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História Seasons - Autumn


Escrita por: Kaspbrakk

Notas do Autor


OEEEEEEE
Eu demorei, eu sei, me perdoeeeeem! Eu juro que não vou demorar tanto dessa vez, OK? Bem, eu espero que vocês gostem desse capítulo tanto quanto eu Sz

Capítulo 2 - Autumn


Quando as folhas começaram a ficar marrons e alaranjadas, algumas meio vermelhas e outras amareladas, já sabíamos que o outono estava por vir. Ah, a bela estação na qual as folhas caem. Uma época de deixar ir, mas nossa amizade não era como as folhas mortas do outono, ela permaneceu firmemente.

Você amava o outono, lembro de ter me dito isso milhares de vezes. Amava o frio, o vento, pular nos montes de folhas. Lembro que você me levou para passear pelo bosque em uma tarde na qual o frio agradável nos envolvia. Lembro até da roupa que você usava! Um suéter cinza, uma calça jeans escura, botas marrons com detalhes felpudos, luvas azuis e um gorro cinza claro. Você estava lindo.

Seu rosto levemente corado, um sorriso infantil em sua face. Você andava animado e saltitante enquanto íamos até o bosque. Falava sobre como estava ansioso para ver as folhas sobre o chão e vê-las sendo levadas pelo vento.

Quando chegamos lá você correu por entre as árvores e perseguiu as folhas que eram levadas pela brisa gelada do outono. Eu apenas sorria bobo enquanto te olhava tão alegre e animado. Você me chamou e eu apenas corri com você por entre as árvores, de perseguindo, numa infantil partida de pega pega. Era tão bobo, mas com vocês… Ah, com você até as coisas mais simples eram maravilhosas.

Andamos por um bom tempo até chegar perto de um lago. Olhamos os peixes nadando de um lado para o outro naquele grande aquário natural. Vimos as criaturinhas da floresta correndo pelo campo aberto que cercava o lago e vimos os peixes se distanciando das folhas outonais que caiam vez ou outra na água.

Deitamos entre as folhas de grama amarronzadas e olhamos para o céu azul meio roxo e aquelas poucas nuvens que formavam desenhos engraçados. O sorriso continuava estampado em seu rosto, como se fosse permanente. "Não consigo parar de sorrir!", você disse. Eu também não conseguia, sabe? Estar ao seu lado sempre foi relaxante, reconfortante, acolhedor. Eu me sentia tão leve e tão bem, só pelo fato de estar próximo à você.

Por um momento meu olhar se distraiu do céu, perdendo-se em seus olhos castanhos tão vidrados naquela imensidão azul acima de nossas cabeças. Eu me perdi observando seus lábios rosados tão perfeitos que combinavam tão bem com aquele sorriso espontâneo que eles formavam. Me perdi em pensamentos, que no momento estavam tão embaraçados quanto os negros fios de seus cabelos que escapavam para fora do gorro de lã cinzento que cobria sua cabeça.

Eu sentia meu coração acelerar, meus lábios já não estavam sob meu controle e o sorriso que eles formavam era algo indescritível. Era como se eu tivesse engolido uma daquelas árvores e o vento estivesse me atravessando, fazendo os galhos dentro do meu estômago se remexerem, agitarem e espalharem as folhas que batiam nas paredes do órgão e voltavam rodopiando. Era como se não pesasse mais do que aquelas nuvens, pois eu me sentia extremamente leve.

Você me olhou. O céu pintado pelas cores típicas de quando o sol poente estava dando o ar de graça de seus últimos raios. A primeira estrela apareceu no céu, como se fosse uma vela na escuridão. Lembrei-me de uma história que era contada por minha avó quando eu era menor. Ela dizia que, se você faz um desejo para a primeira estrela que você vê no céu à noite, e você quer muito isso, se você pede com o coração, esse desejo pode se realizar. E por um momento eu olhei para aquela estrela, tão solitária no céu de início de noite.

Eu olhei para ela e fechei os meus olhos, pedindo, desejando do fundo de meu coração para que ficassemos juntos até um de nós dar o último suspiro. Pedi para que você me amasse como te amava. Eu pedi para que fossemos um do outro como almas gêmeas. Pedi para que vivêssemos longos anos juntos, um ao lado do outro. Eu adoro o fato de que era tão inocente, inocente demais para perceber que luzes à milhares de quilômetros de nós não são capazes de realizar nossos desejos. Inocente demais para perceber que estrelas são apenas nuvens de gás interestelar, feitos de poeira e hidrogênio. 

Mas ainda assim acho que eu teria desejado aquilo, com a mesma intensidade, do fundo de meu coração apaixonado. Porque eu ainda sou um humano, e isso é algo engraçado sobre nossa espécie. Buscamos até nas coisas mais bobas, formas de tornar real algo no qual acreditamos. Colocamos fé até nas coisas mais absurdas, apenas para alimentar a esperança de que algo pode ser real algum dia. Por isso nos machucamos tanto. Somos esperançoso demais.

Talvez a esperança seja a última que morre porque é ela que nos mata. Focamos tanto na ideia de que algo vai acontecer, melhorar, se resolver, que quando não acontece como esperávamos, nós nos machucamos mais intensamente, e isso nos mata, nos danifica. E todos temos esperança, isso nos torna pessoas quebradas, porém, iguais à todas as outras.

Eu coloquei uma mão em seu rosto, tão quente e macio. Puxei você para perto de mim, enquanto seus olhos analisavam os meus e eu apenas me perdia mais naquelas íris castanho-escuras que me fitavam e encantavam. Então, finalmente nossos lábios se tocaram, e eu senti como se aquela árvore em meu estômago fosse atingida por um tornado. As folhas, galhos, tronco e raízes voaram por todo meu estômago, e eu parecia estar mais quente do que qualquer lareira. A melhor sensação que senti em toda a minha vida foi a de ter seus lábios pressionados contra os meus e sua língua esbarrando com a minha enquanto ambas tocavam cada canto da boca do outro.

Quando finalmente nos afastamos, foi como perder uma parte de mim, porque você se encaixava tão bem em mim que eu me sentia incompleto com você afastado depois de finalmente termos nos juntado. Pensei que jamais sentiria algo tão maravilhoso, então você sorriu. E nunca eu fiquei tão feliz e sem fôlego por conta de um simples… não, não simples sorriso, porque nada em sobre você era simples. Você inteiro era como um quebra cabeças de um milhão de peças de uma paisagem em branco que, de acordo com as peças que iam se juntando, ficava colorido.

O dia seguinte e os outros seis depois foram os melhores de minha vida. Estávamos mais próximos do que nunca, e aquele não foi nosso último beijo. Estávamos constantemente com os lábios colados, as mãos entrelaçadas, os corpos colados, fosse por conta de um beijo ou em um casual abraço. Pulando em montes de folhas e comprando churros na praça. Vendo os pássaros voando e cantando, vendo as crianças brincando, os patos nadando e as folhas, claro, caindo.

Estávamos sentados no banco de um parque, observando um casal de velhinhos andando pelo local, conversando descontraidamente. Pensei se um dia seríamos assim e a imagem de nosso possível futuro me fez sorrir. Você suspirou e me olhou, brincando com meus dedos e mexendo em meus anéis.

- É tão engraçado não é… - Olhei para ele confuso. - As folhas. As folhas das árvores. Elas… É como se elas se preparassem para ir, para deixar as árvores e dar lugar à novas folhas.

- Fala mais. - Sorri de lado. Eu simplesmente adorava suas analogias.

- Sabe... Eu sei que folhas não pensam, mas… É como se elas soubessem que chegou a hora de ir, elas estão prontas para partir, prontas para seguir o curso da vida delas, sabendo que isso na verdade vai ser algo bom, pois logo a árvore voltará à ter folhas. Mais saudáveis e mais bonitas. - Ele sorriu, olhando algumas das folhas que passavam por sobre nossas cabeças. - Elas deixam que o vento às leve; se divertem na partida. Estão… Não mortas ou acabadas, estão livres. Finalmente saindo de seu canto fixo para de olhar um pouco mais do mundo antes de Finalmente partir.

- Isso é lindo… É como se... Elas estivessem… - Pensei por um tempo, entretanto, foi ele quem completou:

- Prontas para a queda.

- Exatamente. As folhas de outono estão prontas para a queda. - Sorri, tirando uma mecha de cabelo de seu olho e colocando-a atrás da orelha, tocando seu nariz logo em seguida.

Mas eu não era uma folha de outono e eu não soube como lidar quando você sofreu o acidente, Tarik. Quando aquele carro te atingiu e por longos e dolorosos dias, por tortuosos e agoniantes segundos, você ficou desacordado. Sequer uma palavra, apenas sendo mantido pelos aparelhos. Eu não era um folha de outono, Pac, eu não estava preparado para a queda, muito menos para deixar o vento de levar, porque eu não queria outras folhas no seu lugar.


Notas Finais


Eae? Vcs gostaram? Espero que sim :3
Bien, até a próxima, mutchatchos! O/


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