História Se você acreditar - Depois da tempestade

(Soluço)

            Depois do resgate da Rapunzel havíamos fugido a toda velocidade para a floresta onde nos encontramos pela primeira vez, na esperança de que o Breu não nos seguisse e pudéssemos pensar em outro lugar para ficar. Estávamos chegando ao ponto de encontro onde o Jack já estava armando acampamento e acendendo uma fogueira, ele parecia calmo então a Rapunzel deveria estar bem. Aterrissamos no local e a Merida desceu correndo em direção o lugar onde a Rapunzel estava deitada dormindo, perto da fogueira e enrolada na capa do Jack.

            —Ela está bem? —Merida falou baixinho.

            —Sim, está respirando normalmente, ela já acordou uma vez e consegui dar um pouco de água para ela, mas ela estava exausta e voltou a dormir quase imediatamente. Nem quero imaginar as coisas horríveis que o Breu deve ter feito a ela até chegarmos e sem contar na Gothel aquela bruxa imunda que voltou para assombrar ainda mais ela. —Jack Falou.

            —É...mas eu não entendi uma coisa, a tal da Gothel salvou a vida dela, por que? —Perguntei. Aquilo ainda não fazia sentido para mim.

            —Acho que pode ser pelo cabelo dela, o cabelo da Rapunzel significa juventude para a Gothel, se a Rapunzel morre ela não terá mais a sua fonte da juventude. —Merida falou e realmente aquilo fazia sentido.

            —Mas agora não acredito que a Gothel ainda esteja viva, depois de confrontar o Breu e atrapalhar os planos dele. E tomara que ela não esteja mesmo. —Jack falou e todos concordamos com a cabeça.

            —Nós precisamos sair dessa floresta, estamos muito expostos aqui, se o Breu nos encontrar agora não teremos chances, estamos muito abalados ainda. —Falei.

            —Sim, mas a Rapunzel precisa acordar primeiro... —Merida falou.

            —Não, sem problema, eu levo ela, não podemos correr o risco do Breu nos encontrar. —Jack falou.

            Todos concordamos, o Jack pegou a Rapunzel no colo e saiu voando, eu a Merida e o Banguela fomos logo atrás, o Pascal estava muito preocupado com a Rapunzel, não havia desgrudado dela nenhum minuto desde que nos encontramos. Precisávamos encontrar algum abrigo, uma casa de um lenhador abandonada, ou uma caverna, só não podíamos ficar a céu aberto. Sobrevoamos a floresta por um tempo até que avistei uma chaminé, aparentemente era uma cabana de caça abandonada, avisei os outros e descemos.

            —Esse lugar parece abandonado por um longo tempo. —Merida falou, afastando as teias de aranha do batente da porta.

            —É exatamente o que precisamos. —Jack falou e apontou o cajado para a fechadura, congelando ela e depois foi só forçar a porta para abrir.

            Entramos no chalé, realmente devia estar abandonado por um longo tempo pois tinha teias de aranha por toda parte. Mas parecia ter sido muito aconchegante um dia, tinha uma lareira um fogão de ferro e uma mesa de madeira rústica, havia também dois quartos com camas de casal em madeira rústica, ainda tinha colchões nas camas o que era ótimo. Jack levou a Rapunzel para um dos quartos, afastou as teias de aranha da cama e sacudiu os lençóis e depois deitou ela na cama e a cobriu com a capa, ela dormia como uma pedra.

            —Acho que vou caçar nosso jantar então. —Merida falou e já foi jogando o arco na costas e saiu em seguida.

            —Bom, acho que precisamos de madeira para o fogo, vou juntar algumas aqui por perto. —Falei e fui indo em direção a porta, o Jack não fez menção nenhuma de que havia ouvido o que falamos, ele estava sentado ao lado na Rapunzel na cama a olhando dormir com um olhar distante. Ele com certeza se culpava por tudo aquilo, o Breu queria atingi-lo e a Rapunzel sofreu as conseqüências, achava melhor deixar eles um pouco sozinhos então fui em direção a floresta conseguir alguma lenha, o banguela estava exausto também ele já havia se acomodado na varanda da cabana e dormia profundamente. Aquilo tudo tinha sido demais para nós, mas superaríamos tudo, ficaríamos mais forte e o Breu que nos aguardasse por que quando nós o encontrássemos não teríamos piedade.