História Second Chance - Coffee?

Os pássaros cantavam, em uma tarde esplendorosa, cheia de cores e cheiros. O céu parecia ter vida própria, uma pintura feita à mão, com umas manchas brancas reluzentes, o que indicava que o dia iria ser quente.

Meghan estava atarefada no seu trabalho, não era um lugar com cinco estrelas de reputação, mas há quem diga que era o melhor café da cidade, já que café lá é uma especiaria. Meghan era uma jovem linda, com seus cabelos castanhos e longos, não foi a mais bonita da escola, mas tinha lá suas qualidades, que por sinal chamavam a atenção de alguns homens em especial. Central Perk é o lugar onde a maioria das pessoas se encontravam para tomar o seu café matinal, já que ele se localizava entre as principais avenidas de Nova Jersey, as garçonetes que lá trabalhavam sempre tinham a chance de conhecer pessoas famosas ou ricas, mas nunca podiam pedi-las autógrafos, já que para elas isso era um desaforo, uma das garçonetes era a Meghan, que por sinal era a melhor de Central Perk.

– Meghan, mesa 7. – Disse Joshua, que era o dono de Central Perk, apontando para uma mesa próxima a janela, onde se encontrava um homem de terno, que lia jornal através de seus óculos escuros. Meghan se aproxima com cautela da mesa, com uma caderneta e uma caneta na boca, ela hesitou, mas por fim disse.

– Bom dia. – Disse ela, e ao reparar que ele não iria olhar para ela para retribuir, acrescentou. – Posso anotar seu pedido?

– Quando eu quiser pedir algo, senhorita, eu a chamarei. – Disse em um tom ríspido sem retirar o olhar do bendito jornal.

– Sim senhor.

Meghan se vira fazendo um gesto feio para sua irmã, que estava atrás do balcão, e se dirigiu a mesa cinco, enquanto ela atendia a outra mesa, não pôde deixar de olhar com um ar furioso para o homem mal-educado da mesa sete. Ela se dirigiu até o balcão e furiosa deixou escapar.
 

– Mas quem aquele cara pensa que é? Quanta grosseria, seria ele o Sr. Gelo? – Antes que ela pudesse terminar ela viu sua irmã Sophie, e viu que ela apontava para trás de sua cabeça, quando ela se vira ela percebe que o homem da mesa sete está bem atrás dela, a olhando no fundo dos olhos, só aí ela pôde perceber o quanto os seus olhos são azuis, já que ele estava sem os seus óculos. Parecia mais ríspido do que outrora. Meghan engole seco, e pisca o olho repetidamente, quando de repente o homem chega mais perto a ponto de ela sentir seu hálito nas orelhas, e enfim sussurra.

– Senhorita, eu já sei o que vou pedir, por favor, traga-me uma xícara de cappuccino, com creme e três croissants. – Então ele se afasta e se vira deixando Meghan com suas bochechas rosas.

Quando ele chega no meio do salão ele vira e diz em um tom sarcástico.

– Ah, senhorita, traga-me o café muito quente, porque se não o meu gelo pode resfriá-lo. – Disse piscando um olho. – É melhor você tomar cuidado para não explodir, está parecendo um tomate. – Disse enfim se virando.

Quando finalmente Meghan se recompõe e vira para sua irmã que estava olhando boquiaberta, ela leva as mãos ao quadril e franze o cenho.

– Ainda por cima é sarcástico? – Disse levantando uma das sobrancelhas

– Ele pediu o que queria?

– Pediu, melhor eu ir pegar antes que ele venha com suas brincadeirinhas outra vez. – Meghan pega uma bandeja e coloca uma xícara, e três croissants, se aproxima da máquina de cappuccino e despeja o líquido na temperatura mais quente que tem, logo em seguida se vira e quando começa a andar ouve sua irmã.

– É melhor se apressar, porque senão seu cliente ali pode congelar você. – Disse Sophie com um ar brincalhão, Meghan lhe oferece uma cara feia e se vira e continua caminhando até sua mesa.

– Aqui está o que pediu, cappuccino e croissant. – Falou logo após colocar a badeja na mesa a frente do homem, que agora estava de óculos de novo.

– Senhorita, eu pedi o Cappuccino quente, não me parece que está quente, ou será que eu o esfriei nesse período curto de tempo? – Balbuciou esboçando um sorriso fraco, o que a fez pestanejar.

– Meu senhor essa é a última temperatura da máquina, se quer mais quente que isso, recomendo que vá ao inferno.

– Já te disseram que é muito mal-educada?

– Eu não sou paga para você gostar de mim, eu apenas sirvo café, agora se me dá licença, eu preciso atender outros clientes que não vá me tirar do sério em plena luz do dia. – Força um sorriso e se retira, atende mais duas mesas e depois vai até o balcão de Josh e esbraveja.

– Escuta aqui, eu trabalho para você faz anos, okay? Eu me dedico, eu limpo o chão dessa joça porque sei que preciso da grana e você também sabe, agora, não vou ficar levando desaforos para casa de nenhum cliente estúpido e arrogante está me ouvindo?!

– Querida... - Enquanto Meghan esbravejava, não ouvia Josh avisar que John estava atrás dela outra vez ouvindo tudo. Quando por fim ele disse a Josh.

– É Joshua seu nome, certo? – Meghan de costas paralisa ao ouvir aquela voz e pensa, pronto agora eu estou no olho da rua

.
– Sim, senhor Williams, sou eu mesmo.

– Eu vim para a cidade há pouco tempo, mas ouvi falar desse lugar, e como minha empresa é aqui de frente, eu pensei que seria uma honra poder tomar café aqui, mas vejo que sua garçonete não está satisfeita com o meu jeito, eu não quero criar problemas, como eu disse sou novo aqui. – Disse isso após ficar ao lado de Meghan e olhando para ela pôde perceber o rubor de suas bochechas pela vergonha que estava sentindo, e pelo ódio ao ouvir as palavras dele.

– Você pode ter certeza que ela não se importa, não é mesmo Meghan? – Ao ouvir seu nome, ela se vira lentamente para o homem ao seu lado e diz educadamente.

– Eu não me importo, pode vim tomar café, jantar, almoçar, lanchar, estarei aqui para servir.

– Meghan, um rostinho tão lindo desse não pode ficar tão vermelho assim, ou as pessoas acharão que está tímida. – John disse tocando sua bochecha com as costas dos dedos, quando ele vê que ela fecha os olhos ao sentir seu toque, sussurra.

– Eu preciso da conta ou chegarei atrasado ao trabalho. – Meghan se desperta e pede que o acompanhe até o outro balcão onde fica o caixa.

– São 20 dólares.

– Tudo bem, vocês trabalham até que horas? – Ele pergunta lhe entregando uma nota de 50 dólares.

– Abrimos às 6, e fechamos às 22. – Diz lhe entregando o troco.

– Obrigado... – Diz logo após abaixa os óculos.- Senhorita.

Meghan se vê olhando aquele homem extraordinário indo embora, e fica se perguntando se ele não saiu de um sonho, mas se detém quando lembra o quanto arrogante ele é. Josh se aproxima dela.

– Minha querida, ele pode não ser a educação ambulante, mas ele é um Williams.

– Oi? Eu não sabia que viria morar mais um Williams aqui em Nova Jersey, e esse é quem? – Perguntou ela encabulada.

– Ele é John Williams, o filho caçula do falecido Jeremy, pelo que fiquei sabendo, ele se mudou para cá para tocar a empresa, já que o pai morreu. O mais velho Christian, não poderia vim, já que ele toca uma empresa da Alemanha, e a menina Candice, não aceitou vim.

– Vem cá aonde você descobre isso tudo? Ele chegou hoje!

– Fofoca rola amiga, mas por favor não espante o boy magia, apenas o ignore, se quiser troco sua mesa. -Disse ele quando Meghan o olha, vê que ele viu algo em cima do balcão, onde ela deixou o troco, chegam mais perto e podem ver, o troco e um papel amassado.

– Mas o que é isso?

Quando Meghan abre se depara com um bilhete
 

"Tenha um bom dia senhorita. 

                                                    JW "

– Mas que diabos é isso? – Pergunta Meghan incrédula com o que acaba de ler e a quantidade de gorjeta que havia em cima do balcão.

– O mal-educado gostou de você!

– Além de mal-educado essa droga é bipolar.

A tarde passa e Meghan não tem mais nenhuma notícia do seu cliente estranho e desaforado, até que ela vai a uma mesa limpar, até que para em uma mesa ao lado da de duas mulheres que parecem ganhar bem mais em um dia do que ela ganharia em 10 anos, as mulheres falavam sobre um assunto, e estavam empolgadas com ele, e não de preocuparam de terminar o assunto para dar atenção à garçonete que estava limpando a mesa ao lado.

– Você viu o quanto o John mudou? Está mais velho, nunca pensei que ele se mudaria para esse lugar. – Fez cara de nojo.- não vejo a hora de voltarmos a França.

– Elizabeth, sabe que ele não vai voltar agora. Ainda mais depois da morte de seu pai, acho que ele nunca vai se recuperar disso.

– Não diga bobagens, John precisa estar bem para me levar para o clube outra vez, aquela vez foi perfeita.

– Teve sorte, ele nunca mais voltou lá.

Quando Meghan acabou de limpar a mesa de apressou em sair de perto daquelas mulheres que pareciam que teriam orgasmo a qualquer momento. Foi limpar a porta, quando de repente vê John na porta da empresa se despedindo de uma mulher loira de saltos vermelhos e vestido tão apertado que dá para ver os seios dela de onde Meghan estava. Então Meghan tem a impressão que John a vê na porta, então ele esboça um sorriso e acena.

– Esse cara não vale nada.

POV'S JOHN WILLIAMS

– Até logo, Sr. Williams. – Disse a loira.

 – Até. – Eu respondi, quando a mulher que eu acabei de despedir se vira e vai embora, de repente eu vejo a menininha petulante, que parece estar me observando, então eu sorrio e lanço um tchauzinho, ela parece não gostar, se vira e se afasta a porta.

  – Senhor? – Diz minha secretária, que acabara de passar na porta.

– Oi? 

– Seu irmão está lá em cima te esperando.

– Ele veio sozinho, mama?

– Sim sen... – Olhei pra ela com uma cara de reprovação. – Sim, filho.

– Ruth meu amor, acho que tem alguma festa executiva com os empresários da Thiffany's Center, e outras aí que eu não me lembro, vê pra mim quando que é, porque eu já esqueci! 

Entramos no elevador abraçados, Ruth era a minha secretária desde sempre, quando a conheci eu tinha 20 anos, sempre a considerei uma segunda mãe, ela me ajudou muito quando meu pai faleceu, trouxe ela da França para trabalhar comigo. Quando entrei á minha sala Christian estava com uma cara nada boa.

  – Não fui eu. – Eu disse em um tom sarcástico.

– Engraçado como sempre né John, aonde estava? Te liguei trocentas vezes. – Christian parecia irritado, não estava para brincadeiras.

– Vem cá tu acha que eu madrugo aqui? Eu estava tomando café.  – Eu disse indo me sentar à minha poltrona.

– Quando vai voltar para a França? – Ele disse curto e claro, estava demorando.

– Daqui a alguns anos, por quê?

– Preciso de você lá daqui a dois meses, se lembra daquele negociador da empresa Dunamis? – Esse idiota dessa empresa conseguiu fazer eu quase perder um caso, por erro de mercadorias uma vez.

– Claro, que merda aquele cara fez?

– Ele enviou três toneladas de mercadorias erradas e não vai fazer reembolso. – Esse cara deve estar me provocando.

– Por que o Ian não pega o caso?

– Ian está na Holanda com um caso de lá, porque o advogado de lá se demitiu. – Aquele puxa saco, não serve nem para fazer o seu próprio trabalho.

–  Mais que merda, daqui a dois meses?

– Por favor irmão, nunca te pedi nada.

– Não prometo nada, mas vou tentar acelerar o processo daqui, mas eu não vou poder ficar lá mais do que um mês.  

  – Tudo bem irmão, só preciso de um empurrão de um bom advogado, ou melhor, uma mão do melhor advogado!  – Disse com um sorriso persuasivo.