História Se você acreditar - Depois da calmaria...

(Merida) 

Quando acordei na manhã seguinte, estava com uma dor de cabeça quase insuportável, me lembrava de tudo que fizera na noite anterior, mas não tinha certeza se tinha sido real ou um sonho, então quando abri meus olhos, a claridade do quarto fez com que minha cabeça doesse ainda mais, me sentei na cama com dificuldade e tentei abrir os olhos para ver onde estava, eu estava no quarto do Soluço, quer dizer que a noite passada pode ter sido real, então olhei para o outro lado da cama mas não havia ninguém, então a porta do quarto se abriu e vi o Soluço com uma bandeja de café da manhã, quando ele viu que eu estava acordada, ficou vermelho na mesma hora. 

—Bom dia, como está se sentindo? —Ele perguntou rapidamente vindo para o meu lado e depositando a bandeja na cama ao meu lado, me deu um beijo na testa e sentou ao meu lado. 

—Acho que estão batendo com um martelo na minha cabeça... —Falei ainda com dor. 

—Oh, te trouxe café, dizem que melhora a ressaca. —Ele me alcançou uma xicara. 

—Soluço, sobre ontem a noite... —Comecei a falar já com a xicara de café em mãos. 

—Só me diga que lembra... —Ele falou fechando os olhos com medo da resposta. 

—Sim! Me lembro de tudo, TUDO. Pode ficar tranquilo, só queria confirmar se não tinha sido sonho... —Falei ruborizando. 

—UFA! —Ele abriu os olhos, claramente aliviado. 

—Isso estava me torturando, pensei tanta coisa quando acordei... Que não deveríamos ter feito isso ontem, que você tinha bebido demais, que me odiaria... —Ele começou a falar. 

—Ei, calma... Não te odeio, tudo que falei ontem foi verdade, eu...eu também queria tudo aquilo, não estava tão bêbada assim tá, só um pouco mais soltinha digamos assim. —Falei sorrindo. 

—Então...tudo bem entre nós? —Ele perguntou baixinho. 

—Claro... —Respondi no mesmo tom de voz. 

Ficamos nos olhando por um tempo, sem conseguir falar mais nada, só aproveitando aquele momento, até que me dei conta de uma coisa. 

—Ei, você fez esse café da manhã pra mim? —Falei, pegando uma torrada da bandeja. 

—Sim, e fiz sozinho! —Ele falou orgulhoso. 

—Isso me lembra uma coisa, o Jack e a Rapunzel, eles voltaram ontem a noite?  —Perguntei, um pânico começando a subir pela garganta, e se tivesse acontecido alguma coisa com eles? 

—Voltaram, não sei que horas, mas quando passei pelo corredor agora de manhã para ir até a cozinha percebi que a porta do quarto do Jack estava meio aberta, e vi eles dormindo lá. 

—ELES? OS DOIS? —Gritei e logo depois me arrependi, levei as mãos a cabeça por causa do eco do meu grito. 

—Sim, resumindo, o macarrão foi um plano... meu na verdade, mas que o Jack ajudou a colocar em prática, estava com saudade de ficar a sós com você e ele com a Rapunzel... então juntamos o útil ao agradável. —Ele falou.  

—Eu sabia, ninguém tem tanta vontade de comer macarrão. —Falei rindo. 

—Agora vamos esquecer eles um pouco e aproveitar o momento, acho que hoje ninguém vai querer treinar não é? E nós merecemos uma folga depois de tanto treinamento. Toma teu café, a ressaca vai passar. Vou tomar um banho. —Ele falou. 

—Espera... —Falei e tomei o resto do café que estava na xícara e dei a última mordida na torrada. 

—Vou com você! —Falei animada, já estava me sentindo melhor, era incrível. Ele me olhou surpreso mas logo me deu um sorriso malicioso. 

—Então vem... —Ele falou e me puxou me cintura para um beijo apaixonado, aquilo era real e era maravilhoso! Ele era meu primeiro amor, tinha mergulhado de cabeça nesse relacionamento e não tinha me arrependido de nada. Eu o amava. 

Depois do banho havíamos trocado nossas roupas e nos preparado para dar um volta na cidade e aproveitar nosso dia juntos, estava quase pronta quando ouvimos a campainha tocar, trocamos um olhar surpreso, e fomos atender, quando saímos do quarto encontramos o Jack e a Rapunzel também saindo do quarto, mas ainda de pijamas. 

—Nunca ninguém tocou a nossa campainha. —O Jack falou receoso. 

—Ninguém nos visita e nossa caixa de correios é lá em baixo. —A Rapunzel falou. 

—Isso é estranho... vamos logo ver. —Soluço falou, e fomos os quatro juntos até a porta. 

Quando chegamos na sala o Banguela já estava na frente da porta com as orelhas em pé, Abri a porta e havia uma caixa de tamanho médio na porta, embrulhada em papel de presente vermelho. Trouxemos a caixa para dentro e nos sentamos no sofá da sala, coloquei ela na mesinha de centro e me preparei para abrir. 

—Isso é estranho...Quem deixaria isso? —Rapunzel falou. 

—Vamos descobrir agora. —Falei. 

Quando abri a caixa, vi que estava vazia, exceto por um envelope no fundo dela, peguei o envelope e abri. 

—"Aproveitem os sonhos, os pesadelos estão a caminho." —Quando terminei de ler, senti um frio percorrer meu corpo. 

—Ele nos achou. —Jack falou. 

—E ele vai se arrepender de ter feito isso. —Falei, nós nos olhamos e não precisamos falar mais nada, estava na hora do confronto e todos sabíamos disso, sem dizer nenhum palavra fomos nos armar para a nossa guerra, e dessa vez, não fugiríamos do bicho papão por que era ele que deveria ter medo de nós.