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História Season's Call - little chapters of a minstrel - Chapter V: Fuga


Escrita por: MimeFalk

Notas do Autor


Hej!! Hur mår du? (Olá como está?)

Depois de um longo período, voltei a postar...Peço que me desculpem a morosidade como andam as coisas por aqui, mas enfim, tenho uma vida atribulada, sabem como é... XDDD
Lembrando que esta fanfic é uma história conjunta com a futura fic da Lisle, que ela postará futuramente. (e acredito que com mais frequência que a minha. Bem, isso nej é difícil...XDD) Se puderem ler as duas em conjunto, entenderão algumas situações com mais clareza, sem precisarem de spoiler XDDD Aproveito para agradecer a Lisle que me fez esta capa... Tack så mycket mitt liv!!! <3
Deixo algumas notas no final, por favor leiam para melhor compreensão.
Tack por acompanharem.. Vi ses..! (Até mais)

Capítulo 5 - Chapter V: Fuga


Fanfic / Fanfiction Season's Call - little chapters of a minstrel - Chapter V: Fuga

No salão já havia um número considerável de pessoas.Todos vestidos á caráter com a pompa que apenas uma solenidade como aquela exigia. A decoração era simples mas sofisticada. Em um canto estava a mesa de comes e bebes, ou como dizemos em Asgard, o smörgåsbord. Resolvi pegar uma bebida já que minha garganta estava seca e, no momento, não tinha nada melhor a fazer. Decido por um vinho para começar. Ao meu lado, Fenrir já se servia do buffet. O prato dele estava gigantesco, não tinha como não notar. Depois vi que ele servira o lobo que o acompanhava. Apesar de irritadiço, notei que Fenrir era generoso.

Fiquei perto da mesa tomando o vinho que logo evaporava de minha taça. Despejei o líquido novamente e assim se sucedeu. Repentinamente sinto um cutucão em meu braço.

— Porra Shido! O que foi dessa vez?! — Exclamei um pouco irritado.

— Shido? Tá louco Mime? Sou o Bado!

— Bado...? — E não era mesmo o Bado? A aparência era igual a de seu irmão, entretanto seu jeito de falar era distinto — Fala Bado...O que foi?

— Vê se não acaba com todo a bebida! — Ele riu me pedindo a garrafa.

— Cara, há muito mais da onde saiu esta garrafa. Tem que ser justo essa que queira? — Eu sorri de canto entregando a garrafa que foi tomada abruptamente de minhas mãos.

— Deixe de ser egoísta e passa logo pra cá! — Ele riu e derramou o líquido desajeitadamente na taça dele. — Muitas vezes quando se tem dono deixa com um gostinho melhor, não acha?

Dessa vez quem riu fui eu. Soltei um palavrão entre a gargalhada, ele era muito direto e espontâneo.

— Cara, eu que não deixo mulher perto de você!

— Não me diga que já está de olho em alguém! Se bem que há muita mulher bonita aqui, e dando o maior mole...

— É igual o seu irmão mesmo... Por enquanto estou só observando. Como disse antes, não quero dor de cabeça esta noite...

— Que? Mas não precisa de compromisso! Pare de ser certinho, Mime!

O que Bado e outros não suspeitavam é que, o significado de “dor de cabeça”, não seria necessariamente o compromisso. Não de minha parte. Sempre deixei claro a todas que dormiram comigo que nada passava de mera casualidade. Se assim elas aceitavam e ambos concordavam não haveria nada de desonesto. Nunca acordei ao lado de uma mulher, assim que elas caíam em seu sono, eu logo partia. Raras vezes que, não sei como, elas me encontravam e queriam repetir a aventura.E eu não sou afeito a repetir pratos. No momento que conseguia tirar suas expressões que tanto me agradava, não mais me apetecia. E me livrar dessas ilusões que algumas criavam dentro dentro de si que eram a minha dor de cabeça. Nunca me senti ligado emocionalmente com alguma delas. E, se caso elas nutrissem emoções ou sentimentos, não me sentia responsável por isso também. Por esse motivo, preferia não sair com pessoas muito próximas a Valhalla. Além da discrição, evitaria também que soubessem mais de mim do que necessário.

— Certinho, eu? — Eu sorri tomando uma boa dose da bebida — Só gosto das coisas bem feitas...

— Falando em bem-feitas, oh cabelo... —A característica de ter os cabelos mais longos dos guerreiros deuses já me rendera apelido. E por alguém que acabara de conhecer. — Veja as damas que estão com Sigmund! Que desgraçado!

Apenas olhei a movimentação do salão. Sigmund, irmão mais velho de Siegfried, chegara acompanhado por quatro mulheres exuberantes e de belezas distintas entre si. A primeira que notei era uma dama alta de cabelos negros e curtos, tinha uma expressão austera, apesar do vestido um tanto extravagante; ao seu lado, uma garota de cabelos azuis que aparentava ser um pouco mais nova. Pela forma como mexia suas mãos e olhava o salão, parecia um tanto deslumbrada com a pompa da festa. Ao lado direito de Sigmund outra garota morena, com olhar agressivo e braços cruzados. Notava-se que não estava nada contente em estar na festa. E ao seu lado…

— Mime...? Mime, está me ouvindo?! — Bado me chamava a atenção. Fiquei fora de mim por alguns segundos, ou seriam minutos? Ele riu e deu tapinhas em minhas costas — Ah, entendi agora... Parece que o vinho perdeu a graça, não foi?

Bado tinha razão. Ao lado da garota emburrada — eu a apelidei assim, já que Bado podia dar apelidos, porque eu não? — estava uma linda lady. Seus cabelos vermelhos se movimentavam displicentes como fogo em brasa, os olhos brilhantes de um azul intenso como o mar, a pele branca e fina como porcelana. Altiva, marcante, bela e encantadora. Fiquei paralisado ao vê-la, analisando todos os pequenos conjuntos perfeitos de seu corpo. E seu sorriso... Aqueles lábios lindos e apetitosos, tal qual uma  maçã madura. O pecado se manifestava nela e, logo depois, emergiu em mim.

—Com muita honra, apresento-lhes um grupo que treinou arduamente e jurou amor e lealdade a nossa Asgard. Sob o comando de Sigmund, essas moças, que aqui estão, são as Valquírias. As primeiras mulheres, desde eras mitológicas, abençoadas pelos rubis de Odin. — Hilda apresentava as garotas me tirando do estado letárgico.

— Valquírias…?! — Bado e eu falamos ao mesmo tempo. Olhamos para as garotas que distribuíram alguns sorrisos gentis e depois nos olhamos confusos.

— Rapaz, estou muito espantado! — O guerreiro de Alcor fitava as garotas atento e surpreso.

— Isso foi mais espantoso que a notícia da sua existência, doppelgänger…! — Bado soltou uma gargalhada, quase derrubando o líquido que havia em sua taça.

— Vá ao inferno Benetnasch!!! Opa…! Não vamos desperdiçar essa preciosidade!— Continuou rindo, depositando sua taça em cima da mesa para que não derrubasse mais do líquido rubro.

— Realmente, essa preciosidade não pode ser desperdiçada de forma alguma. — Respondi olhando discretamente para Ana. Um sorriso tomou conta de meus lábios que já se tornavam lascivos.

 

Hilda continuou o discurso e ficamos atentos para escutá-la assim como todos do salão.

 

— Por fim, meu último anúncio e o mais agraciado. A deusa Atena nos presenteou com a luz e o calor do sol nas estações da primavera e verão! — O murmurinho começou a tomar conta do local, entre sorrisos e olhares de admiração, surpresa, espanto e tantas outras reações. Assim que se acalmaram, Hilda retomou.— Em breve, poderemos presenciar os raios de sol, os campos floridos e coloridos. Sabemos o quanto isso é precioso para nós. A paz e a felicidade reinará plena em Asgard! — sob uma salva de palmas Hilda finalizou seu discurso. Estava visivelmente emocionada e foi recebida por Siegfried.

— Impossível…! — O guerreiro de Alcor e eu falamos ao mesmo tempo, novamente.

— Pare de ler meus pensamentos, Mime!

— Você quem é o doppelgänger aqui!

Ambos gargalhamos e, enfim, pegamos nossas taças e brindamos.

— Ao sol! — Alcor levantou sua taça e eu fiz o mesmo. Olhei para Ana sorrindo de canto e repeti.

— Ao sol! E entornamos o líquido de uma vez.

 

Acabei perdendo minha musa de vista e Bado não parava de tagarelar. Ficamos ali conversando sobre Asgard e as lutas e, coincidentemente, ambos lutamos contra Andrômeda e Fênix. No meio da conversa Shido deu um assovio chamando atenção de seu irmão. Bado deu um tapinha em meu ombro e se afastou, indo de encontro com os guerreiros de Mizar e Megrez que estavam do outro lado do salão. Continuei perto da mesa e acabei tomando um prato e me servindo do buffet. Fenrir continuava ali se deliciando do banquete e perto dele a valquíria azulada. Ambos brigando por um pedaço de presunto. Dei de ombros e segui até uma mesa mais afastada antes que encontrasse problemas. Assim que sentei, petisquei os queijos e tomei um gole de vinho. Fiquei procurando a linda mulher que tomou a minha respiração. Meus olhos vagavam pelo salão onde já tocava uma música lenta. Assim que reparei na pista de dança, a guardiã de meus intentos valsava com Siegfried. Ela parecia ser próxima dele e de seu irmão Sigmund, mas não tinha certeza qual era a relação entre eles. Praguejei, pois queria estar no lugar de Duhbe. No entanto, vê-la bailar era encantador. Fiquei hipnotizado por seus movimentos, seus sorrisos…Inesperadamente, nossos olhares se encontraram e senti uma queimação dentro de meu peito. Senti-me conectado a ela, sendo sugado para seu interior onde afundava cada vez mais em seus belos olhos. E, para minha surpresa, ela retribuiu meu sorriso! Repentinamente, notas e palavras ecoaram em minha mente.

 

— Mas que hora para estar sem você...! — Murmurei num resmungo a falta da harpa. Hilda pediu encarecidamente que a deixasse em meu quarto para que aproveitasse mais da festa. Não nego que em partes foi ótimo já que pude ver algo bem interessante. Mas agora que a inspiração resolve bater em minha porta não tenho como manifestá-la! Retirei o envelope do convite do baile de meu bolso, peguei uma caneta em um canto qualquer e comecei a esboçar aquilo que me atormentava interiormente. Logo, palavras e notas tomavam a forma azul da tinta:

 

  Calam-se os poetas, nunca as rimas 

Se por ventura a voz se silencia

Entoarei a ti minhas doces melodias

************ <-- (escrever esta parte)

Em gestos falo os meus intentos

No seu corpo **** (?)

A afogar esse nobre sentimento

Terminar(? )em nosso leito

Em seu fruto vermelho

*******

Satisfaz-me e pereço (?) <--mudar

Em mil noites des... 

(completar os versos/ em GM compasso 3/4)

 

Com o esboço do poema incompleto, desenhei pequenas pautas e marquei as notas que cadenciavam em minha mente e em meu punho. Ambas estavam incompletas, mas a inspiração era grande e acreditava que logo se resolveria. Submerso em meus pensamentos não notava mais nada ao meu redor. Quando, de repente, surge Fenrir que senta-se na mesma mesa que a minha, de frente pra mim, reclamando.

 

— O que lhe aflige? — Perguntei sem muito alarde, já que não queria perder a composição que abalava o meu interior. Voltei a olhar para o papel e anotava rapidamente algumas notas.

— Fêmeas…! Elas fazem de tudo pra nos enlouquecer! São demoníacas! — Bufou cruzando os braços.

— E quer perdição melhor que essa? — Sorri fitando Ana que ainda bailava, dessa vez nos braços daquele projeto de Imp, Alberich. Confesso que não gostei de vê-la bailar ao lado de Megrez, pois já imaginava quais eram suas intenções. Todavia, o descontentamento foi passageiro, pois logo os olhos da linda ruiva se encontraram com os meus e acabei esboçando um sorriso convidativo assim como ela o fizera em retribuição. Aquele já era um claro sinal que a noite terminaria bem. — Demônios em forma de anjos, são nosso céu e inferno, um paraíso cheio de perdição ao qual nossos corações se prendem. Musas que nos tornam escravos desatinados do desejo.

— Er….Mime você está bem…? Bebeu demais…?

— Estou ótimo, meu caro. Até demais.

— Acho que vou comer um pouco mais… Ainda não provei aquelas frutas com aquele pernil. — Apontou para a mesa ainda farta de comida e saiu.

 

Meneei a cabeça, sem entender qual era realmente o problema dele. Tentei me concentrar novamente ao poema quando avistei a bela dama indo em direção ao terraço. Ótimo, aquele local era vazio e silencioso, um convite para vê-la mais intimamente. Na ânsia de tê-la comigo, larguei o papel em cima da mesa, num gesto de distração que pouquíssimas vezes experimentei. Assim que dei alguns passos, fui interceptado por Bado.

— Mime! Preciso de um favor seu, meu amigo!

— Diga logo, tenho um assunto importante a resolver.

— Segure isso para mim um instante!! — Ele mal dizia e já depositava em minhas mãos uma garrafa ainda lacrada. —  Prometo que não levará mais que alguns minutos!

— Mas o que é isso?

— É apenas conhaque, mas de uma edição limitada e caríssima! — Ele explicou brevemente, afoito. — Cuide disso para mim, não deixe que meu irmão ou o franjinha coloquem a mão nela!Eu...Preciso resolver um pequeno “probleminha”... — Ele riu de canto e depois olhou para uma donzela de longos cabelos negros acenando para ele perto da porta de saída.

— Ah, já entendi… — Ri, segurando a garrafa com cuidado. — Okej, aproveite!

— Não vá beber, oh cabelo! É minha..! — Disse enquanto se afastava a passos largos.

— Relaxa cara, eu nem gosto de conhaque. Preocupe-se com o que realmente importa! Anda, some daqui! — Zombei, e o doppelgänger ria até se afastar o suficiente para não haver mais diálogos entre nós. Suspirei fundo, com a garrafa em minhas mãos. Estava tão acostumado a segurar minha harpa que sentia falta da mão ocupada pelo objeto. De certa forma, era até cômodo fazer aquele favor.

— Ser guardião de Odin okej, mas de um conhaque…? — Negativei com um sorriso irônico meneando a cabeça de um lado para o outro vendo o líquido âmbar passear pelo invólucro de vidro. Olhei em direção a varanda e a linda ruiva ainda estava lá, debruçada no beiral. Finalmente iria encontrá-la, depois de ficar o baile inteiro apenas trocando olhares, estava ansioso por este momento.

Minutos depois, iria comprovar que Fenrir estava realmente certo: mulheres eram mesmo o demônio.



 


Notas Finais


Fuga - composição musical cujas diferentes partes se sucedem, como se uma estivesse perseguindo a outra. A fuga está relacionada ao contraponto: cada uma de suas partes parece correr atrás da outra, combinando as linhas melódicas umas com as outras.

Doppelgänger - lenda germânica sobre a existência de uma criatura que tem a capacidade de se transformar em um “clone perfeito” de uma pessoa, imitando inclusive características emocionais mais profundas.

Imp: Pequenas criaturas do folclore germânico, semelhantes a fadas ou demônios. São descritas sendo mais travessas que maléficas, similares aos duendes. Frequentemente retratados como sendo solitários, buscam chamar atenção com suas travessuras e piadas o que acaba por afastar os demais.

Smörgåsbord - uma refeição de múltiplos pratos do tipo buffet servida na Suécia, reunindo variadas iguarias típicas do país. Pode ser o início de uma refeição – numa versão mais simples, ou uma refeição inteira.É composto por variados pratos de peixe – como arenque e salmão, carne – como salsichas, almôndegas e fiambres, e ainda saladas, ovos, queijos e diferentes tipos de pães e manteiga.É acompanhada por diversas bebidas – como cerveja, aguardente schnapps e bebidas não alcoólicas.

NOTA: O poema foi escrito como se estivesse no papel de Mime. Não há erros de digitação ou formatação.

Fanfic da @Lisle Alvorecer em Asgard : https://spiritfanfics.com/historia/alvorecer-em-asgard-7871545


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