sem acreditar.

            —Você quer... VOCÊ QUER?! —Perguntei ainda sem acreditar, ela só concordou com a cabeça.

            —Jack, só quero que saiba que me sinto segura com você, sinto vontade de que esse momento seja com você. Mas não quero que seja assim, quero estar segura de mim. —Ela explicou.

            —Mais tarde vamos conversar mais sobre isso o que você acha? Agora temos que descer, preciso preparar o café da manhã, a Merida e o Soluço já devem estar na cozinha. —Ela disse já se preparando para se levantar e sair.

            —Sim, tudo bem. Depois do almoço, vamos nos encontrar na floresta... —Comecei a falar, tentando marcar em um lugar onde eu consiga realmente conversar com ela sem tentar jogá-la na cama, mas ela me interrompeu.

            —Não, na floresta não. Depois do almoço, dê uma desculpa qualquer e vá para o seu quarto, eu apareço lá em seguida. —Ela disse aquilo e já foi saindo do quarto, ela parecia segura e nervosa ao mesmo tempo, pensei que ela não iria nem se despedir de mim, quando me preparei para sair ela voltou correndo me deu um beijo na bochecha e um abraço.

            —Até mais tarde. —Ela falou no meu ouvido e saiu correndo em direção a cozinha.

            —Essa menina vai me matar. —Pensei em voz alta.

            E era por isso que eu estava tão ansioso para voltar para o meu quarto depois do almoço, não via a hora de passar mais tempo com ela,  fui voando até a janela da torre do meu quarto me sentei na cama e esperei, estava muito ansioso e o tempo parecia que não passava, a Rapunzel deve ter passado no seu quarto antes de vir para cá, depois de mais ou menos uma hora de espera concluí que aquilo já era preocupante, ela disse que viria em seguida, comecei a ficar preocupado, será que havia acontecido algo? Resolvi voar até a torre do quarto dela, algo me dizia que alguma coisa estava errada.

            Quando cheguei na janela da torre, que por sorte estava aberta, chamei por ela, mas ninguém respondeu. Estava ficando cada vez mais preocupado, resolvi entrar na torre, não havia sinal de que ela tivesse passado por ali,mas aonde ela estaria? Chequei todos os cantos do quarto e não achei nada de estranho, estava parado em frente a um espelho  que estava perto da banheira quando percebi que havia um papelzinho fixado nele, o peguei para ler.

            "Querido amigo Jack Frost,

Creio que tenho uma coisa do seu interesse, uma coisinha muito linda,teimosa e um tanto irritante por sinal, acredita que tive que amarrá-la e amordaçá-la?  Enfim, não sei se terei muita paciência com ela, então lhe aguardo, sozinho. Você sabe onde me encontrar.

                                                                                                          Breu, seu pior pesadelo."

            Quando terminei de ler senti que o quarto começou a girar, era o Breu, ela havia seqüestrado ela, e sabe-se lá o que pretendia fazer com ela! Era tudo minha culpa, não deveria ter deixado ela sozinha, eu sabia que ela a queria para me afetar. Eu precisava ir atrás dele agora, ele disse para ir sozinho e era isso que eu faria, aquilo era minha culpa e eu não deixaria mais ninguém se machucar.