História Se você acreditar - Reviravolta

(Rapunzel) 

Estávamos escutando tudo escondidos no túnel perto da sala, conseguimos escutar toda a conversa deles, quando ele falou das pessoas mortas no ataque, todos nós nos olhamos e empalidecemos, felizmente tinha sido o Jack a ir confronta-lo, nesta hora ficamos sem chão, mas quando em seguida ele revelou que algumas pessoas sobreviveram, nos enchemos de esperança, tudo daria certo, nossos familiares poderiam estar vivos e perto de nós, aqui neste lugar, Jack tinha tudo sob controle, resolveríamos tudo. Foi quando escutei meu nome. 

—...eu quero a Rapunzel. —O Breu falou. 

—NUNCA! —Jack falou, pressionando o cajado na garganta dele. 

—Pode me matar então, não ligo! O medo sempre renasce querido Jack, pode demorar, mas voltarei, ao contrário daquelas pessoas que sobreviveram lá em baixo, só eu sei como liberta-las daquele estado e devolver a magia do mundo delas, só estou pedindo uma coisa, vocês já me tiraram tudo, não vou ficar sozinho novamente, eu quero ela! Não vou matá-la Jack, preciso de uma companhia, ela pode não ser filha legitima da Gothel, mas foi criada por ela, é a última lembrança que terei, não pode me negar isso. Uma pessoa em troca de tantas outras, ela aceitaria, tenho certeza. 

Minha cabeça estava zonza, ele queria a mim, eu era a chave para a libertação daquelas pessoas, ele estava disposto a liberta-las se eu fosse entregue. Eu não podia ser egoísta a ponto de pensar em mim em uma hora assim, estava nas minhas mãos, e ele tinha razão, eu me entregaria. 

—Estou aqui Breu. —Adentrei o salão, a Merida e o Soluço foram atrás de mim, tentando me segurar e gritar que era loucura, eu não ligava, fui em direção ao Breu, o Jack me olhava aparentemente chocado. 

—A princesinha apareceu, sabia que estava aqui —Ele falou e riu sarcasticamente. 

—Você nunca a terá Breu! Não iremos entrega-la jamais. —Merida falou. 

—Não preciso que me entreguem, estou ME entregando. Solte aquelas pessoas Breu, e eu prometo que irei com você, nunca tentarei fugir, é uma promessa. —Falei. 

—Não, Rapunzel... vamos resolver de outra maneira, você não vai se entregar assim. —Jack falou me segurando pelo braço.  

O Breu riu, quando o Jack se virou para me segurar, soltou o aperto do cajado, naquele momento o Breu se libertou do gelo. 

—Certo princesa, como queira. —Ele voou alto lançou uma fumaça negra, destruindo as paredes daquela sala, mostrando uma enorme sala ao lado, com gaiolas penduradas, e nelas muitas pessoas, corri meus olhos por elas procurando meus pais, eu só precisava saber se estavam bem.... então escutei um homem gritando meu nome. 

—RAPUNZEL! —Era meu pai. Era tudo que eu precisava. 

—Liberte eles Breu. —Exigi. 

—Não tão rápido loirinha. —Ele veio em minha direção, mas antes que me alcançasse, ele foi jogado de lado por um enorme dragão negro, Banguela. 

Todo o resto aconteceu muito rápido, o Banguela o atingiu com uma bola de fogo azul, Merida o alvejou de fechas, Jack veio ao meu encontro e me segurou firme, não... aquilo não podia, eles o matariam e nunca conseguiríamos libertar meu pai, minha família... eu não conseguia me libertar do aperto do Jack. 

Vi o momento que o Soluço chegou por trás de mim, o Jack falou para ele me segurar, estava tudo rodando. Vi o Jack se aproximar de um Breu acabado no chão mas que ainda ria, pressionar o cajado na cabeça dele e atirar flechas de gelo, então, apaguei. 

Quando acordei, estava deitada sob a grama, alguém apoiava minha cabeça no colo e acariciava meus cabelos,  abri meus olhos ainda turvos não me lembrava aonde estava, então de súbito minhas lembranças voltaram, levantei de uma vez. 

—PAI! —Gritei e quis sair correndo, mas grandes braços me seguraram em um abraço. 

—Estou aqui querida. —A voz do meu pai. O que estava acontecendo, me acalmei e me deixei abraçar, quando me virei para ele, ele tinha o rosto muito mais magro do que eu lembrava e estava com os olhos cheios de lágrimas. 

—Papai... —O abracei mais forte. 

—O que aconteceu... cadê a Mamãe, os outros... Jack? 

—Querida, se acalme, tudo vai ficar bem agora. —Ele disse me olhando com ternura, minha cabeça girava, eu não entendia nada. 

—Mamãe? —Sussurrei, temendo a resposta. 

—Sua mãe... ela foi forte, aguentou o ataque do Breu, ela só falava em te encontrar, quando fomos colocados nas jaulas e ela viu que não estava lá... Ele sempre teve a saúde fraca, e ficou desidratada... a querida, ela não aguentou. —Ele começou a derramar ainda mais lágrimas, e eu também, eu esperava por aquilo quando não a vi por perto, mas ter a certeza era muito para mim, o abracei até nos acalmarmos. 

—E o reino, as pessoas... quem sobreviveu? —Meu pensamento estava no José, ele era importante para mim e não tinha coragem de perguntar diretamente se estava morto também. 

—Ah, muitas pessoas sobreviveram... O José inclusive, ele quis nos dar um momento a sós por isso não está aqui. —Senti alívio. Já tinha perdido muita coisa hoje. 

—Meus amigos papai, aqueles que estavam comigo, onde estão? O Breu... —Falei, era muita informação, muitas perguntas a serem feitas. 

—Eles mataram o Breu, e junto com a morte dele as gaiolas se abriram. Aparentemente a magia que nos mantinha apavorados também se foi, penso que o nosso reino e os outros também devem ter voltado ao normal, apesar de não fazer ideia de como voltar para lá. —Ele falou, agora tudo fazia sentido. Eu não estava raciocinado direito, é claro que matando o Breu sua magia desaparecia, o Jack e os outros devem ter percebido isso, mas o Breu estava sem saída e resolveu apelar, sabia que eu me entregaria, era tudo ou nada e eu quase me entreguei pra ele, se me entregasse, ele nunca libertaria as pessoas ou abriria mão da magia, eu fui uma idiota e quase coloquei tudo a perder! 

—E onde eles estão? —Perguntei. 

—Aquele seu amigo do gelo, te trouxe para cá e me pediu para tomar conta de você, enquanto ele e os outros libertavam todas as pessoas...Ah falando nele, olha ele ali. —Papai terminou de falar apontando para trás de mim, quando me virei, fitei aqueles olhos azuis gelados me encarando.