História Se você acreditar - A vida na cidade grande

(Rapunzel)

            Acordei cedo como sempre, todos ainda dormiam no sofá, consegui me levantar sem acordar ninguém felizmente. Fui então tomar meu banho no nosso chuveiro, uma invenção simplesmente maravilhosa. Estava tranquilamente lavando meus cabelos quando a cortina do box abre.

            —JACK! FECHA A CORTINA ESTOU TOMANDO BANHO! —Gritei pega de surpresa.

            —Desculpa! —Ele me encarava vermelho sem conseguir se mexer, felizmente meus cabelos cobriam as partes mais importantes, mas não deixei de ficar vermelha também.

            —Fecha a cortina. —Falei novamente, vendo ele ali paralisado.

            —Ah sim, claro, desculpa. —Ele fechou a cortina.

            —Me desculpe, não te encontrei em lugar nenhum quando eu acordei, achei que alguma coisa poderia ter acontecido. —Ele falou, parecia preocupado.

            —Ah sim, não se preocupe, tenho o hábito de acordar cedo, só quis aproveitar para lavar os cabelos.

            —Sim, claro. —Ele falou.

            —Então eu vou indo lá. —Ele disse ainda sem jeito e saiu do banheiro fechando a porta. Terminei meu banho, penteei os cabelos, brinquei um pouco com o Pascal, fazia muito tempo que não passamos um tempos só nós dois, e eu ainda estava meio sem jeito de encarar o Jack, então preferi passar mais tempo no meu quarto hoje. Tanta coisa estava acontecendo tão rápido, mal me dava tempo para pensar o que eu faria quando reencontrasse minha família e o José, não queria mais ser privada das aventuras, não tinha vontade nenhuma de ser uma princesa, queria viver a liberdade, conhecer novos lugares todos os dias e precisaria explicar isso aos meus pais, que tanto sofreram com a minha ausência, e tinha o José... já havia decidido que responderia seu pedido de casamento, não poderia me casar com ele e ele merecia uma resposta, não seria nada fácil ter essa conversa mas eu realmente precisava esclarecer isso, era o mínimo que poderia fazer por ele. Só pedia todos os dias para que todos estivessem realmente bem seja lá onde eles estivessem. Quando já era perto da hora do almoço ouvi uma batida na porta.

            —Oi Rapunzel. —Era a Merida, abri a porta.

            —Oi Merida, bom dia! Desculpe não fazer o almoço... —Fui me explicando, me sentindo mal agora, tinha me dado conta que não tinha feito o almoço e nem o café da manhã, pensei só em mim! mas ela me interrompeu.

            —Que? Não tem nada para se desculpar para de ser boba, não é sua obrigação cozinhar para nós. Vim para avisar que vamos sair para comer fora, o Jack disse que acha que vamos gostar de um lugar que ele conhece, então vamos? —Ela falou e eu aceitei na hora, adorava passar tempo nós quatro juntos, sempre era divertido e eu estava louca para conhecer mais dessa cidade tão diferente de onde eu vim.

            —Claro! —Respondi e peguei uma bolsa e coloquei o Pascal dentro.

            O restaurante era perto da nossa casa, fomos andando e tinha a impressão que todos nos observavam, aquilo estava me deixando desconfortável,  foi um alívio entrarmos no restaurante McDonalds que o Jack havia nos dito tinha lanches maravilhosos, comemos e tudo estava ótimo! Na volta pra casa passamos em frente um lugar onde faziam tatuagens, aquilo ainda não havia mudado, na minha época também existia lugares que faziam isso, inclusive meus amigos do Snuggly Duckling tinham várias...

            —Ei! Tive uma ideia! —A Merida gritou, parando de repente olhando para o mesmo estúdio de tatuagens que eu estive olhando.

            —Tenho medo das suas ideias... —O Soluço falou. Ela deu um soquinho no ombro dele e continuou.

            —Vamos fazer tatuagens! —Ela falou com um sorriso animado no rosto.

            —Sempre quis uma tatuagem, minha mãe nunca aprovaria, mas agora é a nossa chance! vamos fazer uma todos juntos! O que me dizem? —Ela falou, confesso que a ideia me animava.

            —Eu topo! —Levantei a mão animada e todos me olharam surpresos.

            —Que foi? —Perguntei.

            —Achei que você ia ser a última em concordar Rapunzel. —Soluço falou e todos concordaram com a cabeça.

            —Ah, você me subestimam! —Falei rindo.

            —E vocês meninos? —A Merida perguntou.

            —Vamos lá. —Os dois falaram juntos.

            Cada um escolheu o que ia querer tatuar, e o lugar. Eu decidi que queria uma tatuagem no ombro direito, escolhi de cara um sol, aquilo claramente me representava, era um sol dourado e  com um circulo em roxo ao redor, o símbolo do meu reino, não importava aonde eu fosse, eu pertencia aquele lugar, era o que eu era. O Soluço escolheu um dragão negro que se estendia pelo braço esquerdo inteiro, a Merida foi mais ousada, ela escolheu um urso enorme que preenchia as costas inteiras , o Jack escolheu tatuar a lua, com flocos de neve em volta no braço direito. Cada um tinha seus motivos para suas escolhas, aquelas não eram simples tatuagens, eram marcas que nos definiam, mostravam quem éramos, nossas historias, e para marcar o ponto em que nos encontramos, resolvemos tatuar o número quatro no pulso direito, ao redor dele havia um pequeno sol, um floco de neve, uma flecha e um dragão, aquela tatuagem mostrava nossa ligação agora, nós quatro éramos um time, mas mais do que isto, éramos ligados pelo destino, independente do que nos acontece, estaríamos sempre juntos a partir de agora.