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História Seasons - Spring


Escrita por: Kaspbrakk

Notas do Autor


ENFIM GALERA
CHEGAMOS AO FIM DESSA SHORT FIC
Seria legal continuar mas não tem oq fazer e só temos quatro estações ausnsjsn (à menos que você esteja em Pernambuco, pq aí vc tem duas. Inferno e enchente, tá foda.)
Mas é isso, espero que tenham gostado dessa estória, eu adorei escrever, foi muito... Poético. Perdoem minhas histórias tristes, não desistam de mim jansjsnsjs.

Capítulo 4 - Spring


Quando as flores da primavera floresceram e os pássaros cruzaram o céu cantando belas canções, enquanto todos saiam de casa alegres e dispostos, fazendo juras de amor sob as belas folhas verdes das árvores do parque, eu apenas conseguia sentir o gelo do inverno em meu coração, que ainda não havia derretido.

Meus dias eram tão vazios sem você ao meu lado, e continuar por outras quatro estações sem te ter comigo parecia tão sem sentido. O mundo ao meu redor era quente, alegre, colorido, mas dentro de mim tudo era como um inverno sem fim, o mais frio do mundo.

Eu passei a maior parte dos meus dias dentro do quarto, porque eu não queria ver ninguém, eu não queria sentir nada ou lidar com a realidade, um mundo sem você, porque, de que importava se mil flores nasciam e me cercavam se você não estava vivo, Tarik? Eu sonhei tantas noites com o dia no qual eu iria pegar sua mão, te levar para passear pelos campos de margaridas que floresciam na primavera. Eu iria olhar em seus olhos e te dizer, de uma vez por todas, o quanto eu te amo, e eu iria te pedir pra ser meu.

Eu tinha escrito tantos poemas, feito tantos discursos, planejado tantas coisas, pesquisado em tantas lojas o que comprar para representar nossa união. Um bracelete, um anel, um colar? Eu pensei nisso, pensei por muito tempo, mas eu não conseguia decidir, mas agora, que sentido teria? Tanto tempo perdido…

Me machuca tanto, Tarik. Me machuca ter esperado tanto pra te dizer o quão você é importante pra mim. Eu só queria uma última chance, e eu juro que faria de tudo para te fazer ficar. Eu falava do futuro como se tivesse alguma ideia, mas de todas as coisas que eu planejei, perder você não estava incluso. Eu não conseguia me ver te deixando ir. Não conseguia me imaginar um dia acordando e percebendo que você havia partido, porque era algo doloroso demais para meu coração aceitar.

Às vezes eu simplesmente parava e sorria, ria, e era como se você não estivesse morto, dentro de um caixão, sob a terra, dormindo para nunca mais acordar. Era como se eu fosse te ver em cinco minutos. Eu chegava a te ligar, e depois de tantas chamadas, sua voz tão linda dizia aquela mensagem padrão.

"Oi, aqui é o Pac. Não posso atender agora, mas deixa um recado que assim que eu puder eu te retorno, tá?"

- Hey, é o Mike. - Disse sorrindo. - Eu… Estou com saudades. Você sabe, não sabe? Eu estou tão ansioso pra te ver Pac. Você vai voltar logo, né? Vai vir aqui me ver, não vai Pac? - Eu ficava calado, tentando controlar a respiração e com apenas um sorriso no rosto. - Eu te amo tanto... Sabe disso, não sabe, Tarik?

Um bip era ouvido e a mensagem parava de ser gravada, eu havia excedido o meu tempo. Eu até conseguia rir do quão patético eu era por continuar te ligando, mas era tão bom ouvir sua voz. Eu me achava um lunático por deixar recados que você nunca iria ouvir e mandar mensagens que você jamais iria ler, mas eu não conseguia evitar. A loucura era o que me deixava são, porque se eu parasse, é porque tinha aceitado sua partida, e aceitar aquilo era algo que eu era incapaz de fazer, simplesmente não podia encarar o fato de ser real, Pac.

Naquela manhã eu lembro de sair de casa antes mesmo do sol nascer complemente. A rua estava deserta e apenas poucos pássaros cantavam. Eu segui meu caminho solitário na manhã gelada e fui até o campo de margaridas onde deveríamos, com as flores de testemunha, nos entregar um para o outro.

Eu deitei no meio daquele campo e olhei o céu azul que há tanto não parava para observar. Procurei figuras nas nuvens e até mesmo seu corpo ao meu lado. Me sentia uma criança em busca de um reino encantado. Uma fantasia que todos consideravam normal mas que, sem ao menos perceber, matava por dentro por há cada minuto perceber que talvez nunca iria encontrar aquilo que tanto anseia por achar.

Eu senti a brisa, eu senti o calor do sol, eu senti a grama tocando minha pele, e, mais do que tudo, Tarik, eu senti a dor de não te ter naquele momento. Eu senti as lágrimas escorrendo pelo meu rosto e meu peito apertar, eu senti meu corpo tremer e amolecer, eu senti minha garganta fechar, meus pulmões queimarem e eu senti que a qualquer momento as flores iriam me mandar parar de gritar, porque meus soluços eram altos e eu não conseguia evitar.

- Eu amo você! Porra Tarik eu amo você! Eu amo seus olhos, seu sorriso, seus abraços! Eu amo seu cabelo, seu nariz, suas orelhas grandes, seu jeito fofo, sua risada contagiante! Eu amo tudo em você, mas eu odeio o fato de que você está morto! Você está morto, caralho e eu odeio isso! Eu odeio! Eu odeio! Eu… - Respirei fundo entre os soluços e abracei meu corpo. - Eu sinto tanto sua falta…

O tempo passou, e eu sempre ia ao seu túmulo te deixar uma flor, até que o inverno chegou e eu me vi preso em um inferno sem fim de mortes, porque o frio acabava com a vida de todas as rosas que eu te deixava, e isso só me lembrava cada vez mais de como eu te perdi e do quanto aquilo ainda me machucava.

- Uma flor que… Que não morra no inverno. - Pedi ao florista. - Só… Não aguento mais ver todas elas morrendo…

Ele me entregou duas flores; rosas artificiais. Eu coloquei uma em seu túmulo e fiquei com a outra pra mim, decidi fazer delas nosso símbolo de "para sempre". Toda semana eu ia te visitar, e lá estava a rosa, suja de neve, porém, viva.

Eu aprendi algo sem você, Tarik; aprendi a ler as estações. Todos temos estações, e elas duram por tempo indeterminado em cada pessoa, com intensidades variadas e incertas. Também percebi que alguns amores são como as estações. Existem os amores de verão, divertidos, alegres, que quando se vão deixam um sentimento de quero mais.

Existem os amores de outono, calmos e confortáveis. Amores belos e poéticos, meio esquecidos, porém, aprofundados. Relações de outono são feitas de parar e apreciar, e eu acho que são as mais incríveis.

Existem os amores de inverno, frios, intensos, rigorosos, arriscados, mas continuam belos. São amores resistentes que perduram apesar das dificuldades e que guardam dentro de si a beleza de ver a neve cair ao nascer do sol e a felicidade de brincar nela.

E por fim, existem os amores de primavera. Amores coloridos, floridos, dignos de um livro de romance. São amores de renascimento, de momentos nos quais você já não aguentava mais aquele frio tão doloroso e chegam o canto dos pássaros e o desabrochar das rosas para colorir seus dias.

Nosso amor, Tarik. Nosso amor foi as quatro estações. Ele foi alegre como o verão no qual nos conhecemos, ele foi tranquilo e poético como observar a queda das folhas das árvores no outono quando nos apaixonamos, ele foi intenso e resistente como o inverno e acima de tudo, ele foi a beleza indescritível da primavera, foi a melodia única dos pássaros, foi mágico como o desabrochar de uma flor, foi colorido como um jardim, acolhedor como um campo.

Nosso amor, Tarik. Nosso amor é como uma rosa artificial. Não, ele não é falso, ele é resistente, eterno, se depender de mim. Ele aguenta a pior parte de cada época do ano. Nosso amor consegue sobreviver ao calor intenso do verão, ao murchar e cair do outono, ao frio mortal do inverno e ele sempre vai ser belo como as flores da primavera. Nosso amor, Tarik. Nosso amor é uma estação, e ele é a mais bela.


Notas Finais


Espero que tenham gostado :3
Até a próxima o/


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