(Rapunzel)
Quando acordei o sol começava a nascer no horizonte, não me lembrava de quase nada da noite anterior, me lembro de ter despertado nos braços do Jack e dele me dando algo para beber, depois disso acordei uma vez no meio da noite e percebi que o Jack dormia em uma cadeira ao meu lado mas adormeci logo em seguida. Tudo que havia acontecido desde que o Breu me capturou havia esgotado todas as minhas forças, despertar a Gothel tinha sido a gota d'água, eu realmente precisava de uma noite de sono. Agora totalmente descansada, acordei antes de todos, percebi que havíamos achado um novo local para ficar, uma cabana muito charmosa em estilo rústico, mas estava ela IMUNDA! Tinha teias de aranha por toda parte e muito pó em todos os móveis, ela não devia ter sido usada por um longo tempo, não pensei duas vezes, prendi meu cabelo em uma trança bem elaborada que deixada ele sem encostar no chão e comecei a limpeza, e isso era uma coisa que eu fazia muito bem. Depois que terminei a limpeza percebi que todos dormiam, o Jack na cadeira agora com um travesseiro sobre o pescoço que eu havia colocado e um lençol que o cobria e o Soluço e a Merida no outro quarto, na cama, juntos. Ok, aquilo era um pouco estranho. Mas quem sou eu para falar alguma coisa? Quando eles quisessem falar alguma coisa eles falariam, eu não perguntaria nada. Resolvi preparar o almoço, vi que havia um coelho limpo mas ainda cru dentro de uma panela sobre o fogão, então peguei algumas batatinhas que cresciam em volta da casa e fiz um cozido, havia também algumas amoras ali por perto, colhi e fiz um suco. Quando estava colocando o almoço na mesa, percebi um movimento atrás de mim e quase joguei a panela pra cima quando o Jack me abraçou por trás e cheirou meu cabelo.
—Bom dia. —Ele falou meio sonolento.
—Bom dia Jack... —Falei, corando com a proximidade.
—Isso está com um cheiro ótimo! E a casa está bem mais limpa do que me lembro... —Ele falou olhando em volta mas sem me soltar.
—Sim, fiz o que eu sei fazer melhor, limpar e cozinhar. —Falei.
—Não, não é isso que você faz de melhor... —Ele falou baixinho e depositou um beijo no meu pescoço.
—Aaah... Jack... vou acabar derrubando a panela desse jeito. —Falei sentindo um arrepio correr pela espinha, ele riu e me soltou, coloquei a panela sobre a mesa e me virei o encarando.
—Você está bem? Conseguiu descansar? Quer conversar sobre... você sabe, tudo que aconteceu ontem? —Ele me perguntou me encarando preocupado.
—Estou bem, descansei bastante. Muito obrigada mesmo por tudo que fez ontem por mim, todos vocês... Não sei o que poderia ter acontecido. Mas não quero realmente falar sobre isso agora, estou faminta! Será que acordamos eles pro almoço? Não sei se tenho coragem... —Falei.
—Ué, por que? Estão dormindo pelados? —Jack falou em tom de brincadeira.
—Não, só estão dormindo abraçados mesmo... —Falei corando.
—Quer? Perai... é sério isso? Quando isso aconteceu? —Ele perguntou confuso.
—Não sei, quando cheguei no quarto eles estavam assim, mas não vamos perguntar ok? se eles não falarem nada sobre isso, não iremos perguntar. —Falei.
—Ok. Por mim tudo bem, não pergunto nada eles não perguntam nada e ficamos quites. —Ele me olhou e lançou um olhar travesso.
—Não perguntam o que? —O Soluço apareceu na porta bocejando e com a cara amassada ainda.
—Nada, nada mesmo! —Falei tentando disfarçar.
—Ta bem então... que cheiro maravilhoso! Estou morrendo de fome. —Ele falou já se sentando na mesa.
—Bom dia pessoal! —A Merida entrou na cozinha animada, se sentou ao lado do soluço e sorriu para mim.
—Vejo que já está bem Rapunzel! A casa está limpa e a comida na mesa, assim que eu gosto! —A Merida falou em tom de brincadeira e todos rimos, um pouco pelo bom humor exagerado que ela estava demonstrando naquela manhã.
—Espero que gostem, fiz o melhor com o que tinha. —Falei e abri a panela, todos ficaram maravilhados quando provaram a comida, acho que a fome tempera a comida como o José costumava falar.
—Nossa, muito melhor que o que você assou ontem Merida! —O Soluço falou e recebeu uma cotovelada que o fez engasgar com um pedaço de batata.
—Então, alguém tem algum plano agora? Confesso que estou totalmente sem idéias. —A Merida perguntou.
—Eu tenho um plano. —Jack falou.
—Compartilhe. —Soluço falou e todos prestamos atenção no ele diria.
—Bom, estive pensando ontem antes de dormir, acho que sei por que o Breu tem tanta facilidade em nos encontrar. Para onde sempre vamos? —Ele falou.
—Florestas. —Merida falou.
—Lugares desertos. —Emendei.
—De preferência sem ninguém por perto em quilômetros! —Soluço terminou.
—Exatamente! É por isso que ele nos encontra. Nos isolamos, ficamos totalmente sozinhos, o Breu consegue sentir o medo, e como estamos totalmente sozinhos em quilômetros, é mais fácil diferenciar os nossos medos e nos encontrar. Se ficarmos aqui vai ser uma questão de pouco tempo para ele nos encontrar novamente e não vamos ter tempo suficiente para nos preparar. —Ele falou e aquilo fazia sentido.
—Faz sentido. —A Merida falou.
—Então, tive uma idéia. A Bruxa disse que esse mundo que estamos é um futuro da época em que vivi, na época que vivi havia grandes cidades, com muita gente, lojas, casas, apartamentos... Todo tipo de coisa, sempre cheio de pessoas andando para lá e para cá. Vocês viveram em uma época antiga, não estão familiarizados com tudo isso, mas eu sim. Sei de uma cidade, grande, cheia de gente dia e noite e onde ninguém pergunta da vida de ninguém, se chama Nova York. Podemos ir para essa cidade, nos esconder lá, em meio a tantas pessoas o Breu não vai conseguir identificar os nossos medos, poderemos ter tempo para treinar. —O Jack concluiu o plano, nos explicando como era essa cidade, como ela era cheia de luzes e pessoas e como chegaríamos lá.
Todos concordamos com o plano, decidimos sair hoje mesmo, afinal não podíamos perder tempo, precisaríamos passar no castelo para pegar nossas coisas , o que seria bem ariscado então decidimos que quanto antes saíssemos melhor. A Merida e o Soluço montaram no Banguela e eu fui com o Jack, como de costume com o Pascal em meu ombro, ele não tinha saído de perto de mim nenhum minuto desde que acordei, acho que ele tinha medo que alguém me seqüestrasse de novo. Eu mal podia esperar para conhecer essa Nova York, uma cidade cheia de luzes e pessoas me parecia maravilhosa! Me segurei no Jack e fomos rumo a mais essa aventura.
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