História Se você acreditar - Os mistérios do Breu

(Merida) 

Assim que avistamos o túnel em baixo da cama, sabíamos o que nos esperava lá em baixo, e não pensamos duas vezes antes de entrarmos todos pelo buraco, tivemos cautela, para fazer o menor barulho possível, mas era bem provável que o Breu já soubesse que estávamos ali, foi muito fácil encontrar o esconderijo dele, com certeza aquilo fazia parte do plano, ele queria que o encontrássemos, mas no momento não estávamos ligando para isso, tínhamos treinado e aprimorado nossos poderes, estávamos confiantes e estávamos juntos, queríamos descobrir o que ele tinha feito a nossas famílias e amigos, aos nossos mundos, e acabar logo com aquilo, e se fosse preciso, iriamos correndo direto para o perigo e era isso que estávamos fazendo naquele instante. Fomos descendo cada vez mais, por túneis apertados e sujos, estava começando a duvidar dos meus instintos, não chegávamos nunca. 

—Ei...ouviram isso? —O Jack parou e ficamos em total silêncio, conseguimos ouvir uma vozinha distante, parecia a voz do Breu, ele estava conversando com alguém, mas só escutávamos a voz dele. 

—É o Breu... —Rapunzel falou baixinho, empalidecendo na hora. 

—É, e parece estar conversando com ele mesmo. —Soluço falou, e realmente parecia isso mesmo, será que até os piores vilões falavam sozinhos? 

—Vamos tentar nos aproximar um pouco mais para entender o que ele fala. —Falei, seguimos mais uma parte do caminho, em total silencio, até o banguela estava caminhando com o maior cuidado, paramos um pouco antes de uma saída, parecia dar em uma sala ampla e a voz do Breu parecia vir daquela sala. 

—Por que eu não consigo que tenham medo de mim! POR QUE! O que fiz de errado dessa vez... estavam lá, sozinhos, sofrendo, entregues a MIM! E do nada aquela cançãozinha os liberta?! Isso não pode ser sério... É culpa dela... aquelazinha desgraçada... —Era o Breu, ele discutia com ele mesmo, parecia muito indignado, claramente  não tinha notado nossa presença, o que era ótimo... mas a raiva dele pela Rapunzel estava cada vez maior, todos nós escutávamos em silêncio, a Rapunzel cada vez mais pálida. 

—...dar um raio de sol para a terra? O que ela estava pensando? Me desafiando! A era das trevas já havia sido arruinada por aquele idiota da Lua, e não felizes com isso ela resolve dar um raio de sol? Ela tem noção de quanto arruinou meus planos? Vadiazinha do Sol...  

Ele continuou praguejando a tal mulher, que pelo que parecia não era a Rapunzel como pensamos, era alguém, maior... 

—Vocês escutaram isso? Será que é o que estou pensando... —Soluço falou. 

—Sim! É claro... tudo faz sentido agora, o Homem na Lua escolheu os guardiões, mas ele está falando de uma mulher, e do sol... já ouvi uma lenda uma vez, mas ninguém nunca teve certeza se ela realmente existia, a Mulher do Sol! —Jack falou o mais baixo que conseguiu. 

—Então deve ter sido ela... a que derramou um raio de sol na flor mágica, por causa dela eu tenho meus poderes de cura, por isso o Breu me odeia tanto, eu sou o resultado, mas a causadora dos problemas dele é alguém maior, inalcançável para ele, por isso ele desconta em mim! —Rapunzel colocou em palavras o que todos estávamos pensando. 

—Para mim chega, vamos atacar, ele está distraído o bastante. —Falei, querendo por fim naquilo tudo. 

—Concordo. —Jack falou, já se colocando a postos, Soluço, Banguela e Rapunzel assentiram com a cabeça e se colocaram a postos também. 

—Então, Jack entra voando o mais rápido que conseguir, surpreende ele e o segura no chão, nós esperamos aqui, o Jack tenta arrancar respostas dele, dizendo que veio sozinho, se isso não resolver, entramos também e arrancamos as respostas a força. —Falei o plano e todos concordaram. Era agora ou nunca e lá foi o Jack.