História Second Chance - An Unexpected Visit

       Os dias se passaram e Meghan não voltara a ver John, evitara o máximo ir no Josh, e tentava fazer de tudo para ficar ali na redondeza, mas ele a surpreenderia. Uma manhã ensolarada John manda mensagem para Sophie.

" Olá cúmplice,  diga-me, ela parece mais inofensiva agora? Ou eu devo esperar mais duas semanas?
Preciso falar com ela.

Beijos, JW. "

Minutos depois o celular de John vibra e ele se apressa em abrir a mensagem.

" Está na hora de ir visitar o coelhinho na caverna, baby.
Bom vejamos, hoje é segunda, todas as segundas a Meghan tem a mania de que tem que limpar a casa inteira, o que cai pra mim é super estranho, então se ela for sair só será a noite. Se for nela, leve orquídeas,  ela ama roxo.
Beijos, me diz depois de que forma ela te chutou de lá.  SC. "

John sorriu ao ler e se apressou no serviço, chamou Ruth.

–  Sim, posso ajudá-lo? - Disse ela sorrindo.

– Sim claro que pode, primeiro Christian já foi embora? – Perguntou recostando na mesa com uma sobrancelha levantada.

– Sim, ele decolou ontem de manhã, já avisou que chegou bem lá. – Disse sem entender onde John queria chegar.

– Ruth, ele quer que eu vá resolver um caso lá na França, eles estão peedendo um caso.

– Pelo o que eu estou vendo não está feliz com essa possibilidade.

– Eu não quero ir, Ruth. Toda vez que eu pego um caso demora meses para concluir, eu não posso ficar longe esse tempo todo.

John andou de um lado da sala para o outro sem  conseguir achar uma solução.  Ruth viu sua preocupação e logo percebeu o que havia de errado.

– Tem a ver com alguma mulher de cabelos escuros e pele clara John? – Ele congelou como se tivesse visto um fantasma.

– Do que está falando Ruth?

– Faz dias que o vejo olhando pela janela, em direção aquela padaria que toma café todos os dias, e já o vi olhando para uma moça jovem que trabalha lá.  – Ele arregalou os olhos

– Você fica me vigiando?

– Você é como um filho pra mim, te conheço. – Ele sorriu ao ouvir isso, sabia que era verdade, nem a sua mãe o conhecia melhor que ela.

– O nome dela é Meghan, gostei dela, e se eu for eu posso ficar até um ano fora, não posso fazer isso Ruth,  o que eu faço? – John pareceu triste por um momento.

– Deixa comigo filho, eu vou pensar em alguma coisa e te respondo quando achar uma solução. – Ela se aproxima dele que a abraça e sussurra um obrigado.

– Aonde tem floricultura por aqui? –  Disse ele a encarando com um sorriso.

– Ora ora, já está assim? Quando irei conhecê-la? 

– Espere deitada Ruth, essa garota é um tornado. Já está difícil de eu conseguir um oi educadamente dela, imagine chegar a esse nível. – Disse levantando o indicador em sinal de aceno.

– Tem uma floricultura na sexta avenida. Todo tornado um dia acaba e deixa um momento de paz, John.

John pareceu pensar por um instante, segurou as mãos e caminhou até a janela e olhou para o horizonte e ficou tentando imaginar se era realmente verdade.

– Deus a ouça, Ruth. Volto mais tarde, tenho que dar uma volta por aí, qualquer coisa, me ligue.

John saiu do prédio e caminhou até seu carro, suspirou e torceu para que tudo desse certo. Chegou a floricultura e comprou um buquê de orquídeas maravilhoso. Minutos depois chegou no prédio de Meghan, estava ouvindo uma música distante e se perguntou se era da casa dela. Quando chegou a porta de Meghan respirou e respirou e respirou mais um pouco, enfim bateu na porta.
Meghan abriu a porta depois de uns segundos, estava de short e camiseta, com os cabelos em coque frouxo, tinha a aparência cansada.

– John? O que você... – Ela não conseguiu esconder sua surpresa, quando olhou para o buquê de orquídeas arregalou os olhos e engoliu seco.

– Oi Meghan, faz dias que não a vejo, vim fazer uma visita. – Disse sério, ela estava boquiaberta. Passou uns segundos e ela enfim conseguiu dizer.

– São para mim? – Perguntou apontando para o buquê.

– Sim, achei que fosse gostar. – John olhou para o chão e depois olhou para o corpo dela semi nu e arfou bem baixinho que ela não pôde ouvir.

– Quer entrar? Estou fazendo faxina mas eu acho que meu quarto está seco já. – Disse ela olhando para ele com uma mão no quadril e outra segurando uma vassoura.

– Está me convidando para o seu quarto? – Disse John em um tom sarcástico.

– Escuta aqui, se começar você nem entra na sala.

– Calma, eu estava brincando, aceito sim. – Meghan indicou com a mão para que ele entrasse, apanhou o buquê e colocou em um jarro com água.

– Amo orquídeas, acertou em cheio, mas se quer me conquistar terá que se empenhar mais. – Disse Meghan e John assente. – Bom, não repare a bagunça. 

O apartamento de Meghan e Sophie não era luxuoso mas também não era o pior da cidade,  havia uma sala mediana, com um par de sofás marrom claro, uma mesinha de centro rústica que combinava com a estante que apoiava a televisão, que por sinal elas trabalharam quase cinco horas extras para comprar. Caminharam em direção ao quarto.

– John eu... – Antes dela começar a se explicar John colocou um dedo em seus lábios e a fez se calar.

– Não vamos conversar sobre isso, olha acho que começamos com o pé esquerdo.

– Na minha opinião nem com pé a gente começou. – Quando disse isso John caiu na gargalhada, foi aí que ela viu o quão é gostosa a sua risada. 

– Você deveria rir mais, é muito sério, essa tua cara emburrada me dá enjoo. 

– Não posso rir muito, meu trabalho exige compostura. – Disse isso e deu de ombros, Meghan caminhou até seu guarda roupas onde tinha um espelho e viu que estava toda suja.

– Se importa se eu for tomar um banho? Estou parecendo uma mendiga. – Ele negou com a cabeça e enquanto ela escolhia suas roupas, depois se virou e sorriu. – Eu não demoro.

Meghan caminhou para fora do quarto e John ficou lá a esperando, mas sentiu uma vontade enorme de ir no banheiro, estava realmente apertado, caminhou até o banheiro e bateu na porta.

– Meghan, você está aí faz meia hora, eu preciso urinar. – Ela desligou o chuveiro e se perguntou se estava mesmo ouvindo isso.

– Não dá pra segurar? Daqui a dez minutos saio. 

– Por que demora tanto? Eu vou fazer nas calças. – Meghan pensou e pensou e por fim disse.

– Faz em uma garrafa, atrás da geladeira tem uma, eu acho. – Disse ela com deboche e findou rindo do que dissera.

– Meghan – John quase gritou e Meghan desatou a rir, mas se rendeu, a tortura estava boa mas era cruel demais.

– Promete que não vai me olhar aqui dentro do box?

– Confie em mim.

– Entre.

John hesitou mas por fim abriu a porta, viu que a sua esquerda tinha o vaso sanitário e a direita o box com uma cortina que dava pra ver o contorno de quem estava do outro lado, ele suspirou e caminhou até o vaso e se aliviou mas então ele viu um espelho a sua frente logo ao lado do vaso que ia do teto ao chão, então ele viu através do espelho o contorno de Meghan, suas curvas, o contorno de seus seios, e ficou paralisado vendo aquilo, logo ele vi u a sombra se movendo em direção a saída da cortina e parou de olhar. Com o canto do olho viu ela pegar um toalha com a mão e se enrolar. então ela disfarçou e olhou para ele e passou o olho pelo seu membro que já estava ereto por ter a visto daquela forma. Então ele disse assustando-a.

– Eu não posso te olhar mas você pode?

– Perdão achei que tivesse saído.

– É melhor ir na frente, não consegui terminar.

Meghan assentiu e saiu do banheiro, cheia de vergonha e excitada por ter visto ele ereto. Depois de ter se vestido, John entra no quarto a encarando, até que enfim disse.

– Você só usa mini short? – Disse se referindo a um short tão curto que ele poderia ver seu bumbum sem esforço.

– Está calor. 

– Enfim, combinamos que não começamos muito bem, certo? – Ela assentiu e ele continuou. – Então quero começar tudo de novo. – Se aproximou dela e lhe estendeu a mão. – Prazer, meu nome é John williams, tenho 26 anos, sou formado em direito, tenho dois irmãos e um irmão bastardo. Sou francês, mas minha mãe é alemã. Odeio espinafre e mamão, mas amo morangos e chicória. Tomo bebida alcólica controlada. Sou dono de duas empresas, a daqui dos EUA e a do Canadá. Amo nadar e escalar. Minha comida favorita é o Quiche Lorraine. – Disse revirando os olhos. – Amo música, e até arrisco dançar mas não sou muito bom nisso, bom acho que é tudo que precisa saber no momento, mas se quiser saber sobre mais algo, é só perguntar.

– Uau, quanta coisa que vou esquecer daqui a dois minutos. – Sorriu mas logo ficou séria. – Esse seu irmão, é bastardo por qual motivo?

– Meu pai sempre ia à Alemanha para ver o andamento da empresa, só que ele bebeu muito um dia, e engravidou a secretária dele... – Disse ele com um desdém que fez Meghan se perguntar se ele realmente não se importava com aquilo. –  No outro dia ele não se lembrava de nada então achou que ela estava inventando tudo para roubar dinheiro dele.

– Nossa, que complicado.

– Não Meghan, ela foi atrás e conseguiu o exame de DNA, mas ele disse que não poderia assumir o filho por causa da minha mãe. Que ficou sem saber disso por anos, e quando ela descobriu ela o proibiu de ir para a  Alemanha. 

– Desculpa, mas seu pai era um idiota. – Disse ela tentando não ser insensível, passou sua mão sobre as de John.

– Eu descobri isso com quinze anos, fui imediatamente para Alemanha atrás deles, mas descobri que meu pai a tinha demitido e dado dinheiro para ela sumir do país, fiquei com ódio. Foi então que descobri que estavam em Manhattan. – John suspirou, e ficou olhando para o chão. Meghan se aproximou e segurou suas mãos.

– Ei, não fique assim, não precisa falar disso.

– Está tudo bem. Eu fui atrás deles, quando cheguei, meu irmão tinha apenas dez anos, a mãe dele me recebeu muito bem, eu a conhecia, depois eu decidi cuidar dele, não decidi ficar junto com meu pai, não concordei com nada do que ele fez, fui contra as vontades de minha mãe. Sempre fui assim Meghan, não vou mudar, eu não consigo ver as coisas erradas e ficar quieto, não é fácil ser assim em uma família que é certinha. Eu e Candice não nos damos muito bem, ela é muito mimada e gosta de tudo da forma dela só que eu não nasci para receber ordens, odeio que me mandem fazer o que eu não estou com disposição para tal. Meu irmão se apegou a mim de uma forma que eu me sinto grato, sei que não arranquei a dor dele mas dei tudo o que ele precisava, escola, roupas, dei tudo mesmo, eu podia  não ser rico, ter o mesmo dinheiro que meu pai tinha, mas eu dividia tudo o que eu tinha com ele.

– E seus  irmãos? Não ajudaram ele? – John riu com desgoto.

– Meus irmãos nunca o viram.

– Isso foi lindo da sua parte John, ele deve ser muito grato a você.

– Ah é mesmo, porque ele agora é rico, menos que eu mas é.

– Como isso se tornou possível?

– Eu ajuntei durante um tempo toda a grana que vinha à minha mão, pedi meu  pai de presente de aniversário um cheque de dois milhões. Então abri uma empresa para ele. – Sorriu com tristeza, Meghan não entendia a dor dele, mas sentiu compaixão e decidiu fazer trégua em relação aos insultos e grosserias. – Eu as vezes me pegunto o porque da minha família não querer ajudar ele.

– Eles são egoístas John, já você é altruísta. – Meghan estava sentada a sua frente, estava vestindo um camiseta que lhe permitia mostrar algo a mais no decote e seu short estava cada vez mais curto. Quando Meghan percebeu que ele olhava seu decote ela levantou sua cabeça para que ele a olhasse nos olhos. – Você agiu certo, nunca duvide disso, está bem? – John assentiu.

– Agora é a sua vez de contar sua história senhorita Meghan. – Forçou um sorriso.

– Vamos ver, o que quer saber? Sophie já contou praticamente tudo.

– Me diz sobre você e não sobre seu passado. – Ela pensou e pensou até que descobriu sobre o que iria falar.
– Prazer sou Meghan Carter, sou mexicana, moro aqui há seis anos. Amo a cor roxa e rosa, amo música clássica, Beethoven, Mozart essas coisas. Fiz ballet durante onze anos, não sou formada em nada mas com certeza eu queria entrar em universidade de dança, a daqui da cidade seria uma boa, mas não tenho tempo para isso. Amo massa, macarrão, lasanha essas coisas. Corro sempre que posso, nado também, e danço. Tenho um colega  que conheci há alguns dias atrás,  ele é bem legal, gostei dele. – John a observou, ponderou o que ela disse, percebeu que ela estava pensando nele.

– Você gostou dele? – Perguntou ele olhando ela no fundo dos olhos.

– Ai meu Deus, não é dessa forma. – Disse ela encostando a mão em seu ombro. – Ele só é bem divertido e temos muitas coisas em comum, só isso.

– Por que me deu satisfação?  – Arqueou uma sobrancelha.

– Porque fez essa pergunta, eu acho. – Ela ficou confusa então ele riu o que a fez relaxar. – A sua mulher não liga que venha até aqui com um buquê de orquídeas?

– De onde tirou essa ideia? Meghan eu nunca tive mulher. – Disse caindo na gargalhada.

– Mas eu o vi com uma mulher. – Disse confusa.

– Era ruiva?

– Sim, uma era.

– É Marrie, minha modelo, ou pode dizer amiga também, conheço ela há anos. – Disse ele com desdém. 

– E a loira que saiu do seu escritório arrumando os cabelos?

– Provavelmente é a Angelina, vice presidente de uma empresa da França.

– Também ouvi umas mulheres falarem de você, sobre um tal clube que supostamente a tinha levado, ela falou com uma convicção John, não é possível ser mentira.– John pareceu sério demais ao ouvir isso. Se levantou e caminhou até a janela e olhou a rua ensolarada, algumas pessoas andando. Disse sem se virar.

– Meu passado não é perfeito Meghan, algumas coisas a gente não pode mudar, esse sou eu, só posso mudar o que acontecerá e não o que já me aconteceu. Tenho certeza que essa é a Kate Elizabeth, para ter falado disso com tanto gosto, só pode ser ela. – John estava virado e não viu quando Meghan se aproximou dele, que se assustou ao seu toque, a olhou no fundo dos olhos.

– Todos temos um passado conturbado, John. Venha. – O puxou pela mão e o sentou na cama. – Quando estiver pronto pra falar sobre, estarei aqui.

– Saiba que eu também estarei. – Meghan sorriu e assentiu, até que ela vê o horário e já está anoitecendo.

– Quer lanchar alguma coisa?

– Na verdade eu queria pipoca. – Meghan arqueou as sobrancelhas e John sorriu. – Gosta de comida italiana?

– Meu filho, eu muito mal comi as comidas nacionais de onde eu já morei, quem dirá de outro país.

– Pois vai experimentar agora, me empresta um telefone?

John ligou e pediu dois pratos que ele costumava comprar, Meghan pediu para ir ao mercado comprar vinho e pediu para que ele ficasse caso o entregador chegasse. John deitou em sua cama e findou adormecendo, Meghan chega junto com o entregador, pega os pedidos e lhe entrega o dinheiro que estava na mesa. Põe as comidas no microondas e vai até o quarto, quando chegou lá viu John adormecido com os braços abertos. Meghan se deita ao seu lado e fica o encarando enquanto dorme, vendo o quão lindo ele era, e sabia que estava encrencada. Prometeu que levantaria e o deixaria ali, mas findou dormindo junto.
Passam horas e tudo está escuro, John acorda e vê Meghan dormindo a sua frente, ele se aproxima e lhe entrega um beijo na testa, se levanta e sai sem que ela acorde, escreve um bilhete e sai sem que ela o veja.
Quando Meghan acorda ela vai a sua procura e encontra o bilhete em cima da mesa junto a comida italiana.

"Meghan,  eu tive que ir embora, estava muito tarde e eu provavelmente vou estar atarefado até o pescoço. Você estava dormindo tão calminha que eu não quis lhe acordar, desculpe por sair assim, fico lhe devendo um jantar.
PS: para todos os efeitos dormimos juntos. Fica tranquila eu não me aproveitei de você. Não terei coragem de fazer nada com você, dormindo quero dizer, tem que estar consciente para isso.

Beijos, JW. "

Meghan sorriu ao ler isso e viu que aquilo estava ficando cada vez mais perigoso. Seu celular toca e quando ela pega é Drake.

– Eu estou te ligando o dia todo, aconteceu alguma coisa? – Foi aí que Meghan viu que não tinha ido correr e esqueceu de avisar seu novo amigo.

– Não, está tudo bem. – Respondeu ela tentando parecer convincente

– Tem certeza? Por que não me avisou que não viria? – Drake pareceu chateado ao dizer isso.

– Tive uma visita, levou meu dia todo. – Disse ela.

– Alguém importante? Você disse que não tinha família aqui.

– É um cara que... – Meghan não sabia como terminar  frase.

– Está saindo com alguém Meg? Eu sou seu amigo, pode me contar.

– Não sei se é bem saindo, somos amigos.

– Entendi. – Ficou um silêncio do outro lado da linha. – Meghan?

– Eu? 

– Tenho ingressos para um conserto que terá em Nova York, quer vim comigo? Tocarão Beethoven lá.

– Ai. Meu. Deus. – Disse ela espantada. – Sério? Quando?

– Próximo sábado, peça ao Josh folga. – Disse brincando pois sabia que ela estava de férias.

– Mas eu não tenho dinheiro para ir Drake.

– Se eu estou te levando, eu pago amor, nem pense em não aceitar.

– Tudo bem, preciso desligar, minha casa está uma bagunça.

– "Somos amigos" – Disse imitando sua voz e desligou o telefone.

Meghan parou e pensou por um momento, dois homens lindos e legais, os dois a desejavam ela sabia disso, mas também sabia quem mexia com ela.